Quinta escola a desfilar no primeiro dia de desfiles da Série Ouro, a União da Ilha levou para a Avenida o enredo Vendedor de Orações. Veja abaixo as análises dos comentaristas do SRzd sobre o desfile:
Avaliação geral (Rachel Valença):
“No desfile de hoje, pelo menos até o momento a União da Ilha está sobrando. Um patamar acima das que já passaram. Isso se deve ao desempenho da bateria e sobretudo do intérprete. Isso contrasta com a frieza do público, frio e desinteressado”.
Avaliação geral (Luiz Fernando Reis):
“Até aqui é a melhor, é a campeã. Mas sinto que ainda falta alguma coisa, pois ainda temos várias escolas. Foi o único desfile até agora com cara de Especial. A agremiação mais encorpada e valente”.
Comissão de Frente (Márcio Moura):
“Priscilla Mota e Rodrigo Negri estreiam na União da Ilha com a responsabilidade de trazer pra Avenida mais uma homenagem religiosa dessa noite. Dessa vez, Nossa senhora Aparecida , interpretada pela insulana fiel Cacau Protásio, foi reverenciada através da historia do escravo liberto Zacarias. A dupla sempre traz pra avenida intérpretes muito bem ensaiados e com um vigor cênico único. E não foi diferente dessa vez. O grupo absolutamente imerso no contexto já troca com o publico na teatralidade do olhar. E sem duvida nenhuma isso faz toda diferença no resultado final do trabalho. O elemento cênico inicia como uma pequena capela/altar e depois fica proporcionalmente o maior da noite, mas o manuseio dos interpretes faz com que tudo pareça muito leve. Como tb é leve a aparição sincrética de Oxum, onde o elemento ganha mais fluidez ainda . Essa noite historias tem sido contadas com bastante clareza e isso faz com que o público se sinta incluído na proposta cênica. No caso da “cena ” coreografada por Priscilla e Rodrigo , a plateia é convidada para uma oração. E é lindo de ver”.
Casal de mestre-sala e porta-bandeira (Eliane Santos Souza):
“Mestre-Sala e Porta-Bandeira Exibindo um Cruzado dançado na meia ponta, num balançar que caracteriza seu estilo, o mestre-sala Marlon Flores conduziu a dança e cortejou com muita gentileza a porta-bandeira. Livre, na realização do Abano, com giros precisos nos dois sentidos, Danielle Nascimento, bailou com alegria e muita determinação. A dança do casal revelou o entrosamento perfeito evidenciado pelas ações realizadas com naturalidade e o excelente sincronismo de seus movimentos. No último módulo de julgadores, o casal foi aplaudido com entusiasmo”.
Alegorias e Adereços (Jaime Cezário):
“As alegorias da União da Ilha vieram com ares de Grupo Especial, grandiosas, bem acabadas, sem reciclagens excessivas, mesmo as que por acaso ousou usar, tinha a maquiagem certeira, não deixando ninguém ficar pensado onde e quando, em suma, a Ilha não pecou, ou melhor… estava impecável”.
Fantasias (Jaime Cezário):
“União da Ilha chegou com fé na padroeira do Brasil e não foi humilde, apresentou um belo conjunto de fantasias mostrando que a escola Insulana quer sonhar alto… poderia ser melhor, vou dizer que sim, mas para a competição até o momento, acredito estar no caminho certo. Soube contar o enredo através das suas fantasias. Ela não pecou com o excesso repetitivo de elementos sacros, viajou no sincretismo e trouxe o equilíbrio num paralelo com a orixá Oxum”.
Enredo (Marcelo Masô):
“A União da Ilha do Governador aportou na avenida com força total, muito exuberante. O tema da União da Ilha foi Nossa senhora de Aparecida. O enredo foi encadeado a partir dos milagres realizados pela padroeira do Brasil, tendo como um dos elementos centrais da apresentação o escravo Zacarias, o qual foi agraciado com um milagre de Aparecida. Após ser capturado orou por sua vida e as correntes que o prendiam se quebraram. O feitor reconheceu o milagre e libertou Zacarias. Este foi um dos milagres narrados neste esplêndido desfile da União da Ilha. É essencial destacar a excelente abordagem concernente ao sincretismo religioso, Oxum, representação de Nossa Senhora de Aparecida, foi apresentada com muita beleza e competência pela escola. A apresentação da União da Ilha do Governador foi vibrante, digna de aplausos efusivos”.
Samba-enredo (Cadu Zugliani):
“Um samba que não era considerado um dos melhores, parece ter sido ‘abençoado’ no desfile. Andamento perfeito, carro de som uma aula fazendo a escola flutuar. Casamento perfeito com um grande desfile”.
Bateria (Cláudio Francioni e Bruno Moraes):
“Desfile espetacular da bateria da União da Ilha, respeitando todas as suas características, inclusive a tradicional subida de três usada nós anos 90. Um show de equilíbrio de timbres, com marcações bem graves, repiques e caixas de 14 polegadas preenchendo os médios com uma execução perfeita e os instrumentos leves limpos e precisos. Executaram todas as bossas com firmeza em frente às duas primeiras cabines. Na última, fizeram as convenções pouco antes do módulo e seguiram para não prejudicar a cronometragem. Keko e Marcelo trouxeram paradinhas muito bem elaboradas, com destaque para o toque do sino, envolvendo a ideia no enredo. Apresentação digna de Grupo Especial, inegavelmente”.
Harmonia (Célia Souto):
“A escola cantou o samba com muita garra, vibração e entrosamento demonstrando um ótimo domínio melódico e rítmico. Os componentes estavam bem apoiados por um excelente intérprete, grupo de apoio vocal e instrumentos”.
Evolução (Célia Souto):
”A escola evoluiu com muita segurança e leveza, seguidos de muita vibração”.
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