Após a 17ª colocação no carnaval passado, o GRESV Acadêmicos da Asa Branca anunciou o enredo que irá defender na disputa do Grupo de Acesso I do Carnaval Virtual. De autoria de Ademar Neto e Radu Moreira, a vermelha, preta e branca ,de João Pessoa/PB, apresentará o enredo: “Minha sanfona e meu baião. Que falta […]
POR Carnaval Virtual02/05/2023|7 min de leitura
Após a 17ª colocação no carnaval passado, o GRESV Acadêmicos da Asa Branca anunciou o enredo que irá defender na disputa do Grupo de Acesso I do Carnaval Virtual.
De autoria de Ademar Neto e Radu Moreira, a vermelha, preta e branca ,de João Pessoa/PB, apresentará o enredo: “Minha sanfona e meu baião. Que falta eu sinto de um bem, que falta me faz voltar a vida e vestir o gibão”.
Confira abaixo a sinopse do enredo divulgada pela escola:
“MINHA SANFONA E MEU BAIÃO. QUE FALTA EU SINTO DE UM BEM, QUE FALTA ME FAZ VOLTAR A VIDA E VESTIR O GIBÃO”
JUSTIFICATIVA
Para o carnaval virtual 2023 o G.R.E.S.V. Acadêmicos da Asa Branca idealiza um retorno de Luiz Gonzaga, Rei do Baião, ao seu amado sertão.
O próprio Gonzaga afirmou que gostaria de ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertão, as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor.
Dessa forma, o filho de Januário e dona Ana, vai através do “Hino” do Nordeste Brasileiro, a Asa Branca, reviver para revisitar seu povo, sua história e seus amores. É impossível imaginar um retorno de Gonzaga, sem pensar no Nordeste, afinal de contas, suas histórias coincidem.
Na volta, com muita emoção, Luiz vai notar que o luar do sertão permanece como uma beleza sem igual, que o São Francisco aos poucos vai batendo no meio do mar, e que a Asa Branca sempre está guardando o sertão, como uma verdadeira protetora.
E como voltar é uma forma de renascer, a Asa Branca preparou um “arvoroço” da peste, afinal quem carregava a saudade no coração, hoje reencontra seu Rei. É ele o rei do baião, é Luiz, o cantador do sertão.
SINOPSE
Sou o dono de cavalo De garupa, munto não Eu vou pro meu pé-de-serra Levando meu matulão
Parece que foi ontem que o menino que cantava solto que nem cigarra vadia, em Exu, nascia.
Do seu nascimento, seu Luiz, até os dias de hoje, tanta coisa mudou no Sertão Nordestino.
Aliás, prefiro o chamar de meu pai. Pela sua voz virei “Hino” do povo nordestino e até hoje emociono gerações.
A Asa Branca que bateu asas do sertão pela seca que tanto aflige o sertão nordestino, hoje te convida a fazer o caminho da volta.
Logo na manhã, convoco o povão, a cambada que toca ardente a sanfona e que raspa o triângulo para contemplar o sol do sertão nordestino, que quente igual um inferno, queimava o barro de Vitalino junto com o parceiro bruto Virgulino.
Do canto do pássaro a voar, ouvi em alto tom uma voz a convidar a porta bandeira e mestre sala para bailar naquele chão ardendo mais que pimenta malagueta.
E com o som da zabumba, todo mundo começou a se juntar para saudar o retorno de Luiz ao chão do sertão. Chão de Luiz Gonzaga.
Como numa grande bagaceira, se misturou flor de mandacaru, o lacrimoso, a plantação que só dá com o cheiro da chuva, carcaça de gado morto entornava abaixo de poeira, e o som do canto da calumba ecoava pelos céus daquela manhã.
Exu está em festa, Luiz, com a volta daquele que sempre honrou a coroa de Rei. Voltou montado em seu alazão, com o suor escorrendo no gibão de couro e o chapéu de cangaceiro.
Era dia de Santa Luzia….
Curiosamente, nessa estória, voltei no dia que nasci, 13 de dezembro, e roça toda estava em festa. Gado bravo, gato preto e galinhada no terreiro, via meu pai ajeitando os parafusos do celeiro, tocando a sanfona sobre o cheiro do mato e o canto do sabiá.
Tratei foi de juntar meu povo e grudado na cabocla, sempre um passo pra lá e outro pra cá, subi a serra para juntos observarem a lua nascer por detrás das folhas secas, quase que como um sol de prata, para reafirmar que luar igual ao do sertão não há.
De pés, como verdadeiros peregrinos, descemos a feira de Caruaru. Eita que isso aqui tava muito bom. Caixotes por todo lado… Banana, laranja, cenoura, vira-lata, pato, peru, bode, carneiro e porco, e se duvidar tinha “inté” cururu.
Enfim voltei aos braços do meu xodó. A saudade, que outrora amargava “qui nem” jiló, hoje é trocada por a alegria no coração.
Ai desse povo tão sofrido, mas que nunca desfalece, se não fossem homens como você, Luiz, que cantou o Nordeste como ele é. Como diria Euclides da Cunha, “O Sertanejo é Antes de Tudo um Forte!”. Resistente, que supera as adversidades de uma terra ardendo, como uma fogueira acesa no dia 23 de junho, na festa de São João, e que não perde a fé.
Falando em fé, danou-se, vi foi de longe uma bandinha, e peguei carona no pau-de-arara para ir mostrar a minha. Acabei subindo aos pés da Penha pra fazer minha oração, pedindo à padroeira, numa prece verdadeira, que proteja o meu baião.
Cantei tanto a fé do meu povo. Do Padim a Damião, o meu canto deu vida a romarias, novenas, procissões e muitas promessas.
E a maior fé deste povo estava cantada na canção que carrega meu nome: “Eu te asseguro não chore não, viu Que eu voltarei, viu Meu coração”
E para novamente ser coroado, dessa vez na minha cidade, é o meu povo agora, pois que proclama, que eu sou Luiz Gonzaga de Ouro.
Ah, seu Luiz, sua rica trajetória, muito me ensinou, e eu hoje posso dizer: Não Me Perdi no Caminho da Volta.
Me reencontro com meu criador para afirmar que ninguém pode dizer que me viu triste a chorar, tenho força e coragem para carregar a nossa cruz.
Eu que tanto andei no mundo, hoje afirmo: O seu amor, Luiz, está na Avenida Virtual, se chama Acadêmicos da Asa Branca, afinal de contas, apesar da Saudade, nosso remédio é cantar.
Chegou a hora, meu pai! Eu que pro céu te levei para ser acesso de Padim Ciço, te trago de volta para, novamente ser coroado Rei do Baião.
E eu, sua criação, eternamente guardarei comigo a imagem dos arautos em Exu iluminados, para a celebração da Volta do Rei do Baião.
Afinal de contas, Havia balões no ar Xote, baião no salão E no terreiro o teu olhar Que incendiou meu coração.
Após a 17ª colocação no carnaval passado, o GRESV Acadêmicos da Asa Branca anunciou o enredo que irá defender na disputa do Grupo de Acesso I do Carnaval Virtual.
De autoria de Ademar Neto e Radu Moreira, a vermelha, preta e branca ,de João Pessoa/PB, apresentará o enredo: “Minha sanfona e meu baião. Que falta eu sinto de um bem, que falta me faz voltar a vida e vestir o gibão”.
Confira abaixo a sinopse do enredo divulgada pela escola:
“MINHA SANFONA E MEU BAIÃO. QUE FALTA EU SINTO DE UM BEM, QUE FALTA ME FAZ VOLTAR A VIDA E VESTIR O GIBÃO”
JUSTIFICATIVA
Para o carnaval virtual 2023 o G.R.E.S.V. Acadêmicos da Asa Branca idealiza um retorno de Luiz Gonzaga, Rei do Baião, ao seu amado sertão.
O próprio Gonzaga afirmou que gostaria de ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito seu povo, o sertão, as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor.
Dessa forma, o filho de Januário e dona Ana, vai através do “Hino” do Nordeste Brasileiro, a Asa Branca, reviver para revisitar seu povo, sua história e seus amores. É impossível imaginar um retorno de Gonzaga, sem pensar no Nordeste, afinal de contas, suas histórias coincidem.
Na volta, com muita emoção, Luiz vai notar que o luar do sertão permanece como uma beleza sem igual, que o São Francisco aos poucos vai batendo no meio do mar, e que a Asa Branca sempre está guardando o sertão, como uma verdadeira protetora.
E como voltar é uma forma de renascer, a Asa Branca preparou um “arvoroço” da peste, afinal quem carregava a saudade no coração, hoje reencontra seu Rei. É ele o rei do baião, é Luiz, o cantador do sertão.
SINOPSE
Sou o dono de cavalo De garupa, munto não Eu vou pro meu pé-de-serra Levando meu matulão
Parece que foi ontem que o menino que cantava solto que nem cigarra vadia, em Exu, nascia.
Do seu nascimento, seu Luiz, até os dias de hoje, tanta coisa mudou no Sertão Nordestino.
Aliás, prefiro o chamar de meu pai. Pela sua voz virei “Hino” do povo nordestino e até hoje emociono gerações.
A Asa Branca que bateu asas do sertão pela seca que tanto aflige o sertão nordestino, hoje te convida a fazer o caminho da volta.
Logo na manhã, convoco o povão, a cambada que toca ardente a sanfona e que raspa o triângulo para contemplar o sol do sertão nordestino, que quente igual um inferno, queimava o barro de Vitalino junto com o parceiro bruto Virgulino.
Do canto do pássaro a voar, ouvi em alto tom uma voz a convidar a porta bandeira e mestre sala para bailar naquele chão ardendo mais que pimenta malagueta.
E com o som da zabumba, todo mundo começou a se juntar para saudar o retorno de Luiz ao chão do sertão. Chão de Luiz Gonzaga.
Como numa grande bagaceira, se misturou flor de mandacaru, o lacrimoso, a plantação que só dá com o cheiro da chuva, carcaça de gado morto entornava abaixo de poeira, e o som do canto da calumba ecoava pelos céus daquela manhã.
Exu está em festa, Luiz, com a volta daquele que sempre honrou a coroa de Rei. Voltou montado em seu alazão, com o suor escorrendo no gibão de couro e o chapéu de cangaceiro.
Era dia de Santa Luzia….
Curiosamente, nessa estória, voltei no dia que nasci, 13 de dezembro, e roça toda estava em festa. Gado bravo, gato preto e galinhada no terreiro, via meu pai ajeitando os parafusos do celeiro, tocando a sanfona sobre o cheiro do mato e o canto do sabiá.
Tratei foi de juntar meu povo e grudado na cabocla, sempre um passo pra lá e outro pra cá, subi a serra para juntos observarem a lua nascer por detrás das folhas secas, quase que como um sol de prata, para reafirmar que luar igual ao do sertão não há.
De pés, como verdadeiros peregrinos, descemos a feira de Caruaru. Eita que isso aqui tava muito bom. Caixotes por todo lado… Banana, laranja, cenoura, vira-lata, pato, peru, bode, carneiro e porco, e se duvidar tinha “inté” cururu.
Enfim voltei aos braços do meu xodó. A saudade, que outrora amargava “qui nem” jiló, hoje é trocada por a alegria no coração.
Ai desse povo tão sofrido, mas que nunca desfalece, se não fossem homens como você, Luiz, que cantou o Nordeste como ele é. Como diria Euclides da Cunha, “O Sertanejo é Antes de Tudo um Forte!”. Resistente, que supera as adversidades de uma terra ardendo, como uma fogueira acesa no dia 23 de junho, na festa de São João, e que não perde a fé.
Falando em fé, danou-se, vi foi de longe uma bandinha, e peguei carona no pau-de-arara para ir mostrar a minha. Acabei subindo aos pés da Penha pra fazer minha oração, pedindo à padroeira, numa prece verdadeira, que proteja o meu baião.
Cantei tanto a fé do meu povo. Do Padim a Damião, o meu canto deu vida a romarias, novenas, procissões e muitas promessas.
E a maior fé deste povo estava cantada na canção que carrega meu nome: “Eu te asseguro não chore não, viu Que eu voltarei, viu Meu coração”
E para novamente ser coroado, dessa vez na minha cidade, é o meu povo agora, pois que proclama, que eu sou Luiz Gonzaga de Ouro.
Ah, seu Luiz, sua rica trajetória, muito me ensinou, e eu hoje posso dizer: Não Me Perdi no Caminho da Volta.
Me reencontro com meu criador para afirmar que ninguém pode dizer que me viu triste a chorar, tenho força e coragem para carregar a nossa cruz.
Eu que tanto andei no mundo, hoje afirmo: O seu amor, Luiz, está na Avenida Virtual, se chama Acadêmicos da Asa Branca, afinal de contas, apesar da Saudade, nosso remédio é cantar.
Chegou a hora, meu pai! Eu que pro céu te levei para ser acesso de Padim Ciço, te trago de volta para, novamente ser coroado Rei do Baião.
E eu, sua criação, eternamente guardarei comigo a imagem dos arautos em Exu iluminados, para a celebração da Volta do Rei do Baião.
Afinal de contas, Havia balões no ar Xote, baião no salão E no terreiro o teu olhar Que incendiou meu coração.