Zezé Motta visita barracão da Sossego e diz que será sua última participação no Carnaval

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A atriz e cantora Zezé Motta, que veio exclusivamente de Portugal para o Rio, só para conferir as fantasias e carros alegóricos que foram criados pelo carnavalesco Marcio Puluker, da Acadêmicos do Sossego, que leva para a avenida o enredo “Zezé Motta – A Deusa de Ébano”, abrindo os desfiles na Marques de Sapucaí na sexta-feira (24) de […]

POR Redação SRzd08/02/2017|5 min de leitura

Zezé Motta visita barracão da Sossego e diz que será sua última participação no Carnaval

Zezé Motta. Foto: Staff Company

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A atriz e cantora Zezé Motta, que veio exclusivamente de Portugal para o Rio, só para conferir as fantasias e carros alegóricos que foram criados pelo carnavalesco Marcio Puluker, da Acadêmicos do Sossego, que leva para a avenida o enredo “Zezé Motta – A Deusa de Ébano”, abrindo os desfiles na Marques de Sapucaí na sexta-feira (24) de carnaval. Atualmente morando em Lisboa, Portugal, devido a gravação da novela Ouro Verde, e se dedicando também ao seu oito álbum solo que será lançado ainda este ano “O Samba Mandou me chamar” pela gravadora Coqueiro Verde, Zezé Motta, não conteve lágrimas e emoção ao conferir os seus 50 anos de carreira esculpidos em criações e adereços carnavalescos.

Zezé Motta com o carnavalesco Marcio Puluker. Foto: Staff Company
Zezé Motta com o carnavalesco Marcio Puluker. Foto: Staff Company

“Com 72 anos, não é brincadeira, é muita emoção pra um coração só! Já comecei a me preparar inclusive, para no dia poder aguentar… Aceitei essa homenagem e aproveito para me despedir do carnaval. Já estou na casa dos 70, tudo bem que há senhoras de 90 cheias de disposição, mas cada um é cada um. Quero anunciar que é uma despedida. Até porque odeio dizer não e não quero que continuem me convidando para desfilar. Preciso de férias pra minha saúde física, mental, espiritual e familiar. Vou me despedir em grande estilo”, afirma Zezé.

Zezé Motta em visita ao barracão da Sossego. Foto: Staff Company
Zezé Motta em visita ao barracão da Sossego. Foto: Staff Company

Ícone negro da cultura brasileira, a cantora e atriz que ficou imortalizada internacionalmente como Xica da Silva, no filme de 1976 do diretor Cacá Diegues, tem participado ativamente de cada detalhe do desfile, mesmo de longe! O Acadêmicos do Sossego, entidade que integra o Grupo de Acesso do Rio de Janeiro, volta à Sapucaí em 2017, e por isso quis exaltar uma personalidade forte e importante para a cultura do país:

“Me sinto em estado de graça, com o convite da Acadêmicos do Sossego e pela homenagem que estão preparando. Não tenho palavras à altura de poder ser cantada no palco sagrado do carnaval. É muita emoção”, declarou Zezé.

A escola prepara surpresas, mas adianta que o maior trunfo do desfile será a entrada de Zezé. “Vai ser o ápice do espetáculo. Mas chamo a atenção para a nossa comissão de frente, que está emocionante, o abre-alas e o último carro da escola”, comenta o carnavalesco Marcio Puluker.

“Na minha adolescência, eu me achava muito feia porque minhas colegas me diziam que meu nariz era chato, meu cabelo era ruim e minha bunda era grande. Sofria com isso. Passei por um processo de tentativa de embranquecimento, comecei a alisar o cabelo e usava peruca chanel. Meu sonho era juntar dinheiro para fazer uma cirurgia no nariz e afiná-lo. Pensei em diminuir o bumbum para ser aceita. Só comecei a me aceitar em 1969, quando tinha 25 anos e viajei para os Estados Unidos, em pleno momento Black is Beautiful. Comecei a olhar as mulheres e os homens e falei: ‘Gente, eles são bonitos’. E aí cheguei à conclusão: ‘Por que eu não acho que nós, negros, no Brasil somos bonitos?’. Descobri que era questão da autoestima bem resolvida. Via negros lindos na rua, com cabelos black power lindíssimos. Essa viagem foi muito importante para mim. Me enfiei embaixo do chuveiro e parei de alisar o cabelo. Não é nenhuma crítica a quem prefere cabelo liso, o ruim é a negação das características, e isso foi um momento que eu fiz questão que fosse contado no desfile”, conta Zezé Motta.

A atriz  que já recebeu o Troféu Oscarito – destinado a grandes atores do cinema brasileiro -, por sua majestosa atuação como Xica da Silva, de Cacá Diegues, que projetou o cinema brasileiro em mais de 16 países no ano 1976, foi recentemente homenageada e entrou para a memória do Museu do Festival de Cinema de Gramado (RS), através de uma estátua de cera. A estátua foi feita nos mesmos moldes das Estátuas produzidas para o DREAMLAND – primeiro museu de cera da America Latina.

 

 

 

 

 

A atriz e cantora Zezé Motta, que veio exclusivamente de Portugal para o Rio, só para conferir as fantasias e carros alegóricos que foram criados pelo carnavalesco Marcio Puluker, da Acadêmicos do Sossego, que leva para a avenida o enredo “Zezé Motta – A Deusa de Ébano”, abrindo os desfiles na Marques de Sapucaí na sexta-feira (24) de carnaval. Atualmente morando em Lisboa, Portugal, devido a gravação da novela Ouro Verde, e se dedicando também ao seu oito álbum solo que será lançado ainda este ano “O Samba Mandou me chamar” pela gravadora Coqueiro Verde, Zezé Motta, não conteve lágrimas e emoção ao conferir os seus 50 anos de carreira esculpidos em criações e adereços carnavalescos.

Zezé Motta com o carnavalesco Marcio Puluker. Foto: Staff Company
Zezé Motta com o carnavalesco Marcio Puluker. Foto: Staff Company

“Com 72 anos, não é brincadeira, é muita emoção pra um coração só! Já comecei a me preparar inclusive, para no dia poder aguentar… Aceitei essa homenagem e aproveito para me despedir do carnaval. Já estou na casa dos 70, tudo bem que há senhoras de 90 cheias de disposição, mas cada um é cada um. Quero anunciar que é uma despedida. Até porque odeio dizer não e não quero que continuem me convidando para desfilar. Preciso de férias pra minha saúde física, mental, espiritual e familiar. Vou me despedir em grande estilo”, afirma Zezé.

Zezé Motta em visita ao barracão da Sossego. Foto: Staff Company
Zezé Motta em visita ao barracão da Sossego. Foto: Staff Company

Ícone negro da cultura brasileira, a cantora e atriz que ficou imortalizada internacionalmente como Xica da Silva, no filme de 1976 do diretor Cacá Diegues, tem participado ativamente de cada detalhe do desfile, mesmo de longe! O Acadêmicos do Sossego, entidade que integra o Grupo de Acesso do Rio de Janeiro, volta à Sapucaí em 2017, e por isso quis exaltar uma personalidade forte e importante para a cultura do país:

“Me sinto em estado de graça, com o convite da Acadêmicos do Sossego e pela homenagem que estão preparando. Não tenho palavras à altura de poder ser cantada no palco sagrado do carnaval. É muita emoção”, declarou Zezé.

A escola prepara surpresas, mas adianta que o maior trunfo do desfile será a entrada de Zezé. “Vai ser o ápice do espetáculo. Mas chamo a atenção para a nossa comissão de frente, que está emocionante, o abre-alas e o último carro da escola”, comenta o carnavalesco Marcio Puluker.

“Na minha adolescência, eu me achava muito feia porque minhas colegas me diziam que meu nariz era chato, meu cabelo era ruim e minha bunda era grande. Sofria com isso. Passei por um processo de tentativa de embranquecimento, comecei a alisar o cabelo e usava peruca chanel. Meu sonho era juntar dinheiro para fazer uma cirurgia no nariz e afiná-lo. Pensei em diminuir o bumbum para ser aceita. Só comecei a me aceitar em 1969, quando tinha 25 anos e viajei para os Estados Unidos, em pleno momento Black is Beautiful. Comecei a olhar as mulheres e os homens e falei: ‘Gente, eles são bonitos’. E aí cheguei à conclusão: ‘Por que eu não acho que nós, negros, no Brasil somos bonitos?’. Descobri que era questão da autoestima bem resolvida. Via negros lindos na rua, com cabelos black power lindíssimos. Essa viagem foi muito importante para mim. Me enfiei embaixo do chuveiro e parei de alisar o cabelo. Não é nenhuma crítica a quem prefere cabelo liso, o ruim é a negação das características, e isso foi um momento que eu fiz questão que fosse contado no desfile”, conta Zezé Motta.

A atriz  que já recebeu o Troféu Oscarito – destinado a grandes atores do cinema brasileiro -, por sua majestosa atuação como Xica da Silva, de Cacá Diegues, que projetou o cinema brasileiro em mais de 16 países no ano 1976, foi recentemente homenageada e entrou para a memória do Museu do Festival de Cinema de Gramado (RS), através de uma estátua de cera. A estátua foi feita nos mesmos moldes das Estátuas produzidas para o DREAMLAND – primeiro museu de cera da America Latina.

 

 

 

 

 

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