Mais uma chacina em presídio, desta vez no Rio Grande do Norte (RN), levou o Planalto a convocar uma reunião com secretários estaduais a ser realizada na terça-feira (17). O presidente Michel Temer e o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, vão se reunir antes para decidir as frentes de atuação. O chamado aos secretários tem a intenção de dividir a responsabilidade e afastar a crise do Palácio.
A rebelião aconteceu na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal. Ela teve início no sábado (14) e registrou 26 mortos. Foi o resultado de uma briga entre integrantes de facções criminosas rivais que cumprem pena na unidade. Começou no pavilhão 4 da penitenciária, quando detentos do pavilhão 5, que são mantidos separados, escaparam e deram início ao confronto. O motim foi contido no começo do domingo (15).
O secretário estadual da Justiça e da Cidadania, Walber Virgolino da Silva Ferreira, disse que o cenário no interior de Alcaçuz após a rebelião era de barbárie, com as estruturas muito danificadas e corpos mutilados. Dois corpos foram carbonizados, um semicarbonizado e todas as outras vítimas foram decapitadas.
O diretor do Instituto Técnico-Científico de Polícia (ITEP), Marcos Brandão, informou que os 26 corpos foram acondicionados em sacos próprios e levados para uma carreta refrigerada sob o cuidado da Polícia Militar. “Amanhã começam os trabalhos de necrópsia e identificação”, informou. Ele não deu prazo para a identificação das vítimas, mas disse que as famílias de detentos que estiverem em busca de informações devem ir até o ITEP, e não ao presídio de Alcaçuz.