Especial Oscar 2020: categoria de melhor atriz coadjuvante
Vencedora dos maiores termômetros do prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood (Academy of Motion Picture Arts and Sciences – AMPAS) nas categorias de atores principais e coadjuvantes, o Actor no SAG Awards e o Globo de Ouro, concedidos respectivamente pelo Sindicato dos Atores (Screen Actors Guild – SAG) e pela Associação […]
POR Ana Carolina Garcia03/02/2020|16 min de leitura
Vencedora dos maiores termômetros do prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood (Academy of Motion Picture Arts and Sciences – AMPAS) nas categorias de atores principais e coadjuvantes, o Actor no SAG Awards e o Globo de Ouro, concedidos respectivamente pelo Sindicato dos Atores (Screen Actors Guild – SAG) e pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (Hollywood Foreign Press Association – HFPA), Laura Dern é a favorita ao Golden Boy deste ano por sua atuação em “História de um Casamento” (Marriage Story – 2019).
Tanto o SAG Awards quanto o Globo de Ouro são indicativos importantes do Oscar, mas o primeiro não influencia diretamente o resultado, exercendo papel fundamental somente na campanha pela estatueta, pois a HFPA é composta por jornalistas que não integram a Academia. Ao contrário do SAG, composto por atores, muitos deles membros da AMPAS e com direito a voto.
As cinco indicadas ao Oscar de melhor atriz coadjuvante este ano são: Florence Pugh por “Adoráveis Mulheres” (Little Women – 2019), Laura Dern por “História de um Casamento”, Scarlett Johansson por “Jojo Rabbitt” (Idem – 2019), Kathy Bates por “O Caso Richard Jewell” (Richard Jewel – 2019) e Margot Robbie por “O Escândalo” (Bombshell – 2019).
Com 24 prêmios individuais recebidos até o momento, Laura Dern defende com muita competência a advogada especializada em divórcio de “História de um Casamento”. Dirigida por Noah Baumbach, Dern entrega uma atuação rica que expõe com propriedade a batalha financeira gerada pela separação, sobretudo quando há uma disputa de guarda. Tudo isso num jogo cênico impressionante com Scarlett Johansson, que este ano concorre às estatuetas de melhor atriz por “História de um Casamento” e atriz coadjuvante por “Jojo Rabbit”.
Conhecida pela fatia mais jovem do público como Natasha Romanoff / Viúva Negra do Universo Cinematográfico da Marvel (UCM), Johansson oferece uma atuação segura, mas discreta, em “Jojo Rabbit”, de Taika Waititi. É uma participação pequena que não exige muito da atriz em cena, nem mesmo quando a emoção precisa tomar conta da narrativa, e que não lhe rendeu nenhum prêmio individual até a presente data.
No entanto, a principal adversária de Laura Dern na corrida pelo Golden Boy é Florence Pugh, que interpreta uma de suas filhas em “Adoráveis Mulheres”, de Greta Gerwig. Com 19 prêmios recebidos até o momento pelo longa, Pugh, colega de cena de Johansson no aguardado “Viúva Negra” (Black Widow – 2020), constrói a personagem de maneira correta, mas sem força cênica capaz de se destacar num elenco que conta, ainda, com Meryl Streep e Chris Cooper em estado de graça.
Popularmente conhecida como a Harley Quinn / Arlequina do Universo Estendido da DC (DC Extended Universe – DCU), Margot Robbie chamou a atenção do público e da crítica como Sharon Tate em “Era Uma Vez em… Hollywood” (Once Upon a Time… in Hollywood – 2019), de Quentin Tarantino, que concorre a 10 estatuetas, incluindo a de melhor filme. No entanto, foi como uma repórter assediada sexualmente na emissora na qual trabalha que a atriz garantiu seu lugar entre as finalistas da disputa pela estatueta dourada. Em “O Escândalo”, inspirado em fatos reais, Robbie explora a vulnerabilidade de uma jovem que sonha em ascender profissionalmente e acaba cedendo à pressão do chefe poderoso. É uma atuação correta que lhe rendeu três prêmios individuais até o momento.
Também baseado numa história real, “O Caso Richard Jewell” (Richard Jewell – 2019), de Clint Eastwood, tem como um de seus pontos positivos a interpretação de Kathy Bates. No papel da mãe do protagonista, segurança que salvou centenas de pessoas de um atentado terrorista nas Olimpíadas de Atlanta em 1996, mas que se tornou o principal suspeito de cometê-lo, Bates chama os holofotes para si num trabalho tocante e sensível pelo qual recebeu somente um prêmio individual até a presente data.
Considerando que a AMPAS raramente surpreende em seus resultados, pode-se dizer que Laura Dern é o nome mais forte na corrida pela estatueta do Oscar de melhor atriz coadjuvante, tendo Florence Pugh como principal ameaça. Margot Robbie tem poucas chances, assim como Kathy Bates e Scarlett Johansson, as “zebras” desta categoria.
A 92ª cerimônia de entrega do Oscar será realizada no próximo domingo, dia 09, no Dolby Theatre, em Los Angeles. No Brasil, a maior festa do cinema mundial será transmitida ao vivo pelo canal por assinatura TNT e pela Rede Globo (após o jogo do Brasil).
Confira um pequeno perfil das indicadas:
– Florence Pugh:
Nascida em 03 de janeiro de 1996, em Oxford, Oxfordshire (Inglaterra), Florence Pugh se interessou pelo universo artístico ainda na infância, influenciada por seus pais. A estreia como atriz aconteceu aos 18 anos com “The Falling” (Idem – 2014), de Carol Morley. No ano seguinte, Pugh aceitou o convite para interpretar a filha de um traficante de drogas no telefilme americano “Studio City” (Idem – 2015), de Sanaa Hamri. De volta à Inglaterra, a atriz participou de três episódios da série “Marcella” (Idem – desde 2016) e estrelou o longa “Lady Macbeth” (Idem – 2016). Dirigido por William Oldroyd, o filme rendeu à Pugh alguns prêmios, entre eles, o BAFTA Awards de melhor atriz. Isto possibilitou novos convites, inclusive para trabalhar com os veteranos Emma Thompson e Anthony Hopkins no telefilme “King Lear” (Idem – 2018), de Richard Eyre, e com Chris Pine na produção original Netflix “Legítimo Rei” (Outlaw King – 2018), de David Mackenzie. Estreou como protagonista em Hollywood em “Midsommar: O Mal Não Espera a Noite” (Midsommar – 2019), de Ari Aster. Classificado como drama, suspense e terror, o longa recebeu críticas positivas que ajudaram a estabelecer a atriz como uma das promessas de sua geração, algo fortalecido por seu desempenho em “Adoráveis Mulheres”. Este ano, Pugh ingressará no Universo Cinematográfico da Marvel (UCM) como Yelena Belova em “Viúva Negra”, filme protagonizado por Scarlett Johansson (Natasha Romanoff / Viúva Negra), sua adversária na corrida pelo Golden Boy por “Jojo Rabbitt”. Esta é a sua primeira indicação ao Oscar.
* Entre os 19 prêmios individuais recebidos por sua performance em “Adoráveis Mulheres”, estão: o EDA Award, da Alliance of Women Film Journalists, de atriz coadjuvante e revelação, este segundo também por “Lutando Pela Família” (Fighting With My Family – 2019) e “Midsommar: O Mal Não Espera a Noite”; o BOFCA Award, da Boston Online Film Critics Association; o COFCA Award, da Central Ohio Film Critics Association, de atriz coadjuvante e revelação, este segundo também por “Lutando Pela Família” e “Midsommar: O Mal Não Espera a Noite”; o CFCA Award, da Chicago Film Critics Association Awards; o NCFCA Award, da North Carolina Film Critics Association; o PFCC Award, da Philadelphia Film Critics Circle Awards, de atriz coadjuvante e revelação; e o UFCA Award, da Utah Film Critics Association Awards.
– Laura Dern:
Nascida em 10 de fevereiro de 1967, em Los Angeles, Califórnia (Estados Unidos), Laura Elizabeth Dern conheceu os bastidores da indústria hollywoodiana ainda na infância por causa de seus pais, os atores Bruce Dern e Diane Ladd. E foi ao lado da mãe que Dern deu seus primeiros passos como atriz com participações não creditadas em “Sob o Signo da Vingança” (White Lightning – 1973) e “Alice Não Mora Mais Aqui” (Alice Doesn’t Live Here Anymore – 1974), respectivamente dirigidos por Joseph Sargent e Martin Scorsese, que a incentivou a seguir carreira mesmo quando seus pais demonstraram certa resistência. Estreou profissionalmente como atriz num papel secundário em “Gatinhas” (Foxes – 1980), de Adrian Lyne. Trabalhou em diversas produções televisivas e cinematográficas até chamar a atenção com os longas “Marcas do Destino” (Mask – 1985), de Peter Bogdanovich, e “Conversa Suave” (Smooth Talk – 1985), de Joyce Chopra. No entanto, o reconhecimento de Hollywood chegou somente com “Veludo Azul” (Blue Velvet – 1986), de David Lynch, que a escalou para outro sucesso, “Coração Selvagem” (Wild at Heart – 1990), colocando Dern e Ladd juntas no set novamente, situação que se repetiu no ano seguinte com o drama “As Noites de Rose” (Rambling Rose – 1991), de Martha Coolidge, que rendeu indicações ao Oscar, deixando sua marca na AMPAS como a primeira vez em que mãe e filha concorreram pelo mesmo filme nas categorias de atriz (Dern) e atriz coadjuvante (Ladd). Estabelecida na indústria, Dern conquistou o reconhecimento do público sob a direção de Steven Spielberg como a paleontologista Ellie Sattler em “Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros” (Jurassic Park – 1993), o primeiro filme de uma das franquias mais lucrativas da História do cinema. Nos anos seguintes, continuou intercalando papéis na televisão e no cinema, como nos longas “O Céu de Outubro” (October Sky), de Joe Johnston, “O Mestre” (The Master – 2012), de Paul Thomas Anderson, e “A Culpa é das Estrelas” (The Fault in Our Stars – 2014), de Josh Boone, ao lado de Shailene Woodley. Recentemente, a atriz voltou a contracenar com Woodley na aclamada série “Big Little Lies” (Idem – desde 2017), que conta também com Nicole Kidman, Zoë Kravitz, Reese Whiterspoon e Meryl Streep. Esta é a sua terceira indicação ao Oscar. As outras foram nas categorias de melhor atriz por “As Noites de Rose”, citada anteriormente, e atriz coadjuvante por “Livre” (Wild – 2014).
* Entre os 24 prêmios individuais recebidos por sua performance em “História de um Casamento”, estão: os já citados Globo de Ouro e Actor no SAG Award; o BAFTA Award; o AFCC Award, da Atlanta Film Critics Circle; o BSFC Award, da Boston Society of Film Critics Awards; o Critics Choice Award, da Broadcast Film Critics Association Awards; o FFCC Award, da Florida Film Critics Circle Awards; o Hollywood Film Award, do Hollywood Film Awards; o NYFCC Award, do New York Film Critics Circle Awards, também por “Adoráveis Mulheres”; o PFCS Award, da Phoenix Film Critics Society Awards; o SEFCA Award, da Southeastern Film Critics Association Awards; o SLFCA Award, da St. Louis Film Critics Association, US, empatada com Margot Robbie, também por “Era Uma Vez em… Hollywood” (Once Upon a Time… in Hollywood – 2019); e o TFCA Award, da Toronto Film Critics Association Awards.
– Scarlett Johansson:
Nascida em 22 de novembro de 1984, em Nova York, Nova York (Estados Unidos), Scarlett Ingrid Johansson começou a carreira aos oito anos de idade na peça “Sophistry”, no circuito off-Broadway. No ano seguinte, a atriz estreou no cinema em “O Anjo da Guarda” (North – 1994), de Rob Reiner, chamando a atenção do público e da crítica com “Meninas de Ninguém” (Manny & Lo – 1996), de Lisa Krueger, e “O Encantador de Cavalos” (The Horse Whisperer – 1998), dirigido e estrelado por Robert Redford, com quem voltou a contracenar, anos mais tarde, no UCM em “Capitão América 2: O Soldado Invernal” (Captain America: The Winter Soldier – 2014) e “Vingadores: Ultimato” (Avengers: Endgame – 2019), ambos dos irmãos Anthony e Joe Russo. Johansson pavimentou seu caminho como uma das atrizes mais versáteis de sua geração, trabalhando na televisão e no cinema, mas focando no segundo. Ao longo de 26 anos de carreira, a atriz participou de filmes dos mais variados gêneros, como “Encontros e Desencontros” (Lost in Translation – 2003), de Sofia Coppola, “Ponto Final: Match Point” (Match Point – 2005), de Woody Allen, “Dália Negra” (The Black Dahlia – 2006), de Brian De Palma, e “Ela” (Her – 2013), de Spike Jonze. No entanto, foi por meio do já citado UCM que Johansson caiu nas graças do público ao interpretar Natasha Romanoff / Viúva Negra, uma das integrantes dos Vingadores. O sucesso da personagem possibilitou a produção de um filme solo, “Viúva Negra”, no qual contracena com Florence Pew (Yelena Belova), uma de suas adversárias na corrida pelo Golden Boy. Esta é a primeira vez que Johansson concorre ao Oscar e, curiosamente, em duas categorias: atriz coadjuvante por “Jojo Rabbit” e atriz por “História de um Casamento”.
* A atriz ainda não recebeu nenhum prêmio individual por sua performance em “Jojo Rabbit”.
– Kathy Bates:
Nascida em 28 de junho de 1948, em Memphis, Tennessee (Estados Unidos), Kathleen Doyle Bates se interessou pela atuação na adolescência, quando decidiu ingressar no curso de Artes Cênicas da Southern Methodist University. Graduada, Bates seguiu para Nova York, onde começou a trabalhar com teatro, estreando na Broadway em “Goodbye Fidel” (Idem – 1980). Nesta época, a atriz já conciliava teatro, televisão e cinema – seu primeiro filme foi “Procura Insaciável” (Taking Off – 1978), de Milos Forman. No entanto, Bates só chamou a atenção de Hollywood em seu terceiro longa-metragem, “James Dean, o Mito Sobrevive” (Come Back to the 5 & Dime Jimmy Dean, Jimmy Dean – 1982). Dirigido por Robert Altman, o filme é a adaptação cinematográfica da peça homônima da Broadway, que também tinha Bates no elenco. Nos anos seguintes, trabalhou em longas como “Uma Cidade Sem Rumo” (Signs of Life – 1989), de John David Coles, e “Dick Tracy” (Idem – 1990), de Warren Beatty, até chegar ao panteão hollywoodiano com “Louca Obsessão” (Misery – 1990), de Rob Reiner, que a tornou a primeira profissional a ganhar o Oscar de melhor atriz por um filme classificado como terror e suspense. Consagrada nos palcos e nas telas, Bates tem 125 títulos em seu currículo, entre eles estão: “Tomates Verdes Fritos” (Fried Green Tomatoes – 1991), de Jon Avnet, “Eclipse Total” (Dolores Claiborne – 1995), de Taylor Hackford, “Titanic” (Idem – 1997), de James Cameron, e “Meia-Noite em Paris” (Midnight in Paris – 2011), de Woody Allen. Esta é a sua quarta indicação ao Oscar. Vencedora da estatueta melhor atriz por “Louca Obsessão”, conforme dito anteriormente, Bates também concorreu outras duas vezes ao prêmio de atriz coadjuvante por “Segredos do Poder” (Primary Colors – 1998) e “As Confissões de Schmidt” (About Schmidt – 2002).
* O único prêmio individual recebido por sua performance em “O Caso Richard Jewell” é: o NBR Award, do National Board of Review, USA.
– Margot Robbie:
Nascida em 02 de julho de 1990, em Dalby, Queensland (Austrália), Margot Robbie começou a atuar após a graduação pela Somerset College e a subsequente mudança para Melbourne. Trabalhou no curta-metragem “Tourism Australia: Dundee – The Son of a Legend Returns Home” (Idem – 2008), iniciando a carreira na televisão num episódio do seriado “City Homicide” (Idem – 2007 – 2011) em 2008. A estreia em longas-metragens foi na ação “Vigilante” (Idem – 2008), de Aash Aaron, mas somente três anos depois começou a trabalhar na indústria hollywoodiana, no seriado “Pan Am” (Idem – 2011 – 2012), ao lado de Christina Ricci. Após a série televisiva, Robbie assinou contrato para estrelar o longa britânico “Questão de Tempo” (About Time – 2013), de Richard Curtis. Voltou para a capital do cinema no mesmo ano para rodar “O Lobo de Wall Street” (The Wolf of Wall Street – 2013), dirigido por Martin Scorsese e estrelado por Leonardo DiCaprio, com quem trabalhou novamente em “Era Uma Vez em… Hollywood”, dirigido por Quentin Tarantino e indicado a 10 estatuetas nesta edição. Porém, a atriz foi alçada à fama devido ao seu desempenho como Harley Quinn / Arlequina em “Esquadrão Suicida” (Suicide Squad – 2016), de David Ayer. Apesar das inúmeras críticas negativas ao longa, Robbie caiu nas graças do público como a vilã da DC e namorada do Coringa (Jared Leto). O sucesso da personagem possibilitou a produção de um filme solo, “Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa” (Birds of Prey: And the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn – 2020), de Cathy Yan. Nos últimos anos, Robbie trabalhou em títulos de gêneros variados, como “Adeus, Christopher Robin” (Goodbye Christopher Robin – 2017), de Simon Curtis, “Pedro Coelho” (Peter Rabbit – 2018), de Will Gluck, “Duas Rainhas” (Mary Queen of Scots – 2018), de Josie Rourke, e “Dreamland” (Idem – 2019), de Miles Joris-Peyrafitte. Esta é a sua segunda indicação ao Oscar. A primeira foi na categoria de melhor atriz por “Eu, Tonya” (I, Tonya – 2017).
* Os três prêmios individuais recebidos por sua performance em “O Escândalo” são: o AACTA International Award, do AACTA International Awards; o Sierra Award, da Las Vegas Film Critics Society Awards; e o SLFCA Award, também por “Era Uma Vez em… Hollywood” e empatada com Laura Dern por “História de um Casamento”.
Vencedora dos maiores termômetros do prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood (Academy of Motion Picture Arts and Sciences – AMPAS) nas categorias de atores principais e coadjuvantes, o Actor no SAG Awards e o Globo de Ouro, concedidos respectivamente pelo Sindicato dos Atores (Screen Actors Guild – SAG) e pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (Hollywood Foreign Press Association – HFPA), Laura Dern é a favorita ao Golden Boy deste ano por sua atuação em “História de um Casamento” (Marriage Story – 2019).
Tanto o SAG Awards quanto o Globo de Ouro são indicativos importantes do Oscar, mas o primeiro não influencia diretamente o resultado, exercendo papel fundamental somente na campanha pela estatueta, pois a HFPA é composta por jornalistas que não integram a Academia. Ao contrário do SAG, composto por atores, muitos deles membros da AMPAS e com direito a voto.
As cinco indicadas ao Oscar de melhor atriz coadjuvante este ano são: Florence Pugh por “Adoráveis Mulheres” (Little Women – 2019), Laura Dern por “História de um Casamento”, Scarlett Johansson por “Jojo Rabbitt” (Idem – 2019), Kathy Bates por “O Caso Richard Jewell” (Richard Jewel – 2019) e Margot Robbie por “O Escândalo” (Bombshell – 2019).
Com 24 prêmios individuais recebidos até o momento, Laura Dern defende com muita competência a advogada especializada em divórcio de “História de um Casamento”. Dirigida por Noah Baumbach, Dern entrega uma atuação rica que expõe com propriedade a batalha financeira gerada pela separação, sobretudo quando há uma disputa de guarda. Tudo isso num jogo cênico impressionante com Scarlett Johansson, que este ano concorre às estatuetas de melhor atriz por “História de um Casamento” e atriz coadjuvante por “Jojo Rabbit”.
Conhecida pela fatia mais jovem do público como Natasha Romanoff / Viúva Negra do Universo Cinematográfico da Marvel (UCM), Johansson oferece uma atuação segura, mas discreta, em “Jojo Rabbit”, de Taika Waititi. É uma participação pequena que não exige muito da atriz em cena, nem mesmo quando a emoção precisa tomar conta da narrativa, e que não lhe rendeu nenhum prêmio individual até a presente data.
No entanto, a principal adversária de Laura Dern na corrida pelo Golden Boy é Florence Pugh, que interpreta uma de suas filhas em “Adoráveis Mulheres”, de Greta Gerwig. Com 19 prêmios recebidos até o momento pelo longa, Pugh, colega de cena de Johansson no aguardado “Viúva Negra” (Black Widow – 2020), constrói a personagem de maneira correta, mas sem força cênica capaz de se destacar num elenco que conta, ainda, com Meryl Streep e Chris Cooper em estado de graça.
Popularmente conhecida como a Harley Quinn / Arlequina do Universo Estendido da DC (DC Extended Universe – DCU), Margot Robbie chamou a atenção do público e da crítica como Sharon Tate em “Era Uma Vez em… Hollywood” (Once Upon a Time… in Hollywood – 2019), de Quentin Tarantino, que concorre a 10 estatuetas, incluindo a de melhor filme. No entanto, foi como uma repórter assediada sexualmente na emissora na qual trabalha que a atriz garantiu seu lugar entre as finalistas da disputa pela estatueta dourada. Em “O Escândalo”, inspirado em fatos reais, Robbie explora a vulnerabilidade de uma jovem que sonha em ascender profissionalmente e acaba cedendo à pressão do chefe poderoso. É uma atuação correta que lhe rendeu três prêmios individuais até o momento.
Também baseado numa história real, “O Caso Richard Jewell” (Richard Jewell – 2019), de Clint Eastwood, tem como um de seus pontos positivos a interpretação de Kathy Bates. No papel da mãe do protagonista, segurança que salvou centenas de pessoas de um atentado terrorista nas Olimpíadas de Atlanta em 1996, mas que se tornou o principal suspeito de cometê-lo, Bates chama os holofotes para si num trabalho tocante e sensível pelo qual recebeu somente um prêmio individual até a presente data.
Considerando que a AMPAS raramente surpreende em seus resultados, pode-se dizer que Laura Dern é o nome mais forte na corrida pela estatueta do Oscar de melhor atriz coadjuvante, tendo Florence Pugh como principal ameaça. Margot Robbie tem poucas chances, assim como Kathy Bates e Scarlett Johansson, as “zebras” desta categoria.
A 92ª cerimônia de entrega do Oscar será realizada no próximo domingo, dia 09, no Dolby Theatre, em Los Angeles. No Brasil, a maior festa do cinema mundial será transmitida ao vivo pelo canal por assinatura TNT e pela Rede Globo (após o jogo do Brasil).
Confira um pequeno perfil das indicadas:
– Florence Pugh:
Nascida em 03 de janeiro de 1996, em Oxford, Oxfordshire (Inglaterra), Florence Pugh se interessou pelo universo artístico ainda na infância, influenciada por seus pais. A estreia como atriz aconteceu aos 18 anos com “The Falling” (Idem – 2014), de Carol Morley. No ano seguinte, Pugh aceitou o convite para interpretar a filha de um traficante de drogas no telefilme americano “Studio City” (Idem – 2015), de Sanaa Hamri. De volta à Inglaterra, a atriz participou de três episódios da série “Marcella” (Idem – desde 2016) e estrelou o longa “Lady Macbeth” (Idem – 2016). Dirigido por William Oldroyd, o filme rendeu à Pugh alguns prêmios, entre eles, o BAFTA Awards de melhor atriz. Isto possibilitou novos convites, inclusive para trabalhar com os veteranos Emma Thompson e Anthony Hopkins no telefilme “King Lear” (Idem – 2018), de Richard Eyre, e com Chris Pine na produção original Netflix “Legítimo Rei” (Outlaw King – 2018), de David Mackenzie. Estreou como protagonista em Hollywood em “Midsommar: O Mal Não Espera a Noite” (Midsommar – 2019), de Ari Aster. Classificado como drama, suspense e terror, o longa recebeu críticas positivas que ajudaram a estabelecer a atriz como uma das promessas de sua geração, algo fortalecido por seu desempenho em “Adoráveis Mulheres”. Este ano, Pugh ingressará no Universo Cinematográfico da Marvel (UCM) como Yelena Belova em “Viúva Negra”, filme protagonizado por Scarlett Johansson (Natasha Romanoff / Viúva Negra), sua adversária na corrida pelo Golden Boy por “Jojo Rabbitt”. Esta é a sua primeira indicação ao Oscar.
* Entre os 19 prêmios individuais recebidos por sua performance em “Adoráveis Mulheres”, estão: o EDA Award, da Alliance of Women Film Journalists, de atriz coadjuvante e revelação, este segundo também por “Lutando Pela Família” (Fighting With My Family – 2019) e “Midsommar: O Mal Não Espera a Noite”; o BOFCA Award, da Boston Online Film Critics Association; o COFCA Award, da Central Ohio Film Critics Association, de atriz coadjuvante e revelação, este segundo também por “Lutando Pela Família” e “Midsommar: O Mal Não Espera a Noite”; o CFCA Award, da Chicago Film Critics Association Awards; o NCFCA Award, da North Carolina Film Critics Association; o PFCC Award, da Philadelphia Film Critics Circle Awards, de atriz coadjuvante e revelação; e o UFCA Award, da Utah Film Critics Association Awards.
– Laura Dern:
Nascida em 10 de fevereiro de 1967, em Los Angeles, Califórnia (Estados Unidos), Laura Elizabeth Dern conheceu os bastidores da indústria hollywoodiana ainda na infância por causa de seus pais, os atores Bruce Dern e Diane Ladd. E foi ao lado da mãe que Dern deu seus primeiros passos como atriz com participações não creditadas em “Sob o Signo da Vingança” (White Lightning – 1973) e “Alice Não Mora Mais Aqui” (Alice Doesn’t Live Here Anymore – 1974), respectivamente dirigidos por Joseph Sargent e Martin Scorsese, que a incentivou a seguir carreira mesmo quando seus pais demonstraram certa resistência. Estreou profissionalmente como atriz num papel secundário em “Gatinhas” (Foxes – 1980), de Adrian Lyne. Trabalhou em diversas produções televisivas e cinematográficas até chamar a atenção com os longas “Marcas do Destino” (Mask – 1985), de Peter Bogdanovich, e “Conversa Suave” (Smooth Talk – 1985), de Joyce Chopra. No entanto, o reconhecimento de Hollywood chegou somente com “Veludo Azul” (Blue Velvet – 1986), de David Lynch, que a escalou para outro sucesso, “Coração Selvagem” (Wild at Heart – 1990), colocando Dern e Ladd juntas no set novamente, situação que se repetiu no ano seguinte com o drama “As Noites de Rose” (Rambling Rose – 1991), de Martha Coolidge, que rendeu indicações ao Oscar, deixando sua marca na AMPAS como a primeira vez em que mãe e filha concorreram pelo mesmo filme nas categorias de atriz (Dern) e atriz coadjuvante (Ladd). Estabelecida na indústria, Dern conquistou o reconhecimento do público sob a direção de Steven Spielberg como a paleontologista Ellie Sattler em “Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros” (Jurassic Park – 1993), o primeiro filme de uma das franquias mais lucrativas da História do cinema. Nos anos seguintes, continuou intercalando papéis na televisão e no cinema, como nos longas “O Céu de Outubro” (October Sky), de Joe Johnston, “O Mestre” (The Master – 2012), de Paul Thomas Anderson, e “A Culpa é das Estrelas” (The Fault in Our Stars – 2014), de Josh Boone, ao lado de Shailene Woodley. Recentemente, a atriz voltou a contracenar com Woodley na aclamada série “Big Little Lies” (Idem – desde 2017), que conta também com Nicole Kidman, Zoë Kravitz, Reese Whiterspoon e Meryl Streep. Esta é a sua terceira indicação ao Oscar. As outras foram nas categorias de melhor atriz por “As Noites de Rose”, citada anteriormente, e atriz coadjuvante por “Livre” (Wild – 2014).
* Entre os 24 prêmios individuais recebidos por sua performance em “História de um Casamento”, estão: os já citados Globo de Ouro e Actor no SAG Award; o BAFTA Award; o AFCC Award, da Atlanta Film Critics Circle; o BSFC Award, da Boston Society of Film Critics Awards; o Critics Choice Award, da Broadcast Film Critics Association Awards; o FFCC Award, da Florida Film Critics Circle Awards; o Hollywood Film Award, do Hollywood Film Awards; o NYFCC Award, do New York Film Critics Circle Awards, também por “Adoráveis Mulheres”; o PFCS Award, da Phoenix Film Critics Society Awards; o SEFCA Award, da Southeastern Film Critics Association Awards; o SLFCA Award, da St. Louis Film Critics Association, US, empatada com Margot Robbie, também por “Era Uma Vez em… Hollywood” (Once Upon a Time… in Hollywood – 2019); e o TFCA Award, da Toronto Film Critics Association Awards.
– Scarlett Johansson:
Nascida em 22 de novembro de 1984, em Nova York, Nova York (Estados Unidos), Scarlett Ingrid Johansson começou a carreira aos oito anos de idade na peça “Sophistry”, no circuito off-Broadway. No ano seguinte, a atriz estreou no cinema em “O Anjo da Guarda” (North – 1994), de Rob Reiner, chamando a atenção do público e da crítica com “Meninas de Ninguém” (Manny & Lo – 1996), de Lisa Krueger, e “O Encantador de Cavalos” (The Horse Whisperer – 1998), dirigido e estrelado por Robert Redford, com quem voltou a contracenar, anos mais tarde, no UCM em “Capitão América 2: O Soldado Invernal” (Captain America: The Winter Soldier – 2014) e “Vingadores: Ultimato” (Avengers: Endgame – 2019), ambos dos irmãos Anthony e Joe Russo. Johansson pavimentou seu caminho como uma das atrizes mais versáteis de sua geração, trabalhando na televisão e no cinema, mas focando no segundo. Ao longo de 26 anos de carreira, a atriz participou de filmes dos mais variados gêneros, como “Encontros e Desencontros” (Lost in Translation – 2003), de Sofia Coppola, “Ponto Final: Match Point” (Match Point – 2005), de Woody Allen, “Dália Negra” (The Black Dahlia – 2006), de Brian De Palma, e “Ela” (Her – 2013), de Spike Jonze. No entanto, foi por meio do já citado UCM que Johansson caiu nas graças do público ao interpretar Natasha Romanoff / Viúva Negra, uma das integrantes dos Vingadores. O sucesso da personagem possibilitou a produção de um filme solo, “Viúva Negra”, no qual contracena com Florence Pew (Yelena Belova), uma de suas adversárias na corrida pelo Golden Boy. Esta é a primeira vez que Johansson concorre ao Oscar e, curiosamente, em duas categorias: atriz coadjuvante por “Jojo Rabbit” e atriz por “História de um Casamento”.
* A atriz ainda não recebeu nenhum prêmio individual por sua performance em “Jojo Rabbit”.
– Kathy Bates:
Nascida em 28 de junho de 1948, em Memphis, Tennessee (Estados Unidos), Kathleen Doyle Bates se interessou pela atuação na adolescência, quando decidiu ingressar no curso de Artes Cênicas da Southern Methodist University. Graduada, Bates seguiu para Nova York, onde começou a trabalhar com teatro, estreando na Broadway em “Goodbye Fidel” (Idem – 1980). Nesta época, a atriz já conciliava teatro, televisão e cinema – seu primeiro filme foi “Procura Insaciável” (Taking Off – 1978), de Milos Forman. No entanto, Bates só chamou a atenção de Hollywood em seu terceiro longa-metragem, “James Dean, o Mito Sobrevive” (Come Back to the 5 & Dime Jimmy Dean, Jimmy Dean – 1982). Dirigido por Robert Altman, o filme é a adaptação cinematográfica da peça homônima da Broadway, que também tinha Bates no elenco. Nos anos seguintes, trabalhou em longas como “Uma Cidade Sem Rumo” (Signs of Life – 1989), de John David Coles, e “Dick Tracy” (Idem – 1990), de Warren Beatty, até chegar ao panteão hollywoodiano com “Louca Obsessão” (Misery – 1990), de Rob Reiner, que a tornou a primeira profissional a ganhar o Oscar de melhor atriz por um filme classificado como terror e suspense. Consagrada nos palcos e nas telas, Bates tem 125 títulos em seu currículo, entre eles estão: “Tomates Verdes Fritos” (Fried Green Tomatoes – 1991), de Jon Avnet, “Eclipse Total” (Dolores Claiborne – 1995), de Taylor Hackford, “Titanic” (Idem – 1997), de James Cameron, e “Meia-Noite em Paris” (Midnight in Paris – 2011), de Woody Allen. Esta é a sua quarta indicação ao Oscar. Vencedora da estatueta melhor atriz por “Louca Obsessão”, conforme dito anteriormente, Bates também concorreu outras duas vezes ao prêmio de atriz coadjuvante por “Segredos do Poder” (Primary Colors – 1998) e “As Confissões de Schmidt” (About Schmidt – 2002).
* O único prêmio individual recebido por sua performance em “O Caso Richard Jewell” é: o NBR Award, do National Board of Review, USA.
– Margot Robbie:
Nascida em 02 de julho de 1990, em Dalby, Queensland (Austrália), Margot Robbie começou a atuar após a graduação pela Somerset College e a subsequente mudança para Melbourne. Trabalhou no curta-metragem “Tourism Australia: Dundee – The Son of a Legend Returns Home” (Idem – 2008), iniciando a carreira na televisão num episódio do seriado “City Homicide” (Idem – 2007 – 2011) em 2008. A estreia em longas-metragens foi na ação “Vigilante” (Idem – 2008), de Aash Aaron, mas somente três anos depois começou a trabalhar na indústria hollywoodiana, no seriado “Pan Am” (Idem – 2011 – 2012), ao lado de Christina Ricci. Após a série televisiva, Robbie assinou contrato para estrelar o longa britânico “Questão de Tempo” (About Time – 2013), de Richard Curtis. Voltou para a capital do cinema no mesmo ano para rodar “O Lobo de Wall Street” (The Wolf of Wall Street – 2013), dirigido por Martin Scorsese e estrelado por Leonardo DiCaprio, com quem trabalhou novamente em “Era Uma Vez em… Hollywood”, dirigido por Quentin Tarantino e indicado a 10 estatuetas nesta edição. Porém, a atriz foi alçada à fama devido ao seu desempenho como Harley Quinn / Arlequina em “Esquadrão Suicida” (Suicide Squad – 2016), de David Ayer. Apesar das inúmeras críticas negativas ao longa, Robbie caiu nas graças do público como a vilã da DC e namorada do Coringa (Jared Leto). O sucesso da personagem possibilitou a produção de um filme solo, “Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa” (Birds of Prey: And the Fantabulous Emancipation of One Harley Quinn – 2020), de Cathy Yan. Nos últimos anos, Robbie trabalhou em títulos de gêneros variados, como “Adeus, Christopher Robin” (Goodbye Christopher Robin – 2017), de Simon Curtis, “Pedro Coelho” (Peter Rabbit – 2018), de Will Gluck, “Duas Rainhas” (Mary Queen of Scots – 2018), de Josie Rourke, e “Dreamland” (Idem – 2019), de Miles Joris-Peyrafitte. Esta é a sua segunda indicação ao Oscar. A primeira foi na categoria de melhor atriz por “Eu, Tonya” (I, Tonya – 2017).
* Os três prêmios individuais recebidos por sua performance em “O Escândalo” são: o AACTA International Award, do AACTA International Awards; o Sierra Award, da Las Vegas Film Critics Society Awards; e o SLFCA Award, também por “Era Uma Vez em… Hollywood” e empatada com Laura Dern por “História de um Casamento”.