Com a deflagração da 66a fase da operação Lava Jato, realizada na última sexta-feira (27) – que investigou lavagem de dinheiro promovida por gerentes do Banco do Brasil – a Policia Federal fechou o cerco nos cinco maiores bancos do país. Santander, Caixa Econômica Federal, Bradesco e Itaú Unibanco já tinham sido citados em operações anteriores.
Até o momento, a Lava Jato já identificou que foram transacionados mais de 1,3 bilhão de reais em contas abertas em nomes de empresas de fachada operadas por doleiros, nas cinco instituições, de acordo com reportagem do site UOL, que usou como fonte dados do Ministério Público do Paraná e do Rio de Janeiro.
Pelas contas do Bradesco teriam passado 989,6 milhões de reais, enquanto que pelas do Banco do Brasil teriam sido 200 milhões de reais. Já nas do Itaú, teriam sido transacionados 94,5 milhões de reais e no Santander, 19,5 milhões de reais. Por fim, pela Caixa, teriam passado 4,1 milhões.
A cooptação de funcionários dos bancos e falhas em sistemas de controle de operações suspeitas teriam viabilizado a utilização do sistema financeiro nacional para transações ilegais. Por causa dessas falhas, investigadores da Lava Jato agora apuram se os bancos citados também são responsáveis pelos crimes cometidos.
Em nota, o Banco do Brasil reforça que colabora com as autoridades na operação Alerta Mínimo e diz “que já iniciou processos administrativos que podem resultar na demissão dos funcionários envolvidos”. Já o Santander afirma que adota políticas rigorosas de compliance e cumpre estritamente a legislação e as normas de prevenção à lavagem de dinheiro. “A instituição está à disposição para colaborar com o trabalho das autoridades”, completa.
O Bradesco diz que cumpre rigorosamente as normas de conduta ética e de governança vigentes. Já o Itaú Unibanco afirma que está comprometido com as melhores práticas de prevenção à lavagem de dinheiro e adota com rigor todas as medidas necessárias buscando evitar transações ilícitas no sistema financeiro. “No caso em questão, há mais de dois anos o Itaú encerrou o relacionamento com todas as empresas envolvidas e adotou as providências legais junto às autoridades de forma abrangente e tempestiva.”
A Caixa diz, em comunicado, que atua em constante colaboração com os órgãos de investigação e adota permanente monitoramento para prevenção à lavagem de dinheiro. “As movimentações atípicas identificadas são comunicadas às autoridades competentes na forma da legislação em vigor.”