Há 40 anos, Portela e Mangueira foram protagonistas de momento histórico no Carnaval do Rio

  • Icon instagram_blue
  • Icon youtube_blue
  • Icon x_blue
  • Icon facebook_blue
  • Icon google_blue

1984, o início da era sambódromo. Deu Mangueira e Portela! Há 40 anos! É quase um consenso que a concepção e execução dos desfiles se modificaram ao longo dos anos. Um marco fundamental nesse processo é a construção do sambódromo na Marquês de Sapucaí. A Passarela Professor Darcy Ribeiro começou a ser construída em 1983 […]

POR Redação SRzd03/07/2024|3 min de leitura

Há 40 anos, Portela e Mangueira foram protagonistas de momento histórico no Carnaval do Rio

Casais de Portela e Mangueira se encontram após desfile de 1984. Foto: Anibal Philot

| Siga-nos Google News

1984, o início da era sambódromo. Deu Mangueira e Portela!

Há 40 anos! É quase um consenso que a concepção e execução dos desfiles se modificaram ao longo dos anos. Um marco fundamental nesse processo é a construção do sambódromo na Marquês de Sapucaí.

A Passarela Professor Darcy Ribeiro começou a ser construída em 1983 e foi inaugurada no ano seguinte. Em 2024, chegou aos 40 anos, recebendo a diversidade de criação, a genialidade artística e musical de tantas mentes brilhantes da cultura popular do país.

Tudo foi inédito. Após décadas tendo que montar e desmontar as arquibancadas e estruturas de ferro, o samba carioca estreou na sua Casa definitiva.

Cercada de indecisões e polêmicas, se concretizava a tão sonhada Passarela do Samba, nos estertores da Ditadura Militar e sob a batuta do então governador do Rio, Leonel Brizola.

Tudo foi inédito, e não foi só a inauguração do sambódromo. As principais escolas de samba passaram a desfilar divididas em dois dias. Foi também naquele ano que se usou um regulamento jamais reaproveitado; uma campeã para o domingo, outra para a segunda-feira e uma supercampeã.

Foi também em 1984 que uma escola de samba desfilou e, após chegar na Apoteose, retornou pela Avenida. E não foi só.

+ Ex-presidente revelou a volta mangueirense

Ex-presidente da Mangueira e compositor, Álvaro Caetano, o Alvinho, contou que o retorno da escola na Marquês de Sapucaí foi mera obra do acaso e improviso.

Alvinho disse em antiga entrevista ao G1, que o projeto do sambódromo não previa o escoamento das alegorias após o desfile. Com isso, quando a Mangueira – última escola a desfilar na segunda-feira – chegou à Apoteose, encontrou um engarrafamento de alegorias e não podia sair com seus carros.

“A Mangueira num toque de mágica fazer a volta e retornar pela Sapucaí. E aí o povo desceu das arquibancadas e foi um delírio”, contou (relembre esse momento):

*Imagens – TV Manchete

Principal oponente da Mangueira, que estava há dez anos sem levar o título, a Portela contava com enredo e samba de primeira grandeza. Os carnavalescos Edmundo Braga e Paulino Espírito Santo prepararam Contos de Areia, que homenageava os portelenses Paulo da Portela, Natal e Clara Nunes, representados respectivamente pelos Orixás Oranian, Oxóssi e Iansã.

Antes do desfile, a bateria esquentava ao som de clássicos imortalizados na voz de Clara Nunes, falecida em abril do ano anterior após um choque anafilático, consequência de anestesia para uma cirurgia de varizes.

Desde o início da década de 70, Clara estava sempre presente nos desfiles da Portela. Aquele momento levou às lágrimas o público e os portelenses. Um minuto de silêncio fosse respeitado (veja os registros):

1984, o início da era sambódromo. Deu Mangueira e Portela!

Há 40 anos! É quase um consenso que a concepção e execução dos desfiles se modificaram ao longo dos anos. Um marco fundamental nesse processo é a construção do sambódromo na Marquês de Sapucaí.

A Passarela Professor Darcy Ribeiro começou a ser construída em 1983 e foi inaugurada no ano seguinte. Em 2024, chegou aos 40 anos, recebendo a diversidade de criação, a genialidade artística e musical de tantas mentes brilhantes da cultura popular do país.

Tudo foi inédito. Após décadas tendo que montar e desmontar as arquibancadas e estruturas de ferro, o samba carioca estreou na sua Casa definitiva.

Cercada de indecisões e polêmicas, se concretizava a tão sonhada Passarela do Samba, nos estertores da Ditadura Militar e sob a batuta do então governador do Rio, Leonel Brizola.

Tudo foi inédito, e não foi só a inauguração do sambódromo. As principais escolas de samba passaram a desfilar divididas em dois dias. Foi também naquele ano que se usou um regulamento jamais reaproveitado; uma campeã para o domingo, outra para a segunda-feira e uma supercampeã.

Foi também em 1984 que uma escola de samba desfilou e, após chegar na Apoteose, retornou pela Avenida. E não foi só.

+ Ex-presidente revelou a volta mangueirense

Ex-presidente da Mangueira e compositor, Álvaro Caetano, o Alvinho, contou que o retorno da escola na Marquês de Sapucaí foi mera obra do acaso e improviso.

Alvinho disse em antiga entrevista ao G1, que o projeto do sambódromo não previa o escoamento das alegorias após o desfile. Com isso, quando a Mangueira – última escola a desfilar na segunda-feira – chegou à Apoteose, encontrou um engarrafamento de alegorias e não podia sair com seus carros.

“A Mangueira num toque de mágica fazer a volta e retornar pela Sapucaí. E aí o povo desceu das arquibancadas e foi um delírio”, contou (relembre esse momento):

*Imagens – TV Manchete

Principal oponente da Mangueira, que estava há dez anos sem levar o título, a Portela contava com enredo e samba de primeira grandeza. Os carnavalescos Edmundo Braga e Paulino Espírito Santo prepararam Contos de Areia, que homenageava os portelenses Paulo da Portela, Natal e Clara Nunes, representados respectivamente pelos Orixás Oranian, Oxóssi e Iansã.

Antes do desfile, a bateria esquentava ao som de clássicos imortalizados na voz de Clara Nunes, falecida em abril do ano anterior após um choque anafilático, consequência de anestesia para uma cirurgia de varizes.

Desde o início da década de 70, Clara estava sempre presente nos desfiles da Portela. Aquele momento levou às lágrimas o público e os portelenses. Um minuto de silêncio fosse respeitado (veja os registros):

Notícias Relacionadas

Ver tudo