A disputa pela estatueta de melhor filme deste ano está acirrada, mas tem dois favoritos que se destacaram no decorrer da temporada de premiações: “A Forma da Água” (The Shape of Water – 2017) e “Três Anúncios Para um Crime” (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri – 2017). Os nove filmes indicados pela Academia de […]
POR Ana Carolina Garcia03/03/2018|27 min de leitura
A disputa pela estatueta de melhor filme deste ano está acirrada, mas tem dois favoritos que se destacaram no decorrer da temporada de premiações: “A Forma da Água” (The Shape of Water – 2017) e “Três Anúncios Para um Crime” (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri – 2017).
Os nove filmes indicados pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood (Academy of Motion Picture Arts and Sciences – AMPAS) ao Oscar 2018 são: “A Forma da Água”, “Dunkirk” (Idem – 2017), “Três Anúncios Para um Crime”, “O Destino de Uma Nação” (Darkest Hour – 2017), “Trama Fantasma” (Phantom Thread – 2017), “Lady Bird – A Hora de Voar” (Lady Bird – 2017), “Corra!” (Get Out – 2017), “Me Chame Pelo Seu Nome” (Call Me By Your Name – 2017) e “The Post: A Guerra Secreta” (The Post – 2017).
Vencedor do PGA Award, concedido pelo Sindicato dos Produtores (Producers Guild of America – PGA) e principal termômetro da categoria de melhor filme da AMPAS, “A Forma da Água” é o título mais forte nesta corrida pelo Golden Boy e o 26o longa-metragem classificado como fantasia a concorrer na categoria principal. E, caso vença, se tornará a segunda produção do gênero a levar esta estatueta para casa – a primeira foi “O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei” (The Lord of the Rings: The Return of the King – 2003), de Peter Jackson.
Com 93 prêmios recebidos até agora, o longa dirigido por Guillermo del Toro é uma fábula tecnicamente primorosa que aborda o preconceito em suas mais variadas formas, mostrando-o por meio do tratamento conferido aos personagens que integram minorias: deficientes, negros, homossexuais, imigrantes (no caso, o próprio “monstro”) e por aí vai. Roteirizado por del Toro e Vanessa Taylor, “A Forma da Água” é um filme sobre o amor que transcende a barreira da aparência para valorizar a essência do indivíduo, sobrepondo o conteúdo à embalagem. Ou seja, apresenta um sentimento nobre como antídoto contra o preconceito que ainda hoje assola a sociedade.
Vencedor de outros dois importantes termômetros da categoria, o Globo de Ouro de melhor filme de drama e o Actor de elenco no SAG Awards, concedidos respectivamente pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (Hollywood Foreign Press Association – HFPA) e pelo Sindicato dos Atores (Screen Actors Guild – SAG), “Três Anúncios Para um Crime” é o maior adversário de “A Forma da Água”, que não concorreu à categoria principal do SAG Awards.
Com direção e roteiro de Martin McDonagh, o longa assume a roupagem de faroeste moderno e surpreende por sua simplicidade narrativa, mantendo o ritmo graças ao roteiro coeso e bem elaborado. Inserindo algumas situações que facilitam a vida dos personagens em termos de justiça e redenção, mesmo que por caminhos tortuosos, “Três Anúncios Para um Crime” é uma produção politicamente incorreta que explora a estrutura do “bem x mal” com propriedade e que também já faturou 93 prêmios.
Apesar de ser o título mais fraco dentre os nove indicados, “Lady Bird – A Hora de Voar” não pode ser subestimado porque é dirigido e roteirizado por uma mulher, Greta Gerwig, e chegou à lista de indicados para cumprir cota num período em que a AMPAS procura uma cerimônia longe das polêmicas que geraram críticas em edições anteriores, principalmente sobre inclusão e representatividade – apesar do presidente da instituição, John Bailey, ter dito dias após sua posse que não haveria sistema de cotas na Academia. Por esta razão, somente por esta, representa uma ameaça aos longas de Guillermo del Toro e Martin McDonagh, uma vez que o filme não tem o mesmo nível de qualidade de seus oponentes.
Tentando evocar produções adolescentes do passado e com 92 prêmios já recebidos, “Lady Bird – A Hora de Voar” tem a pretensão de abordar diversos assuntos inerentes à adolescência, mas não desenvolve nenhum deles com o mínimo aprofundamento. Com isso, praticamente joga os dramas de sua protagonista na tela, o que resulta num filme inconsistente que utiliza algumas pitadas de anarquia para parecer “legal” junto ao público jovem, porém sem nada que as justifique. É um filme sobre uma garota que tem vergonha de sua origem e que tenta criar uma personagem para fugir de sua realidade de classe média. Mais do que isso, é uma apologia a não valorização de quem e do quê realmente importam em prol do discurso sobre uma vida “livre”, mas sustentada pelos pais que se endividam para que os filhos realizem seus sonhos.
“The Post: A Guerra Secreta” não se destacou o suficiente na temporada, vencendo somente 14 prêmios até o momento, mas não pode ser ignorado por causa de seu discurso atual, apesar de sua trama ser ambientada nos anos 1970. Traçando um paralelo entre as Américas de Nixon e Trump, o longa dirigido por Steven Spielberg assume o discurso em prol da liberdade de imprensa, mostrando seu importante papel para a manutenção de uma sociedade democrática.
Abordando a falta de credibilidade concedida às mulheres e defendendo o jornalismo em prol da sociedade, “The Post: A Guerra Secreta” é uma obra imprescindível e soberba, algo raro nos dias atuais. Esteticamente belo, trata-se de uma ode ao jornalismo e ao direito de publicação, condensado num trecho da decisão da Suprema Corte Americana à ação contra o The Washington Post e o The New York Times, utilizado no filme: “A imprensa deve servir aos governados, não aos governantes”. E é esse o recado de Spielberg, Tom Hanks e Meryl Streep ao seu público em tempos tão conturbados em todo o mundo.
Com 115 prêmios conquistados até agora, “Corra!” usa o romance inter-racial de dois jovens de classes diferentes como fio condutor de uma trama que tem o terror como principal elemento. Dirigido e roteirizado por Jordan Peele, o longa contém pitadas de humor para criticar a hipocrisia de uma sociedade que não se reconhece como racista. Contudo, é neste ponto que o filme sai da zona de conforto para abordar algo mais complexo.
Apesar de apresentar alguns clichês e certa previsibilidade em sua segunda metade, “Corra!” não é uma produção somente sobre questões raciais. É um filme sobre o perigo oferecido por mentes perturbadas à sociedade, proporcionando uma experiência desconfortável no decorrer de sua trama, mesmo nas sequências em que o humor prevalece.
Também concedendo ao público uma experiência desconfortável, “Dunkirk” é um longa-metragem visceral que abre mão do clichê do herói de guerra ao contar uma história cujo protagonista é o horror originado pelo conflito, no caso, a Batalha de Dunquerque, uma das mais sangrentas da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945). Produzido, dirigido e roteirizado por Christopher Nolan, este é um drama com altas doses de ação que abre mão da discussão política para mostrar as manobras dos britânicos e sua preocupação em poupar a ilha de uma invasão nazista.
Com poucos diálogos e 45 prêmios já conquistados, “Dunkirk” acerta ao apostar todas as suas fichas no poder da imagem em detrimento da palavra para transmitir não somente o horror imposto pela guerra e a dor de combatentes assolados pelo medo e frustração, sobrevivendo muitas vezes no limiar da loucura, como também a mensagem de que a união ainda é o melhor antídoto contra um mal capaz de dizimar a humanidade. É poderoso, impactante e a obra-prima de seu realizador.
Funcionando como complemento de “Dunkirk” por ter estreado meses depois, “O Destino de Uma Nação” também aborda a Batalha de Dunquerque, mas sob o ponto de vista político, a partir da posse de Winston Churchill como Primeiro Ministro da Grã-Bretanha. Contudo, assume o tom mais convencional e romanceado sobre os bastidores do poder.
Com 38 prêmios até o momento, “O Destino de Uma Nação” é um filme sobre a necessidade de resistência para defender o território e o futuro de seu povo a qualquer custo, evitando, assim, a expansão de regimes ditatoriais e sanguinários como o de Adolf Hitler.
Produzido pelo brasileiro Rodrigo Teixeira, “Me Chame Pelo Seu Nome” era um dos títulos mais falados no início da temporada, mas perdeu força nas últimas semanas. Com 68 prêmios já recebidos, o longa leva às telas uma trama simples sobre amor e descoberta da sexualidade no início dos anos 1980.
Com direção de Luca Guadagnino, o longa é o mais delicado e sensível dos indicados, abordando com muito respeito e dignidade as dúvidas de um adolescente acerca de sua sexualidade e a explosão da paixão por um homem mais velho. Mais do que isto, mostra a hipocrisia da sociedade que cobrava, e ainda cobra, a renúncia em prol da aparência.
Com 39 prêmios até agora, “Trama Fantasma” utiliza o romance entre um homem rico de meia-idade e uma jovem de origem humilde, Reynolds Woodcock (Daniel Day-Lewis) e Alma (Vicky Krieps), como fio condutor de uma trama complexa que aborda relações de poder, dependência emocional, sentimentos reprimidos e hipocrisia, mostrando a Casa Woodcock como um ambiente claustrofóbico e perturbador capaz de transformar amor em amargura. Neste cenário, o poder encontra-se nas mãos de Cyril, a irmã e porto seguro de Reynolds.
Bebendo da fonte de Alfred Hitchcock, “Trama Fantasma” é uma produção que resgata o requinte do cinema clássico, sobretudo por sua estética valorizada pela beleza da fotografia em 35mm assinada por Paul Thomas Anderson, que também assume as funções de produtor, diretor e roteirista.
Considerando os resultados de premiações anteriores e também o atual cenário, pode-se dizer que a estatueta do Oscar de melhor filme está entre “A Forma da Água” e “Três Anúncios Para um Crime”, que têm “Lady Bird – A Hora de Voar” como principal ameaça devido aos movimentos em prol das mulheres em Hollywood. Logo atrás, estão “Dunkirk”, “Trama Fantasma”, “Corra!” e “The Post: A Guerra Secreta”, que, mesmo enfraquecido nas últimas semanas, não pode ser subestimado por causa de seu conteúdo atual de defesa à liberdade de imprensa. “O Destino de Uma Nação” e “Me Chame Pelo Seu Nome” são os que têm chances menores na disputa pelo Golden Boy.
A 90ª cerimônia de entrega do Oscar será realizada neste domingo, dia 04, no Dolby Theatre em Los Angeles. Apresentada por Jimmy Kimmel, a maior festa do cinema mundial será transmitida ao vivo pelo canal por assinatura TNT.
Conheça os indicados:
– “A Forma da Água”:
Direção: Guillermo del Toro.
Sinopse: Tendo como principal fonte de inspiração o clássico “O Monstro da Lagoa Negra” (Creature from the Black Lagoon – 1954), de Jack Arnold, o filme conta a história de Elisa (Sally Hawkins), mulher solitária e muda que tem apenas dois amigos: o vizinho Giles (Richard Jenkins) e Zelda (Octavia Spencer), com quem trabalha num laboratório do governo americano. Durante um de seus turnos, Eliza e Zelda são escolhidas como responsáveis pela limpeza de uma área restrita, onde uma criatura encontra-se aprisionada. Considerado perigoso pelas autoridades e venerado como Deus na Amazônia, o “monstro” se afeiçoa por Elisa, dando início a uma relação que ultrapassa a barreira do preconceito.
Recebeu 13 indicações ao Oscar: melhor filme; direção para Guillermo del Toro; atriz para Sally Hawkins; ator coadjuvante para Richard Jenkins; atriz coadjuvante para Octavia Spencer; trilha sonora original para Alexandre Desplat; roteiro original para Guillermo del Toro e Vanessa Taylor; fotografia para Dan Laustsen; edição (montagem) para Sidney Wolinsky; figurino para Luis Sequeira; edição de som para Nathan Robitaille e Nelson Ferreira; mixagem de som para Christian T. Cooke, Glen Gauthier e Brad Zoern; e design de produção para Paul D. Austerberry, Shane Vieau e Jeffrey A. Melvin.
Entre os 93 prêmios já recebidos, estão: os Globos de Ouro de melhor direção para del Toro e trilha sonora original para Alexander Desplat; o PGA Award, do Producers Guild of America (PGA), de filme; o DGA Award, do Directors Guild of America (DGA), para del Toro; o BAFTA Film Award, do BAFTA Awards, de direção (David Lean Award), design de produção para Paul D. Austerberry, Shane Vieau e Jeffrey A. Melvin, e trilha sonora; o BSFC Award, da Boston Society of Film Critics Awards, de atriz para Hawkins; o Critics Choice Award, da Broadcast Film Critics Association Awards, de filme, direção, design de produção e trilha sonora; o COFCA Award, da Central Ohio Film Critics Association, de atriz e atriz do ano para Hawkins, também premiada por “Maudie” (Idem – 2016), e trilha sonora original; o DFWFCA Award, da Dallas-Fort Worth Film Critics Association Awards, de filme, direção, atriz para Hawkins, trilha sonora e fotografia para Dan Laustsen; o Hollywood Film Award, da Hollywood Film Awards, de editor do ano para Sidney Wolinsky; o KCFCC Award, da Kansas City Film Critics Circle Awards, de direção del Toro e atriz para Hawkins; o Sierra Award, da Las Vegas Film Critics Society Awards, de direção e trilha sonora; o LAFCA Award, da Los Angeles Film Critics Association Awards, de direção, empate de del Toro e Luca Guadagnino por “Me Chame Pelo Seu Nome” (Call Me By Your Name – 2017), atriz para Hawkins e fotografia para Dan Laustsen; SFFCC Award, da San Francisco Film Critics Circle, de direção e design de produção; e o Leão de Ouro de filme, o CICT-UNESCO C. Smithers Foundation Award, o Future Film Festival Digital Award e o Soundtrack Stars Award para Desplat, no Festival de Veneza.
– “Dunkirk”:
Direção: Christopher Nolan.
Sinopse: Dividido em quatro núcleos distintos, o filme inspirado em fatos reais mostra uma das batalhas mais sangrentas da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), tendo como fio condutor de sua trama a operação de resgate dos cerca de 400 mil homens das tropas Aliadas que tiveram o mar como única rota de fuga após serem encurralados pelo exército alemão em Dunquerque, cidade no litoral norte da França, em 1940. A chamada Operação Dínamo aconteceu sob um intenso ataque nazista e contou com a participação de civis em barcos de lazer ou pesca que ajudaram a salvar mais de 300 mil vidas no episódio que também é conhecido como o “Milagre de Dunquerque”.
Recebeu oito indicações ao Oscar: melhor filme; direção para Nolan; fotografia para Hoyte Van Hoytema; design de produção para Nathan Crowley e Gary Fettis; edição (montagem) para Lee Smith; trilha sonora original para Hans Zimmer; edição de som para Richard King e Alex Gibson; e mixagem de som para Gregg Landaker, Gary Rizzo e Mark Weingarten.
Entre os 45 prêmios já recebidos, estão: o AACTA International Award, da Australian Academy Cinema Television Arts, de direção para Christopher Nolan; o AFI Award, do AFI Awards, de filme do ano; o Eddie, da American Cinema Editors, USA, de edição em longa-metragem de drama para Lee Smith; o BAFTA Film Award de som para Richard King, Gregg Landaker, Gary Rizzo e Mark Weingarten; o BSFC Award, da Boston Society of Film Critics Awards, de fotografia para Hoyte Van Hoytema; o Critics Choice Award de edição; o Capri Director Award, do Capri, Hollywood, para Nolan; o CFCA Award, da Chicago Film Critics Association Awards, de direção; o DFCS Award, da Denver Film Critics Society, de direção para Nolan e trilha sonora original para Hans Zimmer; o FFCC Award, da Florida Film Critics Circle Awards, de filme e direção; o LAFCA Award de edição; e o Seattle Film Critics Award, da Seattle Film Critics Awards, de direção e edição.
– “Três Anúncios Para um Crime”:
Direção: Martin McDonagh.
Sinopse: O longa mostra a obstinação de uma mãe, Mildred Haynes (Frances McDormand), em descobrir a identidade do homem que raptou, estuprou e assassinou sua filha. Indignada com a inércia da polícia local, Mildred paga três outdoors numa estrada pouco movimentada, próxima à sua casa, com as frases: “Estuprada enquanto morria”, “E ainda sem nenhuma prisão” e “Como assim, Xerife Willoughby?”. Sua atitude chama a atenção dos habitantes de Ebbing (Missouri), despertando as mais variadas reações, inclusive de seu filho Robbie (Lucas Hedges) e de policiais como Jason Dixon (Sam Rockwell) e Willoughby (Woody Harrelson), doente em estado terminal.
Recebeu sete indicações ao Oscar: melhor filme; atriz para Frances McDormand; ator coadjuvante para Sam Rockwell; ator coadjuvante para Woody Harrelson; trilha sonora para Carter Burwell; roteiro original para Martin McDonagh; e edição para Jon Gregory.
Entre os 93 prêmios já recebidos, estão: os Globos de Ouro de melhor filme – drama, atriz para Frances McDormand, ator coadjuvante para Sam Rockwell e roteiro para Martin McDonagh; o BAFTA Film Award de filme, filme britânico (Alexander Korda Award), atriz para McDormand, ator coadjuvante para Rockwell e roteiro; o Actor (SAG Award) de elenco, atriz para McDormand e ator coadjuvante para Rockweel; o AACTA International Award de filme, ator coadjuvante para Rockweel e roteiro; o BFCC Award, da Black Film Critics Circle Awards, de atriz para McDormand; o Critics Choice Award de elenco, atriz para McDormand e ator coadjuvante para Rockweel; o Capri Actress Award para McDormand, o Capri Supporting Actor Award para Rockwell e o Capri Original Screenplay Award para McDonagh; o DFCS Award, da Detroit Film Critic Society, US, de atriz para McDormand e roteiro; o FFCC Award de elenco e ator coadjuvante para Rockweel; o Sierra Award de filme, elenco, atriz para McDormand, ator coadjuvante para Rockwell e roteiro original; o PFCC Award, da Philadelphia Film Critics Circle Awards, de ator coadjuvante para Woody Harrelson; e o Golden Osella de roteiro no Festival de Veneza.
– “O Destino de Uma Nação”:
Direção: Joe Wright.
Sinopse: Baseado numa história real e ambientado no período da Segunda Guerra Mundial, mais precisamente da Batalha de Dunquerque, o longa começa com Winston Churchill (Gary Oldman) assumindo o cargo de Primeiro Ministro britânico num momento de incertezas que colocou em suas mãos a decisão de negociar um acordo de paz com a Alemanha, intermediado por Benito Mussolini, ou lutar em nome da liberdade de seu povo, mesmo com o exército encurralado em Dunquerque (episódio mostrado em outro indicado ao Oscar, “Dunkirk”). Em meio a isso, Churchill torna-se alvo de integrantes de seu próprio partido, que desejavam retirá-lo do poder poucos dias após o início de seu mandato, visto com desconfiança até pelo Rei George VI (Ben Mendelsohn).
Recebeu seis indicações ao Oscar: melhor filme; ator para Gary Oldman; fotografia para Bruno Delbonnel; design de produção para Sarah Greenwood e Katie Spencer; maquiagem e cabelo para Kazuhiro Tsuji, David Malinowski e Lucy Sibbick; e figurino para Jacqueline Durran.
Entre os 38 prêmios já recebidos, estão: o Globo de Ouro de melhor ator em filme – drama para Gary Oldman; o Actor (SAG Award) de ator para Oldman; o BAFTA Film Award de ator para Oldman e maquiagem e cabelo para David Malinowski, Ivana Primorac, Lucy Sibbick e Kazuhiro Tsuji; o AACTA International Award de ator para Oldman; o BFCC Award, da Black Film Critics Circle Awards, de ator para Oldman; o Critics Choice Award de ator para Oldman e cabelo e maquiagem; o Capri Editor Award para Valerio Bonelli e o Capri Score Award para Dario Marianelli; o DFCS Award de ator para Oldman; o Hollywood Film Award de direção para Joe Wright e figurino para Jacqueline Durran, também por “A Bela e a Fera” (Beauty and the Beast – 2017); o NYFCO Award, da New York Film Critics, Online, de ator para Oldman; o Desert Palm Achievement Award, do Palm Springs International Film Festival, de ator para Oldman; e o WAFCA Award, da Washington DC Area Film Critics Association Awards, de ator para Oldman.
– “Trama Fantasma”:
Direção: Paul Thomas Anderson.
Sinopse: O longa conta a história de Reynolds Woodcock (Daniel Day-Lewis), solteiro convicto que é um dos estilistas mais renomados do Reino Unido. Vivendo numa enorme propriedade que também é o seu local de trabalho, Reynolds tem como inspiração para suas criações as diversas mulheres que já passaram por sua vida, que é virada de cabeça para baixo após iniciar o romance com Alma (Vicky Krieps). Mas tudo sempre sob a proteção de sua irmã, Cyril (Lesley Manville).
Recebeu seis indicações ao Oscar: melhor filme; direção para Anderson; ator para Daniel Day-Lewis; atriz coadjuvante para Lesley Manville; trilha sonora para Jonny Greenwood; e figurino para Mark Bridges.
Entre os 39 prêmios já recebidos, estão: o BAFTA Film Award de figurino para Mark Bridges; o BSFC Award de filme, direção para Paul Thomas Anderson e trilha sonora original para Jonny Greenwood; o Critics Choice Award de figurino para Mark Bridges; o ICS Award, da International Cinephile Society Awards, de direção e roteiro original para Anderson, atriz para Vicky Krieps, atriz coadjuvante para Lesley Manville e trilha sonora original; o ALFS Award, da London Critics Circle Film Awards, de atriz coadjuvante para Manville; o LAFCA Award de trilha sonora; o NYFCC Award, da New York Film Critics Circle Awards, de roteiro; o PFCC Award de ator para Daniel Day-Lewis; o SDFCS Award, da San Diego Film Critics Society Awards, de figurino para Bridges, empatado com Jacqueline Durran por “A Bela e a Fera”; o Seattle Film Critics Award de ator para Day-Lewis, figurino e trilha sonora; o TFCA Award, da Toronto Film Critics Association Awards, de ator para Day-Lewis; e o VFCC Award, do Vancouver Film Critics Circle, de direção para Anderson e ator para Day-Lewis.
– “Lady Bird – A Hora de Voar”:
Direção: Greta Gerwig.
Sinopse: O filme conta a história de Christine (Saoirse Ronan), adolescente que se recusa a ser chamada pelo nome, utilizando somente o apelido Lady Bird. Matriculada num colégio de freiras em Sacramento, Califórnia, a garota tem dificuldades em aceitar e entender certas convenções estabelecidas pela sociedade, fazendo o possível para adotar um estilo de vida mais livre para “poder viver alguma coisa”, como diz. O problema é que enquanto ela sonha com a liberdade, sobretudo numa universidade da Costa Leste dos Estados Unidos, sua mãe, Marion (Laurie Metcalf), a controla a todo instante e lhe concede choques de realidade, inclusive relacionados à situação financeira da família.
Recebeu cinco indicações ao Oscar: melhor filme; direção para Greta Gerwig; atriz para Saoirse Ronan; atriz coadjuvante para Laurie Metcalf; e roteiro original para Gerwig.
Entre os 92 prêmios já recebidos, estão: o Globo de Ouro de melhor filme – comédia/musical e atriz em filme – comédia/musical para Saoirse Ronan; o Breakthrough Artist Award, da Austin Film Critics Association, para Timothée Chalamet, também por “Me Chame Pelo Seu Nome” e “Hostiles” (Idem – 2017); o BSFC Award de atriz coadjuvante para Laurie Metcalf e roteiro para Greta Gerwig; o COFCA Award de filme, elenco, direção para Gerwig e atriz coadjuvante para Metcalf; o Gotham Independent Film Award, do Gotham Awards, de atriz para Ronan; o HFCS Award, da Houston Film Critics Society Awards, de filme, direção e roteiro; o KCFCC Award de atriz coadjuvante para Metcalf; o Sierra Award de atriz coadjuvante para Metcalf; o LAFCA Award de atriz coadjuvante para Metcalf; o NYFCC Award de filme e atriz para Ronan; e o Seattle Film Critics Award de atriz para Ronan, atriz coadjuvante para Metcalf e roteiro.
– “Corra!”:
Direção: Jordan Peele.
Sinopse: Na trama, Chris Washington (Daniel Kaluuya) é um jovem negro que se sente inseguro ao viajar para a casa dos pais de sua namorada, Rose Armitage (Allison Williams). Família rica e branca, os Armitage o recebem de braços abertos e repetem excessivamente que não são racistas. Mas, aos poucos, o jovem percebe algumas atitudes estranhas, sobretudo em relação ao tratamento conferido aos funcionários da casa, todos negros e dominados pelos patrões.
Recebeu quatro indicações ao Oscar: melhor filme; direção para Peele; ator para Kalluya; e roteiro original para Peele.
Entre os 115 prêmios já recebidos, estão: o DGA Award de diretor estreante para Jordan Peele; o Stanley Kramer Award, do PGA Awards; o AAFCA Award, da African-American Film Critics Association (AAFCA), de filme, direção e roteiro para Jordan Peele, ator para Daniel Kaluuya e Top 10 Films (1o lugar); o BFCC Award, da Black Film Critics Circle Awards, de filme, direção e roteiro; o BSFC Award de cineasta estreante para Peele e ator para Kaluuya; o Critics Choice Award de filme de terror ou ficção-científica e roteiro original; o DFCS Award, da Denver Film Critics Society, de filme de terror ou ficção-científica e roteiro original; o FFCC Award de filme de estreia e roteiro original; o Fright Meter Award, do Fright Meter Awards, de filme de terror, direção e roteiro; o KCFCC Award de filme e roteiro original e Vincent Koehler Award (prêmio especial para filme de terror, fantasia ou ficção-científica); o Sierra Award de filme de terror ou ficção-científica, ator para Kaluuya e cineasta estreante para Peele; e o WGA Award, do Writers Guild of America (WGA), de roteiro original.
– “Me Chame Pelo Seu Nome”:
Direção: Luca Guadagnino.
Sinopse: Adaptação cinematográfica da obra homônima de André Aciman, o longa ambientado no início dos anos 1980 conta a história de Elio (Timothée Chalamet), adolescente de 17 anos que vive uma fase de descoberta da sexualidade. E a chegada de Oliver (Armie Hammer), assistente de seu pai à propriedade da família na Itália, lhe apresenta não apenas o desejo incontrolável, como também o amor e seus ensinamentos, sobretudo numa época em que sacrifícios eram feitos em prol da aparência.
Recebeu quatro indicações ao Oscar: melhor filme; ator para Timothée Chalamet; roteiro adaptado para James Ivory; e canção original para “The Mystery of Love”, de Sufjan Stevens.
Entre os 68 prêmios já recebidos, estão: o BAFTA Film Award de roteiro adaptado para James Ivory; o Austin Film Critics Award de ator para Timothée Chalamet, roteiro adaptado para James Ivory e o Breakthrough Artist Award para Chalamet, também por “Lady Bird – A Hora de Voar” e “Hostiles”; o Critics Choice Award de roteiro adaptado; o DFCS Award, da Denver Film Critics Society, de roteiro adaptado; o FFCC Award de ator para Chalamet e roteiro adaptado; o Gotham Independent Film Award de filme e ator estreante para Chalamet; o Hollywood Breakthrough Award, do Hollywood Film Awards, para Chalamet; o KCFCC Award de ator para Chalamet e roteiro adaptado e o especial Tom Poe Award (filme LGBT); o Sierra Award de roteiro adaptado; o LAFCA Award de filme, direção para Luca Guadagnino, empatado com Guillermo del Toro por “A Forma da Água”, e ator para Chalamet; o NYFCC Award de ator para Chalamet; e o WGA Award, do Writers Guild of America (WGA), de roteiro adaptado.
– “The Post: A Guerra Secreta”:
Direção: Steven Spielberg.
Sinopse: O filme conta a história real da equipe de jornalistas do The Washington Post e o seu dilema de publicar ou não documentos secretos sobre a Guerra do Vietnã, o que aumentaria a ira do presidente Nixon, que já perseguia o periódico e travava uma batalha judicial contra o The New York Times por causa da publicação de outra parte dos tais documentos. Com isto, o jornal entra oficialmente na briga pela preservação da liberdade de imprensa, encabeçado por sua dona, Kay Graham (Meryl Streep), e pelo editor Ben Bradlee (Tom Hanks), o mesmo que anos mais tarde autorizaria a publicação de matérias sobre o escândalo Watergate, mostrado no clássico “Todos os Homens do Presidente” (All the President’s Men – 1976), de Alan J. Pakula.
Recebeu duas indicações ao Oscar: melhor filme e atriz coadjuvante para Meryl Streep.
Entre os 14 prêmios já recebidos, estão: o Honorable Mentions, da Awards Circuit Community Awards, para Steven Spielberg; o DFCS Award, da Detroit Film Critics Society, US, de elenco; o NBR Award, da National Board of Review, USA, de filme, ator para Tom Hanks e atriz para Meryl Streep; o NYFCO Award, da New York Film Critics, Online, de Top Films of the Year; o NTFCA Award, da North Texas Film Critics Association, US, de filme e o Gary Murray Award (elenco); o Joe Barber Award, da Washington DC Area Film Critics Association Awards, de melhor retrato de Washington DC; e o Paul Selvin Honorary Award, do WGA Awards, para Liz Hannah e Josh Singer.
A disputa pela estatueta de melhor filme deste ano está acirrada, mas tem dois favoritos que se destacaram no decorrer da temporada de premiações: “A Forma da Água” (The Shape of Water – 2017) e “Três Anúncios Para um Crime” (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri – 2017).
Os nove filmes indicados pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood (Academy of Motion Picture Arts and Sciences – AMPAS) ao Oscar 2018 são: “A Forma da Água”, “Dunkirk” (Idem – 2017), “Três Anúncios Para um Crime”, “O Destino de Uma Nação” (Darkest Hour – 2017), “Trama Fantasma” (Phantom Thread – 2017), “Lady Bird – A Hora de Voar” (Lady Bird – 2017), “Corra!” (Get Out – 2017), “Me Chame Pelo Seu Nome” (Call Me By Your Name – 2017) e “The Post: A Guerra Secreta” (The Post – 2017).
Vencedor do PGA Award, concedido pelo Sindicato dos Produtores (Producers Guild of America – PGA) e principal termômetro da categoria de melhor filme da AMPAS, “A Forma da Água” é o título mais forte nesta corrida pelo Golden Boy e o 26o longa-metragem classificado como fantasia a concorrer na categoria principal. E, caso vença, se tornará a segunda produção do gênero a levar esta estatueta para casa – a primeira foi “O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei” (The Lord of the Rings: The Return of the King – 2003), de Peter Jackson.
Com 93 prêmios recebidos até agora, o longa dirigido por Guillermo del Toro é uma fábula tecnicamente primorosa que aborda o preconceito em suas mais variadas formas, mostrando-o por meio do tratamento conferido aos personagens que integram minorias: deficientes, negros, homossexuais, imigrantes (no caso, o próprio “monstro”) e por aí vai. Roteirizado por del Toro e Vanessa Taylor, “A Forma da Água” é um filme sobre o amor que transcende a barreira da aparência para valorizar a essência do indivíduo, sobrepondo o conteúdo à embalagem. Ou seja, apresenta um sentimento nobre como antídoto contra o preconceito que ainda hoje assola a sociedade.
Vencedor de outros dois importantes termômetros da categoria, o Globo de Ouro de melhor filme de drama e o Actor de elenco no SAG Awards, concedidos respectivamente pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (Hollywood Foreign Press Association – HFPA) e pelo Sindicato dos Atores (Screen Actors Guild – SAG), “Três Anúncios Para um Crime” é o maior adversário de “A Forma da Água”, que não concorreu à categoria principal do SAG Awards.
Com direção e roteiro de Martin McDonagh, o longa assume a roupagem de faroeste moderno e surpreende por sua simplicidade narrativa, mantendo o ritmo graças ao roteiro coeso e bem elaborado. Inserindo algumas situações que facilitam a vida dos personagens em termos de justiça e redenção, mesmo que por caminhos tortuosos, “Três Anúncios Para um Crime” é uma produção politicamente incorreta que explora a estrutura do “bem x mal” com propriedade e que também já faturou 93 prêmios.
Apesar de ser o título mais fraco dentre os nove indicados, “Lady Bird – A Hora de Voar” não pode ser subestimado porque é dirigido e roteirizado por uma mulher, Greta Gerwig, e chegou à lista de indicados para cumprir cota num período em que a AMPAS procura uma cerimônia longe das polêmicas que geraram críticas em edições anteriores, principalmente sobre inclusão e representatividade – apesar do presidente da instituição, John Bailey, ter dito dias após sua posse que não haveria sistema de cotas na Academia. Por esta razão, somente por esta, representa uma ameaça aos longas de Guillermo del Toro e Martin McDonagh, uma vez que o filme não tem o mesmo nível de qualidade de seus oponentes.
Tentando evocar produções adolescentes do passado e com 92 prêmios já recebidos, “Lady Bird – A Hora de Voar” tem a pretensão de abordar diversos assuntos inerentes à adolescência, mas não desenvolve nenhum deles com o mínimo aprofundamento. Com isso, praticamente joga os dramas de sua protagonista na tela, o que resulta num filme inconsistente que utiliza algumas pitadas de anarquia para parecer “legal” junto ao público jovem, porém sem nada que as justifique. É um filme sobre uma garota que tem vergonha de sua origem e que tenta criar uma personagem para fugir de sua realidade de classe média. Mais do que isso, é uma apologia a não valorização de quem e do quê realmente importam em prol do discurso sobre uma vida “livre”, mas sustentada pelos pais que se endividam para que os filhos realizem seus sonhos.
“The Post: A Guerra Secreta” não se destacou o suficiente na temporada, vencendo somente 14 prêmios até o momento, mas não pode ser ignorado por causa de seu discurso atual, apesar de sua trama ser ambientada nos anos 1970. Traçando um paralelo entre as Américas de Nixon e Trump, o longa dirigido por Steven Spielberg assume o discurso em prol da liberdade de imprensa, mostrando seu importante papel para a manutenção de uma sociedade democrática.
Abordando a falta de credibilidade concedida às mulheres e defendendo o jornalismo em prol da sociedade, “The Post: A Guerra Secreta” é uma obra imprescindível e soberba, algo raro nos dias atuais. Esteticamente belo, trata-se de uma ode ao jornalismo e ao direito de publicação, condensado num trecho da decisão da Suprema Corte Americana à ação contra o The Washington Post e o The New York Times, utilizado no filme: “A imprensa deve servir aos governados, não aos governantes”. E é esse o recado de Spielberg, Tom Hanks e Meryl Streep ao seu público em tempos tão conturbados em todo o mundo.
Com 115 prêmios conquistados até agora, “Corra!” usa o romance inter-racial de dois jovens de classes diferentes como fio condutor de uma trama que tem o terror como principal elemento. Dirigido e roteirizado por Jordan Peele, o longa contém pitadas de humor para criticar a hipocrisia de uma sociedade que não se reconhece como racista. Contudo, é neste ponto que o filme sai da zona de conforto para abordar algo mais complexo.
Apesar de apresentar alguns clichês e certa previsibilidade em sua segunda metade, “Corra!” não é uma produção somente sobre questões raciais. É um filme sobre o perigo oferecido por mentes perturbadas à sociedade, proporcionando uma experiência desconfortável no decorrer de sua trama, mesmo nas sequências em que o humor prevalece.
Também concedendo ao público uma experiência desconfortável, “Dunkirk” é um longa-metragem visceral que abre mão do clichê do herói de guerra ao contar uma história cujo protagonista é o horror originado pelo conflito, no caso, a Batalha de Dunquerque, uma das mais sangrentas da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945). Produzido, dirigido e roteirizado por Christopher Nolan, este é um drama com altas doses de ação que abre mão da discussão política para mostrar as manobras dos britânicos e sua preocupação em poupar a ilha de uma invasão nazista.
Com poucos diálogos e 45 prêmios já conquistados, “Dunkirk” acerta ao apostar todas as suas fichas no poder da imagem em detrimento da palavra para transmitir não somente o horror imposto pela guerra e a dor de combatentes assolados pelo medo e frustração, sobrevivendo muitas vezes no limiar da loucura, como também a mensagem de que a união ainda é o melhor antídoto contra um mal capaz de dizimar a humanidade. É poderoso, impactante e a obra-prima de seu realizador.
Funcionando como complemento de “Dunkirk” por ter estreado meses depois, “O Destino de Uma Nação” também aborda a Batalha de Dunquerque, mas sob o ponto de vista político, a partir da posse de Winston Churchill como Primeiro Ministro da Grã-Bretanha. Contudo, assume o tom mais convencional e romanceado sobre os bastidores do poder.
Com 38 prêmios até o momento, “O Destino de Uma Nação” é um filme sobre a necessidade de resistência para defender o território e o futuro de seu povo a qualquer custo, evitando, assim, a expansão de regimes ditatoriais e sanguinários como o de Adolf Hitler.
Produzido pelo brasileiro Rodrigo Teixeira, “Me Chame Pelo Seu Nome” era um dos títulos mais falados no início da temporada, mas perdeu força nas últimas semanas. Com 68 prêmios já recebidos, o longa leva às telas uma trama simples sobre amor e descoberta da sexualidade no início dos anos 1980.
Com direção de Luca Guadagnino, o longa é o mais delicado e sensível dos indicados, abordando com muito respeito e dignidade as dúvidas de um adolescente acerca de sua sexualidade e a explosão da paixão por um homem mais velho. Mais do que isto, mostra a hipocrisia da sociedade que cobrava, e ainda cobra, a renúncia em prol da aparência.
Com 39 prêmios até agora, “Trama Fantasma” utiliza o romance entre um homem rico de meia-idade e uma jovem de origem humilde, Reynolds Woodcock (Daniel Day-Lewis) e Alma (Vicky Krieps), como fio condutor de uma trama complexa que aborda relações de poder, dependência emocional, sentimentos reprimidos e hipocrisia, mostrando a Casa Woodcock como um ambiente claustrofóbico e perturbador capaz de transformar amor em amargura. Neste cenário, o poder encontra-se nas mãos de Cyril, a irmã e porto seguro de Reynolds.
Bebendo da fonte de Alfred Hitchcock, “Trama Fantasma” é uma produção que resgata o requinte do cinema clássico, sobretudo por sua estética valorizada pela beleza da fotografia em 35mm assinada por Paul Thomas Anderson, que também assume as funções de produtor, diretor e roteirista.
Considerando os resultados de premiações anteriores e também o atual cenário, pode-se dizer que a estatueta do Oscar de melhor filme está entre “A Forma da Água” e “Três Anúncios Para um Crime”, que têm “Lady Bird – A Hora de Voar” como principal ameaça devido aos movimentos em prol das mulheres em Hollywood. Logo atrás, estão “Dunkirk”, “Trama Fantasma”, “Corra!” e “The Post: A Guerra Secreta”, que, mesmo enfraquecido nas últimas semanas, não pode ser subestimado por causa de seu conteúdo atual de defesa à liberdade de imprensa. “O Destino de Uma Nação” e “Me Chame Pelo Seu Nome” são os que têm chances menores na disputa pelo Golden Boy.
A 90ª cerimônia de entrega do Oscar será realizada neste domingo, dia 04, no Dolby Theatre em Los Angeles. Apresentada por Jimmy Kimmel, a maior festa do cinema mundial será transmitida ao vivo pelo canal por assinatura TNT.
Conheça os indicados:
– “A Forma da Água”:
Direção: Guillermo del Toro.
Sinopse: Tendo como principal fonte de inspiração o clássico “O Monstro da Lagoa Negra” (Creature from the Black Lagoon – 1954), de Jack Arnold, o filme conta a história de Elisa (Sally Hawkins), mulher solitária e muda que tem apenas dois amigos: o vizinho Giles (Richard Jenkins) e Zelda (Octavia Spencer), com quem trabalha num laboratório do governo americano. Durante um de seus turnos, Eliza e Zelda são escolhidas como responsáveis pela limpeza de uma área restrita, onde uma criatura encontra-se aprisionada. Considerado perigoso pelas autoridades e venerado como Deus na Amazônia, o “monstro” se afeiçoa por Elisa, dando início a uma relação que ultrapassa a barreira do preconceito.
Recebeu 13 indicações ao Oscar: melhor filme; direção para Guillermo del Toro; atriz para Sally Hawkins; ator coadjuvante para Richard Jenkins; atriz coadjuvante para Octavia Spencer; trilha sonora original para Alexandre Desplat; roteiro original para Guillermo del Toro e Vanessa Taylor; fotografia para Dan Laustsen; edição (montagem) para Sidney Wolinsky; figurino para Luis Sequeira; edição de som para Nathan Robitaille e Nelson Ferreira; mixagem de som para Christian T. Cooke, Glen Gauthier e Brad Zoern; e design de produção para Paul D. Austerberry, Shane Vieau e Jeffrey A. Melvin.
Entre os 93 prêmios já recebidos, estão: os Globos de Ouro de melhor direção para del Toro e trilha sonora original para Alexander Desplat; o PGA Award, do Producers Guild of America (PGA), de filme; o DGA Award, do Directors Guild of America (DGA), para del Toro; o BAFTA Film Award, do BAFTA Awards, de direção (David Lean Award), design de produção para Paul D. Austerberry, Shane Vieau e Jeffrey A. Melvin, e trilha sonora; o BSFC Award, da Boston Society of Film Critics Awards, de atriz para Hawkins; o Critics Choice Award, da Broadcast Film Critics Association Awards, de filme, direção, design de produção e trilha sonora; o COFCA Award, da Central Ohio Film Critics Association, de atriz e atriz do ano para Hawkins, também premiada por “Maudie” (Idem – 2016), e trilha sonora original; o DFWFCA Award, da Dallas-Fort Worth Film Critics Association Awards, de filme, direção, atriz para Hawkins, trilha sonora e fotografia para Dan Laustsen; o Hollywood Film Award, da Hollywood Film Awards, de editor do ano para Sidney Wolinsky; o KCFCC Award, da Kansas City Film Critics Circle Awards, de direção del Toro e atriz para Hawkins; o Sierra Award, da Las Vegas Film Critics Society Awards, de direção e trilha sonora; o LAFCA Award, da Los Angeles Film Critics Association Awards, de direção, empate de del Toro e Luca Guadagnino por “Me Chame Pelo Seu Nome” (Call Me By Your Name – 2017), atriz para Hawkins e fotografia para Dan Laustsen; SFFCC Award, da San Francisco Film Critics Circle, de direção e design de produção; e o Leão de Ouro de filme, o CICT-UNESCO C. Smithers Foundation Award, o Future Film Festival Digital Award e o Soundtrack Stars Award para Desplat, no Festival de Veneza.
– “Dunkirk”:
Direção: Christopher Nolan.
Sinopse: Dividido em quatro núcleos distintos, o filme inspirado em fatos reais mostra uma das batalhas mais sangrentas da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), tendo como fio condutor de sua trama a operação de resgate dos cerca de 400 mil homens das tropas Aliadas que tiveram o mar como única rota de fuga após serem encurralados pelo exército alemão em Dunquerque, cidade no litoral norte da França, em 1940. A chamada Operação Dínamo aconteceu sob um intenso ataque nazista e contou com a participação de civis em barcos de lazer ou pesca que ajudaram a salvar mais de 300 mil vidas no episódio que também é conhecido como o “Milagre de Dunquerque”.
Recebeu oito indicações ao Oscar: melhor filme; direção para Nolan; fotografia para Hoyte Van Hoytema; design de produção para Nathan Crowley e Gary Fettis; edição (montagem) para Lee Smith; trilha sonora original para Hans Zimmer; edição de som para Richard King e Alex Gibson; e mixagem de som para Gregg Landaker, Gary Rizzo e Mark Weingarten.
Entre os 45 prêmios já recebidos, estão: o AACTA International Award, da Australian Academy Cinema Television Arts, de direção para Christopher Nolan; o AFI Award, do AFI Awards, de filme do ano; o Eddie, da American Cinema Editors, USA, de edição em longa-metragem de drama para Lee Smith; o BAFTA Film Award de som para Richard King, Gregg Landaker, Gary Rizzo e Mark Weingarten; o BSFC Award, da Boston Society of Film Critics Awards, de fotografia para Hoyte Van Hoytema; o Critics Choice Award de edição; o Capri Director Award, do Capri, Hollywood, para Nolan; o CFCA Award, da Chicago Film Critics Association Awards, de direção; o DFCS Award, da Denver Film Critics Society, de direção para Nolan e trilha sonora original para Hans Zimmer; o FFCC Award, da Florida Film Critics Circle Awards, de filme e direção; o LAFCA Award de edição; e o Seattle Film Critics Award, da Seattle Film Critics Awards, de direção e edição.
– “Três Anúncios Para um Crime”:
Direção: Martin McDonagh.
Sinopse: O longa mostra a obstinação de uma mãe, Mildred Haynes (Frances McDormand), em descobrir a identidade do homem que raptou, estuprou e assassinou sua filha. Indignada com a inércia da polícia local, Mildred paga três outdoors numa estrada pouco movimentada, próxima à sua casa, com as frases: “Estuprada enquanto morria”, “E ainda sem nenhuma prisão” e “Como assim, Xerife Willoughby?”. Sua atitude chama a atenção dos habitantes de Ebbing (Missouri), despertando as mais variadas reações, inclusive de seu filho Robbie (Lucas Hedges) e de policiais como Jason Dixon (Sam Rockwell) e Willoughby (Woody Harrelson), doente em estado terminal.
Recebeu sete indicações ao Oscar: melhor filme; atriz para Frances McDormand; ator coadjuvante para Sam Rockwell; ator coadjuvante para Woody Harrelson; trilha sonora para Carter Burwell; roteiro original para Martin McDonagh; e edição para Jon Gregory.
Entre os 93 prêmios já recebidos, estão: os Globos de Ouro de melhor filme – drama, atriz para Frances McDormand, ator coadjuvante para Sam Rockwell e roteiro para Martin McDonagh; o BAFTA Film Award de filme, filme britânico (Alexander Korda Award), atriz para McDormand, ator coadjuvante para Rockwell e roteiro; o Actor (SAG Award) de elenco, atriz para McDormand e ator coadjuvante para Rockweel; o AACTA International Award de filme, ator coadjuvante para Rockweel e roteiro; o BFCC Award, da Black Film Critics Circle Awards, de atriz para McDormand; o Critics Choice Award de elenco, atriz para McDormand e ator coadjuvante para Rockweel; o Capri Actress Award para McDormand, o Capri Supporting Actor Award para Rockwell e o Capri Original Screenplay Award para McDonagh; o DFCS Award, da Detroit Film Critic Society, US, de atriz para McDormand e roteiro; o FFCC Award de elenco e ator coadjuvante para Rockweel; o Sierra Award de filme, elenco, atriz para McDormand, ator coadjuvante para Rockwell e roteiro original; o PFCC Award, da Philadelphia Film Critics Circle Awards, de ator coadjuvante para Woody Harrelson; e o Golden Osella de roteiro no Festival de Veneza.
– “O Destino de Uma Nação”:
Direção: Joe Wright.
Sinopse: Baseado numa história real e ambientado no período da Segunda Guerra Mundial, mais precisamente da Batalha de Dunquerque, o longa começa com Winston Churchill (Gary Oldman) assumindo o cargo de Primeiro Ministro britânico num momento de incertezas que colocou em suas mãos a decisão de negociar um acordo de paz com a Alemanha, intermediado por Benito Mussolini, ou lutar em nome da liberdade de seu povo, mesmo com o exército encurralado em Dunquerque (episódio mostrado em outro indicado ao Oscar, “Dunkirk”). Em meio a isso, Churchill torna-se alvo de integrantes de seu próprio partido, que desejavam retirá-lo do poder poucos dias após o início de seu mandato, visto com desconfiança até pelo Rei George VI (Ben Mendelsohn).
Recebeu seis indicações ao Oscar: melhor filme; ator para Gary Oldman; fotografia para Bruno Delbonnel; design de produção para Sarah Greenwood e Katie Spencer; maquiagem e cabelo para Kazuhiro Tsuji, David Malinowski e Lucy Sibbick; e figurino para Jacqueline Durran.
Entre os 38 prêmios já recebidos, estão: o Globo de Ouro de melhor ator em filme – drama para Gary Oldman; o Actor (SAG Award) de ator para Oldman; o BAFTA Film Award de ator para Oldman e maquiagem e cabelo para David Malinowski, Ivana Primorac, Lucy Sibbick e Kazuhiro Tsuji; o AACTA International Award de ator para Oldman; o BFCC Award, da Black Film Critics Circle Awards, de ator para Oldman; o Critics Choice Award de ator para Oldman e cabelo e maquiagem; o Capri Editor Award para Valerio Bonelli e o Capri Score Award para Dario Marianelli; o DFCS Award de ator para Oldman; o Hollywood Film Award de direção para Joe Wright e figurino para Jacqueline Durran, também por “A Bela e a Fera” (Beauty and the Beast – 2017); o NYFCO Award, da New York Film Critics, Online, de ator para Oldman; o Desert Palm Achievement Award, do Palm Springs International Film Festival, de ator para Oldman; e o WAFCA Award, da Washington DC Area Film Critics Association Awards, de ator para Oldman.
– “Trama Fantasma”:
Direção: Paul Thomas Anderson.
Sinopse: O longa conta a história de Reynolds Woodcock (Daniel Day-Lewis), solteiro convicto que é um dos estilistas mais renomados do Reino Unido. Vivendo numa enorme propriedade que também é o seu local de trabalho, Reynolds tem como inspiração para suas criações as diversas mulheres que já passaram por sua vida, que é virada de cabeça para baixo após iniciar o romance com Alma (Vicky Krieps). Mas tudo sempre sob a proteção de sua irmã, Cyril (Lesley Manville).
Recebeu seis indicações ao Oscar: melhor filme; direção para Anderson; ator para Daniel Day-Lewis; atriz coadjuvante para Lesley Manville; trilha sonora para Jonny Greenwood; e figurino para Mark Bridges.
Entre os 39 prêmios já recebidos, estão: o BAFTA Film Award de figurino para Mark Bridges; o BSFC Award de filme, direção para Paul Thomas Anderson e trilha sonora original para Jonny Greenwood; o Critics Choice Award de figurino para Mark Bridges; o ICS Award, da International Cinephile Society Awards, de direção e roteiro original para Anderson, atriz para Vicky Krieps, atriz coadjuvante para Lesley Manville e trilha sonora original; o ALFS Award, da London Critics Circle Film Awards, de atriz coadjuvante para Manville; o LAFCA Award de trilha sonora; o NYFCC Award, da New York Film Critics Circle Awards, de roteiro; o PFCC Award de ator para Daniel Day-Lewis; o SDFCS Award, da San Diego Film Critics Society Awards, de figurino para Bridges, empatado com Jacqueline Durran por “A Bela e a Fera”; o Seattle Film Critics Award de ator para Day-Lewis, figurino e trilha sonora; o TFCA Award, da Toronto Film Critics Association Awards, de ator para Day-Lewis; e o VFCC Award, do Vancouver Film Critics Circle, de direção para Anderson e ator para Day-Lewis.
– “Lady Bird – A Hora de Voar”:
Direção: Greta Gerwig.
Sinopse: O filme conta a história de Christine (Saoirse Ronan), adolescente que se recusa a ser chamada pelo nome, utilizando somente o apelido Lady Bird. Matriculada num colégio de freiras em Sacramento, Califórnia, a garota tem dificuldades em aceitar e entender certas convenções estabelecidas pela sociedade, fazendo o possível para adotar um estilo de vida mais livre para “poder viver alguma coisa”, como diz. O problema é que enquanto ela sonha com a liberdade, sobretudo numa universidade da Costa Leste dos Estados Unidos, sua mãe, Marion (Laurie Metcalf), a controla a todo instante e lhe concede choques de realidade, inclusive relacionados à situação financeira da família.
Recebeu cinco indicações ao Oscar: melhor filme; direção para Greta Gerwig; atriz para Saoirse Ronan; atriz coadjuvante para Laurie Metcalf; e roteiro original para Gerwig.
Entre os 92 prêmios já recebidos, estão: o Globo de Ouro de melhor filme – comédia/musical e atriz em filme – comédia/musical para Saoirse Ronan; o Breakthrough Artist Award, da Austin Film Critics Association, para Timothée Chalamet, também por “Me Chame Pelo Seu Nome” e “Hostiles” (Idem – 2017); o BSFC Award de atriz coadjuvante para Laurie Metcalf e roteiro para Greta Gerwig; o COFCA Award de filme, elenco, direção para Gerwig e atriz coadjuvante para Metcalf; o Gotham Independent Film Award, do Gotham Awards, de atriz para Ronan; o HFCS Award, da Houston Film Critics Society Awards, de filme, direção e roteiro; o KCFCC Award de atriz coadjuvante para Metcalf; o Sierra Award de atriz coadjuvante para Metcalf; o LAFCA Award de atriz coadjuvante para Metcalf; o NYFCC Award de filme e atriz para Ronan; e o Seattle Film Critics Award de atriz para Ronan, atriz coadjuvante para Metcalf e roteiro.
– “Corra!”:
Direção: Jordan Peele.
Sinopse: Na trama, Chris Washington (Daniel Kaluuya) é um jovem negro que se sente inseguro ao viajar para a casa dos pais de sua namorada, Rose Armitage (Allison Williams). Família rica e branca, os Armitage o recebem de braços abertos e repetem excessivamente que não são racistas. Mas, aos poucos, o jovem percebe algumas atitudes estranhas, sobretudo em relação ao tratamento conferido aos funcionários da casa, todos negros e dominados pelos patrões.
Recebeu quatro indicações ao Oscar: melhor filme; direção para Peele; ator para Kalluya; e roteiro original para Peele.
Entre os 115 prêmios já recebidos, estão: o DGA Award de diretor estreante para Jordan Peele; o Stanley Kramer Award, do PGA Awards; o AAFCA Award, da African-American Film Critics Association (AAFCA), de filme, direção e roteiro para Jordan Peele, ator para Daniel Kaluuya e Top 10 Films (1o lugar); o BFCC Award, da Black Film Critics Circle Awards, de filme, direção e roteiro; o BSFC Award de cineasta estreante para Peele e ator para Kaluuya; o Critics Choice Award de filme de terror ou ficção-científica e roteiro original; o DFCS Award, da Denver Film Critics Society, de filme de terror ou ficção-científica e roteiro original; o FFCC Award de filme de estreia e roteiro original; o Fright Meter Award, do Fright Meter Awards, de filme de terror, direção e roteiro; o KCFCC Award de filme e roteiro original e Vincent Koehler Award (prêmio especial para filme de terror, fantasia ou ficção-científica); o Sierra Award de filme de terror ou ficção-científica, ator para Kaluuya e cineasta estreante para Peele; e o WGA Award, do Writers Guild of America (WGA), de roteiro original.
– “Me Chame Pelo Seu Nome”:
Direção: Luca Guadagnino.
Sinopse: Adaptação cinematográfica da obra homônima de André Aciman, o longa ambientado no início dos anos 1980 conta a história de Elio (Timothée Chalamet), adolescente de 17 anos que vive uma fase de descoberta da sexualidade. E a chegada de Oliver (Armie Hammer), assistente de seu pai à propriedade da família na Itália, lhe apresenta não apenas o desejo incontrolável, como também o amor e seus ensinamentos, sobretudo numa época em que sacrifícios eram feitos em prol da aparência.
Recebeu quatro indicações ao Oscar: melhor filme; ator para Timothée Chalamet; roteiro adaptado para James Ivory; e canção original para “The Mystery of Love”, de Sufjan Stevens.
Entre os 68 prêmios já recebidos, estão: o BAFTA Film Award de roteiro adaptado para James Ivory; o Austin Film Critics Award de ator para Timothée Chalamet, roteiro adaptado para James Ivory e o Breakthrough Artist Award para Chalamet, também por “Lady Bird – A Hora de Voar” e “Hostiles”; o Critics Choice Award de roteiro adaptado; o DFCS Award, da Denver Film Critics Society, de roteiro adaptado; o FFCC Award de ator para Chalamet e roteiro adaptado; o Gotham Independent Film Award de filme e ator estreante para Chalamet; o Hollywood Breakthrough Award, do Hollywood Film Awards, para Chalamet; o KCFCC Award de ator para Chalamet e roteiro adaptado e o especial Tom Poe Award (filme LGBT); o Sierra Award de roteiro adaptado; o LAFCA Award de filme, direção para Luca Guadagnino, empatado com Guillermo del Toro por “A Forma da Água”, e ator para Chalamet; o NYFCC Award de ator para Chalamet; e o WGA Award, do Writers Guild of America (WGA), de roteiro adaptado.
– “The Post: A Guerra Secreta”:
Direção: Steven Spielberg.
Sinopse: O filme conta a história real da equipe de jornalistas do The Washington Post e o seu dilema de publicar ou não documentos secretos sobre a Guerra do Vietnã, o que aumentaria a ira do presidente Nixon, que já perseguia o periódico e travava uma batalha judicial contra o The New York Times por causa da publicação de outra parte dos tais documentos. Com isto, o jornal entra oficialmente na briga pela preservação da liberdade de imprensa, encabeçado por sua dona, Kay Graham (Meryl Streep), e pelo editor Ben Bradlee (Tom Hanks), o mesmo que anos mais tarde autorizaria a publicação de matérias sobre o escândalo Watergate, mostrado no clássico “Todos os Homens do Presidente” (All the President’s Men – 1976), de Alan J. Pakula.
Recebeu duas indicações ao Oscar: melhor filme e atriz coadjuvante para Meryl Streep.
Entre os 14 prêmios já recebidos, estão: o Honorable Mentions, da Awards Circuit Community Awards, para Steven Spielberg; o DFCS Award, da Detroit Film Critics Society, US, de elenco; o NBR Award, da National Board of Review, USA, de filme, ator para Tom Hanks e atriz para Meryl Streep; o NYFCO Award, da New York Film Critics, Online, de Top Films of the Year; o NTFCA Award, da North Texas Film Critics Association, US, de filme e o Gary Murray Award (elenco); o Joe Barber Award, da Washington DC Area Film Critics Association Awards, de melhor retrato de Washington DC; e o Paul Selvin Honorary Award, do WGA Awards, para Liz Hannah e Josh Singer.