Na herança dos ancestrais A Império da Tijuca pisou na Sapucaí para resgatar a herança dos seus ancestrais e acabou resgatando sua própria herança de escola de samba de grandes desfiles sobre negritude. Com quesitos bem defendidos, boa plástica e excelente samba-enredo, a verde e branco, que hoje foi do Quilombo, sonha com as primeiras […]
POR Amanda Rocha22/04/2022|8 min de leitura
Desfile Império da Tijuca 2022. Foto: Bianca Guilherme/SRzd
A Império da Tijuca pisou na Sapucaí para resgatar a herança dos seus ancestrais e acabou resgatando sua própria herança de escola de samba de grandes desfiles sobre negritude. Com quesitos bem defendidos, boa plástica e excelente samba-enredo, a verde e branco, que hoje foi do Quilombo, sonha com as primeiras posições do grupo.
“Uma escola grande que já teve várias vezes aqui no Especial, comunidade muito muito legal, muito aguerrida… ela disputa o quarto e sexto lugar. Eu até esperava um pouco mais do Império. A gente percebe que é uma grande escola, tá na Série Ouro”.
A comissão de frente da Império da Tijuca apresentou um verdadeiro espetáculo na Avenida. As trocas de roupa e os elementos encontrados no quesito foram o ponto alto da noite.
Segundo o comentarista do SRzd Marcio Moura, a comissão da escola acertou nos movimentos:
“O jovem Lucas Maciel traz uma coreografia muito consciente. Percebe-se a escolha dos movimentos e as opções para ocupação do espaço. Sua apresentação é cercada de representatividade. Consegue criar dois climas distintos com rápidas trocas de roupas fazendo com que o público perceba as homenagens escolhidas na concepção final.”
O casal Renan Oliveira e Laís Ramos fez uma apresentação linda, delicada e mostrou a bandeira com honra e gentileza. Segundo a comentarista do SRzd, Eliane Santos, o casal da escola foi glamouroso:
“Renan Oliveira e Laís Ramos deslizaram glamourosos pela Avenida. Ela, apresentando giros bem precisos, um aviãozinho sincronizado na ‘pegada de mão’ do mestre-sala, com suavidade e alegria. Ele exibiu o ‘beija-flor’ durante o cruzado, deixando um espaço para sua bela dama exibir suas nuances e passos. A apresentação da bandeira aconteceu de forma elegante, com graciosidade e gentileza. O bailado apresentado, clássico e completo em sua movimentação, foi enriquecido por gestual de dança afro religiosa de forma sútil, conforme a orientação do enredo”.
O conjunto de alegorias e adereços foi pertinente ao enredo e estava à altura do desfile apresentado.
Segundo o comentarista do SRzd Jaime Cezário, o conjunto alegórico passou seu recado com dignidade:
“As alegorias seguiram o mesmo padrão de qualidade, sendo que seus carros estavam grandes e com a marcante presença da temática afro-brasileira, algo exigido pelo o enredo e também, com a forte presença do dourado. Passou seu recado com toda dignidade que sua proposta exigia.”
As fantasias foram outra aposta positiva da escola. Com acabamentos e cores vibrantes, as vestimentas da agremiação foram satisfatórias e coerentes com o enredo.
Segundo o comentarista do SRzd Jaime Cezário, o conjunto de fantasias da escola obedeceu o roteiro:
“A Império da Tijuca levantou a bandeira do Quilombo Samba e trouxe em suas fantasias um bom acabamento e respeitando as cores da Escola, abusou no dourado, acredito que deva ter tido a intenção de dizer entrelinhas que a arte negra vale ouro. Obedeceu o roteiro apresentado e buscou soluções bem diretas e claras. ”
O enredo foi bem desenvolvido, mas deixou a desejar em questão de fácil identificação. Para que pudesse ser bem entendido, era necessário acompanhar pelo roteiro.
Para o comentarista do SRzd Marcelo Masô, a leitura do enredo não foi clara:
“A GRES Império da Tijuca escolheu como enredo narrar a resistência negra em relação às influências externas não pertencentes às comunidades que abrigavam as Escolas de Samba, as quais se intensificaram a partir da década de 1970. O fio condutor da narrativa foi a escola de samba criada pelo mestre Candeia, eis que surge o Grêmio Recreativo de Arte Negra e Escola de Samba Quilombo. A escola de samba em questão foi também referência no movimento negro. O desfile foi belo, porém, leitura do enredo na Avenida não foi tão clara.”
A composição de Paulinho Bandolim, Guilherme Sá e Edgar foi um dos pontos altos do desfile da escola. Os componentes cantaram muito e contagiaram o público.
Segundo o comentarista do SRzd Cadu Zugliani, o samba-enredo da escola foi um ponto positivo para a agremiação:
“O samba do Império da Tijuca foi um dos pontos altos da noite. Muito bem interpretado pelo Daniel, uma obra digna de prêmios. Andamento perfeito que fez escola e público comprarem desde os primeiros acordes. Parabéns Império e parabéns compositores!”
Um dos pontos altos da Império da Tijuca com certeza foi a bateria impecável de Mestre Jordan. Além de ter agitado as arquibancadas, contou com a presença de Gustavo, criança que veio ao lado do mestre de bateria na apresentação para a cabine julgadora.
Segundo o comentarista do SRzd Bruno Moraes, a bateria da escola teve um desempenho excelente:
“A Sinfonia Imperial fez um excelente desfile, a galera do morro da Formiga merecia lavar a alma na Sapucaí e lavou. Com uma afinação impecável, swing, firmeza e bossas que ajudaram o ótimo samba da escola. Um dos destaques do desfile foi o pequeno Gustavo que veio ao lado do Mestre Jordan e ajudou com muita desenvoltura na apresentação ao julgador.”
Ótima passagem da Império da Tijuca no quesito. Embalada por um dos melhores sambas do ano – se não o melhor -, a comunidade brincou e cantou de forma satisfatória. Vale ressaltar a perfomance sensacional de bateria e carro de som, que mostraram perfeito entrosamento.
Segundo a comentarista do SRzd Célia Souto, a escola estava comprometida com o canto:
“A escola demonstrou domínio do canto , interpretando o samba com garra, emoção e comprometimento. Desenvolveu o canto de forma equilibrada entre ritmo , melodia e andamento.”
A agremiação não teve grandes falhas no quesito e passou coesa e fluida na maior parte do tempo. Os únicos pontos negativos ficaram por conta de alguns erros de espaçamento entre alas.
Segundo a comentarista do SRzd Célia Souto, a evolução da escola foi leve:
“A evolução da escola demonstrou leveza e movimento coerentes, porém , com algumas irregularidades de espaços entre as alas”
Enredo: Samba Quilombo – A Resistência Pela Raiz
Presidente: Antônio Marcos Teles (Tê)
Carnavalesco: Guilherme Estevão
Intérprete: Daniel Silva
Mestre de Bateria: Mestre Jordan
Rainha de Bateria: Laynara Teles
Comissão de Frente: Lucas Maciel
Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira:Renan Oliveira e Laís Ramos
A Império da Tijuca pisou na Sapucaí para resgatar a herança dos seus ancestrais e acabou resgatando sua própria herança de escola de samba de grandes desfiles sobre negritude. Com quesitos bem defendidos, boa plástica e excelente samba-enredo, a verde e branco, que hoje foi do Quilombo, sonha com as primeiras posições do grupo.
“Uma escola grande que já teve várias vezes aqui no Especial, comunidade muito muito legal, muito aguerrida… ela disputa o quarto e sexto lugar. Eu até esperava um pouco mais do Império. A gente percebe que é uma grande escola, tá na Série Ouro”.
A comissão de frente da Império da Tijuca apresentou um verdadeiro espetáculo na Avenida. As trocas de roupa e os elementos encontrados no quesito foram o ponto alto da noite.
Segundo o comentarista do SRzd Marcio Moura, a comissão da escola acertou nos movimentos:
“O jovem Lucas Maciel traz uma coreografia muito consciente. Percebe-se a escolha dos movimentos e as opções para ocupação do espaço. Sua apresentação é cercada de representatividade. Consegue criar dois climas distintos com rápidas trocas de roupas fazendo com que o público perceba as homenagens escolhidas na concepção final.”
O casal Renan Oliveira e Laís Ramos fez uma apresentação linda, delicada e mostrou a bandeira com honra e gentileza. Segundo a comentarista do SRzd, Eliane Santos, o casal da escola foi glamouroso:
“Renan Oliveira e Laís Ramos deslizaram glamourosos pela Avenida. Ela, apresentando giros bem precisos, um aviãozinho sincronizado na ‘pegada de mão’ do mestre-sala, com suavidade e alegria. Ele exibiu o ‘beija-flor’ durante o cruzado, deixando um espaço para sua bela dama exibir suas nuances e passos. A apresentação da bandeira aconteceu de forma elegante, com graciosidade e gentileza. O bailado apresentado, clássico e completo em sua movimentação, foi enriquecido por gestual de dança afro religiosa de forma sútil, conforme a orientação do enredo”.
O conjunto de alegorias e adereços foi pertinente ao enredo e estava à altura do desfile apresentado.
Segundo o comentarista do SRzd Jaime Cezário, o conjunto alegórico passou seu recado com dignidade:
“As alegorias seguiram o mesmo padrão de qualidade, sendo que seus carros estavam grandes e com a marcante presença da temática afro-brasileira, algo exigido pelo o enredo e também, com a forte presença do dourado. Passou seu recado com toda dignidade que sua proposta exigia.”
As fantasias foram outra aposta positiva da escola. Com acabamentos e cores vibrantes, as vestimentas da agremiação foram satisfatórias e coerentes com o enredo.
Segundo o comentarista do SRzd Jaime Cezário, o conjunto de fantasias da escola obedeceu o roteiro:
“A Império da Tijuca levantou a bandeira do Quilombo Samba e trouxe em suas fantasias um bom acabamento e respeitando as cores da Escola, abusou no dourado, acredito que deva ter tido a intenção de dizer entrelinhas que a arte negra vale ouro. Obedeceu o roteiro apresentado e buscou soluções bem diretas e claras. ”
O enredo foi bem desenvolvido, mas deixou a desejar em questão de fácil identificação. Para que pudesse ser bem entendido, era necessário acompanhar pelo roteiro.
Para o comentarista do SRzd Marcelo Masô, a leitura do enredo não foi clara:
“A GRES Império da Tijuca escolheu como enredo narrar a resistência negra em relação às influências externas não pertencentes às comunidades que abrigavam as Escolas de Samba, as quais se intensificaram a partir da década de 1970. O fio condutor da narrativa foi a escola de samba criada pelo mestre Candeia, eis que surge o Grêmio Recreativo de Arte Negra e Escola de Samba Quilombo. A escola de samba em questão foi também referência no movimento negro. O desfile foi belo, porém, leitura do enredo na Avenida não foi tão clara.”
A composição de Paulinho Bandolim, Guilherme Sá e Edgar foi um dos pontos altos do desfile da escola. Os componentes cantaram muito e contagiaram o público.
Segundo o comentarista do SRzd Cadu Zugliani, o samba-enredo da escola foi um ponto positivo para a agremiação:
“O samba do Império da Tijuca foi um dos pontos altos da noite. Muito bem interpretado pelo Daniel, uma obra digna de prêmios. Andamento perfeito que fez escola e público comprarem desde os primeiros acordes. Parabéns Império e parabéns compositores!”
Um dos pontos altos da Império da Tijuca com certeza foi a bateria impecável de Mestre Jordan. Além de ter agitado as arquibancadas, contou com a presença de Gustavo, criança que veio ao lado do mestre de bateria na apresentação para a cabine julgadora.
Segundo o comentarista do SRzd Bruno Moraes, a bateria da escola teve um desempenho excelente:
“A Sinfonia Imperial fez um excelente desfile, a galera do morro da Formiga merecia lavar a alma na Sapucaí e lavou. Com uma afinação impecável, swing, firmeza e bossas que ajudaram o ótimo samba da escola. Um dos destaques do desfile foi o pequeno Gustavo que veio ao lado do Mestre Jordan e ajudou com muita desenvoltura na apresentação ao julgador.”
Ótima passagem da Império da Tijuca no quesito. Embalada por um dos melhores sambas do ano – se não o melhor -, a comunidade brincou e cantou de forma satisfatória. Vale ressaltar a perfomance sensacional de bateria e carro de som, que mostraram perfeito entrosamento.
Segundo a comentarista do SRzd Célia Souto, a escola estava comprometida com o canto:
“A escola demonstrou domínio do canto , interpretando o samba com garra, emoção e comprometimento. Desenvolveu o canto de forma equilibrada entre ritmo , melodia e andamento.”
A agremiação não teve grandes falhas no quesito e passou coesa e fluida na maior parte do tempo. Os únicos pontos negativos ficaram por conta de alguns erros de espaçamento entre alas.
Segundo a comentarista do SRzd Célia Souto, a evolução da escola foi leve:
“A evolução da escola demonstrou leveza e movimento coerentes, porém , com algumas irregularidades de espaços entre as alas”
Enredo: Samba Quilombo – A Resistência Pela Raiz
Presidente: Antônio Marcos Teles (Tê)
Carnavalesco: Guilherme Estevão
Intérprete: Daniel Silva
Mestre de Bateria: Mestre Jordan
Rainha de Bateria: Laynara Teles
Comissão de Frente: Lucas Maciel
Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira:Renan Oliveira e Laís Ramos
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