‘Jogador No 1’: Spielberg passeia pela cultura pop

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Principal estreia desta quinta-feira, dia 29, “Jogador No 1” (Ready Player One – 2018) promete agradar diferentes gerações com uma trama interessante e visceral que em muito lembra as aventuras infanto-juvenis da década de 1980.   Sob a competente direção de Steven Spielberg, o longa ambientado em 2045 na cidade de Columbus, no estado americano […]

POR Ana Carolina Garcia27/03/2018|5 min de leitura

‘Jogador No 1’: Spielberg passeia pela cultura pop

Tye Sheridan (Wade / Parzival) se firma como um dos principais nomes de sua geração (Foto: Divulgação).

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Principal estreia desta quinta-feira, dia 29, “Jogador No 1” (Ready Player One – 2018) promete agradar diferentes gerações com uma trama interessante e visceral que em muito lembra as aventuras infanto-juvenis da década de 1980.

 

Sob a competente direção de Steven Spielberg, o longa ambientado em 2045 na cidade de Columbus, no estado americano de Ohio, mostra a população assolada por problemas sociais buscando uma alternativa à dura realidade. E a válvula de escape é o jogo Oasis, que proporciona aos jogadores uma vida paralela calcada na imaginação de cada um, interferindo no mundo real ameaçado pela Innovative Online Industries (IOI), comandada pelo ambicioso Nolan Sorrento (Ben Mendelsohn), antigo estagiário de James Halliday (Mark Rylance), o criador do jogo. Tal ameaça é proveniente do desafio imposto por Halliday aos jogadores pouco antes de morrer em 2040: conquistar as três chaves necessárias para chegar ao Easter Egg e herdar o Oasis, o que inclui uma enorme quantia de dinheiro. Mas Sorrento tem como grande oponente um jovem de 18 anos, Wade / Parzival (Tye Sheridan), que dedica sua vida a estudar a obra de Halliday.

 

Ben Mendelsohn interpreta o vilão Nolan Sorrento, que deseja encontrar o Easter Egg e dominar a empresa responsável pelo Oasis (Foto: Divulgação).

 

Adaptação cinematográfica da obra homônima de Ernest Cline, “Jogador No 1” é uma grande reverência à cultura pop e sua produção, sobretudo das décadas de 1970 e 1990. Desta forma, encontramos na tela referências a títulos como: “Os Embalos de Sábado à Noite” (Saturday Night Fever – 1977), “De Volta Para o Futuro” (Back to the Future – 1985), “Akira” (Idem – 1988), “Brinquedo Assassino” (Child’s Play – 1988), “Curtindo a Vida Adoidado” (Ferris Bueller’s Day Off – 1986), “Jurassic Park – O Parque dos Dinossauros” (Jurassic Park – 1993) e “O Iluminado” (The Shining – 1980), este último numa das melhores sequências do longa. No entanto, tais referências são embaladas por uma trilha sonora vigorosa, selecionada com esmero e inserida com perfeição pela montagem de Sarah Broshar e Michael Kahn. Assim, o espectador é conduzido aos dois mundos desbravados por Wade ao som de clássicos de Van Halen (“Jump”), Twisted Sister (“We’re Not Gonna Take It”), Depeche Mode (“World In My Eyes”), Bee Gees (“Stayin’ Alive”), entre outros.

 

Apesar de ser um belo exemplar do cinema escapista, recheado de sequências de ação de tirar o fôlego e efeitos visuais e sonoros de extrema qualidade que fazem jus ao ingresso de uma sala de exibição de alta tecnologia, como a IMAX, por exemplo, “Jogador No 1” sai da zona de conforto dos filmes do gênero e leva a plateia à reflexão com uma subtrama rica sobre a interferência da tecnologia na vida do indivíduo. Isto é explorado com precisão pelo roteiro bem estruturado, assinado por Cline e Zak Penn, por meio da alienação causada pela dependência dos jogadores no Oasis, afetando negativamente o seu cotidiano no mundo real, cada vez mais negligenciado por eles.

 

“Jogador No 1” é tecnicamente primoroso e, segundo Spielberg, um dos filmes mais difíceis de realizar, ficando atrás somente de “Tubarão” e “O Resgate do Soldado Ryan” (Foto: Divulgação).

 

Ao tecer esta crítica aberta, o filme assume uma característica das obras de Spielberg e dá espaço ao lado humano dos personagens, principalmente do protagonista e de sua amiga, Samantha / Art3mis (Olivia Cooke), ambos solitários e vítimas da IOI, em processo de amadurecimento. E isto funciona também devido ao bom desempenho de todo o elenco, completamente integrado entre si e ao universo criado por Cline, concedendo o máximo de veracidade possível à trama, ao menos à do mundo real.

 

No fim das contas, “Jogador No 1” é um filme sobre o vazio daqueles que encontram na tecnologia a rota de fuga da vida cotidiana e suas mazelas, tornando-se cada vez mais alienados pela necessidade de viver a ilusão do virtual em detrimento da realidade. É uma produção complexa sob a roupagem de blockbuster, dirigida por um cineasta que há mais de 40 anos passeia com propriedade por diversos temas em seus trabalhos, oferecendo duas obras distintas, mas igualmente interessantes num intervalo de pouco mais de dois meses: esta e “The Post: A Guerra Secreta” (The Post – 2017), indicado ao Oscar deste ano nas categorias de melhor filme e atriz coadjuvante para Meryl Streep.

 

Assista ao trailer oficial legendado:

Principal estreia desta quinta-feira, dia 29, “Jogador No 1” (Ready Player One – 2018) promete agradar diferentes gerações com uma trama interessante e visceral que em muito lembra as aventuras infanto-juvenis da década de 1980.

 

Sob a competente direção de Steven Spielberg, o longa ambientado em 2045 na cidade de Columbus, no estado americano de Ohio, mostra a população assolada por problemas sociais buscando uma alternativa à dura realidade. E a válvula de escape é o jogo Oasis, que proporciona aos jogadores uma vida paralela calcada na imaginação de cada um, interferindo no mundo real ameaçado pela Innovative Online Industries (IOI), comandada pelo ambicioso Nolan Sorrento (Ben Mendelsohn), antigo estagiário de James Halliday (Mark Rylance), o criador do jogo. Tal ameaça é proveniente do desafio imposto por Halliday aos jogadores pouco antes de morrer em 2040: conquistar as três chaves necessárias para chegar ao Easter Egg e herdar o Oasis, o que inclui uma enorme quantia de dinheiro. Mas Sorrento tem como grande oponente um jovem de 18 anos, Wade / Parzival (Tye Sheridan), que dedica sua vida a estudar a obra de Halliday.

 

Ben Mendelsohn interpreta o vilão Nolan Sorrento, que deseja encontrar o Easter Egg e dominar a empresa responsável pelo Oasis (Foto: Divulgação).

 

Adaptação cinematográfica da obra homônima de Ernest Cline, “Jogador No 1” é uma grande reverência à cultura pop e sua produção, sobretudo das décadas de 1970 e 1990. Desta forma, encontramos na tela referências a títulos como: “Os Embalos de Sábado à Noite” (Saturday Night Fever – 1977), “De Volta Para o Futuro” (Back to the Future – 1985), “Akira” (Idem – 1988), “Brinquedo Assassino” (Child’s Play – 1988), “Curtindo a Vida Adoidado” (Ferris Bueller’s Day Off – 1986), “Jurassic Park – O Parque dos Dinossauros” (Jurassic Park – 1993) e “O Iluminado” (The Shining – 1980), este último numa das melhores sequências do longa. No entanto, tais referências são embaladas por uma trilha sonora vigorosa, selecionada com esmero e inserida com perfeição pela montagem de Sarah Broshar e Michael Kahn. Assim, o espectador é conduzido aos dois mundos desbravados por Wade ao som de clássicos de Van Halen (“Jump”), Twisted Sister (“We’re Not Gonna Take It”), Depeche Mode (“World In My Eyes”), Bee Gees (“Stayin’ Alive”), entre outros.

 

Apesar de ser um belo exemplar do cinema escapista, recheado de sequências de ação de tirar o fôlego e efeitos visuais e sonoros de extrema qualidade que fazem jus ao ingresso de uma sala de exibição de alta tecnologia, como a IMAX, por exemplo, “Jogador No 1” sai da zona de conforto dos filmes do gênero e leva a plateia à reflexão com uma subtrama rica sobre a interferência da tecnologia na vida do indivíduo. Isto é explorado com precisão pelo roteiro bem estruturado, assinado por Cline e Zak Penn, por meio da alienação causada pela dependência dos jogadores no Oasis, afetando negativamente o seu cotidiano no mundo real, cada vez mais negligenciado por eles.

 

“Jogador No 1” é tecnicamente primoroso e, segundo Spielberg, um dos filmes mais difíceis de realizar, ficando atrás somente de “Tubarão” e “O Resgate do Soldado Ryan” (Foto: Divulgação).

 

Ao tecer esta crítica aberta, o filme assume uma característica das obras de Spielberg e dá espaço ao lado humano dos personagens, principalmente do protagonista e de sua amiga, Samantha / Art3mis (Olivia Cooke), ambos solitários e vítimas da IOI, em processo de amadurecimento. E isto funciona também devido ao bom desempenho de todo o elenco, completamente integrado entre si e ao universo criado por Cline, concedendo o máximo de veracidade possível à trama, ao menos à do mundo real.

 

No fim das contas, “Jogador No 1” é um filme sobre o vazio daqueles que encontram na tecnologia a rota de fuga da vida cotidiana e suas mazelas, tornando-se cada vez mais alienados pela necessidade de viver a ilusão do virtual em detrimento da realidade. É uma produção complexa sob a roupagem de blockbuster, dirigida por um cineasta que há mais de 40 anos passeia com propriedade por diversos temas em seus trabalhos, oferecendo duas obras distintas, mas igualmente interessantes num intervalo de pouco mais de dois meses: esta e “The Post: A Guerra Secreta” (The Post – 2017), indicado ao Oscar deste ano nas categorias de melhor filme e atriz coadjuvante para Meryl Streep.

 

Assista ao trailer oficial legendado:

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