Governo superfaturou compra de vacina indiana em mais de 1000%

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Documentos do Ministério das Relações Exteriores mostram que o governo comprou a vacina indiana Covaxin por um preço 1.000% maior do que, seis meses antes, era anunciado pela própria fabricante. Um telegrama sigiloso da embaixada brasileira em Nova Délhi de agosto do ano passado informava que o imunizante produzido pela Bharat Biotech tinha o preço […]

POR Redação SRzd22/06/2021|3 min de leitura

Governo superfaturou compra de vacina indiana em mais de 1000%

Imunizante Covaxin. Foto: Divulgação/Covaxin

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Documentos do Ministério das Relações Exteriores mostram que o governo comprou a vacina indiana Covaxin por um preço 1.000% maior do que, seis meses antes, era anunciado pela própria fabricante.

Um telegrama sigiloso da embaixada brasileira em Nova Délhi de agosto do ano passado informava que o imunizante produzido pela Bharat Biotech tinha o preço estimado em 100 rúpias (US$ 1,34 a dose).

Em dezembro, outro comunicado diplomático dizia que o produto fabricado na Índia “custaria menos do que uma garrafa de água”. Em fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde pagou US$ 15 por unidade (R$ 80,70, na cotação da época) – a mais cara das seis vacinas compradas até agora”, aponta reportagem de Julia Affonso, publicada no jornal “O Estado de S. Paulo”.

“A ordem para a aquisição da vacina partiu pessoalmente do presidente Jair Bolsonaro. A negociação durou cerca de três meses, um prazo bem mais curto que o de outros acordos. No caso da Pfizer, foram quase onze meses, período em qual o preço oferecido não se alterou (US$ 10 por dose). Mesmo mais barato que a vacina indiana, o custo do produto da farmacêutica americana foi usado como argumento pelo governo Bolsonaro para atrasar a contratação, só fechada em março deste ano”, aponta a repórter.

O “Jornal Nacional” da Rede Globo apontou que a CPI começou um terceira linha de investigação, que se refere a contratos com empresas privadas.

“A CPI da Covid investiga uma decisão inusitada do governo Bolsonaro: retardar a compra da vacina Pfizer alegando preços muito altos, mas comprar o imunizante indiano mais caro e antes da aprovação da Anvisa”, disseram os apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos.

Segundo a reportagem, Bolsonaro intercedeu pessoalmente para garantir o contrato com a Precisa Medicamentos, representante da Bharat BioNTech no Brasil, enquanto Pfizer e Butantan faziam ofertas ao governo.

O mandatário enviou carta à Índia para garantir a o negócio. Documento do TCU enviado à CPI mostra que o negócio com a Covaxin foi o mais rápido de todos. O imunizante foi o mais caro até o momento.

O telejornal mostrou o depoimento de um servidor do Ministério da Saúde dizendo que recebeu muita pressão para liberar a importação do imunizante Covaxin.

Em entrevista á GloboNews no domingo (20), o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), disse que serão investigadas “coisas escandalosas” presentes nessas negociações. “Foi um contrato bilionário, de R$ 1,6 bilhões, para uma vacina que não estava sendo aprovada pela Anvisa, era a mais cara do mercado e tinha um calendário que possibilitaria demora. Isso chamou atenção porque é uma aquisição atípica em todos aspectos. Então vamos ter uma semana para aprofundar tudo o que houve nesse bastidor”, afirmou.

Documentos do Ministério das Relações Exteriores mostram que o governo comprou a vacina indiana Covaxin por um preço 1.000% maior do que, seis meses antes, era anunciado pela própria fabricante.

Um telegrama sigiloso da embaixada brasileira em Nova Délhi de agosto do ano passado informava que o imunizante produzido pela Bharat Biotech tinha o preço estimado em 100 rúpias (US$ 1,34 a dose).

Em dezembro, outro comunicado diplomático dizia que o produto fabricado na Índia “custaria menos do que uma garrafa de água”. Em fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde pagou US$ 15 por unidade (R$ 80,70, na cotação da época) – a mais cara das seis vacinas compradas até agora”, aponta reportagem de Julia Affonso, publicada no jornal “O Estado de S. Paulo”.

“A ordem para a aquisição da vacina partiu pessoalmente do presidente Jair Bolsonaro. A negociação durou cerca de três meses, um prazo bem mais curto que o de outros acordos. No caso da Pfizer, foram quase onze meses, período em qual o preço oferecido não se alterou (US$ 10 por dose). Mesmo mais barato que a vacina indiana, o custo do produto da farmacêutica americana foi usado como argumento pelo governo Bolsonaro para atrasar a contratação, só fechada em março deste ano”, aponta a repórter.

O “Jornal Nacional” da Rede Globo apontou que a CPI começou um terceira linha de investigação, que se refere a contratos com empresas privadas.

“A CPI da Covid investiga uma decisão inusitada do governo Bolsonaro: retardar a compra da vacina Pfizer alegando preços muito altos, mas comprar o imunizante indiano mais caro e antes da aprovação da Anvisa”, disseram os apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos.

Segundo a reportagem, Bolsonaro intercedeu pessoalmente para garantir o contrato com a Precisa Medicamentos, representante da Bharat BioNTech no Brasil, enquanto Pfizer e Butantan faziam ofertas ao governo.

O mandatário enviou carta à Índia para garantir a o negócio. Documento do TCU enviado à CPI mostra que o negócio com a Covaxin foi o mais rápido de todos. O imunizante foi o mais caro até o momento.

O telejornal mostrou o depoimento de um servidor do Ministério da Saúde dizendo que recebeu muita pressão para liberar a importação do imunizante Covaxin.

Em entrevista á GloboNews no domingo (20), o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), disse que serão investigadas “coisas escandalosas” presentes nessas negociações. “Foi um contrato bilionário, de R$ 1,6 bilhões, para uma vacina que não estava sendo aprovada pela Anvisa, era a mais cara do mercado e tinha um calendário que possibilitaria demora. Isso chamou atenção porque é uma aquisição atípica em todos aspectos. Então vamos ter uma semana para aprofundar tudo o que houve nesse bastidor”, afirmou.

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