Inov’Arte cantará Tranca Ruas em sua estreia no Carnaval Virtual

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Estreante no Carnaval Virtual em 2023, o GRESV Acadêmicos Inov’Arte apresentou o enredo que disputará o Grupo de Acesso II do maior espetáculo da tela. De autoria do presidente Yuri Nascimento, a azul petróleo e azul royal de Mesquita/RJ apresentará o enredo: “Mehi Mahar: Todos os Caminhos Levam a Tranca Ruas”. Confira abaixo a sinopse […]

POR Carnaval Virtual01/05/2023|11 min de leitura

Inov’Arte cantará Tranca Ruas em sua estreia no Carnaval Virtual

Logo oficial do enredo

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Estreante no Carnaval Virtual em 2023, o GRESV Acadêmicos Inov’Arte apresentou o enredo que disputará o Grupo de Acesso II do maior espetáculo da tela.

Pavilhão oficial da agremiação

De autoria do presidente Yuri Nascimento, a azul petróleo e azul royal de Mesquita/RJ apresentará o enredo: “Mehi Mahar: Todos os Caminhos Levam a Tranca Ruas”.

Confira abaixo a sinopse do enredo:

Mehi Mahar: “Todos os Caminhos Levam a Tranca Ruas”.  

APRESENTAÇÃO:

“…Para honra e glória do divino Ogum,
Em louvor ao Celestial Ogum Sete Lanças,
Em Homenagem ao Mistério Tranca-Ruas das Almas,
Em respeito a todos os mistérios Exu,
Em agradecimento aos 7 Orixás Naturais da Umbanda, (…)
Por ti, Mehi Mahar Selmi Laresh Lach-me yê e Senhor Exu Guardião Tranca-Ruas,
a gratidão,
o amor,
o respeito e a reverência de Niyê he Ialutáha- iim Sehi Lach-me yê, servo do Divino Criador na senda da Luz, da Lei e da Vida”

SINOPSE:

Iremos deixar claro que Tranca Rua não é o demônio que falam por aí. Sua atribuição é trancar a evolução dos desqualificados, desequilibrados e desvirtuados espíritos humanos.

1° ATO – FÉ 

“Eu amei o sol
Eu amei a lua…”

De carne e osso viveu em um castelo  em meados do século XIX como Geraldo Branco Compostella, homem rico de Galiceia, Espanha. Não foi de fato um médico como se canta por aí, foi na verdade um curandeiro, sua especialidade era a extração de dentes. Trabalhava com ervas virgens e em especial com cascas de árvore. 

Viva as almas
Salve a coroa e a fé
Salve exu das almas
Ele é Tranca Rua de fé… “

2° ATO –  PAIXÃO

Era até seu sonho ser padre, mas o sonho foi interrompido durante uma missa, na qual ficou em seu pensamento uma distinta senhora que havia ido se confessar. E foi na igreja que avistou seu verdadeiro amor, Maria…

 “Ela é Maria Mariá…”

Ele passou então a frequentar todas as missas, tentando desesperadamente encontrar essa mulher. Depois de um mês, quando estava na antessala da igreja ele ouviu uma voz suave chamando pelo padre, e para sua surpresa era a tal mulher. Sem pensar em nada, fingiu ser o padre.

“Ele já foi padre
Já rezou Missa”

É que na verdade ele nunca foi padre, e muito menos rezou missa…, mas oh homem de fé esse Geraldo.
A mulher então beijou-lhe a mão e pediu para que ele lhe perdoasse seus pecados, ela disse a ele que a bruxaria fazia parte de sua vida e que nada poderia fazer para afastá- la de seus caminhos.
Falou de todo o mal que ela fazia para as pessoas com seus feitiços e que estava cansada de viver com esse peso. O revelou que não tinha ninguém e que vivia só e que estava saindo daquela cidade porque temia que a inquisição a julgasse.

“O povo queria
Matar uma mulher…
Foi condenada pela lei da inquisição

Para ser queimada viva sexta-feira da paixão…”

Nesse mesmo momento, Geraldo disse à mulher: ” – A partir de hoje você não está mais sozinha.
Desde que lhe vi pelas missas não consigo pensar em outra coisa a não ser em você, não sei se estou enfeitiçado, mas o que sinto é mais que o suficiente, e se você sair desta cidade será comigo. Largo tudo para viver ao seu lado”

“(…) Jurou amar alguém na encruzilhada
Jurou fazer o bem de madrugada
E hoje com fé, companheiro e amigo leal
Quebra feitiço e também desfaz o mal…”

Geraldo voltou ao seu castelo, se desfez de seus bens e foi embora com sua amada. Com o passar do tempo passou a aprender feitiçaria e a trabalhar mesmo sem praticar com segredos das artes malignas.
Certo dia sua esposa adoeceu e nenhum feitiço foi capaz de curá-la, pois ela tinha sido enfeitiçada por outras bruxas. Nessa época Geraldo já era mestre, então, invocou uma entidade e fez um acordo. Em troca da vida da sua esposa ele entregaria sua alma para as trevas.
O trato foi feito…
Viveram felizes por anos, mas após um tempo Maria adoeceu e nenhum feitiço era capaz de lhe devolver a saúde. Geraldo desesperado pensando perder sua amada a entidade novamente, mas nem as trevas puderam o ajudar pois aquela alma já estava condenada.
Então foi concedido apenas um curto período à vida da mulher. Na manhã seguinte Maria se levantou e nada mais tinha. Ela viveu intensamente somente mais três dias, falecendo queimada por uma vela que incendiou todo o casebre. 

Geraldo acordou sozinho e assustado dentre os escombros do casebre, encontrou o corpo de sua amada… queimada, deitada na cama onde dormiam.

Logo oficial do enredo

3° ATO –  EVOLUÇÃO

Seu desespero foi tanto, que mais uma vez ele invocou as trevas, desta vez, pedindo para ser levado, para ficar junto de sua amada. A criatura disse: “- Mesmo que o senhor parta agora, não poderá ficar junto de sua amada, pois o espírito dela ficará vagando. Mas eu vejo que o sentes é amor verdadeiro, e como sua alma me pertence, a partir de agora, você será chamado de Mehi Mahar Selmi Laresh.”

O termo “Mehi” advém de uma língua ancestral, cujo significado é guardião de mistérios, no caso, mistérios da natureza. Seu feminino é Meha. Mehi foi designado a cuidar das almas revoltadas mostrando o caminho da luz para que elas possam reencarnar novamente, ficou responsável por trancar e destrancar os caminhos do submundo e conforme sua evolução também cuidaria dos caminhos dos humanos.
Ao longo do curso da história os Mehis e Mehas têm se adaptado a religiões, povos e crenças exatamente por seus mistérios, ou seja, não compreendidos pela nossa consciência humana, o que facilita essa transição e adaptação. 

“Não importa a Religião que tens que guardar, pois nela, dela e para ela, Mehi, sempre será.”

 “Seu Tranca Ruas nasceu
Pra cumprir sua missão
Pela sua inteligência
Ganhou logo galão
Ele é um exu
Muito cuidadoso e dedicado
Mas se entra em demanda
Não quer sair mais não.

4° ATO –  CAMINHO

Sua evolução foi tanta, que em pouco tempo ele já estava presente em todas as falanges existentes. Popularmente conhecido como Tranca Rua das Almas, ele teve autorização para desenvolver suas próprias falanges e ajudar as demais falanges do mundo espiritual.
Seu campo de atuação é a calunga pequena, o cemitério, de modo que há na falange Tranca Ruas das Almas uma sinergia entre Ogum e o orixá Omolu. Logo, é correto afirmar que Tranca Ruas das Almas é exu de Ogum e de Omolu. 

“Mas ele é, capitão da encruzilhada
(Ele é)
Mas ele é, ordenança de Ogum
Sua divisa quem lhe deu foi Oxalá
Sua coroa quem lhe deu foi Omulú…”

Foi na umbanda que Srº. Guardião Tranca Rua foi coroado… A umbanda é uma religião surgida nos subúrbios do Rio de Janeiro. Umbanda é uma religião monoteísta e afro-brasileira, surgida em 1908, fundada por Zélio Fernandino de Moraes.
Baseia-se em três 3 conceitos fundamentais: Luz, Caridade e Amor. A palavra “Umbanda” pertence ao vocabulário quimbundo, de Angola, e quer dizer “arte de curar”.
Nestes locais realizam-se sessões de “passe”, em que a entidade reorganiza o “campo energético astral” da pessoa. Igualmente são feitas sessões de “descarrego”, quando é captada a energia negativa da pessoa e transferida para os fundamentos do templo. Note que não é permitido qualquer tipo de remuneração por esses trabalhos espirituais.
As vestes mais usadas nestas cerimônias são brancas, porque essa é a cor neutra que agrada todos os orixás e guias.

“A Umbanda é paz e amor
É um mundo cheio de Luz
É a força que nos dá vida
É a grandeza que nos conduz”

Os pontos de umbanda são cantigas para louvar, chamar e se despedir do orixá e as linhas de entidades.
Acompanhadas por instrumentos de percussão como o atabaque, é importante conhecer o ritmo de cada orixá/entidade. Este aprendizado começa na infância do iniciado. Igualmente, é preciso saber uma infinidade de canções.
Antes de iniciar as cerimônias na Umbanda é comum uma pessoa iniciar riscar o chão com símbolos diversos: estrelas, cruzes, tridentes, traços retos ou curvos, etc.
Estes podem variar conforme a casa de Umbanda, mas o sentido é o mesmo: chamar as entidades que vão ser trabalhadas, garantir a chegada dos guias a serem incorporados, homenagear os orixás, trazer bons fluidos e energias aos participantes.
Numa gira de umbanda quem abre é Exu…
Exu recebeu a missão de fazer a comunicação entre os seres humanos e o plano divino e, como é uma entidade de grande importância, representa o início da comunicação. Por isso, ao iniciarem-se rituais ou trabalhos religiosos, é comum que se faça uma reverência ou oferenda especialmente para Exu. As cores predominantes que representam a entidade, usadas em oferendas e trabalhos, são vermelho e preto.

“(…)Deu meia noite e o galo já cantou
Seu Tranca Rua é o dono da gira
Oi, corre gira que Ogum mandou'”

A falange Tranca Ruas se divide em 7 sub falanges, daí os vários nomes. Cada uma tem a direção de um Tranca Ruas específico, como se fosse um general de batalhão: Tranca Rua das Almas, Tranca Rua de Embaré, Tranca Rua das Ruas, Tranca Rua das 7 Encruzilhadas, Tranca Rua das Porteiras, Tranca Rua das 7 Luas e Tranca Rua das 7 Giras.

“É ele quem segura a nossa banda
É ele quem segura este congá
Por isso vamos cantar e bater palmas
Seu Tranca Rua das Almas
Vamos homenagear
Ena, ena é mojiba, é mojuba
Ena, ena é mojiba, é mojuba
E no calor das nossas palmas
Seu Tranca Rua das almas
Vamos homenagear. “

Por ser o chefe da falange e sua história espiritual, Tranca Rua é o primeiro a ser louvado… é ele quem abre a gira. A partir daí se inicia uma grande festa de Exus e Pombogiras.

“(…)Exú é caminho, é energia, é vida, é determinação
É cumpridor da lei, Exú é esperto, Exú é guardião
Exú é trabalho, é alegria veloz, Exú é viver
É a magia, é o encanto
É o fogo no sangue, na veia vibrando, Exú é lazer…
Vem seu tranca-ruas, Maria Padilha e Exú Marabô
Sete encruzilhadas, seu Zé Pilintra aqui chegou
Maria Mulambo, Maria Farrapo e Dona Figueira
Dona Sete Saias, Pombogira Menina e Rosa Vermelha
Sete catacumbas, Exú caveira firma o ponto aqui
E o Exú Capa Preta anunciou a festa…”

Laroyê Exu!

REFERÊNCIAS

Livros, artigos e sítios da Internet:

Saraceni, Rubens Livro: Guardião dos Caminhos — A História do Senhor Guardião Tranca Ruas – 2005

Babá Jhonnatã T’ Guiãn – Ensinamentos – https://templomensageirosdaluz.com.br/exu-tranca-ruas-das-almas

Aquele que Abre os Caminhos – https://www.interconexao.org/2022/06/exu-tranca-ruas-aquele-que-abre-os-caminhos-3-oracoes-para-abrir-caminhos-e-pedir-protecao.html

Vida Tarot – Exu Tranca Rua quem é essa entidade – https://blog.vidatarot.com.br/exu-tranca-rua/ 

Bezerra, Juliana – Umbanda – TODA MATERIA – https://www.todamateria.com.br/umbanda/#:~:text=Cren%C3%A7as%20da%20umbanda,reencarna%C3%A7%C3%A3o%20e%20nas%20leis%20k%C3%A1rmicas.

Significado – Exu – https://www.significados.com.br/exu/

Os Pontos e cantigas de Umbanda citados são de conhecimento e vivência do autor da sinopse, Yuri Nascimento.

Estreante no Carnaval Virtual em 2023, o GRESV Acadêmicos Inov’Arte apresentou o enredo que disputará o Grupo de Acesso II do maior espetáculo da tela.

Pavilhão oficial da agremiação

De autoria do presidente Yuri Nascimento, a azul petróleo e azul royal de Mesquita/RJ apresentará o enredo: “Mehi Mahar: Todos os Caminhos Levam a Tranca Ruas”.

Confira abaixo a sinopse do enredo:

Mehi Mahar: “Todos os Caminhos Levam a Tranca Ruas”.  

APRESENTAÇÃO:

“…Para honra e glória do divino Ogum,
Em louvor ao Celestial Ogum Sete Lanças,
Em Homenagem ao Mistério Tranca-Ruas das Almas,
Em respeito a todos os mistérios Exu,
Em agradecimento aos 7 Orixás Naturais da Umbanda, (…)
Por ti, Mehi Mahar Selmi Laresh Lach-me yê e Senhor Exu Guardião Tranca-Ruas,
a gratidão,
o amor,
o respeito e a reverência de Niyê he Ialutáha- iim Sehi Lach-me yê, servo do Divino Criador na senda da Luz, da Lei e da Vida”

SINOPSE:

Iremos deixar claro que Tranca Rua não é o demônio que falam por aí. Sua atribuição é trancar a evolução dos desqualificados, desequilibrados e desvirtuados espíritos humanos.

1° ATO – FÉ 

“Eu amei o sol
Eu amei a lua…”

De carne e osso viveu em um castelo  em meados do século XIX como Geraldo Branco Compostella, homem rico de Galiceia, Espanha. Não foi de fato um médico como se canta por aí, foi na verdade um curandeiro, sua especialidade era a extração de dentes. Trabalhava com ervas virgens e em especial com cascas de árvore. 

Viva as almas
Salve a coroa e a fé
Salve exu das almas
Ele é Tranca Rua de fé… “

2° ATO –  PAIXÃO

Era até seu sonho ser padre, mas o sonho foi interrompido durante uma missa, na qual ficou em seu pensamento uma distinta senhora que havia ido se confessar. E foi na igreja que avistou seu verdadeiro amor, Maria…

 “Ela é Maria Mariá…”

Ele passou então a frequentar todas as missas, tentando desesperadamente encontrar essa mulher. Depois de um mês, quando estava na antessala da igreja ele ouviu uma voz suave chamando pelo padre, e para sua surpresa era a tal mulher. Sem pensar em nada, fingiu ser o padre.

“Ele já foi padre
Já rezou Missa”

É que na verdade ele nunca foi padre, e muito menos rezou missa…, mas oh homem de fé esse Geraldo.
A mulher então beijou-lhe a mão e pediu para que ele lhe perdoasse seus pecados, ela disse a ele que a bruxaria fazia parte de sua vida e que nada poderia fazer para afastá- la de seus caminhos.
Falou de todo o mal que ela fazia para as pessoas com seus feitiços e que estava cansada de viver com esse peso. O revelou que não tinha ninguém e que vivia só e que estava saindo daquela cidade porque temia que a inquisição a julgasse.

“O povo queria
Matar uma mulher…
Foi condenada pela lei da inquisição

Para ser queimada viva sexta-feira da paixão…”

Nesse mesmo momento, Geraldo disse à mulher: ” – A partir de hoje você não está mais sozinha.
Desde que lhe vi pelas missas não consigo pensar em outra coisa a não ser em você, não sei se estou enfeitiçado, mas o que sinto é mais que o suficiente, e se você sair desta cidade será comigo. Largo tudo para viver ao seu lado”

“(…) Jurou amar alguém na encruzilhada
Jurou fazer o bem de madrugada
E hoje com fé, companheiro e amigo leal
Quebra feitiço e também desfaz o mal…”

Geraldo voltou ao seu castelo, se desfez de seus bens e foi embora com sua amada. Com o passar do tempo passou a aprender feitiçaria e a trabalhar mesmo sem praticar com segredos das artes malignas.
Certo dia sua esposa adoeceu e nenhum feitiço foi capaz de curá-la, pois ela tinha sido enfeitiçada por outras bruxas. Nessa época Geraldo já era mestre, então, invocou uma entidade e fez um acordo. Em troca da vida da sua esposa ele entregaria sua alma para as trevas.
O trato foi feito…
Viveram felizes por anos, mas após um tempo Maria adoeceu e nenhum feitiço era capaz de lhe devolver a saúde. Geraldo desesperado pensando perder sua amada a entidade novamente, mas nem as trevas puderam o ajudar pois aquela alma já estava condenada.
Então foi concedido apenas um curto período à vida da mulher. Na manhã seguinte Maria se levantou e nada mais tinha. Ela viveu intensamente somente mais três dias, falecendo queimada por uma vela que incendiou todo o casebre. 

Geraldo acordou sozinho e assustado dentre os escombros do casebre, encontrou o corpo de sua amada… queimada, deitada na cama onde dormiam.

Logo oficial do enredo

3° ATO –  EVOLUÇÃO

Seu desespero foi tanto, que mais uma vez ele invocou as trevas, desta vez, pedindo para ser levado, para ficar junto de sua amada. A criatura disse: “- Mesmo que o senhor parta agora, não poderá ficar junto de sua amada, pois o espírito dela ficará vagando. Mas eu vejo que o sentes é amor verdadeiro, e como sua alma me pertence, a partir de agora, você será chamado de Mehi Mahar Selmi Laresh.”

O termo “Mehi” advém de uma língua ancestral, cujo significado é guardião de mistérios, no caso, mistérios da natureza. Seu feminino é Meha. Mehi foi designado a cuidar das almas revoltadas mostrando o caminho da luz para que elas possam reencarnar novamente, ficou responsável por trancar e destrancar os caminhos do submundo e conforme sua evolução também cuidaria dos caminhos dos humanos.
Ao longo do curso da história os Mehis e Mehas têm se adaptado a religiões, povos e crenças exatamente por seus mistérios, ou seja, não compreendidos pela nossa consciência humana, o que facilita essa transição e adaptação. 

“Não importa a Religião que tens que guardar, pois nela, dela e para ela, Mehi, sempre será.”

 “Seu Tranca Ruas nasceu
Pra cumprir sua missão
Pela sua inteligência
Ganhou logo galão
Ele é um exu
Muito cuidadoso e dedicado
Mas se entra em demanda
Não quer sair mais não.

4° ATO –  CAMINHO

Sua evolução foi tanta, que em pouco tempo ele já estava presente em todas as falanges existentes. Popularmente conhecido como Tranca Rua das Almas, ele teve autorização para desenvolver suas próprias falanges e ajudar as demais falanges do mundo espiritual.
Seu campo de atuação é a calunga pequena, o cemitério, de modo que há na falange Tranca Ruas das Almas uma sinergia entre Ogum e o orixá Omolu. Logo, é correto afirmar que Tranca Ruas das Almas é exu de Ogum e de Omolu. 

“Mas ele é, capitão da encruzilhada
(Ele é)
Mas ele é, ordenança de Ogum
Sua divisa quem lhe deu foi Oxalá
Sua coroa quem lhe deu foi Omulú…”

Foi na umbanda que Srº. Guardião Tranca Rua foi coroado… A umbanda é uma religião surgida nos subúrbios do Rio de Janeiro. Umbanda é uma religião monoteísta e afro-brasileira, surgida em 1908, fundada por Zélio Fernandino de Moraes.
Baseia-se em três 3 conceitos fundamentais: Luz, Caridade e Amor. A palavra “Umbanda” pertence ao vocabulário quimbundo, de Angola, e quer dizer “arte de curar”.
Nestes locais realizam-se sessões de “passe”, em que a entidade reorganiza o “campo energético astral” da pessoa. Igualmente são feitas sessões de “descarrego”, quando é captada a energia negativa da pessoa e transferida para os fundamentos do templo. Note que não é permitido qualquer tipo de remuneração por esses trabalhos espirituais.
As vestes mais usadas nestas cerimônias são brancas, porque essa é a cor neutra que agrada todos os orixás e guias.

“A Umbanda é paz e amor
É um mundo cheio de Luz
É a força que nos dá vida
É a grandeza que nos conduz”

Os pontos de umbanda são cantigas para louvar, chamar e se despedir do orixá e as linhas de entidades.
Acompanhadas por instrumentos de percussão como o atabaque, é importante conhecer o ritmo de cada orixá/entidade. Este aprendizado começa na infância do iniciado. Igualmente, é preciso saber uma infinidade de canções.
Antes de iniciar as cerimônias na Umbanda é comum uma pessoa iniciar riscar o chão com símbolos diversos: estrelas, cruzes, tridentes, traços retos ou curvos, etc.
Estes podem variar conforme a casa de Umbanda, mas o sentido é o mesmo: chamar as entidades que vão ser trabalhadas, garantir a chegada dos guias a serem incorporados, homenagear os orixás, trazer bons fluidos e energias aos participantes.
Numa gira de umbanda quem abre é Exu…
Exu recebeu a missão de fazer a comunicação entre os seres humanos e o plano divino e, como é uma entidade de grande importância, representa o início da comunicação. Por isso, ao iniciarem-se rituais ou trabalhos religiosos, é comum que se faça uma reverência ou oferenda especialmente para Exu. As cores predominantes que representam a entidade, usadas em oferendas e trabalhos, são vermelho e preto.

“(…)Deu meia noite e o galo já cantou
Seu Tranca Rua é o dono da gira
Oi, corre gira que Ogum mandou'”

A falange Tranca Ruas se divide em 7 sub falanges, daí os vários nomes. Cada uma tem a direção de um Tranca Ruas específico, como se fosse um general de batalhão: Tranca Rua das Almas, Tranca Rua de Embaré, Tranca Rua das Ruas, Tranca Rua das 7 Encruzilhadas, Tranca Rua das Porteiras, Tranca Rua das 7 Luas e Tranca Rua das 7 Giras.

“É ele quem segura a nossa banda
É ele quem segura este congá
Por isso vamos cantar e bater palmas
Seu Tranca Rua das Almas
Vamos homenagear
Ena, ena é mojiba, é mojuba
Ena, ena é mojiba, é mojuba
E no calor das nossas palmas
Seu Tranca Rua das almas
Vamos homenagear. “

Por ser o chefe da falange e sua história espiritual, Tranca Rua é o primeiro a ser louvado… é ele quem abre a gira. A partir daí se inicia uma grande festa de Exus e Pombogiras.

“(…)Exú é caminho, é energia, é vida, é determinação
É cumpridor da lei, Exú é esperto, Exú é guardião
Exú é trabalho, é alegria veloz, Exú é viver
É a magia, é o encanto
É o fogo no sangue, na veia vibrando, Exú é lazer…
Vem seu tranca-ruas, Maria Padilha e Exú Marabô
Sete encruzilhadas, seu Zé Pilintra aqui chegou
Maria Mulambo, Maria Farrapo e Dona Figueira
Dona Sete Saias, Pombogira Menina e Rosa Vermelha
Sete catacumbas, Exú caveira firma o ponto aqui
E o Exú Capa Preta anunciou a festa…”

Laroyê Exu!

REFERÊNCIAS

Livros, artigos e sítios da Internet:

Saraceni, Rubens Livro: Guardião dos Caminhos — A História do Senhor Guardião Tranca Ruas – 2005

Babá Jhonnatã T’ Guiãn – Ensinamentos – https://templomensageirosdaluz.com.br/exu-tranca-ruas-das-almas

Aquele que Abre os Caminhos – https://www.interconexao.org/2022/06/exu-tranca-ruas-aquele-que-abre-os-caminhos-3-oracoes-para-abrir-caminhos-e-pedir-protecao.html

Vida Tarot – Exu Tranca Rua quem é essa entidade – https://blog.vidatarot.com.br/exu-tranca-rua/ 

Bezerra, Juliana – Umbanda – TODA MATERIA – https://www.todamateria.com.br/umbanda/#:~:text=Cren%C3%A7as%20da%20umbanda,reencarna%C3%A7%C3%A3o%20e%20nas%20leis%20k%C3%A1rmicas.

Significado – Exu – https://www.significados.com.br/exu/

Os Pontos e cantigas de Umbanda citados são de conhecimento e vivência do autor da sinopse, Yuri Nascimento.

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