Na próxima sexta-feira, dia 09, chega aos cinemas brasileiros, nas cidades em que as salas seguem abertas, o drama “Meu Pai” (The Father – 2020), um dos destaques da lista de indicados ao Oscar deste ano. Marcando a estreia do francês Florian Zeller na direção de longas-metragens, “Meu Pai” conta a história de Anthony […]
POR Ana Carolina Garcia06/04/2021|3 min de leitura
Na próxima sexta-feira, dia 09, chega aos cinemas brasileiros, nas cidades em que as salas seguem abertas, o drama “Meu Pai” (The Father – 2020), um dos destaques da lista de indicados ao Oscar deste ano.
Marcando a estreia do francês Florian Zeller na direção de longas-metragens, “Meu Pai” conta a história de Anthony (Anthony Hopkins), homem na casa dos 80 anos de idade que não tem mais condições de morar sozinho devido ao diagnóstico de demência. A dificuldade em aceitar sua nova realidade aumenta as tensões entre Anthony e sua filha, Anne (Olivia Colman), que luta contra o fantasma da própria irmã, a filha predileta.
Baseado na peça “Le Père” (2021), de Zeller, “Meu Pai” chama a atenção pela sensibilidade com a qual trata não apenas a demência, mas os efeitos colaterais sobre os familiares, algo sintetizado na conturbada relação entre pai e filha, que não sabe mais o que fazer para ajudá-lo e protegê-lo. Com isso, o longa esmiúça questões familiares dolorosas enquanto leva o espectador a lidar com as dúvidas entre realidade e ilusão, colocando-o em situação similar à de Anthony. Esta opção de Zeller tem como objetivo causar na plateia o desconforto sentido pelo protagonista, cada vez mais fragilizado pela doença, e Anne.
Com roteiro desenvolvido com esmero, o longa centraliza sua trama num apartamento, mostrando a necessidade de pertencimento e raízes para o protagonista, defendido com robustez por Anthony Hopkins. Numa das melhores atuações de sua carreira, o ator, condecorado com o título de Cavaleiro da Ordem do Império Britânico pela Rainha Elizabeth II em 1992, entrega um trabalho rico em detalhes e emoções, mostrando como a dor do luto pode ser o elemento propulsor para o surgimento de doenças graves. Assim como Hopkins, Olivia Colman também se destaca ao explorar tanto o desespero quanto a incredulidade da filha em ver o homem que sempre conheceu desaparecer aos poucos, dando lugar a uma personalidade desconhecida.
Alicerçado no jogo cênico de Hopkins e Colman, “Meu Pai” é uma produção conduzida com beleza e respeito por Florian Zeller, capaz de emocionar o espectador nos pequenos detalhes para mostrar a importância do amor num cenário de vulnerabilidade extrema que implica num exercício de paciência para todos os envolvidos.
*Indicado a seis estatuetas do Oscar: melhor filme, ator para Anthony Hopkins, atriz coadjuvante para Olivia Colman, roteiro adaptado para Florian Zeller e Christopher Hampton, edição para Yorgos Lamprinos e design de produção para Peter Francis e Cathy Featherstone.
Na próxima sexta-feira, dia 09, chega aos cinemas brasileiros, nas cidades em que as salas seguem abertas, o drama “Meu Pai” (The Father – 2020), um dos destaques da lista de indicados ao Oscar deste ano.
Marcando a estreia do francês Florian Zeller na direção de longas-metragens, “Meu Pai” conta a história de Anthony (Anthony Hopkins), homem na casa dos 80 anos de idade que não tem mais condições de morar sozinho devido ao diagnóstico de demência. A dificuldade em aceitar sua nova realidade aumenta as tensões entre Anthony e sua filha, Anne (Olivia Colman), que luta contra o fantasma da própria irmã, a filha predileta.
Baseado na peça “Le Père” (2021), de Zeller, “Meu Pai” chama a atenção pela sensibilidade com a qual trata não apenas a demência, mas os efeitos colaterais sobre os familiares, algo sintetizado na conturbada relação entre pai e filha, que não sabe mais o que fazer para ajudá-lo e protegê-lo. Com isso, o longa esmiúça questões familiares dolorosas enquanto leva o espectador a lidar com as dúvidas entre realidade e ilusão, colocando-o em situação similar à de Anthony. Esta opção de Zeller tem como objetivo causar na plateia o desconforto sentido pelo protagonista, cada vez mais fragilizado pela doença, e Anne.
Com roteiro desenvolvido com esmero, o longa centraliza sua trama num apartamento, mostrando a necessidade de pertencimento e raízes para o protagonista, defendido com robustez por Anthony Hopkins. Numa das melhores atuações de sua carreira, o ator, condecorado com o título de Cavaleiro da Ordem do Império Britânico pela Rainha Elizabeth II em 1992, entrega um trabalho rico em detalhes e emoções, mostrando como a dor do luto pode ser o elemento propulsor para o surgimento de doenças graves. Assim como Hopkins, Olivia Colman também se destaca ao explorar tanto o desespero quanto a incredulidade da filha em ver o homem que sempre conheceu desaparecer aos poucos, dando lugar a uma personalidade desconhecida.
Alicerçado no jogo cênico de Hopkins e Colman, “Meu Pai” é uma produção conduzida com beleza e respeito por Florian Zeller, capaz de emocionar o espectador nos pequenos detalhes para mostrar a importância do amor num cenário de vulnerabilidade extrema que implica num exercício de paciência para todos os envolvidos.
*Indicado a seis estatuetas do Oscar: melhor filme, ator para Anthony Hopkins, atriz coadjuvante para Olivia Colman, roteiro adaptado para Florian Zeller e Christopher Hampton, edição para Yorgos Lamprinos e design de produção para Peter Francis e Cathy Featherstone.