‘Assojaba – Em busca do manto’: confira a sinopse do enredo da Tucuruvi

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Primeira escola de samba do Grupo Especial a divulgar enredo para o Carnaval de São Paulo de 2025, a Acadêmicos do Tucuruvi avançou mais uma etapa dos preparativos para o seu próximo desfile. Na noite desta quinta-feira (16), os carnavalescos Dione Leite e Nicolas Gonçalves, juntamente com o historiador Vinicius Natal, explanaram o enredo “Assojaba […]

POR Redação SRzd17/05/2024|9 min de leitura

‘Assojaba – Em busca do manto’: confira a sinopse do enredo da Tucuruvi

Explação do enredo da Tucuruvi. Foto: Renato Cipriano/Tucuruvi

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Primeira escola de samba do Grupo Especial a divulgar enredo para o Carnaval de São Paulo de 2025, a Acadêmicos do Tucuruvi avançou mais uma etapa dos preparativos para o seu próximo desfile.

Na noite desta quinta-feira (16), os carnavalescos Dione Leite e Nicolas Gonçalves, juntamente com o historiador Vinicius Natal, explanaram o enredo “Assojaba – A Busca do Manto” e entregaram a sinopse aos compositores interessados em participar do concurso de samba-enredo. O encontro aconteceu na Fábrica do Samba.

A agremiação da Cantareira sonhará com a busca do manto Tupinambá, que tem um valor artístico e simbólico para a memória indígena no Brasil e também a luta pelo retorno ao seu local de origem. Além de um longo processo de pesquisa, o desenvolvimento do enredo contará com o apoio da liderança Glicéria Tupinambá. Confira:

Assojaba – A Busca pelo Manto

Apresentação

Em 2025 cantaremos Assojaba, o manto Tupinambá, no Anhembi. Usado por aqueles que detém a honra e o poder, o manto representa a força dos ancestrais indígenas que habitam cada brasileiro. Afinal, todos nós devemos conhecer a nossa história e reverenciar os verdadeiros donos dessa terra.

O manto é um dos principais símbolos de força e respeito dos mais velhos, dos pajés, majés, morobixabas, caciques e cunhãs nos momentos cerimoniais. Vestir o manto é a certeza de que a humanidade conecta-se com os encantados e, assim, a vida caminha para a comunhão com o sagrado natural. Sabedoria trançada pelas mãos de sábias mulheres, o manto é a feminina ancestralidade que vive em cada um de nós.

E foi exatamente por ser tão valioso que foi levado para a Europa na época da colonização. Utilizado como objeto exótico, serviu de fetiche e presente entre cortes europeias.

Tema de diversas obras de arte, exposições e debates sobre a questão indígena no Brasil o manto resistiu, pois nossa história não se apaga, assim, tão facilmente. Escutamos o chamado do manto e é ele quem decidiu voltar e contar a sua própria história sob um novo olhar. Nosso enredo irá, como um grande sonho, buscar o manto que está longe de nós e a memória Tupi que habita a Serra da Cantareira. Nossa escola ressoa a voz de Glicéria Tupinambá que, incansavelmente, luta pelo seu retorno e pela valorização dos povos indígenas do Brasil. Que a nossa voz ecoe aos quatro cantos.

Em busca do manto, em busca da vitória! Vamos, Tucuruvi!

Sinopse

“Sou eu, Tupinambá
Lá na mata eu jogo flecha na minha aldeia…”

Sou eu, Tucuruvi, e sou a continuidade de quem viveu em minha terra. Estou aqui para cantar Assojaba, o manto Tupinambá. Seremos, no Anhembi, a voz de quem sofreu pelas mãos do colonizador, mas que transformou a dor em um motivo para contar outra versão da história. O outro lado. O nosso lado. Nossa busca se dá pelo sonho. Para o manto existir, precisamos re-existir. Resistir.

O sonho da revelação

O olhar estremece, sono profundo. Adormeço. Uma música, ao longe, ressoa e toca a ancestralidade pois o lugar do sensível é o invisível que invade a alma. Caminho no chão do universo, trama cósmica infinda que cruza tempo e espaço. Lá, teias forjam rastros de passado. Vou além. Diante de um grande portal – o entrelugar do sonho que filtra a realidade – o canto de Yby anuncia que, enfim, um segredo será revelado. Danço como pássaro, brado como onça feroz. O chão estremece e o céu se tinge de magia. São os encantados me chamando… Quando, de repente, um grande vulto se aproxima. É o manto! Imponente e sábio. Escuto sua voz e, no sonho, me diz que era tempo de ser cantado. Contava histórias vivas de energia. Lembrava da sua conexão com os povos indígenas. Dizia que era hora de voltar. O sonho se avolumou e caí em outra dimensão. Foi o manto quem me guiou.

O sonho da feitura

Mulheres entoavam uma canção: Poesia, melodia, gesto, voz. Tato. Sentia o tucum costurar suas teias como a mesma linha que forja as tramas da vida. Num espelho d´água, vi o cosmos refletir o encanto e tecer afetos. Também vi surgir, no reflexo do espaço, o desenho de múltiplas constelações. E se, para pescar, é preciso lançar a rede ao infinito era preciso, também, desvendar o ponto jererê. Aquele que trança segredos e poderes nas águas doce do riacho. Águas que beijam pedras, guardando memórias da natureza. No pouso dos pássaros, que deixam suas penas nos descuidos de repouso, o sonho ia se materializando e adocicando a poeira das estrelas. Ouvia as mais velhas Majés contarem como o manto era tecido. Via, da tapiragem, nascerem novos tons. Era como se a Terra parasse e um grande pássaro me fizesse voar. Dei mais um mergulho mas, dessa vez, o sonho me deu arrepios.

O sonho que conta o outro lado da história

Sonhei que o manto já não sorria: era objeto de fetiche, viajando entre reis e rainhas europeus que presenteavam uns aos outros. Para eles, “objeto de curiosidade”. Para nós, a vida sagrada. Misto de raiva e saudade, o choro embargou a voz. A reparação seria feita e o manto precisava gritar a sua própria história. Eu vi ibirapema e o pajé começar o ritual de julgamento. Eu vi o devorador sendo devorado. Descoroado. Eu o vi aniquilado. O exotizador, agora, seria exotizado. E, nos 500 anos de um falso descobrimento, a trágica invasão, eu vi o manto visitar sua terra natal anunciando seu retorno definitivo. Páginas em branco de um tempo a ser reescrito. Era hora do manto voltar.

O sonho do retorno

Sonhei com o manto. Pleno, radiante, voltando ao seu povo. No sopro de Ibytu, um manto extenso surgia e, junto a ele, outras memórias roubadas de nossa gente. São cocares, armaduras de nosso viver, que emolduram o nosso pensamento ameríndio. São flautas, maracas e tantos outros itens que ressoam o orgulho de sermos indígenas e defender a terra que nos é de direito.O sangue vermelho, urucum que corre nas veias, é o passado que nos cerca e nos faz mais forte.

Hoje, somos Tupinambás, Tupiniquins, Guaranis, Krenaks, Guajajaras, Mundurukus, entre tantos outros que lutam por um Brasil que respeite nossa ancestralidade. Somos Glicérias, que sonham com um mundo mais justo e igualitário onde o direito de estar vivo seja o primeiro. Somos a retomada de nossos antepassados que habitam a serra da cantareira. Somos a luta Tupi e a sede de justiça que vive em cada pedaço desse chão. O manto é nossa bandeira tecida pelas vozes e sonhos de cada um.

Quase ao despertar, ouvi uma mensagem: Devolvam nosso manto! Deixem-nos contar a nossa própria história! E, então, eu, Tucuruvi, com lágrimas nos olhos, deposito minha história nas mãos do destino. É esta a voz ancestral que nos alumia e guia junto aos deuses.

A terra sonha, o mundo sonha.
A natureza se impõe.
Que seja feita a vontade do manto.
Que seja reescrita a nossa história.

Carnavalescos: Dione Leite e Nicolas Gonçalves

Enredo e Pesquisa: Dione Leite, Nicolas Gonçalves e Vinícius Natal

Texto: Vinícius Natal

Agradecimentos: Glicéria Tupinambá, Professor Ricardo Domingos, Rodrigo Pereira, Luiz Rufino.

Glossário (em ordem de aparição no texto)

Tupinambá – Grupo que deriva do tronco etnolinguístico Tupi.

Majés – Liderança femininas tupinambás que se conectam com os encantados.

Morobixabas – Traduzido por Bueno como “General”. Liderança Tupinambá.

Cunhã – Donzela, mulher.

Yby – Terra.

Ibytu – Vento.

Tucum – Palmeira, árvore.

Ponto Jererê – Nó específico com o qual as mulheres formam a base do manto.

Tapiragem – Procedimento indígena feito para alterar a pena das aves.

Ibirapema – Madeira a qual os tupinambás aniquilavam os seus inimigos.

Bibliografia

BUENO, Silveira. Vocabulário Tupi-Guarani Português. Ed. Brasil-Livros, 1858.

COSTA, Caroline Mendes Pinto. O retorno do manto Tupinambá: diálogos para a construção de uma história da arte indígena . UFRJ, 2022.

CAFFÉ, Juliana; GONTIJO, Juliana. Expor o sagrado: o caso do manto tupinambá na exposição Kwá Yepé Turusú Yuriri Assojaba Tupinambá. MODOS: Revista de História da Arte, Campinas, SP, v. 7, n. 2, p. 23–47, 2023

Canclini, N. G. Culturas híbridas. Estratégias para entrar e sair da modernidade. Edusp., 2015.

Esbell, J. Arte indígena contemporânea e o grande mundo. Revista Select. 2018.

Paiva, A. S.. Reviravoltas Decoloniais do Manto Tupinambá: Três Artistas Mulheres e Seus Trabalhos em Torno do Artefato que Se Tornou Ícone da Identidade Brasileira. 2024.

Quijano, A. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In E. Lander (Ed.), A colonialidade do saber: Eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas (pp. 118–142). CLACSO. 2005.

Spivak, G. C.Pode o subalterno falar? (S. Almeida, M. Feitosa, & A. Feitosa, Trads.). Editora UFMG. (Trabalho original publicado em 1985). 2018.

TUPINAMBÁ, Glicéria. “O manto é feminino. Assojaba I Kunhãwara”, in: TUGNY, Augustin et. al. Kwá yepé turusú yuriri assojaba tupinambá: essa é a grande volta do manto tupinambá. São Paulo: Conversas em Godwana, 2021.

Carnaval 2024

Neste ano, a Tucuruvi teve a responsabilidade de encerrar os desfiles do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo. Na Avenida, foi apresentado o enredo “Ifá”, desenvolvido pelos carnavalescos Dione Leite e Yago Duarte.

+ Clique aqui para ver fotos e vídeos do desfile

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Primeira escola de samba do Grupo Especial a divulgar enredo para o Carnaval de São Paulo de 2025, a Acadêmicos do Tucuruvi avançou mais uma etapa dos preparativos para o seu próximo desfile.

Na noite desta quinta-feira (16), os carnavalescos Dione Leite e Nicolas Gonçalves, juntamente com o historiador Vinicius Natal, explanaram o enredo “Assojaba – A Busca do Manto” e entregaram a sinopse aos compositores interessados em participar do concurso de samba-enredo. O encontro aconteceu na Fábrica do Samba.

A agremiação da Cantareira sonhará com a busca do manto Tupinambá, que tem um valor artístico e simbólico para a memória indígena no Brasil e também a luta pelo retorno ao seu local de origem. Além de um longo processo de pesquisa, o desenvolvimento do enredo contará com o apoio da liderança Glicéria Tupinambá. Confira:

Assojaba – A Busca pelo Manto

Apresentação

Em 2025 cantaremos Assojaba, o manto Tupinambá, no Anhembi. Usado por aqueles que detém a honra e o poder, o manto representa a força dos ancestrais indígenas que habitam cada brasileiro. Afinal, todos nós devemos conhecer a nossa história e reverenciar os verdadeiros donos dessa terra.

O manto é um dos principais símbolos de força e respeito dos mais velhos, dos pajés, majés, morobixabas, caciques e cunhãs nos momentos cerimoniais. Vestir o manto é a certeza de que a humanidade conecta-se com os encantados e, assim, a vida caminha para a comunhão com o sagrado natural. Sabedoria trançada pelas mãos de sábias mulheres, o manto é a feminina ancestralidade que vive em cada um de nós.

E foi exatamente por ser tão valioso que foi levado para a Europa na época da colonização. Utilizado como objeto exótico, serviu de fetiche e presente entre cortes europeias.

Tema de diversas obras de arte, exposições e debates sobre a questão indígena no Brasil o manto resistiu, pois nossa história não se apaga, assim, tão facilmente. Escutamos o chamado do manto e é ele quem decidiu voltar e contar a sua própria história sob um novo olhar. Nosso enredo irá, como um grande sonho, buscar o manto que está longe de nós e a memória Tupi que habita a Serra da Cantareira. Nossa escola ressoa a voz de Glicéria Tupinambá que, incansavelmente, luta pelo seu retorno e pela valorização dos povos indígenas do Brasil. Que a nossa voz ecoe aos quatro cantos.

Em busca do manto, em busca da vitória! Vamos, Tucuruvi!

Sinopse

“Sou eu, Tupinambá
Lá na mata eu jogo flecha na minha aldeia…”

Sou eu, Tucuruvi, e sou a continuidade de quem viveu em minha terra. Estou aqui para cantar Assojaba, o manto Tupinambá. Seremos, no Anhembi, a voz de quem sofreu pelas mãos do colonizador, mas que transformou a dor em um motivo para contar outra versão da história. O outro lado. O nosso lado. Nossa busca se dá pelo sonho. Para o manto existir, precisamos re-existir. Resistir.

O sonho da revelação

O olhar estremece, sono profundo. Adormeço. Uma música, ao longe, ressoa e toca a ancestralidade pois o lugar do sensível é o invisível que invade a alma. Caminho no chão do universo, trama cósmica infinda que cruza tempo e espaço. Lá, teias forjam rastros de passado. Vou além. Diante de um grande portal – o entrelugar do sonho que filtra a realidade – o canto de Yby anuncia que, enfim, um segredo será revelado. Danço como pássaro, brado como onça feroz. O chão estremece e o céu se tinge de magia. São os encantados me chamando… Quando, de repente, um grande vulto se aproxima. É o manto! Imponente e sábio. Escuto sua voz e, no sonho, me diz que era tempo de ser cantado. Contava histórias vivas de energia. Lembrava da sua conexão com os povos indígenas. Dizia que era hora de voltar. O sonho se avolumou e caí em outra dimensão. Foi o manto quem me guiou.

O sonho da feitura

Mulheres entoavam uma canção: Poesia, melodia, gesto, voz. Tato. Sentia o tucum costurar suas teias como a mesma linha que forja as tramas da vida. Num espelho d´água, vi o cosmos refletir o encanto e tecer afetos. Também vi surgir, no reflexo do espaço, o desenho de múltiplas constelações. E se, para pescar, é preciso lançar a rede ao infinito era preciso, também, desvendar o ponto jererê. Aquele que trança segredos e poderes nas águas doce do riacho. Águas que beijam pedras, guardando memórias da natureza. No pouso dos pássaros, que deixam suas penas nos descuidos de repouso, o sonho ia se materializando e adocicando a poeira das estrelas. Ouvia as mais velhas Majés contarem como o manto era tecido. Via, da tapiragem, nascerem novos tons. Era como se a Terra parasse e um grande pássaro me fizesse voar. Dei mais um mergulho mas, dessa vez, o sonho me deu arrepios.

O sonho que conta o outro lado da história

Sonhei que o manto já não sorria: era objeto de fetiche, viajando entre reis e rainhas europeus que presenteavam uns aos outros. Para eles, “objeto de curiosidade”. Para nós, a vida sagrada. Misto de raiva e saudade, o choro embargou a voz. A reparação seria feita e o manto precisava gritar a sua própria história. Eu vi ibirapema e o pajé começar o ritual de julgamento. Eu vi o devorador sendo devorado. Descoroado. Eu o vi aniquilado. O exotizador, agora, seria exotizado. E, nos 500 anos de um falso descobrimento, a trágica invasão, eu vi o manto visitar sua terra natal anunciando seu retorno definitivo. Páginas em branco de um tempo a ser reescrito. Era hora do manto voltar.

O sonho do retorno

Sonhei com o manto. Pleno, radiante, voltando ao seu povo. No sopro de Ibytu, um manto extenso surgia e, junto a ele, outras memórias roubadas de nossa gente. São cocares, armaduras de nosso viver, que emolduram o nosso pensamento ameríndio. São flautas, maracas e tantos outros itens que ressoam o orgulho de sermos indígenas e defender a terra que nos é de direito.O sangue vermelho, urucum que corre nas veias, é o passado que nos cerca e nos faz mais forte.

Hoje, somos Tupinambás, Tupiniquins, Guaranis, Krenaks, Guajajaras, Mundurukus, entre tantos outros que lutam por um Brasil que respeite nossa ancestralidade. Somos Glicérias, que sonham com um mundo mais justo e igualitário onde o direito de estar vivo seja o primeiro. Somos a retomada de nossos antepassados que habitam a serra da cantareira. Somos a luta Tupi e a sede de justiça que vive em cada pedaço desse chão. O manto é nossa bandeira tecida pelas vozes e sonhos de cada um.

Quase ao despertar, ouvi uma mensagem: Devolvam nosso manto! Deixem-nos contar a nossa própria história! E, então, eu, Tucuruvi, com lágrimas nos olhos, deposito minha história nas mãos do destino. É esta a voz ancestral que nos alumia e guia junto aos deuses.

A terra sonha, o mundo sonha.
A natureza se impõe.
Que seja feita a vontade do manto.
Que seja reescrita a nossa história.

Carnavalescos: Dione Leite e Nicolas Gonçalves

Enredo e Pesquisa: Dione Leite, Nicolas Gonçalves e Vinícius Natal

Texto: Vinícius Natal

Agradecimentos: Glicéria Tupinambá, Professor Ricardo Domingos, Rodrigo Pereira, Luiz Rufino.

Glossário (em ordem de aparição no texto)

Tupinambá – Grupo que deriva do tronco etnolinguístico Tupi.

Majés – Liderança femininas tupinambás que se conectam com os encantados.

Morobixabas – Traduzido por Bueno como “General”. Liderança Tupinambá.

Cunhã – Donzela, mulher.

Yby – Terra.

Ibytu – Vento.

Tucum – Palmeira, árvore.

Ponto Jererê – Nó específico com o qual as mulheres formam a base do manto.

Tapiragem – Procedimento indígena feito para alterar a pena das aves.

Ibirapema – Madeira a qual os tupinambás aniquilavam os seus inimigos.

Bibliografia

BUENO, Silveira. Vocabulário Tupi-Guarani Português. Ed. Brasil-Livros, 1858.

COSTA, Caroline Mendes Pinto. O retorno do manto Tupinambá: diálogos para a construção de uma história da arte indígena . UFRJ, 2022.

CAFFÉ, Juliana; GONTIJO, Juliana. Expor o sagrado: o caso do manto tupinambá na exposição Kwá Yepé Turusú Yuriri Assojaba Tupinambá. MODOS: Revista de História da Arte, Campinas, SP, v. 7, n. 2, p. 23–47, 2023

Canclini, N. G. Culturas híbridas. Estratégias para entrar e sair da modernidade. Edusp., 2015.

Esbell, J. Arte indígena contemporânea e o grande mundo. Revista Select. 2018.

Paiva, A. S.. Reviravoltas Decoloniais do Manto Tupinambá: Três Artistas Mulheres e Seus Trabalhos em Torno do Artefato que Se Tornou Ícone da Identidade Brasileira. 2024.

Quijano, A. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In E. Lander (Ed.), A colonialidade do saber: Eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas (pp. 118–142). CLACSO. 2005.

Spivak, G. C.Pode o subalterno falar? (S. Almeida, M. Feitosa, & A. Feitosa, Trads.). Editora UFMG. (Trabalho original publicado em 1985). 2018.

TUPINAMBÁ, Glicéria. “O manto é feminino. Assojaba I Kunhãwara”, in: TUGNY, Augustin et. al. Kwá yepé turusú yuriri assojaba tupinambá: essa é a grande volta do manto tupinambá. São Paulo: Conversas em Godwana, 2021.

Carnaval 2024

Neste ano, a Tucuruvi teve a responsabilidade de encerrar os desfiles do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo. Na Avenida, foi apresentado o enredo “Ifá”, desenvolvido pelos carnavalescos Dione Leite e Yago Duarte.

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