Intérprete Ernesto Teixeira cita aposentadoria e relembra profissões
Aos 57 anos, Ernesto Teixeira chegou à liderança do carro de som da Gaviões da Fiel em um desfile de bairro do Carnaval de 1984. Na segunda parte da entrevista especial concedida ao SRzd, o cantor falou sobre o seu futuro na função de cantor principal da escola de samba, destacou as diversas profissões em […]
POR Guilherme Queiroz08/09/2021|6 min de leitura
Aos 57 anos, Ernesto Teixeira chegou à liderança do carro de som da Gaviões da Fiel em um desfile de bairro do Carnaval de 1984.
Na segunda parte da entrevista especial concedida ao SRzd, o cantor falou sobre o seu futuro na função de cantor principal da escola de samba, destacou as diversas profissões em que já atuou, como a de árbitro de futebol e citou sua aposentadoria.
Integrante da Torcida Organizada desde o final dos anos 70, o sambista assumiu o posto de voz oficial ainda nos tempos em que a entidade era bloco carnavalesco. Atualmente, ele é o intérprete que está há mais tempo em uma mesma agremiação, sem deixar de pisar na Avenida em um Carnaval sequer.
Teixeira declarou que assim como não fez plano para ingressar nessa função, também não faz ideia de quando vai deixar de ser o cantor da “Torcida que Samba” na Avenida.
“Vou até quando Deus me der força e as pessoas assim o permitirem. Pra quem admira meu trabalho, posso ressaltar que o Jamelão, um dos ícones como intérprete do Carnaval brasileiro, foi pra mais de 90 anos na Mangueira. E eu nem cheguei nos 60 ainda, estou nos 57! Mas tudo só vale a pena quando se faz com o coração feliz! Assim, mais importante que a idade, que o tempo cronológico, vale o clima, os desafios, a união, o espírito de grupo que reina na entidade. É isso que pode determinar o dia de encerrar esse processo”, afirmou.
Ernesto é, talvez, o único intérprete do Especial que não é assalariado. Sobre esse assunto, ele usou do bom humor e relatou que “paga pra cantar”.
“Não é que não recebo. Outro dia estive analisando isso com alguns membros antigos dos Gaviões, Magrão (Mezher), Fabrício Pouseu, Padinho (presidente) e Metaleiro (ex-presidente), e chegamos a conclusão que eu não canto sem receber, mas que pago pra cantar (risos), pois tem o combustível do carro e o estacionamento. O Magrão ainda chegou a comparar que nessas últimas décadas eu sou a pessoa que mais tempo estive na sede, pois os ensaios acontecem às terças, sextas e aos domingos, e aos sábados ainda tem outros eventos e raramente eu não estive presente”, confessou.
Sem o salário oriundo do Carnaval, o cantor relatou sobre as suas diversas atuações profissionais. Ele começou a trabalhar aos 14 anos como feirante, numa barraca de frios. Em seguida, entrou numa empresa de consultoria técnica, onde ficou pouco tempo devido a duas pneumonias seguidas. Aos 16 anos, entrou na Comunic, uma assessoria de imprensa, de um amigo do seu pai – que era o contador da empresa.
“O Claudio Amaral me abriu a oportunidade para que eu exercesse a função de mensageiro (office-boy). Fui galgando degraus, aprendi a operar telex, telefoto (hoje praticamente equipamentos de museu), assim como a redigir textos jornalísticos. A Comunic atuava em várias frentes, mas a mais acentuada era a área esportiva. Assim que adquiri conhecimento viajei o Brasil cobrindo diversas modalidades como Balonismo, Tênis, Vôlei, Badminton, Golfe. Na Comunic, fiquei até 1991, época em que a crise econômica gerada pelo plano Collor levou à falência muitas empresas. Os anos de atuação da Comunic me permitiram conseguir o registro do Ministério do Trabalho como jornalista”, recordou.
O sambista também foi árbitro de futebol: “Nesse período eu também fiz o curso de árbitro de futebol na Federação Paulista e nos fins de semana apitava jogos profissionais das várias séries do campeonato Paulista. Minha carreira de árbitro foi de 1991 a 1997”.
Em 1994, ingressou na Viação Taboão, atualmente Viação Sudeste, trabalhando até 2000 na área administrativa. De lá, foi para a São Paulo Transportes na área de Comunicação/Marketing, saindo em 2016. Paralelamente as atividades com registro em carteira, que somam quase 40 anos, ele também fez apresentações musicais. Entre 2002 e 2012, atuou como consultor de Comunicação/Marketing na Idio’s Confecções.
“Chegamos a vestir as principais baterias e escolas de samba do carnaval paulistano”, destacou.
“A partir de 2016, ano em que resolvi entrar na política e concorri ao cargo de vereador, também tirei o Condutax e adquiri um alvará do Táxi Preto, assim também sou taxista. Na época, durante a campanha, diante da febre do serviço de aplicativo, alertei a sociedade que vivíamos a era da escravidão digital. Sem me estender no tema, hoje vemos todos os tipos de trabalhadores ligados a esses serviços de transporte e entrega por aplicativo reclamarem da falta de condição de trabalho, segurança, saúde e remuneração. Sigo lutando pelas transformações nesse setor da economia”, declarou.
“Tenho direito a aposentadoria desde 2016, mas não o fiz por estar ativamente contribuindo. Acredito que esse ano entro com o processo, afinal são 40 anos de contribuição ao INSS, somados aos 57 de idade. Olha que só como intérprete são 37 anos e também já dava pra aposentar pelas regras do INSS (risos)”, enfatizou.
Aos 57 anos, Ernesto Teixeira chegou à liderança do carro de som da Gaviões da Fiel em um desfile de bairro do Carnaval de 1984.
Na segunda parte da entrevista especial concedida ao SRzd, o cantor falou sobre o seu futuro na função de cantor principal da escola de samba, destacou as diversas profissões em que já atuou, como a de árbitro de futebol e citou sua aposentadoria.
Integrante da Torcida Organizada desde o final dos anos 70, o sambista assumiu o posto de voz oficial ainda nos tempos em que a entidade era bloco carnavalesco. Atualmente, ele é o intérprete que está há mais tempo em uma mesma agremiação, sem deixar de pisar na Avenida em um Carnaval sequer.
Teixeira declarou que assim como não fez plano para ingressar nessa função, também não faz ideia de quando vai deixar de ser o cantor da “Torcida que Samba” na Avenida.
“Vou até quando Deus me der força e as pessoas assim o permitirem. Pra quem admira meu trabalho, posso ressaltar que o Jamelão, um dos ícones como intérprete do Carnaval brasileiro, foi pra mais de 90 anos na Mangueira. E eu nem cheguei nos 60 ainda, estou nos 57! Mas tudo só vale a pena quando se faz com o coração feliz! Assim, mais importante que a idade, que o tempo cronológico, vale o clima, os desafios, a união, o espírito de grupo que reina na entidade. É isso que pode determinar o dia de encerrar esse processo”, afirmou.
Ernesto é, talvez, o único intérprete do Especial que não é assalariado. Sobre esse assunto, ele usou do bom humor e relatou que “paga pra cantar”.
“Não é que não recebo. Outro dia estive analisando isso com alguns membros antigos dos Gaviões, Magrão (Mezher), Fabrício Pouseu, Padinho (presidente) e Metaleiro (ex-presidente), e chegamos a conclusão que eu não canto sem receber, mas que pago pra cantar (risos), pois tem o combustível do carro e o estacionamento. O Magrão ainda chegou a comparar que nessas últimas décadas eu sou a pessoa que mais tempo estive na sede, pois os ensaios acontecem às terças, sextas e aos domingos, e aos sábados ainda tem outros eventos e raramente eu não estive presente”, confessou.
Sem o salário oriundo do Carnaval, o cantor relatou sobre as suas diversas atuações profissionais. Ele começou a trabalhar aos 14 anos como feirante, numa barraca de frios. Em seguida, entrou numa empresa de consultoria técnica, onde ficou pouco tempo devido a duas pneumonias seguidas. Aos 16 anos, entrou na Comunic, uma assessoria de imprensa, de um amigo do seu pai – que era o contador da empresa.
“O Claudio Amaral me abriu a oportunidade para que eu exercesse a função de mensageiro (office-boy). Fui galgando degraus, aprendi a operar telex, telefoto (hoje praticamente equipamentos de museu), assim como a redigir textos jornalísticos. A Comunic atuava em várias frentes, mas a mais acentuada era a área esportiva. Assim que adquiri conhecimento viajei o Brasil cobrindo diversas modalidades como Balonismo, Tênis, Vôlei, Badminton, Golfe. Na Comunic, fiquei até 1991, época em que a crise econômica gerada pelo plano Collor levou à falência muitas empresas. Os anos de atuação da Comunic me permitiram conseguir o registro do Ministério do Trabalho como jornalista”, recordou.
O sambista também foi árbitro de futebol: “Nesse período eu também fiz o curso de árbitro de futebol na Federação Paulista e nos fins de semana apitava jogos profissionais das várias séries do campeonato Paulista. Minha carreira de árbitro foi de 1991 a 1997”.
Em 1994, ingressou na Viação Taboão, atualmente Viação Sudeste, trabalhando até 2000 na área administrativa. De lá, foi para a São Paulo Transportes na área de Comunicação/Marketing, saindo em 2016. Paralelamente as atividades com registro em carteira, que somam quase 40 anos, ele também fez apresentações musicais. Entre 2002 e 2012, atuou como consultor de Comunicação/Marketing na Idio’s Confecções.
“Chegamos a vestir as principais baterias e escolas de samba do carnaval paulistano”, destacou.
“A partir de 2016, ano em que resolvi entrar na política e concorri ao cargo de vereador, também tirei o Condutax e adquiri um alvará do Táxi Preto, assim também sou taxista. Na época, durante a campanha, diante da febre do serviço de aplicativo, alertei a sociedade que vivíamos a era da escravidão digital. Sem me estender no tema, hoje vemos todos os tipos de trabalhadores ligados a esses serviços de transporte e entrega por aplicativo reclamarem da falta de condição de trabalho, segurança, saúde e remuneração. Sigo lutando pelas transformações nesse setor da economia”, declarou.
“Tenho direito a aposentadoria desde 2016, mas não o fiz por estar ativamente contribuindo. Acredito que esse ano entro com o processo, afinal são 40 anos de contribuição ao INSS, somados aos 57 de idade. Olha que só como intérprete são 37 anos e também já dava pra aposentar pelas regras do INSS (risos)”, enfatizou.