2021: o ano da resiliência

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Não há como negar que 2021 começou enfrentando as mesmas dificuldades impostas pelo terror da Covid-19 em 2020, sob a ameaça constante do surgimento e propagação de novas variantes do novo coronavírus com potencial de destruição superior ao da cepa original. Num cenário de medo e incerteza, a indústria do entretenimento tentou ressurgir das cinzas, […]

POR Ana Carolina Garcia20/12/2021|8 min de leitura

2021: o ano da resiliência

Os cinemas funcionam protocolos de segurança desde a reabertura (Foto: Freepik).

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Não há como negar que 2021 começou enfrentando as mesmas dificuldades impostas pelo terror da Covid-19 em 2020, sob a ameaça constante do surgimento e propagação de novas variantes do novo coronavírus com potencial de destruição superior ao da cepa original. Num cenário de medo e incerteza, a indústria do entretenimento tentou ressurgir das cinzas, tendo resiliência como palavra-chave e os blockbusters como boias de salvação para Hollywood, que precisou lidar com estreias híbridas em prol do alcance maior de pessoas, mas, ao mesmo tempo, diminuindo o lucro obtido nas bilheterias das salas de exibição, o que rendeu à Disney uma baita enxaqueca causada pelo processo movido por Scarlett Johansson em julho.

 

Popularmente conhecida como Natasha Romanoff / Viúva Negra dos títulos do Universo Cinematográfico da Marvel (UCM), Johansson, uma das atrizes mais aclamadas e versáteis de sua geração, processou a Casa do Mickey pelo lançamento simultâneo de “Viúva Negra” (Black Widow – 2021), de Cate Shortland, nos cinemas e na Disney+, diminuindo a arrecadação do primeiro e, consequentemente, seu lucro como protagonista, pois a atriz também assina como produtora executiva e tinha, segundo a imprensa americana, participação na receita obtida nas bilheterias.

 

Apesar do imbróglio judicial, que durou alguns meses até que ambas as partes chegassem a um consenso que garantiu a permanência de Johansson no UCM, o filme solo da personagem é um dos responsáveis pelo pontapé inicial no processo de recuperação da indústria cinematográfica, assim como “Um Lugar Silencioso – Parte II” (A Quiet Place Part II – 2021), de John Krasinski, e “Velozes & Furiosos 9” (Fast 9 – 2021), de Justin Lin – previstos inicialmente para 2020, os três títulos foram diretamente afetados pela pandemia, sendo adiados diversas vezes.

 

Enquanto Hollywood reagia à atitude de Scarlett Johansson contra um de seus maiores estúdios, executivos se preocupavam com a iminente onda de adiamentos em série devido à disseminação da variante Delta, originada da Índia e que se tornou dominante em todo o mundo rapidamente, preocupando até mesmo a população de países que, ao contrário do Brasil, investiram na vacinação em massa desde o momento no qual as vacinas se tornaram disponíveis no mercado – mesmo não evitando a infecção propriamente dita nem a transmissibilidade do vírus, os imunizantes são a única arma disponível para diminuir as taxas de casos graves e óbitos, tendo como aliados a máscara e o distanciamento social. Não demorou muito para que as postergações de filmes aguardados voltassem às notícias, entre eles, “Top Gun: Maverick” (Top Gun: Maverick – 2022), de Joseph Kosinski, e “Missão: Impossível 7” (Mission: Impossible 7 – 2022), de Christopher McQuarrie, ambos produzidos e estrelados por Tom Cruise, agora previstos para o próximo ano.

 

O efeito dominó de cancelamentos e remarcações decorrentes da pandemia ocasionou uma mudança significativa na lista dos filmes mais lucrativos, pois, pelo segundo ano consecutivo, a capital mundial do cinema assistiu atônita à ascensão de produções chinesas num Top 10 tradicionalmente dominado por títulos made in Hollywood. Principal mercado do cinema contemporâneo, a China tem investido cada vez mais em filmes locais, o que, aliado à censura a determinados longas americanos, permitiu a consolidação de suas produções entre as mais rentáveis. Somente este ano, o país asiático emplacou três longas-metragens no Top 5 do faturamento global, de acordo com o Box Office Mojo. São eles: “The Battle at Lake Changjin” (Zhang jin hu – 2021), campeão com US$ 902,4 milhões; “Hi, Mom” (Ni hao, Li Huan Ying – 2021), 2a posição com US$ 822 milhões; e “Detective Chinatown 3” (Detective Chinatown 3 – 2021), 5o lugar com US$ 686,2 milhões. Com isso, até a presente data, houve espaço apenas para duas franquias consagradas entre as cinco maiores arrecadações, “007” (007 – iniciada em 1962) e “Velozes & Furiosos” (Fast and Furious – iniciada em 2001), que ocuparam a terceira e a quarta posições, respectivamente, com “Sem Tempo Para Morrer” (No Time to Die – 2021), US$ 771,3 milhões, e “Velozes & Furiosos 9”, US$ 726,2 milhões.

 

“Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa” integra a Fase 4 do Universo Cinematográfico da Marvel (Foto: Divulgação / Crédito: Sony Pictures).

 

No entanto, o Top 10 sofrerá mudanças significativas nos próximos dias, principalmente entre as cinco primeiras posições, apesar das restrições impostas por governos de diversos países numa tentativa de evitar o avanço da Ômicron, pois não há como negar a potência de uma produção do UCM, com personagem já conhecido e amado pelo público, que chegou para arrasar quarteirões no último dia 16: “Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa” (Spider-Man: No Way Home – 2021). Com direção de Jon Watts, o novo longa do Cabeça de Teia, que quase não saiu do papel em virtude do imbróglio envolvendo Sony e Disney / Marvel em 2019, resolvido com uma ajudinha de Tom Holland (Peter Parker / Homem-Aranha), conquistou US$ 253 milhões em sua abertura no mercado americano, a maior desde o início da pandemia. De acordo com o Box Office Mojo, o filme arrecadou US$ 587 milhões ao redor do globo, estreando na sexta posição do Top 10 de 2021 e com o status de terceira maior abertura da História, ficando atrás somente de outros dois títulos que têm Peter Parker / Homem-Aranha entre seus principais personagens, “Vingadores: Ultimato” (Avengers: Endgame – 2019), US$ 1,2 bilhão, e “Vingadores: Guerra Infinita” (Avengers: Infinity War – 2018), US$ 640 milhões. E o faturamento do Amigo da Vizinhança é um alento para a indústria por representar o apreço pela experiência cinematográfica proporcionada pela sala de exibição numa época marcada pela ascensão das plataformas de streaming.

 

No Brasil, o efeito dominó de adiamentos e cancelamentos não foi diferente. E os filmes que conseguiram chegar ao circuito tiveram suas janelas de exibição encurtadas, como a comédia “Quem Vai Ficar com Mário?” (2021), de Hsu Chien, e tantos outros que não tiveram esta oportunidade e estrearam diretamente no streaming. É o caso de “O Menino que Matou Meus Pais” (2021) e “A Menina que Matou os Pais” (2021), ambos dirigidos por Maurício Eça. Baseados nos autos do processo do caso Richthofen, que chocou o país em 2001, os longas se complementam por mostrarem as duas versões do mesmo crime e eram aguardados com grande expectativa pelo público brasileiro, sendo lançados diretamente pela Amazon Prime Video.

 

Obviamente, as estreias e os desempenhos dos filmes preocupam no cenário pandêmico que potencializou a discussão acerca da manutenção do modelo tradicional de cinema, isto é, da experiência proporcionada pela sala de exibição, numa época de crescimento e consolidação do streaming, sobretudo devido aos lançamentos híbridos e ao PVoD, responsável pela quebra da janela de exibição, que têm tirado o sono dos exibidores, agora aliviados com “Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa”. Marcado pelo fechamento de cinemas ao redor do globo, inclusive definitivamente, 2021 testemunhou a compra de um estúdio tradicional, a Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), por uma empresa que possui plataforma digital, a Amazon, por valor acima do estimado pelo mercado, US$ 8,5 bilhões; bem como o nascimento da parceria entre a Netflix e a Amblin Partners, de Steven Spielberg, que, segundo a imprensa americana, prevê a produção de ao menos dois longas por ano. O acordo chamou a atenção pelo hasteamento da bandeira branca entre a gigante do streaming e o cineasta que há anos luta para que filmes produzidos por e para tais plataformas não tenham o mesmo reconhecimento daqueles realizados por estúdios tradicionais, principalmente junto às instituições responsáveis pela entrega de prêmios importantes, entre elas, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood (Academy of Motion Picture Arts and Sciences – AMPAS).

 

A AMPAS, por sinal, conseguiu realizar a cerimônia presencial do Oscar em meio à pandemia, guiada por questões como representatividade, diversidade e inclusão no que tange não apenas à acessibilidade, mas, principalmente, aos vencedores da estatueta dourada mais cobiçada do cinema mundial, premiando brancos (25 homens e oito mulheres), negros (quatro homens e quatro mulheres), latinos (dois homens e uma mulher) e três mulheres asiáticas. Ou seja, a instituição fez História e, neste sentido, se livrou das críticas negativas que a assombravam desde 2016, algo que teve a pandemia como facilitadora porque títulos previamente apontados como fortes concorrentes sequer chegaram ao circuito comercial a tempo de disputarem o Golden Boy e, portanto, não estavam elegíveis.

 

Tentando se adaptar ao “novo normal”, o ano chega ao fim com um misto de esperança, graças à Ciência e à disponibilização de vacinas, e preocupação, pois parte considerável da população mundial ainda não recebeu o imunizante capaz de salvar vidas e frear a pandemia que há dois anos causa dor, medo e sofrimento a todas as nações – por falta de opção, como é o caso de países pobres, ou por opção oriunda do negacionismo, inimigo tão poderoso quanto o próprio coronavírus. Neste cenário, o cinema tenta se reerguer das cinzas e enxergar 2022 como ano de renascimento.

 

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Não há como negar que 2021 começou enfrentando as mesmas dificuldades impostas pelo terror da Covid-19 em 2020, sob a ameaça constante do surgimento e propagação de novas variantes do novo coronavírus com potencial de destruição superior ao da cepa original. Num cenário de medo e incerteza, a indústria do entretenimento tentou ressurgir das cinzas, tendo resiliência como palavra-chave e os blockbusters como boias de salvação para Hollywood, que precisou lidar com estreias híbridas em prol do alcance maior de pessoas, mas, ao mesmo tempo, diminuindo o lucro obtido nas bilheterias das salas de exibição, o que rendeu à Disney uma baita enxaqueca causada pelo processo movido por Scarlett Johansson em julho.

 

Popularmente conhecida como Natasha Romanoff / Viúva Negra dos títulos do Universo Cinematográfico da Marvel (UCM), Johansson, uma das atrizes mais aclamadas e versáteis de sua geração, processou a Casa do Mickey pelo lançamento simultâneo de “Viúva Negra” (Black Widow – 2021), de Cate Shortland, nos cinemas e na Disney+, diminuindo a arrecadação do primeiro e, consequentemente, seu lucro como protagonista, pois a atriz também assina como produtora executiva e tinha, segundo a imprensa americana, participação na receita obtida nas bilheterias.

 

Apesar do imbróglio judicial, que durou alguns meses até que ambas as partes chegassem a um consenso que garantiu a permanência de Johansson no UCM, o filme solo da personagem é um dos responsáveis pelo pontapé inicial no processo de recuperação da indústria cinematográfica, assim como “Um Lugar Silencioso – Parte II” (A Quiet Place Part II – 2021), de John Krasinski, e “Velozes & Furiosos 9” (Fast 9 – 2021), de Justin Lin – previstos inicialmente para 2020, os três títulos foram diretamente afetados pela pandemia, sendo adiados diversas vezes.

 

Enquanto Hollywood reagia à atitude de Scarlett Johansson contra um de seus maiores estúdios, executivos se preocupavam com a iminente onda de adiamentos em série devido à disseminação da variante Delta, originada da Índia e que se tornou dominante em todo o mundo rapidamente, preocupando até mesmo a população de países que, ao contrário do Brasil, investiram na vacinação em massa desde o momento no qual as vacinas se tornaram disponíveis no mercado – mesmo não evitando a infecção propriamente dita nem a transmissibilidade do vírus, os imunizantes são a única arma disponível para diminuir as taxas de casos graves e óbitos, tendo como aliados a máscara e o distanciamento social. Não demorou muito para que as postergações de filmes aguardados voltassem às notícias, entre eles, “Top Gun: Maverick” (Top Gun: Maverick – 2022), de Joseph Kosinski, e “Missão: Impossível 7” (Mission: Impossible 7 – 2022), de Christopher McQuarrie, ambos produzidos e estrelados por Tom Cruise, agora previstos para o próximo ano.

 

O efeito dominó de cancelamentos e remarcações decorrentes da pandemia ocasionou uma mudança significativa na lista dos filmes mais lucrativos, pois, pelo segundo ano consecutivo, a capital mundial do cinema assistiu atônita à ascensão de produções chinesas num Top 10 tradicionalmente dominado por títulos made in Hollywood. Principal mercado do cinema contemporâneo, a China tem investido cada vez mais em filmes locais, o que, aliado à censura a determinados longas americanos, permitiu a consolidação de suas produções entre as mais rentáveis. Somente este ano, o país asiático emplacou três longas-metragens no Top 5 do faturamento global, de acordo com o Box Office Mojo. São eles: “The Battle at Lake Changjin” (Zhang jin hu – 2021), campeão com US$ 902,4 milhões; “Hi, Mom” (Ni hao, Li Huan Ying – 2021), 2a posição com US$ 822 milhões; e “Detective Chinatown 3” (Detective Chinatown 3 – 2021), 5o lugar com US$ 686,2 milhões. Com isso, até a presente data, houve espaço apenas para duas franquias consagradas entre as cinco maiores arrecadações, “007” (007 – iniciada em 1962) e “Velozes & Furiosos” (Fast and Furious – iniciada em 2001), que ocuparam a terceira e a quarta posições, respectivamente, com “Sem Tempo Para Morrer” (No Time to Die – 2021), US$ 771,3 milhões, e “Velozes & Furiosos 9”, US$ 726,2 milhões.

 

“Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa” integra a Fase 4 do Universo Cinematográfico da Marvel (Foto: Divulgação / Crédito: Sony Pictures).

 

No entanto, o Top 10 sofrerá mudanças significativas nos próximos dias, principalmente entre as cinco primeiras posições, apesar das restrições impostas por governos de diversos países numa tentativa de evitar o avanço da Ômicron, pois não há como negar a potência de uma produção do UCM, com personagem já conhecido e amado pelo público, que chegou para arrasar quarteirões no último dia 16: “Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa” (Spider-Man: No Way Home – 2021). Com direção de Jon Watts, o novo longa do Cabeça de Teia, que quase não saiu do papel em virtude do imbróglio envolvendo Sony e Disney / Marvel em 2019, resolvido com uma ajudinha de Tom Holland (Peter Parker / Homem-Aranha), conquistou US$ 253 milhões em sua abertura no mercado americano, a maior desde o início da pandemia. De acordo com o Box Office Mojo, o filme arrecadou US$ 587 milhões ao redor do globo, estreando na sexta posição do Top 10 de 2021 e com o status de terceira maior abertura da História, ficando atrás somente de outros dois títulos que têm Peter Parker / Homem-Aranha entre seus principais personagens, “Vingadores: Ultimato” (Avengers: Endgame – 2019), US$ 1,2 bilhão, e “Vingadores: Guerra Infinita” (Avengers: Infinity War – 2018), US$ 640 milhões. E o faturamento do Amigo da Vizinhança é um alento para a indústria por representar o apreço pela experiência cinematográfica proporcionada pela sala de exibição numa época marcada pela ascensão das plataformas de streaming.

 

No Brasil, o efeito dominó de adiamentos e cancelamentos não foi diferente. E os filmes que conseguiram chegar ao circuito tiveram suas janelas de exibição encurtadas, como a comédia “Quem Vai Ficar com Mário?” (2021), de Hsu Chien, e tantos outros que não tiveram esta oportunidade e estrearam diretamente no streaming. É o caso de “O Menino que Matou Meus Pais” (2021) e “A Menina que Matou os Pais” (2021), ambos dirigidos por Maurício Eça. Baseados nos autos do processo do caso Richthofen, que chocou o país em 2001, os longas se complementam por mostrarem as duas versões do mesmo crime e eram aguardados com grande expectativa pelo público brasileiro, sendo lançados diretamente pela Amazon Prime Video.

 

Obviamente, as estreias e os desempenhos dos filmes preocupam no cenário pandêmico que potencializou a discussão acerca da manutenção do modelo tradicional de cinema, isto é, da experiência proporcionada pela sala de exibição, numa época de crescimento e consolidação do streaming, sobretudo devido aos lançamentos híbridos e ao PVoD, responsável pela quebra da janela de exibição, que têm tirado o sono dos exibidores, agora aliviados com “Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa”. Marcado pelo fechamento de cinemas ao redor do globo, inclusive definitivamente, 2021 testemunhou a compra de um estúdio tradicional, a Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), por uma empresa que possui plataforma digital, a Amazon, por valor acima do estimado pelo mercado, US$ 8,5 bilhões; bem como o nascimento da parceria entre a Netflix e a Amblin Partners, de Steven Spielberg, que, segundo a imprensa americana, prevê a produção de ao menos dois longas por ano. O acordo chamou a atenção pelo hasteamento da bandeira branca entre a gigante do streaming e o cineasta que há anos luta para que filmes produzidos por e para tais plataformas não tenham o mesmo reconhecimento daqueles realizados por estúdios tradicionais, principalmente junto às instituições responsáveis pela entrega de prêmios importantes, entre elas, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood (Academy of Motion Picture Arts and Sciences – AMPAS).

 

A AMPAS, por sinal, conseguiu realizar a cerimônia presencial do Oscar em meio à pandemia, guiada por questões como representatividade, diversidade e inclusão no que tange não apenas à acessibilidade, mas, principalmente, aos vencedores da estatueta dourada mais cobiçada do cinema mundial, premiando brancos (25 homens e oito mulheres), negros (quatro homens e quatro mulheres), latinos (dois homens e uma mulher) e três mulheres asiáticas. Ou seja, a instituição fez História e, neste sentido, se livrou das críticas negativas que a assombravam desde 2016, algo que teve a pandemia como facilitadora porque títulos previamente apontados como fortes concorrentes sequer chegaram ao circuito comercial a tempo de disputarem o Golden Boy e, portanto, não estavam elegíveis.

 

Tentando se adaptar ao “novo normal”, o ano chega ao fim com um misto de esperança, graças à Ciência e à disponibilização de vacinas, e preocupação, pois parte considerável da população mundial ainda não recebeu o imunizante capaz de salvar vidas e frear a pandemia que há dois anos causa dor, medo e sofrimento a todas as nações – por falta de opção, como é o caso de países pobres, ou por opção oriunda do negacionismo, inimigo tão poderoso quanto o próprio coronavírus. Neste cenário, o cinema tenta se reerguer das cinzas e enxergar 2022 como ano de renascimento.

 

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