Sexta escola a desfilar no segundo dia de apresentações da Série Ouro, a Acadêmicos de Vigário Geral levou para a Sapucaí o enredo Pequena África. Veja abaixo as análises dos comentaristas do SRzd sobre o desfile:
Avaliação geral (Luiz Fernando Reis):
“Enredo político, crítico, social e necessário. Achei muito interessante a proposta. O último carro, o da favela, foi muito bem sacado. É uma escola que tá começando a dar uns toques políticos e sociais muito interessantes. Gostei, mas é uma escola que não disputa Carnaval.”
Comissão de Frente (Márcio Moura):
“Comissão é feita de detalhes e Anderson Big se preocupa muito com esse quesito. O figurino da comissão era uma obra de arte. Uma malha com impressões de fotos antigas e textos de jornais falando da escravidão. Nas mãos, um adereço que imitava um saco de sal. A coreografia fazia também uma referência direta a religiosidade afro brasileira. Por fim, a mensagem: ‘Vidas negras importam’, aliada a imagens de negros injustiçados fez o publico aplaudir bastante”.
Casal de mestre-sala e porta-bandeira (Eliane Santos Souza):
“Pode ser apreciada uma apresentação do bailado clássico, com movimentos obrigatórios do mestre-sala bem realizados e em grande sincronismo com os da porta-bandeira. Vigor e segurança, determinação e galhardia nas ações do dançarino que cortejou a dama durante o Currupio; realizou giros, piruetas e “falsa queda” com precisão; ofereceu apoio para a dama dançar no Aviãozinho durante a Pegada de Mão! No mais: meneios, requebros singelos e muita reverência de Diego Jenkis a sua dama Thaina Teixeira”.
Fantasias (Jaime Cezário):
“A Acadêmicos de Vigário Geral trouxe fantasias que lembraram desde o degredo do negro africano até seu estabelecimento nessa região carioca. A escola mostrou em suas fantasias que lutam com pouca verba, mas de uma forma simples conseguiu apresentar sua história”.
Alegorias e Adereços (Jaime Cezário):
“As alegorias seguiram a mesma tônica das fantasias, com poucos recursos financeiros tentaram mostrar com dignidade a história da Pequena África”.
Enredo (Marcelo Masô):
“Berço das rodas de samba, palco onde brilharam grande sambistas como Donga e morada da histórica Tia Ciata, ícone de resistência da cultura afro-brasileira. O enredo teve bom desenvolvimento tendo sido abordada a abominável escravidão, a população negra trabalhadora da região portuária e diversas vertentes da cultura afro-brasileira. O ponto negativo consiste na tentativa de conexão do passado com o futuro em relação ao Cais do Valongo, esta realizada no terceiro setor. As referências ao passado ficaram claras, tal como a remissão aos trabalhadores da estiva. Entretanto, os signos, a semiótica concernente à presente realidade do Cais do Valongo não foi abordada de forma compreensível, ficando deficitária a compreensão nestes aspectos do último setor do desfile”.
Samba-enredo (Cadu Zugliani):
“Apesar do esforço da comunidade, o samba de Vigário não aconteceu. A obra é melhor do que o que foi apresentado na Avenida. Samba que tem momentos muito legais como o refrão principal. Achei acelerado demais na apresentação”.
Bateria (Cláudio Francioni):
“A bateria de Mestre Luygui fez um bom desfile, trazendo marcações bem graves e um conjunto de caixas com boa execução na levada e nas pequenas convenções, como na retomada da segunda do samba. Executou com precisão as bossas nas cabines e segurou o andamento. Um pequeno desencontro entre as marcações entre o primeiro e segundo módulo, por sorte bem longe do campo de avaliação de ambos os julgadores”.
Harmonia (Célia Souto):
“A escola demonstrou garra e animação para cantar o samba, porém o entrosamento entre ritmo, melodia e andamento não foi bem desenvolvido, a execução do canto ficou prejudicada devido à falta de clareza na pronúncia e dicção”.
Evolução (Célia Souto):
“A escola apresentou andamento irregular entre as alas , causando monotonia e alguns buracos no desenvolvimento do desfile”.
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