Um futuro pós apocalíptico que tem a sociedade dividida em castas, e na qual a ascensão social só está disponível para poucos. Essa é a premissa da série 3%, primeira produção totalmente brasileira da Netflix, que teve sua primeira temporada disponibiliza da na íntegra na sexta, (25), pelo serviço de streaming. Pra quem não sabe, […]
POR Ticiana Farinchon27/11/2016|4 min de leitura
Um futuro pós apocalíptico que tem a sociedade dividida em castas, e na qual a ascensão social só está disponível para poucos. Essa é a premissa da série 3%, primeira produção totalmente brasileira da Netflix, que teve sua primeira temporada disponibiliza da na íntegra na sexta, (25), pelo serviço de streaming.
Pra quem não sabe, o projeto de 3% nasceu de uma iniciativa de alunos de Cinema da USP, em 2011 (a websérie está disponível ainda hoje no YouTube), e foi recusado por diversos canais de TV. O roteiro de Pedro Aguilera foi finalmente adquirido pela Netflix e o resultado é bem interessante.
Fiquei bem ansiosa com 3% desde que assisti o trailer. O motivo, óbvio, as explícitas referências aos livros 1984, de George Orwell, e Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. Isso sem citar Jogos Vorazes, Divergente e todos aqueles filminhos adolescentes que nos deixam eufóricos ao sair do cinema e com vergonha pra comentar que gostou no dia seguinte.
Pois bem, o dia chegou e lá fui eu, devorar os oito episódios disponíveis. Isso mesmo, devorar, pois assisti a todos sem parar, de uma tacada só.
Não vá esperar de 3% uma super produção, com efeitos maravilhosos e imagens sensacionais. A série, dirigida e produzida por César Charlone é visceral e minimalista. E tem que ser assim. Afinal, o caos e a miséria dominam o planeta, e apenas 3% da população tem acesso a uma vida privilegiada em Maralto.
Para fazer parte da casta superior, aos 20 anos, se quiser, você pode tentar a chance no Processo, ritual que envolve diversos testes para selecionar apenas os merecedores de tal feito, segundo os critérios dos escolhidos.
E é exatamente este Processo, comandado pelo enigmático Ezequiel (João Miguel) que acompanhamos nesta primeira temporada. Para isso, somos apresentados a alguns candidatos, como Michele. (Bianca Comparativo), Rafael (Rodolfo Valente), Marco (Rafael Lozano), Fernando (Michel Gomes) e Joana (Vaneza Oliveira). A cada etapa além de conhecermos os desafios aos quais os personagens são submetidos nos aproximamos mais de suas histórias e suas motivações para estarem ali.
Ouvi muita gente dizendo que uma das falhas da série é a mudança constante e quase irreal de personalidade dos candidatos. Pois bem, pra mim esse é exatamente o ponto que deixa 3% factível. O maniqueísmo não existe sequer numa realidade estável, que dirá no mundo totalmente distópico, antiético e desumano que a série nos apresenta.
Tecnicamente a série me ganhou pelos detalhes. No ambiente onde ocorre o processo, as cenas são em sua maioria filmadas em plano aberto, com pouquíssimos objetos cenográficos, pra nós dar a sensação de grandeza, limpidez. Por outro lado, os takes no Continente (onde os 97% restantes da população se localizam) são todos propositalmente poluídos e com muitos cortes, marcando o caos que impera no local.
Outro mérito da série, pra mim, foi sua trilha sonora. Marcante, sensível. Do jeito que tinha que ser. Não vou dar spoilers, mas as canções que embalam as grandes cenas da temporada são tão presentes em cena que quase se tornam mais um importante personagem da história.
Enfim, a Netflix mais uma vez acertou numa produção original e trouxe o que pra mim é a melhor série já produzida em território nacional. Agora é esperar pela confirmação de uma segunda temporada e torcer para que, em Maralto, os participantes tenham a chance de uma vida melhor. (Será?)
E então, tá esperando o que pra conhecer o processo?
Um futuro pós apocalíptico que tem a sociedade dividida em castas, e na qual a ascensão social só está disponível para poucos. Essa é a premissa da série 3%, primeira produção totalmente brasileira da Netflix, que teve sua primeira temporada disponibiliza da na íntegra na sexta, (25), pelo serviço de streaming.
Pra quem não sabe, o projeto de 3% nasceu de uma iniciativa de alunos de Cinema da USP, em 2011 (a websérie está disponível ainda hoje no YouTube), e foi recusado por diversos canais de TV. O roteiro de Pedro Aguilera foi finalmente adquirido pela Netflix e o resultado é bem interessante.
Fiquei bem ansiosa com 3% desde que assisti o trailer. O motivo, óbvio, as explícitas referências aos livros 1984, de George Orwell, e Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. Isso sem citar Jogos Vorazes, Divergente e todos aqueles filminhos adolescentes que nos deixam eufóricos ao sair do cinema e com vergonha pra comentar que gostou no dia seguinte.
Pois bem, o dia chegou e lá fui eu, devorar os oito episódios disponíveis. Isso mesmo, devorar, pois assisti a todos sem parar, de uma tacada só.
Não vá esperar de 3% uma super produção, com efeitos maravilhosos e imagens sensacionais. A série, dirigida e produzida por César Charlone é visceral e minimalista. E tem que ser assim. Afinal, o caos e a miséria dominam o planeta, e apenas 3% da população tem acesso a uma vida privilegiada em Maralto.
Para fazer parte da casta superior, aos 20 anos, se quiser, você pode tentar a chance no Processo, ritual que envolve diversos testes para selecionar apenas os merecedores de tal feito, segundo os critérios dos escolhidos.
E é exatamente este Processo, comandado pelo enigmático Ezequiel (João Miguel) que acompanhamos nesta primeira temporada. Para isso, somos apresentados a alguns candidatos, como Michele. (Bianca Comparativo), Rafael (Rodolfo Valente), Marco (Rafael Lozano), Fernando (Michel Gomes) e Joana (Vaneza Oliveira). A cada etapa além de conhecermos os desafios aos quais os personagens são submetidos nos aproximamos mais de suas histórias e suas motivações para estarem ali.
Ouvi muita gente dizendo que uma das falhas da série é a mudança constante e quase irreal de personalidade dos candidatos. Pois bem, pra mim esse é exatamente o ponto que deixa 3% factível. O maniqueísmo não existe sequer numa realidade estável, que dirá no mundo totalmente distópico, antiético e desumano que a série nos apresenta.
Tecnicamente a série me ganhou pelos detalhes. No ambiente onde ocorre o processo, as cenas são em sua maioria filmadas em plano aberto, com pouquíssimos objetos cenográficos, pra nós dar a sensação de grandeza, limpidez. Por outro lado, os takes no Continente (onde os 97% restantes da população se localizam) são todos propositalmente poluídos e com muitos cortes, marcando o caos que impera no local.
Outro mérito da série, pra mim, foi sua trilha sonora. Marcante, sensível. Do jeito que tinha que ser. Não vou dar spoilers, mas as canções que embalam as grandes cenas da temporada são tão presentes em cena que quase se tornam mais um importante personagem da história.
Enfim, a Netflix mais uma vez acertou numa produção original e trouxe o que pra mim é a melhor série já produzida em território nacional. Agora é esperar pela confirmação de uma segunda temporada e torcer para que, em Maralto, os participantes tenham a chance de uma vida melhor. (Será?)
E então, tá esperando o que pra conhecer o processo?