Encantados da Serra cantará Ivone Lara no Carnaval Virtual 2022

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A Encantados da Serra apresentou o enredo que levará para a disputa do Grupo de Acesso I do Carnaval Virtual. Cantando o centenário de Ivone Lara, a escola de Nova Friburgo/RJ irá defender o enredo ““Da Serrinha à Serra” Dona Ivone Lara 100 anos da Dama do Samba!”, de autoria do carnavalesco Marcio Venancio. Confira abaixo a justificativa […]

POR Carnaval Virtual12/05/2022|8 min de leitura

Encantados da Serra cantará Ivone Lara no Carnaval Virtual 2022

Logo oficial do enredo

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A Encantados da Serra apresentou o enredo que levará para a disputa do Grupo de Acesso I do Carnaval Virtual.

Pavilhão oficial da agremiação.

Cantando o centenário de Ivone Lara, a escola de Nova Friburgo/RJ irá defender o enredo ““Da Serrinha à Serra” Dona Ivone Lara 100 anos da Dama do Samba!”, de autoria do carnavalesco Marcio Venancio.

Confira abaixo a justificativa e a sinopse do enredo:

“Da Serrinha à Serra” Dona Ivone Lara 100 anos da Dama do Samba!

JUSTIFICATIVA

Diante do cenário de luta, resistência e perseverança que o samba vem passando, em 2022 não poderíamos ficar sem exaltar e prestar esse tributo ao centenário de nascimento da primeira compositora de samba, a grande Dama do Samba…Dona Ivone Lara.

Falar de Dona Ivone é falarmos de uma mulher negra, independente que sempre foi além do seu tempo. Sem medos das barreiras e preconceitos lutou contra todas as diferenças.

Hoje ela é uma entidade viva na cultura popular e no samba do nosso país.

Se viva estivesse completaria 100 anos em 2022 – porém sabemos que sua estrela nunca se apagou e nem se apagará.

A serrinha (Império Serrano) se une a serra (Encantados da Serra) e vem homenagear a Jóia Rara do samba brasileiro.

Salve Dona Ivone Lara.

Viva o seu centenário!!!

Sinopse do Enredo

Sonho meu!

Guardiões da eternidade num cortejo celestial foram me buscar e aqui estou!

“Mandou me chamar, eu estou aqui!”

Ah, quanta alegria em ver esses “sorrisos negros” nesse lindo “alvorecer”, sonhando os sonhos mais dourados.

E por falar em dourado, hoje vivo e revivo minha ancestralidade africana. Filha de Oxum, hoje vivo a cantar por lindas e belas cachoeiras e rios, encantando aos que ouvem e aos lindos pássaros que sempre estão ao meu lado.

Tive de herança vinda de Terras antepassadas, essa essência e riqueza ancestral negra. Na fé no “candeiro de vovó”, “agradeço a Deus” por essas “doces recordações”.

Sou a grande mãe!

Mãe e dama do samba, mãe de Angola, mãe ancestral, mãe Oxum.

Comecei a tocar cavaquinho, compor e a cantar herança familiar.

Desde menina perdi meus pais, sempre fui muito estudiosa e fui para o colégio interno – Escola Orsina da Fonseca – onde aprendi a simplicidade, a perseverança e a enfrentar as barreiras da vida.

No colégio tive aula de música com Lucília Villa-Lobos, maestrina e professor de canto.

Foi nesse momento que me encantei com a brasilidade de Villa-Lobos (esposo de Lucília) e graças ao meu esforço fui regida pelo mesmo no Orfeão dos Apinacás – da rádio Tupi.

Sempre muito sozinha, mas sempre com o “sorriso de criança” estampado em meu rosto, tinha meu pássaro de estimação como meu companheiro. Tiê era a boneca que eu não podia ter. Com ele eu conversava, brincava e foi através dele junto com meus primos Fuleiro e Hélio que nasceu minha primeira composição “Tiê” (Tiê, Tiê \ Oia lá Oxá).

O tempo passou e nunca abandonei minha veia sambista junto do meu Tio Dionísio e meus primos; porém sempre gostei de estudar e fui aprovada na Escola de Enfermagem Alfredo Pinto. Após formada fui exercer a profissão, mas não parei, fui estudar mais e me tornei uma das primeiras Assistente Social Negra do Brasil.

Trabalhei no Serviço Nacional de Doenças Mentais com a Doutora Nise da Silveira e depois fui habilitada pelo Ministério da saúde e fui trabalhar na Colônia Juliano Moreira, de doentes mentais.

Minhas férias eram programadas para eu aproveitar o carnaval e os desfiles.

Porém foram 30 anos no serviço de Assistência Social e 38 anos de serviço público.

Quando me aposentei, me dediquei totalmente a vida artística.

Na década de 40 fui para Madureira e muitas das minhas composições foram assinadas pelo meu primo mestre Fuleiro, pois o preconceito com mulher no samba era muito grande. Mas nunca abaixei minha cabeça e sempre defendi as mulheres e falava que o dom de compor e criar é coisa feminina.

Comecei a compor para a Escola de Samba Prazer da Serrinha e acabei me casando com Oscar Costa, filho do presidente da escola. Casamento que me gerou duas dádivas – Alfredo e Odir.

Minhas músicas começaram a ser embaladas nas rodas de samba da região, ganhei reconhecimento e com o fim da Escola Prazer da Serrinha, fui a primeira mulher a fazer parte da ala de compositores da Império Serrano.

Nesse período conheci amigos e parceiros de composição como Décio da Viola e Silas de Oliveira.

Em 1965, assinei o samba – enredo que me destacou – “Os cinco bailes da história do meu Rio” em parceria com Bacalhau e Silas de Oliveira.

Nos anos 70 comecei a ficar famosa não apenas no mundo do samba; Fui para TV no programa do Chacrinha; cantei em rodas de samba no Teatro Opinião e gravei meu primeiro disco – SAMBÃO 70 – produzido por Oswaldo Sargenteli e Adelzon Alvez.

Participei do espetáculo do Projeto Pixinguinha em 74 onde cantei, dancei passos de jongos e valorizando as tradições africanas e pontos de umbanda.

A partir desse momento começo a ganhar um destaque maior, fui aclamada como uma das melhores compositoras do Brasil; e minhas melodias eram inconfundíveis.

O meu mais constante parceiro de composição foi Décio Carvalho e juntos acreditamos, sonhamos, reafirmamos que nascemos para sonhar e cantar; e para coroar essa parceria, uma de nossas composições em homenagem a clementina – “Rainha Quelé”.

Grandes sucessos também foram composições com Jorge Aragão; um grande amigo e irmão, lançamos “Tendências” e fizemos o “Enredo do meu samba.”

Inúmeros amigos gravaram e interpretaram minhas canções, deram voz aos meus sonhos contidos num papel; amigos como Bethy carvalho, Maria Bethânia, Paulinho da Viola, Alcione, Clara Nunes, Gal, Gil, Caetano, entre tantos outros.

Logo oficial do enredo

No ano de 1978 gravei meu primeiro disco individual – “Samba minha verdade, samba minha raiz.”

Nos anos 80 me aventurei pelo mundo.

Voltei as minhas origens antepassadas, pisei em solo Africano e minha sensação é que eu já havia passado por ali outras vezes.

Em terras angolanas fui aclamada, com vozes, gritos, acenos de mãos, me chamando de “Mamãe” e eu dizia – “Que és, meus filhos!” Um fato histórico, marcado e cravado em meu coração eternamente.

Rodei os quatro cantos do mundo, me apresentei na Europa (Estados Unidos) e até no Japão.

Recebi muitas flores em vida, quanta alegria, reconhecimento e emoção.

Em 2010 fui homenageada na 21a edição do prêmio da música brasileira.

2012 o meu Império Serrano contou e cantou minha vida na avenida; com o “Enredo do meu samba.”

2015 entrei para a história das 10 mulheres que marcaram a memória do Rio de Janeiro; e gravaram minha última coletânea musical – “Samba Book Dona Ivone Lara.”

2016 recebi a principal condecoração do governo brasileiro na área da cultura – Ordem do Mérito Cultural – cerimônia e honraria do Palácio do planalto em Brasília.

Serra dos meus sonhos dourados.

Hoje sou a grande homenageada da Encantados da Serra – Escola de Samba Virtual de Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro; e minha vida, amor vem de outra serrinha – a minha coroa imperial de Madureira – meu eterno Império Serrano, onde fui desde madrinha da ala de compositores, baiana e homenageada como tema enredo.

Serrinha custa mais vem!

O verde do Império, se mistura ao azul da Encantados para triunfar em utopias, sonhos e cantos para levantar a bandeira do samba; essa linda homenagem ao meu CENTENÁRIO de nascimento.

“Vi toda poesia bailar no ar…”

E bailando no ar, volto para o meu lugar…

Fui, sou e sempre serei a Dama e Rainha do Samba.

Com grande amor… uma Joia rara, Dona Ivone Lara.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS

  • Agência Brasil – Referência feminina no samba Dona Ivone Lara recebe Ordem do Mérito Cultural;
  • Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Enciclopédia Itaú Cultural;
  • OLIVEIRA, Flávia. Dona Ivone Lara: Nós somos porque você foi. O Globo, Rio de Janeiro, p. Cultura, 17 Abr. 2018

A Encantados da Serra apresentou o enredo que levará para a disputa do Grupo de Acesso I do Carnaval Virtual.

Pavilhão oficial da agremiação.

Cantando o centenário de Ivone Lara, a escola de Nova Friburgo/RJ irá defender o enredo ““Da Serrinha à Serra” Dona Ivone Lara 100 anos da Dama do Samba!”, de autoria do carnavalesco Marcio Venancio.

Confira abaixo a justificativa e a sinopse do enredo:

“Da Serrinha à Serra” Dona Ivone Lara 100 anos da Dama do Samba!

JUSTIFICATIVA

Diante do cenário de luta, resistência e perseverança que o samba vem passando, em 2022 não poderíamos ficar sem exaltar e prestar esse tributo ao centenário de nascimento da primeira compositora de samba, a grande Dama do Samba…Dona Ivone Lara.

Falar de Dona Ivone é falarmos de uma mulher negra, independente que sempre foi além do seu tempo. Sem medos das barreiras e preconceitos lutou contra todas as diferenças.

Hoje ela é uma entidade viva na cultura popular e no samba do nosso país.

Se viva estivesse completaria 100 anos em 2022 – porém sabemos que sua estrela nunca se apagou e nem se apagará.

A serrinha (Império Serrano) se une a serra (Encantados da Serra) e vem homenagear a Jóia Rara do samba brasileiro.

Salve Dona Ivone Lara.

Viva o seu centenário!!!

Sinopse do Enredo

Sonho meu!

Guardiões da eternidade num cortejo celestial foram me buscar e aqui estou!

“Mandou me chamar, eu estou aqui!”

Ah, quanta alegria em ver esses “sorrisos negros” nesse lindo “alvorecer”, sonhando os sonhos mais dourados.

E por falar em dourado, hoje vivo e revivo minha ancestralidade africana. Filha de Oxum, hoje vivo a cantar por lindas e belas cachoeiras e rios, encantando aos que ouvem e aos lindos pássaros que sempre estão ao meu lado.

Tive de herança vinda de Terras antepassadas, essa essência e riqueza ancestral negra. Na fé no “candeiro de vovó”, “agradeço a Deus” por essas “doces recordações”.

Sou a grande mãe!

Mãe e dama do samba, mãe de Angola, mãe ancestral, mãe Oxum.

Comecei a tocar cavaquinho, compor e a cantar herança familiar.

Desde menina perdi meus pais, sempre fui muito estudiosa e fui para o colégio interno – Escola Orsina da Fonseca – onde aprendi a simplicidade, a perseverança e a enfrentar as barreiras da vida.

No colégio tive aula de música com Lucília Villa-Lobos, maestrina e professor de canto.

Foi nesse momento que me encantei com a brasilidade de Villa-Lobos (esposo de Lucília) e graças ao meu esforço fui regida pelo mesmo no Orfeão dos Apinacás – da rádio Tupi.

Sempre muito sozinha, mas sempre com o “sorriso de criança” estampado em meu rosto, tinha meu pássaro de estimação como meu companheiro. Tiê era a boneca que eu não podia ter. Com ele eu conversava, brincava e foi através dele junto com meus primos Fuleiro e Hélio que nasceu minha primeira composição “Tiê” (Tiê, Tiê \ Oia lá Oxá).

O tempo passou e nunca abandonei minha veia sambista junto do meu Tio Dionísio e meus primos; porém sempre gostei de estudar e fui aprovada na Escola de Enfermagem Alfredo Pinto. Após formada fui exercer a profissão, mas não parei, fui estudar mais e me tornei uma das primeiras Assistente Social Negra do Brasil.

Trabalhei no Serviço Nacional de Doenças Mentais com a Doutora Nise da Silveira e depois fui habilitada pelo Ministério da saúde e fui trabalhar na Colônia Juliano Moreira, de doentes mentais.

Minhas férias eram programadas para eu aproveitar o carnaval e os desfiles.

Porém foram 30 anos no serviço de Assistência Social e 38 anos de serviço público.

Quando me aposentei, me dediquei totalmente a vida artística.

Na década de 40 fui para Madureira e muitas das minhas composições foram assinadas pelo meu primo mestre Fuleiro, pois o preconceito com mulher no samba era muito grande. Mas nunca abaixei minha cabeça e sempre defendi as mulheres e falava que o dom de compor e criar é coisa feminina.

Comecei a compor para a Escola de Samba Prazer da Serrinha e acabei me casando com Oscar Costa, filho do presidente da escola. Casamento que me gerou duas dádivas – Alfredo e Odir.

Minhas músicas começaram a ser embaladas nas rodas de samba da região, ganhei reconhecimento e com o fim da Escola Prazer da Serrinha, fui a primeira mulher a fazer parte da ala de compositores da Império Serrano.

Nesse período conheci amigos e parceiros de composição como Décio da Viola e Silas de Oliveira.

Em 1965, assinei o samba – enredo que me destacou – “Os cinco bailes da história do meu Rio” em parceria com Bacalhau e Silas de Oliveira.

Nos anos 70 comecei a ficar famosa não apenas no mundo do samba; Fui para TV no programa do Chacrinha; cantei em rodas de samba no Teatro Opinião e gravei meu primeiro disco – SAMBÃO 70 – produzido por Oswaldo Sargenteli e Adelzon Alvez.

Participei do espetáculo do Projeto Pixinguinha em 74 onde cantei, dancei passos de jongos e valorizando as tradições africanas e pontos de umbanda.

A partir desse momento começo a ganhar um destaque maior, fui aclamada como uma das melhores compositoras do Brasil; e minhas melodias eram inconfundíveis.

O meu mais constante parceiro de composição foi Décio Carvalho e juntos acreditamos, sonhamos, reafirmamos que nascemos para sonhar e cantar; e para coroar essa parceria, uma de nossas composições em homenagem a clementina – “Rainha Quelé”.

Grandes sucessos também foram composições com Jorge Aragão; um grande amigo e irmão, lançamos “Tendências” e fizemos o “Enredo do meu samba.”

Inúmeros amigos gravaram e interpretaram minhas canções, deram voz aos meus sonhos contidos num papel; amigos como Bethy carvalho, Maria Bethânia, Paulinho da Viola, Alcione, Clara Nunes, Gal, Gil, Caetano, entre tantos outros.

Logo oficial do enredo

No ano de 1978 gravei meu primeiro disco individual – “Samba minha verdade, samba minha raiz.”

Nos anos 80 me aventurei pelo mundo.

Voltei as minhas origens antepassadas, pisei em solo Africano e minha sensação é que eu já havia passado por ali outras vezes.

Em terras angolanas fui aclamada, com vozes, gritos, acenos de mãos, me chamando de “Mamãe” e eu dizia – “Que és, meus filhos!” Um fato histórico, marcado e cravado em meu coração eternamente.

Rodei os quatro cantos do mundo, me apresentei na Europa (Estados Unidos) e até no Japão.

Recebi muitas flores em vida, quanta alegria, reconhecimento e emoção.

Em 2010 fui homenageada na 21a edição do prêmio da música brasileira.

2012 o meu Império Serrano contou e cantou minha vida na avenida; com o “Enredo do meu samba.”

2015 entrei para a história das 10 mulheres que marcaram a memória do Rio de Janeiro; e gravaram minha última coletânea musical – “Samba Book Dona Ivone Lara.”

2016 recebi a principal condecoração do governo brasileiro na área da cultura – Ordem do Mérito Cultural – cerimônia e honraria do Palácio do planalto em Brasília.

Serra dos meus sonhos dourados.

Hoje sou a grande homenageada da Encantados da Serra – Escola de Samba Virtual de Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro; e minha vida, amor vem de outra serrinha – a minha coroa imperial de Madureira – meu eterno Império Serrano, onde fui desde madrinha da ala de compositores, baiana e homenageada como tema enredo.

Serrinha custa mais vem!

O verde do Império, se mistura ao azul da Encantados para triunfar em utopias, sonhos e cantos para levantar a bandeira do samba; essa linda homenagem ao meu CENTENÁRIO de nascimento.

“Vi toda poesia bailar no ar…”

E bailando no ar, volto para o meu lugar…

Fui, sou e sempre serei a Dama e Rainha do Samba.

Com grande amor… uma Joia rara, Dona Ivone Lara.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS

  • Agência Brasil – Referência feminina no samba Dona Ivone Lara recebe Ordem do Mérito Cultural;
  • Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Enciclopédia Itaú Cultural;
  • OLIVEIRA, Flávia. Dona Ivone Lara: Nós somos porque você foi. O Globo, Rio de Janeiro, p. Cultura, 17 Abr. 2018

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