Os sambistas mais novos talvez não saibam, mas o enredo “A Revolta da Chibata. Sonho, coragem e bravura. Minha história: João Cândido, um sonho de liberdade”, originalmente apresentando em 2003, e reeditado pela Camisa Verde e Branco em 2017, deveria ter sido exibido ainda em 1983, na Avenida Tiradentes, então palco oficial dos desfiles das agremiações de São Paulo.

Na época, a ditadura militar restringiu o tema da escola. A história, foi recordada pelo apresentador da TV Globo, Serginho Groisman, ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura. Durante a entrevista, ele relembrou o Ato Institucional número 5, baixado pelo regime em 1968 – que deu início ao período mais violento da ditadura no Brasil – e sobre sua passagem pelo “Trevo”, que teve seu enredo censurado.

Groisman também falou do carinho por Inocêncio Tobias, Dona Sinhá e Carlos Alberto Tobias, saudosos baluartes da verde e branca, além de exaltar a visão de resistência que as agremiações paulistanas tinham na época.

“Durante os anos 70, eu me vinculei muito fortemente com uma escola de samba daqui de São Paulo, a Camisa Verde e Branco, que tinha o seu Inocêncio Tobias e a Sinhá, que tinham passado o bastão para o Tobias Filho, que era um maravilhoso, gigante que nos deixou em 1990. Estou falando isso porque eu vejo que as escolas de samba já tinham aqui em São Paulo uma atitude muito clara em relação a resistência. Tanto é que durante o período militar um enredo da Camisa Verde, ‘A Revolta da Chibata’, foi proibido, foi censurado. E fiz parte da história de quatro anos dessa escola que abriu suas portas para que temas diferentes como a ‘Tropicália’ e o ‘Cinema Novo’ tivessem uma discussão em toda a escola de samba”, relatou.

Relembre o desfile da Camisa Verde e Branco em 2017: