Samba paulista é o enredo da Franco da Rocha para 2023

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11ª colocada pelo Grupo de Acesso I no carnaval passado, a ESV Unidos do Franco da Rocha apresentou o enredo que levará para a disputa de uma vaga no Grupo Especial do Carnaval Virtual. De autoria de Felipe Cruz, a azul, branco, preto e verde, de Franco da Rocha/SP, cantará o samba paulista e suas […]

POR Carnaval Virtual03/05/2023|6 min de leitura

Samba paulista é o enredo da Franco da Rocha para 2023

Logo oficial do enredo

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11ª colocada pelo Grupo de Acesso I no carnaval passado, a ESV Unidos do Franco da Rocha apresentou o enredo que levará para a disputa de uma vaga no Grupo Especial do Carnaval Virtual.

Pavilhão oficial da agremiação

De autoria de Felipe Cruz, a azul, branco, preto e verde, de Franco da Rocha/SP, cantará o samba paulista e suas matriarcas através do enredo “O galo saúda o samba paulista”.

Confira abaixo a sinopse do enredo divulgada pela escola:

O Galo saúda o Samba Paulista!

Prólogo:

No começo de tudo antes da criação, N`Zambi estava muito triste e nenhum dos Inquices conseguiam alegrar o sábio Deus, foi então que Zazi o senhor do fogo, consultou o oráculo e usou o fogo para tornar oco e seco o pedaço de um tronco e sobre as extremidades esticou um couro de animal, inventou Ngoma, o primeiro tambor. Quando Zambi ouviu o tambor de Zazi, ele riu e se alegrou, disse que iria criar a humanidade para que todos participassem da grande Festa do Amanhecer. Por isso os Bantus dizem que foi o tambor que criou a vida.

1ºsetor:

Os Bantos foram trazidos e escravizados. Contudo, a contribuição africana no período colonial não foi só no campo econômico, uma vez que os escravizados souberam reviver suas culturas de origem, e recriarem novas práticas culturais. Combinando costumes, expressões culturais, os Bantos trouxeram Ngoma e o Caxambu, os tambores de Jongo, também usado na Umbigada e que deram origens e influências em diversos ritmos e bailados no tempo em que era tudo mato, cana e café, aqui na Paulistânia. O ritmo e a dança, sempre estiveram ligados aos contextos religiosos, sociais e políticos.

2º setor:

Pelas margens do lendário rio Tietê, onde estiveram concentradas maiores manifestações, fortemente incentivada pelo sincretismo; festas religiosas, cujo calendário se combina com o calendário agrícola de cada local. Durante as pomposas procissões coloniais, ocasião em que a população se reunia na cidade para assistir aos cortejos, que por essa época possuíam um caráter misto, profano-religioso. Os cortejos religiosos eram o momento e local de manifestações onde todas as classes participavam, é neste contexto que aparece a presença de outro tambor, o Bumbo. E o uso do Bumbo como instrumento central dos festejos, sendo apropriado e ganhando novos significados.

A dança dos Caiapós por exemplo, é um dos primeiros folguedos, e de herança Indígena Tupi. Era realizada pela população pobre e negra, população aceita nesses cortejos e colocada como abertura nos mesmos, como um atrativo, reunindo a população para assistir e acompanhar as procissões. As festas dos Santos católicos eram frequentadas também pelas Irmandades, que eram um dos meios para estimular práticas e vivências da religião cristã, os escravizados podiam criar suas próprias Confrarias. E é neste contexto que surgem por exemplo, Folias para os Santos Reis, Batelões do Divino, e especialmente a Congada de São Benedito e o Moçambique para Nossa Senhora do Rosário, e foi na Festa de Pirapora do Bom Jesus, que o Samba de Bumbo, ganhou destaque.

3ºsetor:

Após abolição com o declínio da cultura do café, muitos habitantes se mudaram para capital no final do século XIX, O cidadão negro e rural ganha novos saberes e novas profissões, tentavam a sorte na grande metrópole. Largo da Banana, local de trabalho onde nas horas vagas ficou famoso pelas suas tradicionais Rodas de Samba, Samba Duro, dando origens as primeiras manifestações de rua, como a Tiririca, uma dança parecida com a Capoeira, também conhecida como Pernada e também a origem dos Batuques dos Engraxates, e os Valentões da Rua Glete, que surgiram com o processo de crescimento e industrialização do bairro e da cidade, no início do século XX.

Logo oficial do enredo

Por volta de 1914 seu Dionisio Barbosa, frequentador do Largo da Banana, território negro, funda o primeiro cordão carnavalesco chamado de Grupo Carnavalesco da Barra Funda, denominado popularmente de Camisa Verde, dentro do contexto do futebol de várzea, logo veio o cordão Vae Vae no Bexiga. Foi necessária uma resistência cultural, mas logo São Paulo se tornou a terra dos Cordões, entre rimas e com a marcação do Bumbo, eram comandados por um mestre que usava um apito, causando uma multidão de pessoas em volta, e saiam pela capital com a “batucada”.

E com suas influências o Samba de Bumbo, estava diretamente ligado aos batuques dos negros, sem tanta influência urbana e foi chamado de Samba Rural por Mário de Andrade.

4ºsetor:

Herança das irmandades, a estética dos Cordões, lembrava as procissões, e as primeiras escolas de samba paulistanas mantiveram por muitos anos diversas características dos cordões, como a figura do Baliza e o próprio estandarte, em meados de 1930 surgem as primeiras escolas de samba de São Paulo, com a influência dos sambas rurais paulistas e com o ritmo dos cordões, sendo possível observar a presença do bumbo e de instrumentos de sopro até o fim da década de 1960. A primeira a se destacar no carnaval paulistano foi a “Lavapés”, fundada por Madrinha Eunice e Chico Pinga, em 1937 no bairro da Liberdade.

Até então, mantinham características inerentes ao universo do samba rural (ou de bumbo). “Nenê de vila Matilde” com seus breques inesperados durante os anos 60, venceu muitas vezes a “Lavapés” e a “Paulistano da Glória” e a “Unidos do Peruche”. Seu Nenê introduziu o ritmo e batidas cariocas, captados em visita ao Rio de Janeiro.
Nossos Baluartes Paulistanos são muitos, mas destacamos aqui, fundadores de escolas de samba, já estruturados numa federação, com compositores que faziam sucesso em jornais e na rádio mais populares da cidade, alguns deles são: Seu Nenê, Inocêncio Tobias, Dona Eunice, Bituca, Pé-Rachado e Geraldo Filme, que foram em comitiva solicitar estrutura ao prefeito, um carioca que compreendia e simpatizava com os folguedos carnavalescos populares. Assim a maior Festa do mundo, sob o olhar paulista e paulistano trouxeram aspectos de uma vida antes rural e agora urbana.

Localizada na região metropolitana de São Paulo, o Grêmio Recreativo Unidos de Franco da Rocha cantará um cortejo sagrado-profano. O nosso Bumbo se transformará em andor, exaltando a memória ancestral do nosso povo e dos nossos baluartes, outrora estandarte, hoje é a nossa bandeira que se consagra divina, ressoando diversas manifestações culturais, iremos louvar nossas memórias em um cortejo-cordão, cheio de histórias, com muita garra, de um povo que se fez resiliente, construindo parte do que chamamos cultura popular brasileira.

O Galo saúda o Samba Paulista!

11ª colocada pelo Grupo de Acesso I no carnaval passado, a ESV Unidos do Franco da Rocha apresentou o enredo que levará para a disputa de uma vaga no Grupo Especial do Carnaval Virtual.

Pavilhão oficial da agremiação

De autoria de Felipe Cruz, a azul, branco, preto e verde, de Franco da Rocha/SP, cantará o samba paulista e suas matriarcas através do enredo “O galo saúda o samba paulista”.

Confira abaixo a sinopse do enredo divulgada pela escola:

O Galo saúda o Samba Paulista!

Prólogo:

No começo de tudo antes da criação, N`Zambi estava muito triste e nenhum dos Inquices conseguiam alegrar o sábio Deus, foi então que Zazi o senhor do fogo, consultou o oráculo e usou o fogo para tornar oco e seco o pedaço de um tronco e sobre as extremidades esticou um couro de animal, inventou Ngoma, o primeiro tambor. Quando Zambi ouviu o tambor de Zazi, ele riu e se alegrou, disse que iria criar a humanidade para que todos participassem da grande Festa do Amanhecer. Por isso os Bantus dizem que foi o tambor que criou a vida.

1ºsetor:

Os Bantos foram trazidos e escravizados. Contudo, a contribuição africana no período colonial não foi só no campo econômico, uma vez que os escravizados souberam reviver suas culturas de origem, e recriarem novas práticas culturais. Combinando costumes, expressões culturais, os Bantos trouxeram Ngoma e o Caxambu, os tambores de Jongo, também usado na Umbigada e que deram origens e influências em diversos ritmos e bailados no tempo em que era tudo mato, cana e café, aqui na Paulistânia. O ritmo e a dança, sempre estiveram ligados aos contextos religiosos, sociais e políticos.

2º setor:

Pelas margens do lendário rio Tietê, onde estiveram concentradas maiores manifestações, fortemente incentivada pelo sincretismo; festas religiosas, cujo calendário se combina com o calendário agrícola de cada local. Durante as pomposas procissões coloniais, ocasião em que a população se reunia na cidade para assistir aos cortejos, que por essa época possuíam um caráter misto, profano-religioso. Os cortejos religiosos eram o momento e local de manifestações onde todas as classes participavam, é neste contexto que aparece a presença de outro tambor, o Bumbo. E o uso do Bumbo como instrumento central dos festejos, sendo apropriado e ganhando novos significados.

A dança dos Caiapós por exemplo, é um dos primeiros folguedos, e de herança Indígena Tupi. Era realizada pela população pobre e negra, população aceita nesses cortejos e colocada como abertura nos mesmos, como um atrativo, reunindo a população para assistir e acompanhar as procissões. As festas dos Santos católicos eram frequentadas também pelas Irmandades, que eram um dos meios para estimular práticas e vivências da religião cristã, os escravizados podiam criar suas próprias Confrarias. E é neste contexto que surgem por exemplo, Folias para os Santos Reis, Batelões do Divino, e especialmente a Congada de São Benedito e o Moçambique para Nossa Senhora do Rosário, e foi na Festa de Pirapora do Bom Jesus, que o Samba de Bumbo, ganhou destaque.

3ºsetor:

Após abolição com o declínio da cultura do café, muitos habitantes se mudaram para capital no final do século XIX, O cidadão negro e rural ganha novos saberes e novas profissões, tentavam a sorte na grande metrópole. Largo da Banana, local de trabalho onde nas horas vagas ficou famoso pelas suas tradicionais Rodas de Samba, Samba Duro, dando origens as primeiras manifestações de rua, como a Tiririca, uma dança parecida com a Capoeira, também conhecida como Pernada e também a origem dos Batuques dos Engraxates, e os Valentões da Rua Glete, que surgiram com o processo de crescimento e industrialização do bairro e da cidade, no início do século XX.

Logo oficial do enredo

Por volta de 1914 seu Dionisio Barbosa, frequentador do Largo da Banana, território negro, funda o primeiro cordão carnavalesco chamado de Grupo Carnavalesco da Barra Funda, denominado popularmente de Camisa Verde, dentro do contexto do futebol de várzea, logo veio o cordão Vae Vae no Bexiga. Foi necessária uma resistência cultural, mas logo São Paulo se tornou a terra dos Cordões, entre rimas e com a marcação do Bumbo, eram comandados por um mestre que usava um apito, causando uma multidão de pessoas em volta, e saiam pela capital com a “batucada”.

E com suas influências o Samba de Bumbo, estava diretamente ligado aos batuques dos negros, sem tanta influência urbana e foi chamado de Samba Rural por Mário de Andrade.

4ºsetor:

Herança das irmandades, a estética dos Cordões, lembrava as procissões, e as primeiras escolas de samba paulistanas mantiveram por muitos anos diversas características dos cordões, como a figura do Baliza e o próprio estandarte, em meados de 1930 surgem as primeiras escolas de samba de São Paulo, com a influência dos sambas rurais paulistas e com o ritmo dos cordões, sendo possível observar a presença do bumbo e de instrumentos de sopro até o fim da década de 1960. A primeira a se destacar no carnaval paulistano foi a “Lavapés”, fundada por Madrinha Eunice e Chico Pinga, em 1937 no bairro da Liberdade.

Até então, mantinham características inerentes ao universo do samba rural (ou de bumbo). “Nenê de vila Matilde” com seus breques inesperados durante os anos 60, venceu muitas vezes a “Lavapés” e a “Paulistano da Glória” e a “Unidos do Peruche”. Seu Nenê introduziu o ritmo e batidas cariocas, captados em visita ao Rio de Janeiro.
Nossos Baluartes Paulistanos são muitos, mas destacamos aqui, fundadores de escolas de samba, já estruturados numa federação, com compositores que faziam sucesso em jornais e na rádio mais populares da cidade, alguns deles são: Seu Nenê, Inocêncio Tobias, Dona Eunice, Bituca, Pé-Rachado e Geraldo Filme, que foram em comitiva solicitar estrutura ao prefeito, um carioca que compreendia e simpatizava com os folguedos carnavalescos populares. Assim a maior Festa do mundo, sob o olhar paulista e paulistano trouxeram aspectos de uma vida antes rural e agora urbana.

Localizada na região metropolitana de São Paulo, o Grêmio Recreativo Unidos de Franco da Rocha cantará um cortejo sagrado-profano. O nosso Bumbo se transformará em andor, exaltando a memória ancestral do nosso povo e dos nossos baluartes, outrora estandarte, hoje é a nossa bandeira que se consagra divina, ressoando diversas manifestações culturais, iremos louvar nossas memórias em um cortejo-cordão, cheio de histórias, com muita garra, de um povo que se fez resiliente, construindo parte do que chamamos cultura popular brasileira.

O Galo saúda o Samba Paulista!

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