Jorge Silveira comenta saída da Dragões e projeta desfiles da São Clemente e Mocidade Alegre
Em 2023, o carnavalesco Jorge Silveira terá uma dupla missão: desenvolver os desfiles da Mocidade Alegre, pelo Grupo Especial de São Paulo, e da São Clemente, na Série Ouro do Rio de Janeiro. Formado pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o profissional é professor de Educação Artística, ilustrador, artista plástico […]
POR Redação SRzd15/06/2022|7 min de leitura
Em 2023, o carnavalesco Jorge Silveira terá uma dupla missão: desenvolver os desfiles da Mocidade Alegre, pelo Grupo Especial de São Paulo, e da São Clemente, na Série Ouro do Rio de Janeiro.
Formado pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o profissional é professor de Educação Artística, ilustrador, artista plástico e projetista de Carnaval. Na folia, ele já assinou os Carnavais da Dragões da Real (2015 – 2017 e 2022), Unidos do Viradouro (2017), além da própria São Clemente (2018 – 2020).
Ao SRzd, o carnavalesco revelou que ficou surpreso com sua saída da Dragões da Real e não escondeu a empolgação por poder retornar à amarela e preta carioca, além de comentar como está sua preparação para estrear na Morada do Samba paulistana.
No Carnaval de 2022, quando a Dragões terminou a apuração na oitava colocação no Grupo Especial, a porta-bandeira passou mal no início do desfile e teve que deixar a passarela do samba. A fatalidade fez com que a agremiação não conseguisse ficar no topo da tabela de classificação.
Silveira lamentou o fato ocorrido no desfile, mas destacou que o projeto da escola foi para a Avenida como planejado inicialmente.
“O Carnaval da Dragões de 2022 foi extremamente planejado e muito bem pensado sobre o aspecto cultural. Sempre pensando na perspectiva de trazer um enredo que tem a densidade cultural para nos levar a um grande resultado. Nós tivemos um desfile muito dentro do que foi programado e no horário que eu havia programado, tudo de acordo com o planejamento, mas o incidente do desmaio da porta-bandeira, infelizmente, nos tirou os pontos que poderiam fazer com que Dragões fosse a campeã do Carnaval. Infelizmente o Carnaval tem o imponderável, tem aquilo que a gente não programa, mas é vida que segue”, comentou.
Para o Carnaval 2023, a agremiação da Vila Anastácio optou pela não continuidade do artista. No comunicado, a agremiação liderada por Renato Rodrigues, o Tomate, citou Jorge como o maior desenhista do Brasil e destacou sua qualidades.
O desligamento foi lamentado por muitos sambistas nas redes sociais. A mudança de rumo em sua carreira foi considerada como “inesperada”.
“Minha saída da Dragões foi inesperada. Eu já tinha renovado com a escola para o próximo Carnaval. Já estava certo isso. Havia um acordo com o presidente e eu já estava trabalhando na ideia do enredo de 2023 e tinha o esboço de alguns carros alegóricos, inclusive. No dia que eu estava trabalhando isso, foi quando eu recebi a ligação sobre o meu desligamento. Foi realmente triste, porque me pegou de surpresa, eu não planejava isso, mas enfim, são escolhas, né? Na vida as pessoas fazem escolhas e eu devo seguir em frente”, revelou.
Eu já tinha renovado com a Dragões para o próximo Carnaval
Em 2017, o carnavalesco atuou nos dois principais Carnavais do país. Pela Dragões, o trabalho foi numa comissão de Carnaval, já na Viradouro, o desfile foi assinado de forma solo. Para 2023, ele terá a missão de assinar os desfiles da São Clemente e da Mocidade Alegre sozinho. No bate-papo, ele explicou como será sua atuação no próximo ciclo.
“2023 vai ser meu nono Carnaval assinando, e que no caso, será um Carnaval duplo, fazendo São Clemente e Mocidade Alegre, nas duas principais praças do Carnaval do Brasil. Eu já venho atuando há muito tempo e trabalhando nos dois lugares e sempre consegui administrar sem nenhuma dificuldade o processo de produção nos dois lugares. Dessa vez, vou manter o mesmo padrão de comportamento, com dedicação e comprometimento. Eu trabalho com bastante antecedência, de planejamento do projeto e converso muito com as escolas para poder chegar na melhor solução possível para fazer Carnavais extremamente competitivos, porque esse é o objetivo. E estou muito feliz com essa possibilidade”, celebrou.
Sobre o retorno para São Clemente, Jorge cita um sentimento afetivo e de resgate da entidade. “O grande desafio é trabalhar a autoestima da escola. Quando é rebaixada, a agremiação sofre, principalmente, com a crença na sua própria capacidade. Aconteceram erros naturalmente, todo mundo observou no Carnaval 2022”, analisou.
“Na passagem que eu tive de 2018 até 2020, nós fizemos um trabalho de resgate da identidade da escola, que como todos sabem é uma escola crítica, irreverente, divertida, que tem uma linguagem leve. Vou trazer isso de volta, esse mesmo sentimento de crítica, de reverência vai estar presente como uma marca agregadora das pessoas junto à São Clemente. Nós vamos reconstruir a imagem dela, junto a essa escola que ocupa esse espaço de ser a grande charge do Carnaval, a grande caricatura e usando tons fortes para poder fazer crítica e poder falar aquilo que é necessário”, garantiu.
Se preparando para estrear pela Mocidade Alegre, agremiação com dez títulos no Grupo Especial paulistano, o carnavalesco revelou que já tem enredo para o próximo ano que o tema terá “envergadura e densidade”. Na sua opinião, a “Morada do Samba” “é uma máquina de Carnaval poderosíssima em São Paulo” e que se sente muito honrado de poder desenvolver sua arte pela escola liderada por Solange Cruz.
“O convite da Mocidade Alegre me surpreendeu após o meu desligamento da Dragões. Fiquei bastante feliz. A Mocidade sempre foi uma escola com a qual a gente tinha que se preocupar muito. Pela sua competência, pela equipe incrível e pela perícia que ela tem em desenvolver Carnaval. Sempre foi o alvo a ser batido. Agora fazendo parte desse time, eu consigo entender bem por dentro as engrenagens que fazem com que essa escola seja uma verdadeira máquina de Carnaval, extremamente poderosa, viva e pulsante”, analisou.
Eu estou podendo me reinventar em verde vermelho e branco
Por fim, o sambista disse que a Mocidade, vice-campeã em 2022, lhe recebeu de braços abertos e que a comunidade tem lhe tratado com um carinho imenso.
“A diretoria tem depositado uma confiança muito grande na minha capacidade de arte desse Carnaval. E eu sei que é uma responsabilidade imensa. Sou muito consciente disso e me sinto preparado para esse desafio nesse momento. Estou tendo total liberdade para poder desenvolver o projeto e estou fazendo isso em parceria com a escola e com o departamento de Carnaval. Vou ter a chance de fazer um enredo meu, pensado com as características que eu gosto de fazer, com a minha linguagem de alegoria e fantasia e sempre respeitando as características da agremiação. Então eu me vejo em um casamento muito feliz. Estou num momento muito alegre do processo criativo, em que eu estou podendo me reinventar em verde vermelho e branco”, finalizou.
Em 2023, o carnavalesco Jorge Silveira terá uma dupla missão: desenvolver os desfiles da Mocidade Alegre, pelo Grupo Especial de São Paulo, e da São Clemente, na Série Ouro do Rio de Janeiro.
Formado pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o profissional é professor de Educação Artística, ilustrador, artista plástico e projetista de Carnaval. Na folia, ele já assinou os Carnavais da Dragões da Real (2015 – 2017 e 2022), Unidos do Viradouro (2017), além da própria São Clemente (2018 – 2020).
Ao SRzd, o carnavalesco revelou que ficou surpreso com sua saída da Dragões da Real e não escondeu a empolgação por poder retornar à amarela e preta carioca, além de comentar como está sua preparação para estrear na Morada do Samba paulistana.
No Carnaval de 2022, quando a Dragões terminou a apuração na oitava colocação no Grupo Especial, a porta-bandeira passou mal no início do desfile e teve que deixar a passarela do samba. A fatalidade fez com que a agremiação não conseguisse ficar no topo da tabela de classificação.
Silveira lamentou o fato ocorrido no desfile, mas destacou que o projeto da escola foi para a Avenida como planejado inicialmente.
“O Carnaval da Dragões de 2022 foi extremamente planejado e muito bem pensado sobre o aspecto cultural. Sempre pensando na perspectiva de trazer um enredo que tem a densidade cultural para nos levar a um grande resultado. Nós tivemos um desfile muito dentro do que foi programado e no horário que eu havia programado, tudo de acordo com o planejamento, mas o incidente do desmaio da porta-bandeira, infelizmente, nos tirou os pontos que poderiam fazer com que Dragões fosse a campeã do Carnaval. Infelizmente o Carnaval tem o imponderável, tem aquilo que a gente não programa, mas é vida que segue”, comentou.
Para o Carnaval 2023, a agremiação da Vila Anastácio optou pela não continuidade do artista. No comunicado, a agremiação liderada por Renato Rodrigues, o Tomate, citou Jorge como o maior desenhista do Brasil e destacou sua qualidades.
O desligamento foi lamentado por muitos sambistas nas redes sociais. A mudança de rumo em sua carreira foi considerada como “inesperada”.
“Minha saída da Dragões foi inesperada. Eu já tinha renovado com a escola para o próximo Carnaval. Já estava certo isso. Havia um acordo com o presidente e eu já estava trabalhando na ideia do enredo de 2023 e tinha o esboço de alguns carros alegóricos, inclusive. No dia que eu estava trabalhando isso, foi quando eu recebi a ligação sobre o meu desligamento. Foi realmente triste, porque me pegou de surpresa, eu não planejava isso, mas enfim, são escolhas, né? Na vida as pessoas fazem escolhas e eu devo seguir em frente”, revelou.
Eu já tinha renovado com a Dragões para o próximo Carnaval
Em 2017, o carnavalesco atuou nos dois principais Carnavais do país. Pela Dragões, o trabalho foi numa comissão de Carnaval, já na Viradouro, o desfile foi assinado de forma solo. Para 2023, ele terá a missão de assinar os desfiles da São Clemente e da Mocidade Alegre sozinho. No bate-papo, ele explicou como será sua atuação no próximo ciclo.
“2023 vai ser meu nono Carnaval assinando, e que no caso, será um Carnaval duplo, fazendo São Clemente e Mocidade Alegre, nas duas principais praças do Carnaval do Brasil. Eu já venho atuando há muito tempo e trabalhando nos dois lugares e sempre consegui administrar sem nenhuma dificuldade o processo de produção nos dois lugares. Dessa vez, vou manter o mesmo padrão de comportamento, com dedicação e comprometimento. Eu trabalho com bastante antecedência, de planejamento do projeto e converso muito com as escolas para poder chegar na melhor solução possível para fazer Carnavais extremamente competitivos, porque esse é o objetivo. E estou muito feliz com essa possibilidade”, celebrou.
Sobre o retorno para São Clemente, Jorge cita um sentimento afetivo e de resgate da entidade. “O grande desafio é trabalhar a autoestima da escola. Quando é rebaixada, a agremiação sofre, principalmente, com a crença na sua própria capacidade. Aconteceram erros naturalmente, todo mundo observou no Carnaval 2022”, analisou.
“Na passagem que eu tive de 2018 até 2020, nós fizemos um trabalho de resgate da identidade da escola, que como todos sabem é uma escola crítica, irreverente, divertida, que tem uma linguagem leve. Vou trazer isso de volta, esse mesmo sentimento de crítica, de reverência vai estar presente como uma marca agregadora das pessoas junto à São Clemente. Nós vamos reconstruir a imagem dela, junto a essa escola que ocupa esse espaço de ser a grande charge do Carnaval, a grande caricatura e usando tons fortes para poder fazer crítica e poder falar aquilo que é necessário”, garantiu.
Se preparando para estrear pela Mocidade Alegre, agremiação com dez títulos no Grupo Especial paulistano, o carnavalesco revelou que já tem enredo para o próximo ano que o tema terá “envergadura e densidade”. Na sua opinião, a “Morada do Samba” “é uma máquina de Carnaval poderosíssima em São Paulo” e que se sente muito honrado de poder desenvolver sua arte pela escola liderada por Solange Cruz.
“O convite da Mocidade Alegre me surpreendeu após o meu desligamento da Dragões. Fiquei bastante feliz. A Mocidade sempre foi uma escola com a qual a gente tinha que se preocupar muito. Pela sua competência, pela equipe incrível e pela perícia que ela tem em desenvolver Carnaval. Sempre foi o alvo a ser batido. Agora fazendo parte desse time, eu consigo entender bem por dentro as engrenagens que fazem com que essa escola seja uma verdadeira máquina de Carnaval, extremamente poderosa, viva e pulsante”, analisou.
Eu estou podendo me reinventar em verde vermelho e branco
Por fim, o sambista disse que a Mocidade, vice-campeã em 2022, lhe recebeu de braços abertos e que a comunidade tem lhe tratado com um carinho imenso.
“A diretoria tem depositado uma confiança muito grande na minha capacidade de arte desse Carnaval. E eu sei que é uma responsabilidade imensa. Sou muito consciente disso e me sinto preparado para esse desafio nesse momento. Estou tendo total liberdade para poder desenvolver o projeto e estou fazendo isso em parceria com a escola e com o departamento de Carnaval. Vou ter a chance de fazer um enredo meu, pensado com as características que eu gosto de fazer, com a minha linguagem de alegoria e fantasia e sempre respeitando as características da agremiação. Então eu me vejo em um casamento muito feliz. Estou num momento muito alegre do processo criativo, em que eu estou podendo me reinventar em verde vermelho e branco”, finalizou.