Acidente aéreo em Vinhedo. A força-tarefa da Polícia Técnico-Científica de São Paulo concluiu as necropsias dos 62 corpos do acidente do voo 2283, da Voepass, ocorrido na última sexta-feira (9).
“Nós temos a convicção de que todos morreram de politraumatismo. É uma certeza científica, a aeronave despencou de uma altura de 4 mil metros e, ao atingir o solo, o choque foi muito grande e todos eles sofreram politraumatismo”, diz Vladmir Alves dos Reis, diretor do IML.
Segundo Reis, as vítimas já tinham morrido com o impacto da queda e só depois foram carbonizadas.
“As queimaduras que terminaram com a carbonização de alguns corpos foram secundárias ao politraumatismo”, disse o diretor após garantir que todas as vítimas serão identificadas completamente.
A Polícia Científica do Paraná enviou para São Paulo 31 amostras de DNA e 19 de documentação odontológica para ajudar os peritos paulistas nesse processo.
Ainda não se sabe o que causou o acidente, mas a queda em espiral sugere a ocorrência de um estol — que acontece quando a aeronave perde a sustentação que lhe permite voar —, segundo especialistas.
Perito: Passageiros não sentiram dor
O doutor Antônio Nunes, médico legista e perito geral da Polícia Técnico-Científica do Piauí, afirmou que os passageiros não sentiram dor.
“Pela lógica, antes de tocarem no chão todos já estavam inconscientes. A chance de ter alguém acordado ao final daquela queda é quase impossível. O trauma é grande e o corpo protege. Ao chegar lá embaixo, com a queda em si, aí vem a questão da morte em si”, disse sobre a queda da aeronave, em entrevista ao Ielcast.
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