Em 1996, Glenn Close assumiu a responsabilidade de viver uma das vilãs mais icônicas do mundo mágico de Walt Disney, Cruella de Vil, roubando a cena em “101 Dálmatas” (101 Dalmatians – 1996), de Stephen Herek. Agora, é a vez de Emma Stone interpretar a personagem em “Cruella” (Idem – 2021), que estreia nesta sexta-feira, […]
POR Ana Carolina Garcia26/05/2021|4 min de leitura
Em 1996, Glenn Close assumiu a responsabilidade de viver uma das vilãs mais icônicas do mundo mágico de Walt Disney, Cruella de Vil, roubando a cena em “101 Dálmatas” (101 Dalmatians – 1996), de Stephen Herek. Agora, é a vez de Emma Stone interpretar a personagem em “Cruella” (Idem – 2021), que estreia nesta sexta-feira, dia 28, nos cinemas e na Disney+, com Premier Access e custo adicional.
Com direção de Craig Gillespie, de “Eu, Tonya” (I, Tonya – 2017), “Cruella” conta como Estella (Emma Stone) lidou com sua dupla personalidade sem nunca se intimidar por terceiros, baseada na “ação e reação”, sempre com todos os dedos apontados para si por seu visual diferente. Em Londres, a menina, interpretada por Tipper Seifert-Cleveland, precisa encarar a dura realidade, tendo como companhia dois meninos que, assim como ela, se viram nas ruas para sobreviver. Logo, o trio se torna uma família, mas a relação fica um pouco estremecida quando Estella começa a trabalhar para a Baronesa (Emma Thompson), estilista renomada e de caráter duvidoso que desperta os piores sentimentos na jovem, permitindo que Cruella assuma de vez o comando.
“Cruella” é um filme de origem interessante por não ter medo de fugir do padrão “fofurice” instituído pela Casa do Mickey, mostrando que a natureza do indivíduo, em determinados casos, fala mais alto por influência ou não do ambiente no qual está inserido. Neste ponto, os dois lados são apresentados: a infância repleta de amor materno, que não impediu Estella de manifestar sua personalidade mais sombria, e a juventude de dificuldades e sentimento de culpa pela morte da mãe, fazendo o possível para deixar Cruella adormecida. Com isso, o longa trabalha toda a dualidade da personagem com cuidado para apresentar as questões da protagonista ao público, principalmente sua jornada guiada pela vingança, responsável pela mudança radical e definitiva da jovem que sempre sonhou em se tornar uma estilista de sucesso.
Embalado por uma trilha sonora potente e ousada para os padrões Disney, “Cruella” chega às telas como uma deliciosa mistura de “Batman – O Retorno” (Batman Returns – 1992) e “O Diabo Veste Prada” (The Devil Wears Prada – 2006). Isto pode ser observado não apenas nas atuações de Stone e Thompson, como também no esmero da direção de arte, maquiagem, figurino e fotografia, que potencializa a atmosfera mais obscura da trama. Há muito de “Batman – O Retorno” na casa de Estella e na mansão da Baronesa, remetendo, respectivamente, às residências de Pinguim e Bruce Wayne. Além disso, é praticamente impossível observar a interpretação de Emma Stone e não comparar à de Michelle Pfeiffer (Celina Kyle / Mulher-Gato), e isto não fica restrito aos trejeitos da atriz, mas à vontade de instaurar o caos, movida pela vingança. Da mesma forma que é impossível assistir à performance de Emma Thompson e não lembrar de Meryl Streep como a temida editora de moda no sucesso de 2006, pois a Baronesa é uma versão quase caricata de Miranda Priestly.
Visualmente impactante, “Cruella” é um dos live-actions mais bem desenvolvidos pela Disney nos últimos anos. Tendo a ousadia como elemento imprescindível para a trama, o longa aborda questões dolorosas que marcam o indivíduo por toda a sua vida, transformando-o para sempre. E, no caso de Estella, funcionando como um gatilho para o Transtorno Dissociativo de Personalidade. No entanto, tudo isso é apresentado ao público com doses certas de humor refinado que lhe concedem certa leveza para permitir que a produção alcance todas as faixas etárias.
Assista ao trailer oficial legendado:
Em 1996, Glenn Close assumiu a responsabilidade de viver uma das vilãs mais icônicas do mundo mágico de Walt Disney, Cruella de Vil, roubando a cena em “101 Dálmatas” (101 Dalmatians – 1996), de Stephen Herek. Agora, é a vez de Emma Stone interpretar a personagem em “Cruella” (Idem – 2021), que estreia nesta sexta-feira, dia 28, nos cinemas e na Disney+, com Premier Access e custo adicional.
Com direção de Craig Gillespie, de “Eu, Tonya” (I, Tonya – 2017), “Cruella” conta como Estella (Emma Stone) lidou com sua dupla personalidade sem nunca se intimidar por terceiros, baseada na “ação e reação”, sempre com todos os dedos apontados para si por seu visual diferente. Em Londres, a menina, interpretada por Tipper Seifert-Cleveland, precisa encarar a dura realidade, tendo como companhia dois meninos que, assim como ela, se viram nas ruas para sobreviver. Logo, o trio se torna uma família, mas a relação fica um pouco estremecida quando Estella começa a trabalhar para a Baronesa (Emma Thompson), estilista renomada e de caráter duvidoso que desperta os piores sentimentos na jovem, permitindo que Cruella assuma de vez o comando.
“Cruella” é um filme de origem interessante por não ter medo de fugir do padrão “fofurice” instituído pela Casa do Mickey, mostrando que a natureza do indivíduo, em determinados casos, fala mais alto por influência ou não do ambiente no qual está inserido. Neste ponto, os dois lados são apresentados: a infância repleta de amor materno, que não impediu Estella de manifestar sua personalidade mais sombria, e a juventude de dificuldades e sentimento de culpa pela morte da mãe, fazendo o possível para deixar Cruella adormecida. Com isso, o longa trabalha toda a dualidade da personagem com cuidado para apresentar as questões da protagonista ao público, principalmente sua jornada guiada pela vingança, responsável pela mudança radical e definitiva da jovem que sempre sonhou em se tornar uma estilista de sucesso.
Embalado por uma trilha sonora potente e ousada para os padrões Disney, “Cruella” chega às telas como uma deliciosa mistura de “Batman – O Retorno” (Batman Returns – 1992) e “O Diabo Veste Prada” (The Devil Wears Prada – 2006). Isto pode ser observado não apenas nas atuações de Stone e Thompson, como também no esmero da direção de arte, maquiagem, figurino e fotografia, que potencializa a atmosfera mais obscura da trama. Há muito de “Batman – O Retorno” na casa de Estella e na mansão da Baronesa, remetendo, respectivamente, às residências de Pinguim e Bruce Wayne. Além disso, é praticamente impossível observar a interpretação de Emma Stone e não comparar à de Michelle Pfeiffer (Celina Kyle / Mulher-Gato), e isto não fica restrito aos trejeitos da atriz, mas à vontade de instaurar o caos, movida pela vingança. Da mesma forma que é impossível assistir à performance de Emma Thompson e não lembrar de Meryl Streep como a temida editora de moda no sucesso de 2006, pois a Baronesa é uma versão quase caricata de Miranda Priestly.
Visualmente impactante, “Cruella” é um dos live-actions mais bem desenvolvidos pela Disney nos últimos anos. Tendo a ousadia como elemento imprescindível para a trama, o longa aborda questões dolorosas que marcam o indivíduo por toda a sua vida, transformando-o para sempre. E, no caso de Estella, funcionando como um gatilho para o Transtorno Dissociativo de Personalidade. No entanto, tudo isso é apresentado ao público com doses certas de humor refinado que lhe concedem certa leveza para permitir que a produção alcance todas as faixas etárias.