O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho está detido, desde a noite de quarta-feira (4), na suíte onde se hospeda no Hotel Yacht & Golf Club Paraguaio, na cidade de Lambaré, adjacente a Assunção, no Paraguai, por acusação de falsificação de passaporte e deverá apresentar nesta quinta-feira (5) na promotoria, confirmou o ministro do Interior do Paraguai, Euclides Acevedo.
“Atualmente, está sob vigilância no hotel, mas está juridicamente livre. A sua situação será definida nas próximas horas”, disse o ministro Euclides Acevedo.
A detenção é resultado de uma operação de busca e apreensão da polícia paraguaia que encontrou dois passaportes falsos, o de Ronaldo de Assis Moreira (Ronaldinho Gaúcho) e o do seu irmão Roberto, que também viajou ao Paraguai. Os documentos foram apreendidos assim como os celulares dos dois irmãos.
A operação policial foi consequência de uma denúncia do Departamento de Identificações do Paraguai que advertiu às autoridades migratórias sobre a irregularidade com os passaportes paraguaios.
A Justiça também investiga suposta cumplicidade dos agentes migratórios por permitirem a entrada no país do brasileiro mesmo quando perceberam a irregularidade.
Não está claro por que o ex-jogador entrou no Paraguai com passaporte quando, entre os países sul-americanos, não é obrigatória apresentação de passaporte, sendo suficiente o uso do documento de identidade interno de cada país.
Ronaldo de Assis Moreira chegou na manhã de quarta-feira ao Paraguai para participar de eventos do lançamento de um programa social para crianças, organizado pela Fundação Fraternidade Angelical. Também viajou para lançar no mercado paraguaio o seu livro “Gênio na vida” que conta a sua história. Seria ainda entrevistado por um programa de TV.
Em janeiro de 2019, Ronaldinho e seu irmão Roberto tiveram os seus passaportes apreendidos após decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul que condenou, em fevereiro de 2015, os irmãos a pagarem uma indenização por causarem danos numa área de preservação ambiental na orla do rio Guaíba, em Porto Alegre. Em outubro de 2019, a multa de 8,5 milhões de reais foi renegociada a 6 milhões e Ronaldinho pôde recuperar o seu passaporte.
Apesar dos escândalos, o governo Bolsonaro, através da Agência Brasileira de Turismo (Embratur) nomeou o ex-jogador como embaixador do turismo brasileiro.