Não fosse por um alerta do porteiro, o ator Pascoal da Conceição nem teria notado sua semelhança com o escritor modernista Mário de Andrade.
“Estou saindo de casa um dia, desavisado, em 1993, o porteiro virou para mim e disse: ‘olha, o senhor está no jornal hoje, hein’. ‘Eu, no jornal?’ Não tinha feito nada para sair no jornal. Fui ver: era uma nota de 500 mil cruzeiros. (…) Olhei e falei: ‘engraçado, esse cara parece comigo’. Uma vez aceita a semelhança, o arista, foi fazer um teste de publicidade, em que interpretaria o escritor, e passou”.
A partir de então, Pascoal descobriu que nasceu no mesmo dia de Mário, 9 de outubro, aprofundou-se em sua história e trajetória, e fez inúmeros trabalhos “vestido com suas roupas”, passando a difundir o que aprendeu a mergulhar na vida deste homem singular que será tema do enredo no Carnaval de São Paulo de 2024 no desfile da Mocidade Alegre, atual campeã do Grupo Especial.
Interpretando Mário de Andrade há mais de 30 anos, Pascoal da Conceição não poderia ficar de fora da homenagem que será apresentada no Sambódromo do Anhembi, no sábado, dia 10 de fevereiro através do tema Brasiléia Desvairada: A busca de Mário de Andrade por um país.
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Visita ao barracão
Em visita recente ao barracão da agremiação, na Fábrica do Samba, onde tudo o que será levado para Avenida é preparado, o artista, que já desfilou pela “Morada do Samba”, esteve ao lado do carnavalesco Jorge Silveira, que compartilhou o encontro.
“O Carnaval não cansa de me surpreender e emocionar . Hoje tivemos a honra de receber o ator Pascoal da Conceição, que há 30 anos interpreta o poeta Mário de Andrade. Ele estará conosco nessa jornada maravilhosa pela cultura brasileira! Viva a cultura popular! Viva Mario de Andrade! Viva a Brasiléia Desvairada!”, postou Silveira.
Em 2003, Pascoal foi convidado para interpretar Mário na minissérie “Um só coração”, da Rede Globo, concebida para celebrar os 450 anos da cidade de São Paulo.
E a semelhança entre Pascoal da Conceição e Mário de Andrade não se limita ao rosto. O ator não cansa de dizer que os dois pensam da mesma forma sobre arte e vida.
“Eu me sinto muito bem com a obra de Mário, porque posso dar sangue ao que ele fala, e o que ele fala é muito parecido com o que penso em relação à cultura, ao mundo, à vida, às contradições. O texto dele acaba azeitando meu pensamento”, disse o artista ao jornal “Estado de Minas”.
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* Com informações do site Agendatarsila