‘Howard: Sons de um Gênio’: pequena pérola no catálogo da Disney+
No final dos anos 1980 e início dos 1990, o departamento de animação de Walt Disney dava seus passos iniciais rumo ao renascimento que colocou o estúdio do Mickey, um dos mais respeitados da História do cinema, sobretudo durante a Era de Ouro (1930 – 1940), de volta ao jogo. Naquele cenário de reinvenção, três […]
POR Ana Carolina Garcia15/11/2020|4 min de leitura
No final dos anos 1980 e início dos 1990, o departamento de animação de Walt Disney dava seus passos iniciais rumo ao renascimento que colocou o estúdio do Mickey, um dos mais respeitados da História do cinema, sobretudo durante a Era de Ouro (1930 – 1940), de volta ao jogo. Naquele cenário de reinvenção, três longas-metragens, hoje com o status de clássicos, foram lançados: “A Pequena Sereia” (The Little Mermaid – 1989), “A Bela e a Fera” (Beauty and the Beast – 1991) e “Aladdin” (Idem – 1992), que beberam da fonte dos musicais apresentados nos palcos de teatros nova-iorquinos, imprimindo a marca de Howard Ashman, protagonista do documentário “Howard: Sons de um Gênio” (Howard – 2018), que é uma das pérolas do catálogo da Disney+.
Dirigido por Dan Hahn, com quem Ashman trabalhou em “A Bela e a Fera”, “Howard: Sons de um Gênio” costura imagens de arquivo e depoimentos de familiares, amigos e colegas de trabalho de Ashman com bastante cuidado para mostrar não apenas o profissional, mas o homem que, por medo do preconceito, preservou sua vida pessoal e escondeu ao máximo o diagnóstico de HIV positivo, pois, à época, a doença era chamada de câncer gay e significava uma sentença de morte. Abordando a preocupação em torno de uma possível demissão por ser um homossexual soropositivo trabalhando em filmes voltados prioritariamente para o público infantil, o documentário faz um retrato dolorido da evolução da doença no auge do sucesso, quando Ashman havia conquistado, também, a estabilidade ao lado do companheiro Bill Lauch.
Mostrando como a vida influencia a arte, “Howard: Sons de um Gênio” traça um paralelo entre as adversidades impostas a Ashman e a canção “The Mob Song”, de “A Bela e a Fera”. Na sequência embalada pela música, os moradores do vilarejo se reúnem para extirpar o mal condensado na figura da Fera, vitimada pelo julgamento precipitado de terceiros, motivado pelo medo do desconhecido e baseado somente pela aparência. Neste sentido, para Ashman, a Fera significava a homossexualidade e a Aids, que o levou em março de 1991, meses antes da estreia da animação que lhe rendeu, postumamente, sua segunda estatueta do Oscar de melhor canção (“Beauty and the Beast”) – a primeira foi por “Under the Sea”, de “A Pequena Sereia”.
Abordando o papel fundamental exercido por Howard Ashman, ao lado de Alan Menken, na retomada do departamento de animação da Disney, “Howard: Sons de um Gênio” não apenas apresenta ao grande público uma das mentes mais brilhantes da equipe então chefiada por Jeffrey Katzenberg, como também complementa outro documentário dirigido por Dan Hahn, “O Despertar da Bela Adormecida” (Waking Up Sleeping Beauty – 2009). Sem dúvida algumas, são duas produções necessárias para a melhor compreensão do modus operandi do mundo mágico de Walt Disney.
No final dos anos 1980 e início dos 1990, o departamento de animação de Walt Disney dava seus passos iniciais rumo ao renascimento que colocou o estúdio do Mickey, um dos mais respeitados da História do cinema, sobretudo durante a Era de Ouro (1930 – 1940), de volta ao jogo. Naquele cenário de reinvenção, três longas-metragens, hoje com o status de clássicos, foram lançados: “A Pequena Sereia” (The Little Mermaid – 1989), “A Bela e a Fera” (Beauty and the Beast – 1991) e “Aladdin” (Idem – 1992), que beberam da fonte dos musicais apresentados nos palcos de teatros nova-iorquinos, imprimindo a marca de Howard Ashman, protagonista do documentário “Howard: Sons de um Gênio” (Howard – 2018), que é uma das pérolas do catálogo da Disney+.
Dirigido por Dan Hahn, com quem Ashman trabalhou em “A Bela e a Fera”, “Howard: Sons de um Gênio” costura imagens de arquivo e depoimentos de familiares, amigos e colegas de trabalho de Ashman com bastante cuidado para mostrar não apenas o profissional, mas o homem que, por medo do preconceito, preservou sua vida pessoal e escondeu ao máximo o diagnóstico de HIV positivo, pois, à época, a doença era chamada de câncer gay e significava uma sentença de morte. Abordando a preocupação em torno de uma possível demissão por ser um homossexual soropositivo trabalhando em filmes voltados prioritariamente para o público infantil, o documentário faz um retrato dolorido da evolução da doença no auge do sucesso, quando Ashman havia conquistado, também, a estabilidade ao lado do companheiro Bill Lauch.
Mostrando como a vida influencia a arte, “Howard: Sons de um Gênio” traça um paralelo entre as adversidades impostas a Ashman e a canção “The Mob Song”, de “A Bela e a Fera”. Na sequência embalada pela música, os moradores do vilarejo se reúnem para extirpar o mal condensado na figura da Fera, vitimada pelo julgamento precipitado de terceiros, motivado pelo medo do desconhecido e baseado somente pela aparência. Neste sentido, para Ashman, a Fera significava a homossexualidade e a Aids, que o levou em março de 1991, meses antes da estreia da animação que lhe rendeu, postumamente, sua segunda estatueta do Oscar de melhor canção (“Beauty and the Beast”) – a primeira foi por “Under the Sea”, de “A Pequena Sereia”.
Abordando o papel fundamental exercido por Howard Ashman, ao lado de Alan Menken, na retomada do departamento de animação da Disney, “Howard: Sons de um Gênio” não apenas apresenta ao grande público uma das mentes mais brilhantes da equipe então chefiada por Jeffrey Katzenberg, como também complementa outro documentário dirigido por Dan Hahn, “O Despertar da Bela Adormecida” (Waking Up Sleeping Beauty – 2009). Sem dúvida algumas, são duas produções necessárias para a melhor compreensão do modus operandi do mundo mágico de Walt Disney.