Polícia investiga ligação entre os assassinatos de Falcon e filhos dos contraventores Piruinha e Maninho

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A Polícia Civil do Rio, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual, e o Ministério Público Federal (MPF) estão mobilizados na investigação para tentar identificar os criminosos que há um ano promovem uma verdadeira guerra para decidir quem fica com quais pontos de exploração de jogo nos […]

POR Redação SRzd16/06/2017|7 min de leitura

Polícia investiga ligação entre os assassinatos de Falcon e filhos dos contraventores Piruinha e Maninho

Marcos Falcon, Myro Garcia e Haylton Escafura. Fotos: Reprodução

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A Polícia Civil do Rio, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual, e o Ministério Público Federal (MPF) estão mobilizados na investigação para tentar identificar os criminosos que há um ano promovem uma verdadeira guerra para decidir quem fica com quais pontos de exploração de jogo nos subúrbios do Rio. A disputa pelo controle de áreas de jogo do bicho, caça-níqueis e bingos clandestinos torna-se intensa ao se verificar que o negócio movimenta quase R$ 1, 6 bilhão.

A primeira conclusão das autoridades é que a guerra mais sangrenta entre os contraventores está circunscrita a Zona Norte do Rio de Janeiro. Um elemento novo colocou fogo na já tensa relação dos “antigos” e “novos arrendatários” do negócio: a união de milícias e a máfia dos caça-níqueis. Os dois grupos resolveram formar um cartel, o que desagradou outros chefões.

Reportagem do jornal Extra publicada no ano passado diz que “o grupo paramilitar que atua no Morro do Fubá, em Quintino, recebe proteção de PMs que fazem a segurança das máquinas no bairro contra invasões de traficantes de favelas vizinhas, como o Morro do Dezoito. Em troca, os chefões do jogo podem usar a favela como depósito. Em outubro de 2016, PMs do 9º BPM apreenderam 80 máquinas num bingo na Rua Padre Telêmaco, acesso do morros Os relatórios, produzidos pelos setores de inteligência das polícias Civil e Militar, deram origem a pelo menos 12 investigações sobre os grupos que exploram jogos ilegais na cidade”.

Marcos Falcon. Foto: Reprodução
Marcos Falcon. Foto: Reprodução

Há anos que há embates violentos em que os caça-níqueis aparecem como pano de fundo. Não está descartada a linha de investigação que liga este universo ao assassinato, em 26 de setembro, do então presidente da Portela, Marcos Vieira de Souza, o Falcon. A morte do subtenente PM e candidato a vereador Marcos Falcon atingido por pelo menos quatro tiros de fuzil no peito e na cabeça dentro de seu comitê eleitoral, em Oswaldo Cruz, até hoje está entre os casos sem solução.

A mando de quem os quatro homens encapuzados praticaram o ” justiçamento” de Falcon?

Velhos chefões passaram seus negócios para herdeiros e arrendatários

O repórter Rafael Soares teve acesso a um relatório da Polícia Federal que serviu de base para a operação Black Ops, em 2011. O documento fala da “quadrilha de José Caruzzo Escafura, o Piruinha, que dividiu a área onde explora caça-níqueis, no subúrbio do Rio, em duas. Numa delas, mandava Haylton Escafura, seu filho e herdeiro,(recém assassinado na Barra ao lado de da policial da UPP Franciene Soares de Souza, sua companhia mais constante). A outra, – de acordo com o relatório do inquérito -, foi arrendada. A descoberta foi feita a partir das interceptações telefônicas de Michel Vasconcellos Fernandes, um dos denunciados”.

Haylton Carlos Gomes Escafura e Franciene Soares de Souza. Foto: Reprodução
Haylton Carlos Gomes Escafura e Franciene Soares de Souza. Foto: Reprodução

Imaginando seguir uma carreira política, Falcon havia mapeado oito bairros da Zona Norte do Rio como sua base eleitoral, caso chegasse à Câmara de Vereadores. O que se comenta é que esta estratégia desagradou muita gente. O temor é que a influência do presidente da Portela pudesse ultrapassar as fronteiras do samba.

Piruinha e seus herdeiros controlam o jogo ilegal em Madureira, Cascadura e Piedade. Mesma região onde herdeiros de Waldomiro Paes Garcia Garcia, o Maninho exploram caça-níqueis na Zona Norte. Em abril deste ano o filho de Maninho, jogador de pocker profissional, foi assassinado. Na época, o SRzd tratou do caso assim: “O bicheiro Waldomiro Paes Garcia, o Maninho, foi assassinado no dia 28 de setembro de 2004, quando saia da academia de ginástica Body Planet, na Freguesia, em Jacarepaguá. Ele tinha 42 anos e era casado com Sabrina Garcia. Em 26 de setembro de 2016, criminosos atacaram o ex-policial militar e então candidato à Câmara de Vereadores, Marcos Falcon, que também morreu na hora, em Madureira, Zona Norte. Ele tinha 52 anos. (…)A mesma Polícia Civil do Rio que não prendeu os assassinos de Maninho e de Falcon, agora terá o desafio de desvendar quem está por trás e por quais razões Myro Garcia, aos 27 anos foi sequestrado e, mesmo recebendo o valor do resgate, os seus algozes o assassinaram.

A Divisão de Homicídios (DH) investiga se o assassinato de Falcon se relaciona com pelo menos outras quatro mortes ligadas a uma disputa interna das máfias que exploram jogos de azar na cidade.

Fernando Iggnácio, foragido desde 2013, herdou de Castor de Andrade um pedaço da exploração na zona norte. Segundo o Extra, “os bairros de Oswaldo Cruz, Rocha Miranda e Marechal Hermes seriam dominados, segundo o MP e a PM, pela quadrilha chefiada por Fernando de Miranda Iggnácio — principal alvo da última operação contra a contravenção, a Perigo Selvagem, do Gaeco, em 2013. As máquinas exploradas pelo grupo são “marcadas” com a inscrição “Halloween”. Um policial civil aposentado é responsável por fazer a segurança do bando”.

A Divisão de Homicídios (DH) investiga se o assassinato de Falcon se relaciona com pelo menos outras quatro mortes ligadas a uma disputa interna das máfias que exploram jogos de azar na cidade.

“Os chefões mais velhos morreram e a nova geração está resolvendo seus problemas a bala”, disse um promotor ao SRzd. O problema, como demonstrou o filme “Tropa de Elite”, José Padilha, é que as novas guerras estão sendo travadas entre grupos de arrendatários das áreas de jogo formados policiais e ex-policiais.

A imprensa lista uma série de mortes com possível ligação com o crime organizado:

Nos últimos seis meses, quatro pessoas ligadas à máfia dos caça-níqueis foram mortas em circunstâncias semelhantes em diferentes partes da cidade. As vítimas, em suas maioria, eram policiais ou ex-policiais e foram alvo de ataques de bandos armados, como Falcon. A DH investiga se a morte do sargento reformado Geraldo Antônio Pereira é relacionada ao assassinato de Falcon.

A primeira das vítimas foi o ex-tenente João André Ferreira Martins, morto em março na Ilha do Governador. Martins foi excluído da PM em 2014 após ser acusado de integrar a máfia dos caça-níqueis pela Operação Tempestade do Deserto, de 2011. A ação desarticulou a quadrilha envolvida na disputa pelo patrimônio do bicheiro Waldomiro Paes Garcia, o Maninho.

Um mês depois, Wilson Orofino de Souza, filho de Antônio Ferreira de Souza, o Toninho Português — que gerenciava o jogo na Zona Sul na década de 90 — foi executado à luz do dia em Copacabana.

Em maio, Geraldo Pereira — que trabalhou com Falcon na Delegacia Antissequestro (DAS) da Polícia Civil — foi alvo de um ataque num clube no Recreio. Pereira figurava como suspeito da morte do ex-tenente João.

Já o soldado Márcio Allevato Pereira foi assassinado em agosto em Guadalupe. Em 2011, o PM foi alvo de uma denúncia do MP que o acusava de participação na morte do bombeiro Antônio Macedo, no Recreio, a mando do contraventor Rogério Andrade.

A Polícia Civil do Rio, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual, e o Ministério Público Federal (MPF) estão mobilizados na investigação para tentar identificar os criminosos que há um ano promovem uma verdadeira guerra para decidir quem fica com quais pontos de exploração de jogo nos subúrbios do Rio. A disputa pelo controle de áreas de jogo do bicho, caça-níqueis e bingos clandestinos torna-se intensa ao se verificar que o negócio movimenta quase R$ 1, 6 bilhão.

A primeira conclusão das autoridades é que a guerra mais sangrenta entre os contraventores está circunscrita a Zona Norte do Rio de Janeiro. Um elemento novo colocou fogo na já tensa relação dos “antigos” e “novos arrendatários” do negócio: a união de milícias e a máfia dos caça-níqueis. Os dois grupos resolveram formar um cartel, o que desagradou outros chefões.

Reportagem do jornal Extra publicada no ano passado diz que “o grupo paramilitar que atua no Morro do Fubá, em Quintino, recebe proteção de PMs que fazem a segurança das máquinas no bairro contra invasões de traficantes de favelas vizinhas, como o Morro do Dezoito. Em troca, os chefões do jogo podem usar a favela como depósito. Em outubro de 2016, PMs do 9º BPM apreenderam 80 máquinas num bingo na Rua Padre Telêmaco, acesso do morros Os relatórios, produzidos pelos setores de inteligência das polícias Civil e Militar, deram origem a pelo menos 12 investigações sobre os grupos que exploram jogos ilegais na cidade”.

Marcos Falcon. Foto: Reprodução
Marcos Falcon. Foto: Reprodução

Há anos que há embates violentos em que os caça-níqueis aparecem como pano de fundo. Não está descartada a linha de investigação que liga este universo ao assassinato, em 26 de setembro, do então presidente da Portela, Marcos Vieira de Souza, o Falcon. A morte do subtenente PM e candidato a vereador Marcos Falcon atingido por pelo menos quatro tiros de fuzil no peito e na cabeça dentro de seu comitê eleitoral, em Oswaldo Cruz, até hoje está entre os casos sem solução.

A mando de quem os quatro homens encapuzados praticaram o ” justiçamento” de Falcon?

Velhos chefões passaram seus negócios para herdeiros e arrendatários

O repórter Rafael Soares teve acesso a um relatório da Polícia Federal que serviu de base para a operação Black Ops, em 2011. O documento fala da “quadrilha de José Caruzzo Escafura, o Piruinha, que dividiu a área onde explora caça-níqueis, no subúrbio do Rio, em duas. Numa delas, mandava Haylton Escafura, seu filho e herdeiro,(recém assassinado na Barra ao lado de da policial da UPP Franciene Soares de Souza, sua companhia mais constante). A outra, – de acordo com o relatório do inquérito -, foi arrendada. A descoberta foi feita a partir das interceptações telefônicas de Michel Vasconcellos Fernandes, um dos denunciados”.

Haylton Carlos Gomes Escafura e Franciene Soares de Souza. Foto: Reprodução
Haylton Carlos Gomes Escafura e Franciene Soares de Souza. Foto: Reprodução

Imaginando seguir uma carreira política, Falcon havia mapeado oito bairros da Zona Norte do Rio como sua base eleitoral, caso chegasse à Câmara de Vereadores. O que se comenta é que esta estratégia desagradou muita gente. O temor é que a influência do presidente da Portela pudesse ultrapassar as fronteiras do samba.

Piruinha e seus herdeiros controlam o jogo ilegal em Madureira, Cascadura e Piedade. Mesma região onde herdeiros de Waldomiro Paes Garcia Garcia, o Maninho exploram caça-níqueis na Zona Norte. Em abril deste ano o filho de Maninho, jogador de pocker profissional, foi assassinado. Na época, o SRzd tratou do caso assim: “O bicheiro Waldomiro Paes Garcia, o Maninho, foi assassinado no dia 28 de setembro de 2004, quando saia da academia de ginástica Body Planet, na Freguesia, em Jacarepaguá. Ele tinha 42 anos e era casado com Sabrina Garcia. Em 26 de setembro de 2016, criminosos atacaram o ex-policial militar e então candidato à Câmara de Vereadores, Marcos Falcon, que também morreu na hora, em Madureira, Zona Norte. Ele tinha 52 anos. (…)A mesma Polícia Civil do Rio que não prendeu os assassinos de Maninho e de Falcon, agora terá o desafio de desvendar quem está por trás e por quais razões Myro Garcia, aos 27 anos foi sequestrado e, mesmo recebendo o valor do resgate, os seus algozes o assassinaram.

A Divisão de Homicídios (DH) investiga se o assassinato de Falcon se relaciona com pelo menos outras quatro mortes ligadas a uma disputa interna das máfias que exploram jogos de azar na cidade.

Fernando Iggnácio, foragido desde 2013, herdou de Castor de Andrade um pedaço da exploração na zona norte. Segundo o Extra, “os bairros de Oswaldo Cruz, Rocha Miranda e Marechal Hermes seriam dominados, segundo o MP e a PM, pela quadrilha chefiada por Fernando de Miranda Iggnácio — principal alvo da última operação contra a contravenção, a Perigo Selvagem, do Gaeco, em 2013. As máquinas exploradas pelo grupo são “marcadas” com a inscrição “Halloween”. Um policial civil aposentado é responsável por fazer a segurança do bando”.

A Divisão de Homicídios (DH) investiga se o assassinato de Falcon se relaciona com pelo menos outras quatro mortes ligadas a uma disputa interna das máfias que exploram jogos de azar na cidade.

“Os chefões mais velhos morreram e a nova geração está resolvendo seus problemas a bala”, disse um promotor ao SRzd. O problema, como demonstrou o filme “Tropa de Elite”, José Padilha, é que as novas guerras estão sendo travadas entre grupos de arrendatários das áreas de jogo formados policiais e ex-policiais.

A imprensa lista uma série de mortes com possível ligação com o crime organizado:

Nos últimos seis meses, quatro pessoas ligadas à máfia dos caça-níqueis foram mortas em circunstâncias semelhantes em diferentes partes da cidade. As vítimas, em suas maioria, eram policiais ou ex-policiais e foram alvo de ataques de bandos armados, como Falcon. A DH investiga se a morte do sargento reformado Geraldo Antônio Pereira é relacionada ao assassinato de Falcon.

A primeira das vítimas foi o ex-tenente João André Ferreira Martins, morto em março na Ilha do Governador. Martins foi excluído da PM em 2014 após ser acusado de integrar a máfia dos caça-níqueis pela Operação Tempestade do Deserto, de 2011. A ação desarticulou a quadrilha envolvida na disputa pelo patrimônio do bicheiro Waldomiro Paes Garcia, o Maninho.

Um mês depois, Wilson Orofino de Souza, filho de Antônio Ferreira de Souza, o Toninho Português — que gerenciava o jogo na Zona Sul na década de 90 — foi executado à luz do dia em Copacabana.

Em maio, Geraldo Pereira — que trabalhou com Falcon na Delegacia Antissequestro (DAS) da Polícia Civil — foi alvo de um ataque num clube no Recreio. Pereira figurava como suspeito da morte do ex-tenente João.

Já o soldado Márcio Allevato Pereira foi assassinado em agosto em Guadalupe. Em 2011, o PM foi alvo de uma denúncia do MP que o acusava de participação na morte do bombeiro Antônio Macedo, no Recreio, a mando do contraventor Rogério Andrade.

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