A sociedade americana passou por períodos de extrema turbulência nas décadas de 1950 e 1960, quando viu seus jovens começarem a romper com o conservadorismo. À época, mais do que a ruptura, havia a necessária luta contra um sistema calcado no ódio racial, sobretudo nos estados sulistas, onde a violência eclodia diariamente, tendo como liderança […]
POR Ana Carolina Garcia24/06/2021|3 min de leitura
A sociedade americana passou por períodos de extrema turbulência nas décadas de 1950 e 1960, quando viu seus jovens começarem a romper com o conservadorismo. À época, mais do que a ruptura, havia a necessária luta contra um sistema calcado no ódio racial, sobretudo nos estados sulistas, onde a violência eclodia diariamente, tendo como liderança a Ku Klux Klan (KKK), maior organização segregacionista dos Estados Unidos. Quem não se unia a ela ou se recusava a seguir seus preceitos era considerado proscrito, “traidor dos brancos”, como Bob Zellner. Neto de membro da Klan, Zellner se juntou aos negros na luta pelos Direitos Civis em 1961, tornando-se um dos fundadores do Comitê Coordenador Estudantil Não Violento (Student Non-Violent Coordinating Committee – SNCC). Isto é contado em “Filhos do Ódio” (Son of the South – 2020), de Barry Alexander Brown, que estreia em VoD nesta sexta-feira, dia 25.
Com produção executiva de Spike Lee, o longa mostra como Zellner (Lucas Till) passou a defender os negros, indo de encontro ao preconceito enraizado e institucionalizado, inclusive por parte de alguns familiares e amigos. Ignorando as ameaças da KKK, o jovem decidiu se arriscar para defender causas em prol da sociedade igualitária, sendo preso diversas vezes.
Seguindo fórmula convencional de cinebiografias, “Filhos do Ódio” condensa a atmosfera sombria do período que se propôs a retratar. Contudo, não aprofunda a violência nem os conflitos que rodeavam Zellner, sobretudo em relação ao avô que chegou a ameaçá-lo, interpretado por Brian Dennehy, mal aproveitado neste filme lançado após seu falecimento. A opção por uma trama mais romântica e superficial enfraquece o longa, que conta com um protagonista engajado e bastante à vontade em cena.
Baseado no livro “The Wrong Side of Murder Creek: A White Southerner in the Freedom Movement”, de Zellner e Constance Curry, “Filhos do Ódio” tenta a todo instante driblar as fragilidades do roteiro de Brown para apresentar ao público um capítulo da História que não pode ser esquecido, o que o torna importante neste momento de ascensão de políticas e ideologias que têm o ódio e o preconceito como combustíveis.
A sociedade americana passou por períodos de extrema turbulência nas décadas de 1950 e 1960, quando viu seus jovens começarem a romper com o conservadorismo. À época, mais do que a ruptura, havia a necessária luta contra um sistema calcado no ódio racial, sobretudo nos estados sulistas, onde a violência eclodia diariamente, tendo como liderança a Ku Klux Klan (KKK), maior organização segregacionista dos Estados Unidos. Quem não se unia a ela ou se recusava a seguir seus preceitos era considerado proscrito, “traidor dos brancos”, como Bob Zellner. Neto de membro da Klan, Zellner se juntou aos negros na luta pelos Direitos Civis em 1961, tornando-se um dos fundadores do Comitê Coordenador Estudantil Não Violento (Student Non-Violent Coordinating Committee – SNCC). Isto é contado em “Filhos do Ódio” (Son of the South – 2020), de Barry Alexander Brown, que estreia em VoD nesta sexta-feira, dia 25.
Com produção executiva de Spike Lee, o longa mostra como Zellner (Lucas Till) passou a defender os negros, indo de encontro ao preconceito enraizado e institucionalizado, inclusive por parte de alguns familiares e amigos. Ignorando as ameaças da KKK, o jovem decidiu se arriscar para defender causas em prol da sociedade igualitária, sendo preso diversas vezes.
Seguindo fórmula convencional de cinebiografias, “Filhos do Ódio” condensa a atmosfera sombria do período que se propôs a retratar. Contudo, não aprofunda a violência nem os conflitos que rodeavam Zellner, sobretudo em relação ao avô que chegou a ameaçá-lo, interpretado por Brian Dennehy, mal aproveitado neste filme lançado após seu falecimento. A opção por uma trama mais romântica e superficial enfraquece o longa, que conta com um protagonista engajado e bastante à vontade em cena.
Baseado no livro “The Wrong Side of Murder Creek: A White Southerner in the Freedom Movement”, de Zellner e Constance Curry, “Filhos do Ódio” tenta a todo instante driblar as fragilidades do roteiro de Brown para apresentar ao público um capítulo da História que não pode ser esquecido, o que o torna importante neste momento de ascensão de políticas e ideologias que têm o ódio e o preconceito como combustíveis.