Valongo cantará as mães pretas no Carnaval Virtual 2022
O GRESV Valongo divulgou o enredo que levará para a passarela virtual no Carnaval Virtual 2022. Buscando o título de campeã do Grupo de Acesso I, a vermelha e branca de Itaocara/RJ irá apresentar o enredo “Tetas negras, leite branco”, de autoria do enredista Walter Gualberto. Confira abaixo a sinopse da escola: Tetas negras, leite […]
POR Carnaval Virtual13/05/2022|3 min de leitura
Logo oficial do enredo
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O GRESV Valongo divulgou o enredo que levará para a passarela virtual no Carnaval Virtual 2022.
Pavilhão oficial da agremiação.
Buscando o título de campeã do Grupo de Acesso I, a vermelha e branca de Itaocara/RJ irá apresentar o enredo “Tetas negras, leite branco”, de autoria do enredista Walter Gualberto.
Confira abaixo a sinopse da escola:
Tetas negras, leite branco
Ela é mulher, preta, guerreira… No solo berço da humanidade contemplou a vida. Sob os ensinamentos das Yabás cresceu e na crença dos seus orixás se fez forte para vencer a dor da separação, da partida de seu chão para a terra de seu cativeiro. Atravessou as águas do grande mar da saudade para ver uma nação se erguer sob o seu suor e o peso das correntes e da chibata sobre seu povo.
Aqui se fez mãe… Por vezes sem rebento, arrancado de seus braços e lançado à sorte na roda dos enjeitados. Em anúncios de jornais virou mercadoria exposta ao poder de compra dos senhores aristocratas… De tetas negras brotou leite branco que alimentou filhos e filhas das suas senhoras, de seus algozes… Meninos brancos, meninas brancas, filhos postiços, mãe de corpo e alma em sua perfeição…
Amamentou, ninou, cantou e contou histórias como se fossem seus… Ensinou a oração, protegeu na reza, recorreu a simpatias… Amaciou a língua transformando o imperativo em súplica, arrancou os espinhos e adocicou a vida… O Brasil de tantos Chiquinhos, Toninhas e Nezinhos caminhou sob os cuidados de sua mãe preta. Mãe de gerações de sinhozinhos que cresceram e mudaram o país.
Logo oficial do enredo
E hoje, tanto tempo passado, tantos filhos criados ainda sofre no cativeiro do gueto, na miséria da favela… Ontem, mãe do Brasil, hoje, filha de uma “pátria mãe gentil” que continua a lhe arrancar dos braços e da vida os filhos que gerou. Ofertam-lhe a violência, o preconceito, a negligência e a dor… Em troca alimenta-se da esperança e da fé nos dias vindouros
Ah se esta pátria fosse realmente mãe e cuidasse do que é seu com o mesmo apreço das mães pretas de outrora…
“Tetas santas, leite branco,
Mães pretas, alma do Brasil”
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREYRE, Gilberto. Casa–Grande e Senzala. São Paulo: Global Editora, 2003.
RODRIGUES, A.L.S. Poeira de Minh’alma. Editora Setembro, 1988.
O GRESV Valongo divulgou o enredo que levará para a passarela virtual no Carnaval Virtual 2022.
Pavilhão oficial da agremiação.
Buscando o título de campeã do Grupo de Acesso I, a vermelha e branca de Itaocara/RJ irá apresentar o enredo “Tetas negras, leite branco”, de autoria do enredista Walter Gualberto.
Confira abaixo a sinopse da escola:
Tetas negras, leite branco
Ela é mulher, preta, guerreira… No solo berço da humanidade contemplou a vida. Sob os ensinamentos das Yabás cresceu e na crença dos seus orixás se fez forte para vencer a dor da separação, da partida de seu chão para a terra de seu cativeiro. Atravessou as águas do grande mar da saudade para ver uma nação se erguer sob o seu suor e o peso das correntes e da chibata sobre seu povo.
Aqui se fez mãe… Por vezes sem rebento, arrancado de seus braços e lançado à sorte na roda dos enjeitados. Em anúncios de jornais virou mercadoria exposta ao poder de compra dos senhores aristocratas… De tetas negras brotou leite branco que alimentou filhos e filhas das suas senhoras, de seus algozes… Meninos brancos, meninas brancas, filhos postiços, mãe de corpo e alma em sua perfeição…
Amamentou, ninou, cantou e contou histórias como se fossem seus… Ensinou a oração, protegeu na reza, recorreu a simpatias… Amaciou a língua transformando o imperativo em súplica, arrancou os espinhos e adocicou a vida… O Brasil de tantos Chiquinhos, Toninhas e Nezinhos caminhou sob os cuidados de sua mãe preta. Mãe de gerações de sinhozinhos que cresceram e mudaram o país.
Logo oficial do enredo
E hoje, tanto tempo passado, tantos filhos criados ainda sofre no cativeiro do gueto, na miséria da favela… Ontem, mãe do Brasil, hoje, filha de uma “pátria mãe gentil” que continua a lhe arrancar dos braços e da vida os filhos que gerou. Ofertam-lhe a violência, o preconceito, a negligência e a dor… Em troca alimenta-se da esperança e da fé nos dias vindouros
Ah se esta pátria fosse realmente mãe e cuidasse do que é seu com o mesmo apreço das mães pretas de outrora…
“Tetas santas, leite branco,
Mães pretas, alma do Brasil”
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREYRE, Gilberto. Casa–Grande e Senzala. São Paulo: Global Editora, 2003.
RODRIGUES, A.L.S. Poeira de Minh’alma. Editora Setembro, 1988.