‘Fragmentado’: perturbador e claustrofóbico

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Há 18 anos, M. Night Shyamalan despontou para o sucesso com o excelente “O Sexto Sentido” (The Sixth Sense – 1999), longa classificado como drama e thriller sobre um menino com problemas de socialização, atormentado pelo medo de se comunicar com os mortos. Desde então, o cineasta indiano brindou o público com produções de qualidade […]

POR Ana Carolina Garcia23/03/2017|4 min de leitura

‘Fragmentado’: perturbador e claustrofóbico

James McAvoy em atuação vigorosa e sublime (Foto: Divulgação).

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Há 18 anos, M. Night Shyamalan despontou para o sucesso com o excelente “O Sexto Sentido” (The Sixth Sense – 1999), longa classificado como drama e thriller sobre um menino com problemas de socialização, atormentado pelo medo de se comunicar com os mortos. Desde então, o cineasta indiano brindou o público com produções de qualidade e alguns fracassos. E por causa destes fracassos que “Fragmentado” (Split – 2017) pode ser considerado a consolidação de sua volta ao primeiro time de Hollywood, algo que começou há dois anos com a série televisiva “Wayward Pines” (Idem – 2015 – 2016) e com o longa-metragem “A Visita” (The Visit – 2015). Dirigido e roteirizado por Shyamalan, “Fragmentado” é uma das principais estreias desta quinta-feira, dia 23, nas salas brasileiras.

 

Assim como o menino de “O Sexto Sentido”, Casey (Anya Taylor-Joy) é uma garota introvertida e antissocial, um comportamento que reflete seus medos e angústias, que participa do aniversário de uma colega de classe mais por obrigação do que por vontade. Após o evento, Casey, Claire (Haley Lu Richardson) e Marcia (Jessica Sula) são sequestradas por um homem visivelmente perturbado, dono de 23 personalidades diferentes. Presas num quarto, as meninas precisam lidar não apenas com o medo, mas com a surpresa de cada personalidade, desde o violento sequestrador (Dennis) até uma mulher misteriosa (Patricia), passando por um “menino” de nove anos de idade (Hedwig), porém sempre esperando por alguém ainda mais perigoso.

 

Sem nenhuma das reviravoltas habituais de Shyamalan, o longa aborda o abuso infantil com muita sensibilidade, endurecendo somente ao mostrar suas consequências a longo prazo nas vidas de suas vítimas, como justificativa para as atitudes de Kevin (James McAvoy) e Casey. Suas histórias pregressas são contadas através de flashbacks inseridos com precisão pela montagem ágil de Luke Franco Ciarrocchi, que também editou “A Visita”.

 

Bebendo da conceituada fonte de Alfred Hitchcock, M. Night Shyamalan conduz com firmeza este suspense claustrofóbico que explora a complexidade da mente humana com muita eficiência através de um homem diagnosticado com Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI). Partindo do princípio da psiquiatra interpretada por Betty Buckley (Dra. Karen Fletcher), de que “eles (pacientes) são o que acreditam ser”, o espectador é exposto à face mais bestial do ser humano, apresentada por um James McAvoy vigoroso e sublime.

 

Anya Taylor-Joy, Jessica Sula, Haley Lu Richardson e James McAvoy em cena (Foto: Divulgação).

 

Na verdade, a atuação de James McAvoy é o grande trunfo desta produção, pois o ator oferece um trabalho minucioso para cada personalidade de seu personagem, tanto na voz quanto no gestual, causando a sensação de pavor apenas com o olhar. Contudo, o ator popularmente conhecido como a versão mais jovem do Professor Xavier na franquia “X-Men” encontra em Anya Taylor-Joy uma colega à altura, pois a atriz consegue assimilar com muita naturalidade o horror ao qual sua personagem é exposta, equilibrando-o com momentos de frieza que ela julga necessários para fugir do cárcere.

 

Apesar do nítido cuidado em sua concepção, “Fragmentado” derrapa um pouquinho somente ao conceder certa previsibilidade na relação da Dra. Karen Fletcher com Kevin e suas diversas personalidades. No entanto, não é nada que prejudique o resultado final deste filme absolutamente perturbador e claustrofóbico, que deixa a plateia tensa da primeira à última cena.

 

Assista ao trailer oficial:

Há 18 anos, M. Night Shyamalan despontou para o sucesso com o excelente “O Sexto Sentido” (The Sixth Sense – 1999), longa classificado como drama e thriller sobre um menino com problemas de socialização, atormentado pelo medo de se comunicar com os mortos. Desde então, o cineasta indiano brindou o público com produções de qualidade e alguns fracassos. E por causa destes fracassos que “Fragmentado” (Split – 2017) pode ser considerado a consolidação de sua volta ao primeiro time de Hollywood, algo que começou há dois anos com a série televisiva “Wayward Pines” (Idem – 2015 – 2016) e com o longa-metragem “A Visita” (The Visit – 2015). Dirigido e roteirizado por Shyamalan, “Fragmentado” é uma das principais estreias desta quinta-feira, dia 23, nas salas brasileiras.

 

Assim como o menino de “O Sexto Sentido”, Casey (Anya Taylor-Joy) é uma garota introvertida e antissocial, um comportamento que reflete seus medos e angústias, que participa do aniversário de uma colega de classe mais por obrigação do que por vontade. Após o evento, Casey, Claire (Haley Lu Richardson) e Marcia (Jessica Sula) são sequestradas por um homem visivelmente perturbado, dono de 23 personalidades diferentes. Presas num quarto, as meninas precisam lidar não apenas com o medo, mas com a surpresa de cada personalidade, desde o violento sequestrador (Dennis) até uma mulher misteriosa (Patricia), passando por um “menino” de nove anos de idade (Hedwig), porém sempre esperando por alguém ainda mais perigoso.

 

Sem nenhuma das reviravoltas habituais de Shyamalan, o longa aborda o abuso infantil com muita sensibilidade, endurecendo somente ao mostrar suas consequências a longo prazo nas vidas de suas vítimas, como justificativa para as atitudes de Kevin (James McAvoy) e Casey. Suas histórias pregressas são contadas através de flashbacks inseridos com precisão pela montagem ágil de Luke Franco Ciarrocchi, que também editou “A Visita”.

 

Bebendo da conceituada fonte de Alfred Hitchcock, M. Night Shyamalan conduz com firmeza este suspense claustrofóbico que explora a complexidade da mente humana com muita eficiência através de um homem diagnosticado com Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI). Partindo do princípio da psiquiatra interpretada por Betty Buckley (Dra. Karen Fletcher), de que “eles (pacientes) são o que acreditam ser”, o espectador é exposto à face mais bestial do ser humano, apresentada por um James McAvoy vigoroso e sublime.

 

Anya Taylor-Joy, Jessica Sula, Haley Lu Richardson e James McAvoy em cena (Foto: Divulgação).

 

Na verdade, a atuação de James McAvoy é o grande trunfo desta produção, pois o ator oferece um trabalho minucioso para cada personalidade de seu personagem, tanto na voz quanto no gestual, causando a sensação de pavor apenas com o olhar. Contudo, o ator popularmente conhecido como a versão mais jovem do Professor Xavier na franquia “X-Men” encontra em Anya Taylor-Joy uma colega à altura, pois a atriz consegue assimilar com muita naturalidade o horror ao qual sua personagem é exposta, equilibrando-o com momentos de frieza que ela julga necessários para fugir do cárcere.

 

Apesar do nítido cuidado em sua concepção, “Fragmentado” derrapa um pouquinho somente ao conceder certa previsibilidade na relação da Dra. Karen Fletcher com Kevin e suas diversas personalidades. No entanto, não é nada que prejudique o resultado final deste filme absolutamente perturbador e claustrofóbico, que deixa a plateia tensa da primeira à última cena.

 

Assista ao trailer oficial:

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