Sapucaí, 40: 1987, o ano superlativo da era sambódromo e 8 potenciais campeãs

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O palco maior do Carnaval brasileiro vive um marco em sua história. O sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, está próximo de completar quatro décadas de espetáculo. Lá, aconteceu a consolidação dos desfiles das escolas de samba na cidade. A Passarela Professor Darcy Ribeiro começou a ser construída em 1983 e foi inaugurada […]

POR Redação SRzd29/05/2023|6 min de leitura

Sapucaí, 40: 1987, o ano superlativo da era sambódromo e 8 potenciais campeãs

Foto: Acervo do Museu Nacional/Arte: SRzd

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O palco maior do Carnaval brasileiro vive um marco em sua história. O sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, está próximo de completar quatro décadas de espetáculo. Lá, aconteceu a consolidação dos desfiles das escolas de samba na cidade.

A Passarela Professor Darcy Ribeiro começou a ser construída em 1983 e foi inaugurada no ano seguinte. Em 2024, chega aos 40 anos recebendo a diversidade de criação, a genialidade artística e musical de tantas mentes brilhantes e traços tão importantes relevantes da cultura popular do país.

O portal SRzd preparou uma série de reportagens sobre esse momento, que serão publicadas ao longo deste ano (confira as publicações anteriores):

+ Oscar Niemeyer, o traço do gênio no palco da cultura popular

+ Sapucaí, 40: Utopia de Darcy e o embate de Brizola, o ‘Odorico’ para os Marinho

+ A soberania e o mau negócio que é desfilar aos domingos

+ A verdade sobre a volta da Mangueira e a única disputa da história

Enquetes de melhor desfile:

+ veja o resultado da enquete da década de 80

+ veja o resultado da enquete da década de 90

+ veja o resultado da enquete da década de 2000

+ veja o resultado da enquete da década de 2010

+ veja o resultado da enquete da década de 2020

1987, o ano superlativo da era sambódromo e 8 potenciais campeãs

O ano de 1987 é considerado um dos pontos altos da era sambódromo.

Desde a produção, até o que se viu na pista, os desfiles do Grupo Especial daquele ano marcaram época. Enredos bem concebidos, de fácil entendimento e populares.

As boas idéias dos carnavalescos, em ato contínuo no processo de criação, possibilitaram uma bela safra de sambas de enredo.

Passarela lotada e escolas na pista até para bem além do clarear do dia, como muitos amantes da festa gostam e gostariam de reviver.

A apuração consagrou a Estação Primeira de Mangueira como bicampeã, embalada pelo clássico assinado por Bira do Ponto, Rody e Verinha, cantando vida e obra do gênio Carlos Drumond de Andrade. Apuração polêmica, que despontuou a verde e rosa num quesito em que ela se achou imbatível na ocasião; harmonia. No mais, considerando os descartes, gabaritou.

Mas além do arrastão de alegria da Mangueira, em grande forma e faturando um título que seria o último após mais de dez anos de jejum, outras sete coirmãs também poderiam sonhar com primeiro lugar.

O ano de 1987 foi quase que a obra final de um dos gênios dos desfiles de escolas de samba. Fernando Pinto atingiu o auge da criatividade e brindou o público com o fabuloso “Tupinicópolis”. Ficou a um ponto da Mangueira, perdendo a chance de faturar a taça em samba-enredo que, embora não estivesse entre os melhores do ano, contribuiu para a atmosfera daquele espetáculo surreal, também sob a luz do sol.

Vivendo seus últimos momentos de protagonista no Grupo Especial antes de mergulhar num período de altos e baixos, o Império Serrano também era apontado como candidato ao topo. “Com a Boca no Mundo, Quem não Se Comunica se Trumbica”, foi educativo e irreverente, no melhor estilo imperiano. Um Carnaval brilhante, penalizado inexplicavelmente, no quesito conjunto. Outros dois pontos preciosos foram tirados do 1º casal.

Num dos muitos empates na classificação final, o que evidenciou o nível alto do espetáculo produzido e uma consequente disputa acirrada na abertura dos envelopes, a Portela também despontou ao cantar a paz. No caso da azul e branca, foram as fantasias que não agradaram os jurados.

Já referência em luxo e estética dentro da divisão principal, a Beija-Flor, mesmo com sugestões de plágio, só não chegou na frente por perder pontos importantes em quesitos musicais; bateria e samba.

Iniciando uma sequência de ótimos desfiles que culminariam no título inédito em 1992, a Estácio rugiu alto e desfilou para reinar. O tititi que virou chiclete nos ouvidos do povão também rodou no quesito MSPB.

Outras duas gigantes empataram fechando esse grupo de oito potenciais campeãs de 87. O Salgueiro se recuperou de desfiles muito abaixo de sua história e, sob o comando da voz potente de Rixxa, ficou fora da disputa ao ser duramente penalizado no quesito enredo. A Vila, embalada por um samba clássico assinado por Martinho, sem rimas, também sofreu nas mãos dos jurados de enredo, além de ter apresentado problemas em evolução.

Destas duas para baixo, a diferença de pontuação foi enorme. Mas as demais que integravam o Especial em 87, deixaram marcas também; a genialidade de Arlindo Rodrigues e os carros sem destaques vivos na Imperatriz; o importante alerta social da São Clemente, a irreverência de Ilha e Caprichosos e as gostosas homenagens de Cabuçu, Ponte e Império da Tijuca, formara um Carnaval obrigatório de ser revisto de tempos em tempos (veja a classificação final de 1987):

Campeã: Estação Primeira de Mangueira – No Reino das Palavras, Carlos Drummond de Andrade -224 pontos
Vice: Mocidade Independente de Padre Miguel – Tupinicópolis – 223
3º: Império Serrano – Com a Boca no Mundo, Quem não Se Comunica se Trumbica – 221
Portela – Adelaide, a Pomba da Paz – 221
4º: Beija-Flor – As Mágicas Luzes da Ribalta – 219
Estácio de Sá – O Tititi do Sapoti – 219
5º: Acadêmicos do Salgueiro – E por que não? – 216
Unidos de Vila Isabel – Raízes – 216
6º: Imperatriz Leopoldinense – Estrela Dalva – 203
7º: São Clemente – Capitães do Asfalto – 197
Unidos do Cabuçu – Roberto Carlos na Cidade da Fantasia – 197
8º: Caprichosos de Pilares – Ajoelhou Tem que Rezar… ou Eu Prometo – 196
9º: União da Ilha do Governador – Extra! Extra! – 190
10º: Unidos da Ponte – G.R.E.S. Saudade – 188
11º: Unidos do Jacarezinho – Lupicínio Rodrigues, a Dor de Cotovelo – 170
12º: Império da Tijuca – Viva o Povo Brasileiro – 152

+ veja o compacto dos desfiles de 1987:

O palco maior do Carnaval brasileiro vive um marco em sua história. O sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, está próximo de completar quatro décadas de espetáculo. Lá, aconteceu a consolidação dos desfiles das escolas de samba na cidade.

A Passarela Professor Darcy Ribeiro começou a ser construída em 1983 e foi inaugurada no ano seguinte. Em 2024, chega aos 40 anos recebendo a diversidade de criação, a genialidade artística e musical de tantas mentes brilhantes e traços tão importantes relevantes da cultura popular do país.

O portal SRzd preparou uma série de reportagens sobre esse momento, que serão publicadas ao longo deste ano (confira as publicações anteriores):

+ Oscar Niemeyer, o traço do gênio no palco da cultura popular

+ Sapucaí, 40: Utopia de Darcy e o embate de Brizola, o ‘Odorico’ para os Marinho

+ A soberania e o mau negócio que é desfilar aos domingos

+ A verdade sobre a volta da Mangueira e a única disputa da história

Enquetes de melhor desfile:

+ veja o resultado da enquete da década de 80

+ veja o resultado da enquete da década de 90

+ veja o resultado da enquete da década de 2000

+ veja o resultado da enquete da década de 2010

+ veja o resultado da enquete da década de 2020

1987, o ano superlativo da era sambódromo e 8 potenciais campeãs

O ano de 1987 é considerado um dos pontos altos da era sambódromo.

Desde a produção, até o que se viu na pista, os desfiles do Grupo Especial daquele ano marcaram época. Enredos bem concebidos, de fácil entendimento e populares.

As boas idéias dos carnavalescos, em ato contínuo no processo de criação, possibilitaram uma bela safra de sambas de enredo.

Passarela lotada e escolas na pista até para bem além do clarear do dia, como muitos amantes da festa gostam e gostariam de reviver.

A apuração consagrou a Estação Primeira de Mangueira como bicampeã, embalada pelo clássico assinado por Bira do Ponto, Rody e Verinha, cantando vida e obra do gênio Carlos Drumond de Andrade. Apuração polêmica, que despontuou a verde e rosa num quesito em que ela se achou imbatível na ocasião; harmonia. No mais, considerando os descartes, gabaritou.

Mas além do arrastão de alegria da Mangueira, em grande forma e faturando um título que seria o último após mais de dez anos de jejum, outras sete coirmãs também poderiam sonhar com primeiro lugar.

O ano de 1987 foi quase que a obra final de um dos gênios dos desfiles de escolas de samba. Fernando Pinto atingiu o auge da criatividade e brindou o público com o fabuloso “Tupinicópolis”. Ficou a um ponto da Mangueira, perdendo a chance de faturar a taça em samba-enredo que, embora não estivesse entre os melhores do ano, contribuiu para a atmosfera daquele espetáculo surreal, também sob a luz do sol.

Vivendo seus últimos momentos de protagonista no Grupo Especial antes de mergulhar num período de altos e baixos, o Império Serrano também era apontado como candidato ao topo. “Com a Boca no Mundo, Quem não Se Comunica se Trumbica”, foi educativo e irreverente, no melhor estilo imperiano. Um Carnaval brilhante, penalizado inexplicavelmente, no quesito conjunto. Outros dois pontos preciosos foram tirados do 1º casal.

Num dos muitos empates na classificação final, o que evidenciou o nível alto do espetáculo produzido e uma consequente disputa acirrada na abertura dos envelopes, a Portela também despontou ao cantar a paz. No caso da azul e branca, foram as fantasias que não agradaram os jurados.

Já referência em luxo e estética dentro da divisão principal, a Beija-Flor, mesmo com sugestões de plágio, só não chegou na frente por perder pontos importantes em quesitos musicais; bateria e samba.

Iniciando uma sequência de ótimos desfiles que culminariam no título inédito em 1992, a Estácio rugiu alto e desfilou para reinar. O tititi que virou chiclete nos ouvidos do povão também rodou no quesito MSPB.

Outras duas gigantes empataram fechando esse grupo de oito potenciais campeãs de 87. O Salgueiro se recuperou de desfiles muito abaixo de sua história e, sob o comando da voz potente de Rixxa, ficou fora da disputa ao ser duramente penalizado no quesito enredo. A Vila, embalada por um samba clássico assinado por Martinho, sem rimas, também sofreu nas mãos dos jurados de enredo, além de ter apresentado problemas em evolução.

Destas duas para baixo, a diferença de pontuação foi enorme. Mas as demais que integravam o Especial em 87, deixaram marcas também; a genialidade de Arlindo Rodrigues e os carros sem destaques vivos na Imperatriz; o importante alerta social da São Clemente, a irreverência de Ilha e Caprichosos e as gostosas homenagens de Cabuçu, Ponte e Império da Tijuca, formara um Carnaval obrigatório de ser revisto de tempos em tempos (veja a classificação final de 1987):

Campeã: Estação Primeira de Mangueira – No Reino das Palavras, Carlos Drummond de Andrade -224 pontos
Vice: Mocidade Independente de Padre Miguel – Tupinicópolis – 223
3º: Império Serrano – Com a Boca no Mundo, Quem não Se Comunica se Trumbica – 221
Portela – Adelaide, a Pomba da Paz – 221
4º: Beija-Flor – As Mágicas Luzes da Ribalta – 219
Estácio de Sá – O Tititi do Sapoti – 219
5º: Acadêmicos do Salgueiro – E por que não? – 216
Unidos de Vila Isabel – Raízes – 216
6º: Imperatriz Leopoldinense – Estrela Dalva – 203
7º: São Clemente – Capitães do Asfalto – 197
Unidos do Cabuçu – Roberto Carlos na Cidade da Fantasia – 197
8º: Caprichosos de Pilares – Ajoelhou Tem que Rezar… ou Eu Prometo – 196
9º: União da Ilha do Governador – Extra! Extra! – 190
10º: Unidos da Ponte – G.R.E.S. Saudade – 188
11º: Unidos do Jacarezinho – Lupicínio Rodrigues, a Dor de Cotovelo – 170
12º: Império da Tijuca – Viva o Povo Brasileiro – 152

+ veja o compacto dos desfiles de 1987:

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