Acadêmicos do Tatuapé divulga sinopse de enredo sobre Paraty

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“Do caminho do ouro a economia azul. Patrimônio mundial, cultura e biodiversidade. Paraty, cidade criativa da gastronomia”, é o título do enredo da Acadêmicos do Tatuapé para o Carnaval 2023, quando buscará seu terceiro título no Grupo Especial. O projeto será desenvolvido pelo carnavalesco Wagner Santos, que assinará seu quinto desfile consecutivo na azul e branca. […]

POR Redação SRzd28/07/2022|11 min de leitura

Acadêmicos do Tatuapé divulga sinopse de enredo sobre Paraty

Cidade de Paraty. Foto: TV Brasil/Reprodução

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“Do caminho do ouro a economia azul. Patrimônio mundial, cultura e biodiversidade. Paraty, cidade criativa da gastronomia”, é o título do enredo da Acadêmicos do Tatuapé para o Carnaval 2023, quando buscará seu terceiro título no Grupo Especial. O projeto será desenvolvido pelo carnavalesco Wagner Santos, que assinará seu quinto desfile consecutivo na azul e branca.

O município localiza-se no extremo oeste do litoral do Estado do Rio de Janeiro, junto à divisa com o Estado de São Paulo e é constituído pelas áreas íngremes da Serra da Bocaina (trecho da Serra do Mar), pelos vales de inúmeros rios que dela descem, e por uma estreita borda litorânea.

Atualmente, a cidade é um destino turístico reconhecido nacionalmente por seu patrimônio histórico e cultural, com o casario e igrejas em estilo colonial, calendário cultural diversificado, celebrações de festas religiosas tradicionais e suas manifestações artísticas, além das belas praias e ilhas que se integram à Mata Atlântica.


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A agremiação presidida por Erivelto Coelho, Higor Silva, Toninho, Edu Sambista e Eduardo dos Santos divulgou a sinopse da história que será apresentada na Avenida em 2023.

Leia:

Sinopse do Enredo – Carnaval 2023

Um mar onde repouso meus olhos, ouço os sussurros das ondas e encontro paz… um mar onde se respira vida e se expira poesia… um mar de inspiração que me leva a navegar no tempo só para te cantar, Paraty.

Em cada verso da canção vou desvendar seus segredos, me inebriar em cada canto e encantos nessa imensidão do mar. Embalar uma melodia só para lembrar que seu nome “Jazida do Mar e Viveiro dos Peixes” é legado dos indígenas Guaianases, os primeiros que aqui chegaram, nossa ancestralidade.

De cada ponto que meus olhos alcançam um espetáculo de cores e luzes, onde parece que o criador desenhou contornos e pintou paisagens, com tanto carinho que, ao final, fez uma obra prima…

No peito carregado de amor me orgulho de tantas riquezas que existem nesse chão e tomado pela emoção contemplo o verde exuberante das matas, das cachoeiras que brotam das nascentes de águas cristalinas nesse mundo vasto de raro esplendor.

Terras indígenas de intenso verde que não se cansam de receber seus colibris se contrastam com todas as nuances do azul de suas praias. Meus olhos marejam com tanta beleza que abriga farta e frondosa flora e fauna. Observo o espetáculo das mais diferentes aves gorjeando pelo céu e criando uma harmonia com seu lindo mar, um verdadeiro paraíso que nos convida a ficar.

Mas seu paraíso não ficou escondido por muito tempo e caravelas aportaram por todo o cais e suas terras sagradas foram tocadas e colonizadas pelos portugueses que foram os primeiros a vislumbrar esse paraíso.

E pelas mãos de um povo trabalhador a cidade prosperou. Com o ciclo da cana-de-açúcar se tornou produtora da melhor cachaça de alambique e então seu nome brilhou.

Mais tarde, viveu o ciclo do ouro, e através do “caminho do ouro”, trilha feita pelos índios e depois aperfeiçoada pelos escravos, os portugueses escoavam o ouro que vinha de Minas Gerais em cangalhas de cestos amarrados em burros um de cada lado e embarcavam para Portugal.

A cidade se transformou no eldorado brasileiro, era tanto ouro em suas terras, que reluzia… e a cobiça atraiu piratas e aventureiros, isso explica porque as ruas têm formato sinuoso, foi fruto da esperteza para se proteger dos gatunos.

Mas foi com a produção de café que seu movimento aumentou como nunca visto antes, pois seu ponto era privilegiado para embarcar as sacas de café vindas do Vale do Paraíba, principal produtor.

Ah, essa terra de Paraty… terra boa, encantada e que foi tão bem cuidada pelos indígenas guaianases, assim como os caiçaras que preservam a cultura desse lugar viva e por tantas outras etnias. Suas raízes estão fincadas nesse chão com o reconhecimento das aldeias Araponga e Paraty Mirim como reservas indígenas.

Paraty é gratidão por tanto carinho e proteção. E por isso, faz questão de preservar a cultura e a arte desse povo, profundamente, arraigado na essência da nossa alma. Ainda hoje, as ruas revelam o artesanato em cestaria e madeira representando animais da fauna nativa, assim como instrumentos musicais e outros objetos

Vou navegando no universo de suas águas e cantando as novas descobertas de uma cidade misturada de indígena, branco, caboclo, negro. E nas lembranças de outros tempos, expresso em versos a identidade de um povo com raízes africanas acolhido nos quilombos do Campinho da Independência e do Cabral. Povo que habita desde longe suas terras, que luta em favor de um grande caminho de ouro, de paz, de justiça, de pertencimento e reconhecimento.

Paraty de tantos povos, Paraty de tantas raças, Paraty de tantas cores, Paraty de tanta crença, festas e festivais, que inundam a cidade com bandeiras, missas, ladainhas e ciranda.

Nas celebrações religiosas devoção e fé conduzem a festa do Divino e a congada que é a festa de São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, popularmente conhecida como Festa do Divino dos Pretos de Paraty.

Os períodos festivos alegram e articulam as tradições e o novo tempo com os mais famosos festivais: tem o Festival da Cachaça, Cultura e Sabores com a melhor cachaça de alambique; a Festa na Reserva Ecológica de Juatinga com o tradicional evento costeiro; o Fest Juá, que envolve cultura, arte, esporte e lazer; os festivais de Jazz e Blues; e a FLIP – Festa Literária Internacional para os amantes da literatura, um dos principais festivais do Brasil e da América Latina.

Cidade abençoada que tanto emociona, seu centro histórico é um dos mais lindos que meus olhos já pousaram… as linhas simples de seu harmonioso conjunto arquitetônico colonial impressionam até hoje e te elevaram Patrimônio Mundial, primeiro sítio misto do Brasil, por sua cultura e biodiversidade. Suas igrejas que remontam um pouco do Brasil de antigamente, inspiram fé e reverência, ofereço uma prece à Nossa Senhora dos Remédios, a sua padroeira. E na maré que sobe, uma surpresa, você surge como a nossa “Veneza Brasileira”.

Caminhar por suas ruas estreitas é se perder no tempo e voltar ao século XVII. Suas ruas calçadas pelas pedras “pé-de-moleque” e cercadas pelos casarões coloniais, caiados de branco com janelas coloridas provocam sentimentos de saudade. Suas construções guardam símbolos da maçonaria, assim como os mistérios de suas esquinas.

Desvendar Paraty é respirar história, arte, poesia e perceber que suas lendas estão sempre por perto, num mundo de magias construído ao longo do tempo. Muitos falam que surgem de uma história real, e que foi contada e recontada fantasiosamente, tais como as lendas da Serpente da Matriz, Noiva da Santa Rita, A Praga do irmão Joaquim, O Tesouro da Trindade, A Mãe do Ouro, O Corpo Seco da Toca do Cassununga, A Divisão da Terra, Conde de Assumar, Pedaço de Toucinho, Pão Quente e tantas outras que me arrepiam a espinha só de pensar…

Continuo meu caminho e o aroma invade meus sentidos, penso que encontrei o paraíso dos sabores, das deliciosas caldeiradas, moquecas e pirões. Da tradicional farofa de feijão dos tropeiros, fruto de misturas indígenas, portuguesas e africanas. Do peixe azul-marinho, do camarão casadinho recheado e do premiado manuê de bacia. Eu me perdi nas delícias da Cidade Criativa da Gastronomia.

Eu canto sua gente simples, alegre e hospitaleira que gosta de prosear aos tragos de Gabriela, aguardente composta com cravo e canela, em homenagem a personagem de Sônia Braga. A prosa pega gosto e com a mesma Gabriela, limão e maracujá, o trago é no coquetel Jorge Amado, que é o drink principal, e também uma homenagem. Confuso com essa história foi que entendi que Paraty foi usada como cenário do filme “Gabriela, Cravo e Canela” de Jorge Amado, adaptação do livro cuja história se passava em Ilhéus na Bahia. E depois de tantos causos, vou me despedindo da conversa boa, mas de saideira a famosa e primeira caipirinha que foi de remédio de cólera a essa deliciosa bebida. Um brinde à cachaça de Paraty, onde em versos e prosas cantamos a boêmia e essa cidade formosa!

Em tudo existe encanto, arte e poesia, no Teatro Espaço me entrego a ilusão do teatro de bonecos, apresentado pelo espetacular e premiado Grupo Contadores de Estórias que, além de tudo, são invejavelmente universais. Depois uma visita ao Museu de Arte Sacra na Igreja de Santa Rita, cartão postal da cidade.

Paraty é abraço e acolhida, é “o paz e amor” dos hippies que descobriram sua brisa calma e não te largam mais. Com suas características e vestimentas alegres são vistos nas esquinas e becos oferecendo seus artesanatos manuais, deixando a atmosfera mais leve…

Vila de Paraty, você se torna inesquecível para quem vem ao encontro de suas belezas. Para quem te aprecia sem pressa, é possível sentir no mar a energia mística que atrai uma infinidade de peixes raros que adoram nadar em suas águas sagradas, assim como os passeios de barcos por suas praias que inebriam e fascinam. É só chegar, deitar os olhos sobre o mar azul e começar a sentir os efeitos de todas as magias que te envolvem…

Quem te conhece grava no coração toda sua exuberância, cercada pela biodiversidade da Mata Atlântica privilegiada pela riqueza natural de sua fauna e flora. No verde de suas matas uma infinidade de plantas e animais raros, muitos deles ameaçados de extinção. E no silêncio a sinfonia do canto dos pássaros, quatis, capivaras, tamanduás, papagaios, onças, macacos, lontras, pacas, tucanos, araras, uma verdadeira orquestra de sons da natureza. É deslumbrante o bailado de seus peixes, seus botos e outros animais. Quem te conhece contempla sua flora, rica em orquídeas, samambaias, helicôneas e bromélias.

Eu canto o orgulho de saber que você protege essa terra de verdade, basta apreciar seus lugares cuidadosamente preservados como o Parque Nacional da Serra da Bocaina, Parque Estadual do Paraty Mirim, área de Proteção Ambiental Cairuçu, Reserva Ecológica da Juatinga, Área de Proteção Ambiental da Baia de Paraty, Estação Ecológica Tamoios, APA das Praias de São Gonçalo e São Gonçalinho.

Te reverencio, minha querida Paraty, você é uma pintura de barquinhos coloridos que ensinam como preservar a natureza, estimulando a economia azul por seu exemplo de como usar o mar e a terra de forma sustentável, sem ferir o planeta. Você é o banho de cachoeiras e trilhas ecológicas que relaxam. É a riqueza plena das matas e praias de beleza única que levam ao delírio. E por isso, eleita sítio misto com tantos habitats naturais e misturas da cultura indígena, africana e caiçara que explodem numa fusão de características próprias, te tornando inconfundível. É a religiosidade e tradição de suas festas, festivais e toda sorte de manifestações.

Você é tão impressionante que serviu de palco para as mais diversas produções nacionais e internacionais, no cinema: Gabriela (1983), Tiradentes (1996), Amanhecer da saga Crepúsculo (2010); nas novelas e séries: Dona Beija (1986), O Sorriso do Lagarto (1991), Mulheres de Areia (1993), A Muralha (1999), Chiquititas (1999). E nos videoclipes a honrada presença de artistas como Mick Jagger, Ney Matogrosso, Emílio Santiago, Simone, Tom Jobim, Djavan, Xuxa e Ivan Lins, entre muitos outros.

Paraty, você é uma cidade cheia de artimanhas, nos seduziu, encantou nossos sentidos, usou de magias e sortilégios, nos deixou enfeitiçados por sua grandeza, riqueza de seu povo e de sua Natureza. Quem te conhece, não te esquece! É por tudo isso que com grande honra e muita emoção, Tatuapé canta sua história simplesmente por ti e para ti! PARATY!

“Do caminho do ouro a economia azul. Patrimônio mundial, cultura e biodiversidade. Paraty, cidade criativa da gastronomia”, é o título do enredo da Acadêmicos do Tatuapé para o Carnaval 2023, quando buscará seu terceiro título no Grupo Especial. O projeto será desenvolvido pelo carnavalesco Wagner Santos, que assinará seu quinto desfile consecutivo na azul e branca.

O município localiza-se no extremo oeste do litoral do Estado do Rio de Janeiro, junto à divisa com o Estado de São Paulo e é constituído pelas áreas íngremes da Serra da Bocaina (trecho da Serra do Mar), pelos vales de inúmeros rios que dela descem, e por uma estreita borda litorânea.

Atualmente, a cidade é um destino turístico reconhecido nacionalmente por seu patrimônio histórico e cultural, com o casario e igrejas em estilo colonial, calendário cultural diversificado, celebrações de festas religiosas tradicionais e suas manifestações artísticas, além das belas praias e ilhas que se integram à Mata Atlântica.


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A agremiação presidida por Erivelto Coelho, Higor Silva, Toninho, Edu Sambista e Eduardo dos Santos divulgou a sinopse da história que será apresentada na Avenida em 2023.

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Sinopse do Enredo – Carnaval 2023

Um mar onde repouso meus olhos, ouço os sussurros das ondas e encontro paz… um mar onde se respira vida e se expira poesia… um mar de inspiração que me leva a navegar no tempo só para te cantar, Paraty.

Em cada verso da canção vou desvendar seus segredos, me inebriar em cada canto e encantos nessa imensidão do mar. Embalar uma melodia só para lembrar que seu nome “Jazida do Mar e Viveiro dos Peixes” é legado dos indígenas Guaianases, os primeiros que aqui chegaram, nossa ancestralidade.

De cada ponto que meus olhos alcançam um espetáculo de cores e luzes, onde parece que o criador desenhou contornos e pintou paisagens, com tanto carinho que, ao final, fez uma obra prima…

No peito carregado de amor me orgulho de tantas riquezas que existem nesse chão e tomado pela emoção contemplo o verde exuberante das matas, das cachoeiras que brotam das nascentes de águas cristalinas nesse mundo vasto de raro esplendor.

Terras indígenas de intenso verde que não se cansam de receber seus colibris se contrastam com todas as nuances do azul de suas praias. Meus olhos marejam com tanta beleza que abriga farta e frondosa flora e fauna. Observo o espetáculo das mais diferentes aves gorjeando pelo céu e criando uma harmonia com seu lindo mar, um verdadeiro paraíso que nos convida a ficar.

Mas seu paraíso não ficou escondido por muito tempo e caravelas aportaram por todo o cais e suas terras sagradas foram tocadas e colonizadas pelos portugueses que foram os primeiros a vislumbrar esse paraíso.

E pelas mãos de um povo trabalhador a cidade prosperou. Com o ciclo da cana-de-açúcar se tornou produtora da melhor cachaça de alambique e então seu nome brilhou.

Mais tarde, viveu o ciclo do ouro, e através do “caminho do ouro”, trilha feita pelos índios e depois aperfeiçoada pelos escravos, os portugueses escoavam o ouro que vinha de Minas Gerais em cangalhas de cestos amarrados em burros um de cada lado e embarcavam para Portugal.

A cidade se transformou no eldorado brasileiro, era tanto ouro em suas terras, que reluzia… e a cobiça atraiu piratas e aventureiros, isso explica porque as ruas têm formato sinuoso, foi fruto da esperteza para se proteger dos gatunos.

Mas foi com a produção de café que seu movimento aumentou como nunca visto antes, pois seu ponto era privilegiado para embarcar as sacas de café vindas do Vale do Paraíba, principal produtor.

Ah, essa terra de Paraty… terra boa, encantada e que foi tão bem cuidada pelos indígenas guaianases, assim como os caiçaras que preservam a cultura desse lugar viva e por tantas outras etnias. Suas raízes estão fincadas nesse chão com o reconhecimento das aldeias Araponga e Paraty Mirim como reservas indígenas.

Paraty é gratidão por tanto carinho e proteção. E por isso, faz questão de preservar a cultura e a arte desse povo, profundamente, arraigado na essência da nossa alma. Ainda hoje, as ruas revelam o artesanato em cestaria e madeira representando animais da fauna nativa, assim como instrumentos musicais e outros objetos

Vou navegando no universo de suas águas e cantando as novas descobertas de uma cidade misturada de indígena, branco, caboclo, negro. E nas lembranças de outros tempos, expresso em versos a identidade de um povo com raízes africanas acolhido nos quilombos do Campinho da Independência e do Cabral. Povo que habita desde longe suas terras, que luta em favor de um grande caminho de ouro, de paz, de justiça, de pertencimento e reconhecimento.

Paraty de tantos povos, Paraty de tantas raças, Paraty de tantas cores, Paraty de tanta crença, festas e festivais, que inundam a cidade com bandeiras, missas, ladainhas e ciranda.

Nas celebrações religiosas devoção e fé conduzem a festa do Divino e a congada que é a festa de São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, popularmente conhecida como Festa do Divino dos Pretos de Paraty.

Os períodos festivos alegram e articulam as tradições e o novo tempo com os mais famosos festivais: tem o Festival da Cachaça, Cultura e Sabores com a melhor cachaça de alambique; a Festa na Reserva Ecológica de Juatinga com o tradicional evento costeiro; o Fest Juá, que envolve cultura, arte, esporte e lazer; os festivais de Jazz e Blues; e a FLIP – Festa Literária Internacional para os amantes da literatura, um dos principais festivais do Brasil e da América Latina.

Cidade abençoada que tanto emociona, seu centro histórico é um dos mais lindos que meus olhos já pousaram… as linhas simples de seu harmonioso conjunto arquitetônico colonial impressionam até hoje e te elevaram Patrimônio Mundial, primeiro sítio misto do Brasil, por sua cultura e biodiversidade. Suas igrejas que remontam um pouco do Brasil de antigamente, inspiram fé e reverência, ofereço uma prece à Nossa Senhora dos Remédios, a sua padroeira. E na maré que sobe, uma surpresa, você surge como a nossa “Veneza Brasileira”.

Caminhar por suas ruas estreitas é se perder no tempo e voltar ao século XVII. Suas ruas calçadas pelas pedras “pé-de-moleque” e cercadas pelos casarões coloniais, caiados de branco com janelas coloridas provocam sentimentos de saudade. Suas construções guardam símbolos da maçonaria, assim como os mistérios de suas esquinas.

Desvendar Paraty é respirar história, arte, poesia e perceber que suas lendas estão sempre por perto, num mundo de magias construído ao longo do tempo. Muitos falam que surgem de uma história real, e que foi contada e recontada fantasiosamente, tais como as lendas da Serpente da Matriz, Noiva da Santa Rita, A Praga do irmão Joaquim, O Tesouro da Trindade, A Mãe do Ouro, O Corpo Seco da Toca do Cassununga, A Divisão da Terra, Conde de Assumar, Pedaço de Toucinho, Pão Quente e tantas outras que me arrepiam a espinha só de pensar…

Continuo meu caminho e o aroma invade meus sentidos, penso que encontrei o paraíso dos sabores, das deliciosas caldeiradas, moquecas e pirões. Da tradicional farofa de feijão dos tropeiros, fruto de misturas indígenas, portuguesas e africanas. Do peixe azul-marinho, do camarão casadinho recheado e do premiado manuê de bacia. Eu me perdi nas delícias da Cidade Criativa da Gastronomia.

Eu canto sua gente simples, alegre e hospitaleira que gosta de prosear aos tragos de Gabriela, aguardente composta com cravo e canela, em homenagem a personagem de Sônia Braga. A prosa pega gosto e com a mesma Gabriela, limão e maracujá, o trago é no coquetel Jorge Amado, que é o drink principal, e também uma homenagem. Confuso com essa história foi que entendi que Paraty foi usada como cenário do filme “Gabriela, Cravo e Canela” de Jorge Amado, adaptação do livro cuja história se passava em Ilhéus na Bahia. E depois de tantos causos, vou me despedindo da conversa boa, mas de saideira a famosa e primeira caipirinha que foi de remédio de cólera a essa deliciosa bebida. Um brinde à cachaça de Paraty, onde em versos e prosas cantamos a boêmia e essa cidade formosa!

Em tudo existe encanto, arte e poesia, no Teatro Espaço me entrego a ilusão do teatro de bonecos, apresentado pelo espetacular e premiado Grupo Contadores de Estórias que, além de tudo, são invejavelmente universais. Depois uma visita ao Museu de Arte Sacra na Igreja de Santa Rita, cartão postal da cidade.

Paraty é abraço e acolhida, é “o paz e amor” dos hippies que descobriram sua brisa calma e não te largam mais. Com suas características e vestimentas alegres são vistos nas esquinas e becos oferecendo seus artesanatos manuais, deixando a atmosfera mais leve…

Vila de Paraty, você se torna inesquecível para quem vem ao encontro de suas belezas. Para quem te aprecia sem pressa, é possível sentir no mar a energia mística que atrai uma infinidade de peixes raros que adoram nadar em suas águas sagradas, assim como os passeios de barcos por suas praias que inebriam e fascinam. É só chegar, deitar os olhos sobre o mar azul e começar a sentir os efeitos de todas as magias que te envolvem…

Quem te conhece grava no coração toda sua exuberância, cercada pela biodiversidade da Mata Atlântica privilegiada pela riqueza natural de sua fauna e flora. No verde de suas matas uma infinidade de plantas e animais raros, muitos deles ameaçados de extinção. E no silêncio a sinfonia do canto dos pássaros, quatis, capivaras, tamanduás, papagaios, onças, macacos, lontras, pacas, tucanos, araras, uma verdadeira orquestra de sons da natureza. É deslumbrante o bailado de seus peixes, seus botos e outros animais. Quem te conhece contempla sua flora, rica em orquídeas, samambaias, helicôneas e bromélias.

Eu canto o orgulho de saber que você protege essa terra de verdade, basta apreciar seus lugares cuidadosamente preservados como o Parque Nacional da Serra da Bocaina, Parque Estadual do Paraty Mirim, área de Proteção Ambiental Cairuçu, Reserva Ecológica da Juatinga, Área de Proteção Ambiental da Baia de Paraty, Estação Ecológica Tamoios, APA das Praias de São Gonçalo e São Gonçalinho.

Te reverencio, minha querida Paraty, você é uma pintura de barquinhos coloridos que ensinam como preservar a natureza, estimulando a economia azul por seu exemplo de como usar o mar e a terra de forma sustentável, sem ferir o planeta. Você é o banho de cachoeiras e trilhas ecológicas que relaxam. É a riqueza plena das matas e praias de beleza única que levam ao delírio. E por isso, eleita sítio misto com tantos habitats naturais e misturas da cultura indígena, africana e caiçara que explodem numa fusão de características próprias, te tornando inconfundível. É a religiosidade e tradição de suas festas, festivais e toda sorte de manifestações.

Você é tão impressionante que serviu de palco para as mais diversas produções nacionais e internacionais, no cinema: Gabriela (1983), Tiradentes (1996), Amanhecer da saga Crepúsculo (2010); nas novelas e séries: Dona Beija (1986), O Sorriso do Lagarto (1991), Mulheres de Areia (1993), A Muralha (1999), Chiquititas (1999). E nos videoclipes a honrada presença de artistas como Mick Jagger, Ney Matogrosso, Emílio Santiago, Simone, Tom Jobim, Djavan, Xuxa e Ivan Lins, entre muitos outros.

Paraty, você é uma cidade cheia de artimanhas, nos seduziu, encantou nossos sentidos, usou de magias e sortilégios, nos deixou enfeitiçados por sua grandeza, riqueza de seu povo e de sua Natureza. Quem te conhece, não te esquece! É por tudo isso que com grande honra e muita emoção, Tatuapé canta sua história simplesmente por ti e para ti! PARATY!

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