Filha de Marielle: ‘Julgamento é reparação, mas justiça seria minha mãe aqui’

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Rio. O 4º Tribunal do Júri do Rio condenou, na quinta-feira (31), os assassinos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. O ex-policial militar Ronnie Lessa, autor dos disparos na noite de 14 de março de 2018, recebeu pena de 78 anos e 9 meses de prisão. O também ex-PM Élcio Queiroz, […]

POR Redação SRzd02/11/2024|5 min de leitura

Filha de Marielle: ‘Julgamento é reparação, mas justiça seria minha mãe aqui’

Luyara e Marielle Franco. Foto: Acervo pessoal

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Rio. O 4º Tribunal do Júri do Rio condenou, na quinta-feira (31), os assassinos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.

O ex-policial militar Ronnie Lessa, autor dos disparos na noite de 14 de março de 2018, recebeu pena de 78 anos e 9 meses de prisão.

O também ex-PM Élcio Queiroz, que dirigiu o carro usado no atentado, foi condenado a 59 anos e 8 meses de prisão.

Os pais, Marinete e Antônio, e a filha de Marielle, Luyara; as viúvas dela, Mônica Benício, e de Anderson, Ágatha Reis, se abraçaram e aplaudiram, emocionados, ao ouvirem a sentença no tribunal.

Em entrevista ao site da Maria Claire, Luyara Franco, de 25 anos, disse que é uma resposta necessária não apenas para os entes queridos, mas para toda a sociedade.

“Esse julgamento é importante para garantir a responsabilização dos autores, a reparação para a família e, principalmente, para evitar que esse episódio se repita. Mas justiça mesmo seria minha mãe estar aqui”, diz Luyara, que é graduada em Educação Física pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro e atua desde abril deste ano como diretora de legado no Instituto Marielle Franco.

“Não tenho estômago para digerir esses depoimentos. Estou tentando não absorver porque é muito difícil, além de lidar com a dor, a saudade e a frustração, ter que ouvir uma frase dessas (de um dos mandantes preferia estar morto). Mas o júri dos executores é só o primeiro passo. A resposta para essas declarações virão no julgamento dos mandantes”, desabafou. O  julgamento de Domingos e Chiquinho Brazão, apontados como mandantes, ainda não tem data marcada para acontecer.

“Enquanto uma mulher estiver sofrendo ameaças, enquanto houver uma parlamentar negra com medo de exercer seu mandato, essa luta não vai acabar”, defendeu.

Ronnie e Élcio foram enquadrados nos seguintes crimes:

Duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima).

Delação

Apesar das penas, Lessa e Élcio devem sair bem antes da prisão. Os dois assinaram um acordo de delação premiada, que levou ao avanço das investigações, principalmente em relação aos mandantes.

No acordo, está previsto que:

Élcio Queiroz ficará preso, no máximo, por 12 anos em regime fechado;
Ronnie Lessa ficará preso por, no máximo, 18 anos em regime fechado – e mais 2 anos em regime semiaberto.

Esses prazos começam a contar na data em que foram presos, em 12 de março de 2019, um ano após o crime. Ou seja, 5 anos e 7 meses serão descontados das penas máximas.

Rodapé - brasil

Rio. O 4º Tribunal do Júri do Rio condenou, na quinta-feira (31), os assassinos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.

O ex-policial militar Ronnie Lessa, autor dos disparos na noite de 14 de março de 2018, recebeu pena de 78 anos e 9 meses de prisão.

O também ex-PM Élcio Queiroz, que dirigiu o carro usado no atentado, foi condenado a 59 anos e 8 meses de prisão.

Os pais, Marinete e Antônio, e a filha de Marielle, Luyara; as viúvas dela, Mônica Benício, e de Anderson, Ágatha Reis, se abraçaram e aplaudiram, emocionados, ao ouvirem a sentença no tribunal.

Em entrevista ao site da Maria Claire, Luyara Franco, de 25 anos, disse que é uma resposta necessária não apenas para os entes queridos, mas para toda a sociedade.

“Esse julgamento é importante para garantir a responsabilização dos autores, a reparação para a família e, principalmente, para evitar que esse episódio se repita. Mas justiça mesmo seria minha mãe estar aqui”, diz Luyara, que é graduada em Educação Física pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro e atua desde abril deste ano como diretora de legado no Instituto Marielle Franco.

“Não tenho estômago para digerir esses depoimentos. Estou tentando não absorver porque é muito difícil, além de lidar com a dor, a saudade e a frustração, ter que ouvir uma frase dessas (de um dos mandantes preferia estar morto). Mas o júri dos executores é só o primeiro passo. A resposta para essas declarações virão no julgamento dos mandantes”, desabafou. O  julgamento de Domingos e Chiquinho Brazão, apontados como mandantes, ainda não tem data marcada para acontecer.

“Enquanto uma mulher estiver sofrendo ameaças, enquanto houver uma parlamentar negra com medo de exercer seu mandato, essa luta não vai acabar”, defendeu.

Ronnie e Élcio foram enquadrados nos seguintes crimes:

Duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima).

Delação

Apesar das penas, Lessa e Élcio devem sair bem antes da prisão. Os dois assinaram um acordo de delação premiada, que levou ao avanço das investigações, principalmente em relação aos mandantes.

No acordo, está previsto que:

Élcio Queiroz ficará preso, no máximo, por 12 anos em regime fechado;
Ronnie Lessa ficará preso por, no máximo, 18 anos em regime fechado – e mais 2 anos em regime semiaberto.

Esses prazos começam a contar na data em que foram presos, em 12 de março de 2019, um ano após o crime. Ou seja, 5 anos e 7 meses serão descontados das penas máximas.

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