Festival do Rio 2022: ‘Olga’

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Em 2013, a Ucrânia se tornou palco de uma série de manifestações, reprimidas com violência pelo governo do então presidente pró-Rússia Viktor Yanukovych, que, à época, decidiu não assinar um acordo de cooperação com a União Europeia. Isto acarretou os protestos que levaram milhares de pessoas à Praça Maidan, em Kiev, a capital do país, […]

POR Ana Carolina Garcia23/07/2022|3 min de leitura

Festival do Rio 2022: ‘Olga’

“Olga” é protagonizado pela ginasta Anastasiia Budiashkina (Foto: Divulgação).

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Em 2013, a Ucrânia se tornou palco de uma série de manifestações, reprimidas com violência pelo governo do então presidente pró-Rússia Viktor Yanukovych, que, à época, decidiu não assinar um acordo de cooperação com a União Europeia. Isto acarretou os protestos que levaram milhares de pessoas à Praça Maidan, em Kiev, a capital do país, chamados de EuroMaidan. Também conhecidos como Primavera Ucraniana, os protestos, que levaram à queda do presidente e à eleição de Petro Poroshenko, antes de Vladimir Putin anexar a Crimeia ao território russo em 2014, são mostrados em “Olga” (Olga – 2021, Suíça / França / Ucrânia), um dos títulos selecionados pela mostra especial do Festival do Rio, realizada em parceria com a Rede Telecine.

 

“Olga” é dirigido por Elie Grappe (Foto: Divulgação).

Marcando a estreia de Elie Grappe como diretor e roteirista de longas-metragens, “Olga” conta a história de uma adolescente de 15 anos que sonha com o futuro como ginasta. Mas a perseguição à sua mãe, jornalista investigativa que se opõe a Yanukovych, coloca a vida da menina em risco, levando-a ao exílio na Suíça. No país natal de seu falecido pai, Olga (Anastasiia Budiashkina) sente a pressão tanto do esporte quanto da distância de seus entes queridos, que seguem ameaçados pelo governo.

 

Vencedor do SACD Award, da Semana da Crítica do Festival de Cannes 2021, “Olga” se desenvolve de maneira a expor à plateia como a dor emocional se sobrepõe à física, guiando cada atitude de uma jovem que se sente preterida pela mão, que sempre colocou seu trabalho em primeiro lugar. Isto funciona na tela graças à atuação da estreante Anastasiia Budiashkina, que explora com a desenvoltura de uma veterana as variadas emoções da personagem, apresentando-a praticamente como um robô nos treinos e competições, usados por ela como fuga da própria realidade. Ginasta profissional, Budiashkina consegue prender a atenção do espectador mesmo quando transmite a dor de sua personagem somente com o olhar.

 

Contando com outras atletas de alto nível em seu elenco, como Sabrina Rubtsova (Sasha), Caterina Barloggio (Steffi) e Thea Brogli (Zoé), tal qual “Arremessando Alto” (Hustle – 2022, EUA), produção original Netflix dirigida por Jeremiah Zagar, “Olga” é um filme sobre a necessidade de se manter firme para superar as adversidades da vida, mas sem relegar sua essência e origem ao segundo plano. Além disso, não há como negar que, diante da guerra que assola a Ucrânia, este longa também reflete a situação atual por expor a angústia daqueles que precisaram deixar suas casas em decorrência da guerra, inclusive Anastasiia Budiashkina, que precisou ficar num abrigo antiaéreo em Kharkiv antes de deixar seu país pela fronteira com a Polônia.

Em 2013, a Ucrânia se tornou palco de uma série de manifestações, reprimidas com violência pelo governo do então presidente pró-Rússia Viktor Yanukovych, que, à época, decidiu não assinar um acordo de cooperação com a União Europeia. Isto acarretou os protestos que levaram milhares de pessoas à Praça Maidan, em Kiev, a capital do país, chamados de EuroMaidan. Também conhecidos como Primavera Ucraniana, os protestos, que levaram à queda do presidente e à eleição de Petro Poroshenko, antes de Vladimir Putin anexar a Crimeia ao território russo em 2014, são mostrados em “Olga” (Olga – 2021, Suíça / França / Ucrânia), um dos títulos selecionados pela mostra especial do Festival do Rio, realizada em parceria com a Rede Telecine.

 

“Olga” é dirigido por Elie Grappe (Foto: Divulgação).

Marcando a estreia de Elie Grappe como diretor e roteirista de longas-metragens, “Olga” conta a história de uma adolescente de 15 anos que sonha com o futuro como ginasta. Mas a perseguição à sua mãe, jornalista investigativa que se opõe a Yanukovych, coloca a vida da menina em risco, levando-a ao exílio na Suíça. No país natal de seu falecido pai, Olga (Anastasiia Budiashkina) sente a pressão tanto do esporte quanto da distância de seus entes queridos, que seguem ameaçados pelo governo.

 

Vencedor do SACD Award, da Semana da Crítica do Festival de Cannes 2021, “Olga” se desenvolve de maneira a expor à plateia como a dor emocional se sobrepõe à física, guiando cada atitude de uma jovem que se sente preterida pela mão, que sempre colocou seu trabalho em primeiro lugar. Isto funciona na tela graças à atuação da estreante Anastasiia Budiashkina, que explora com a desenvoltura de uma veterana as variadas emoções da personagem, apresentando-a praticamente como um robô nos treinos e competições, usados por ela como fuga da própria realidade. Ginasta profissional, Budiashkina consegue prender a atenção do espectador mesmo quando transmite a dor de sua personagem somente com o olhar.

 

Contando com outras atletas de alto nível em seu elenco, como Sabrina Rubtsova (Sasha), Caterina Barloggio (Steffi) e Thea Brogli (Zoé), tal qual “Arremessando Alto” (Hustle – 2022, EUA), produção original Netflix dirigida por Jeremiah Zagar, “Olga” é um filme sobre a necessidade de se manter firme para superar as adversidades da vida, mas sem relegar sua essência e origem ao segundo plano. Além disso, não há como negar que, diante da guerra que assola a Ucrânia, este longa também reflete a situação atual por expor a angústia daqueles que precisaram deixar suas casas em decorrência da guerra, inclusive Anastasiia Budiashkina, que precisou ficar num abrigo antiaéreo em Kharkiv antes de deixar seu país pela fronteira com a Polônia.

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