Mostra de Cinema de São Paulo: ‘1986’

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Em 26 de abril de 1986, o reator 4 da Usina Nuclear de Chernobyl, na cidade de Pripyat (Ucrânia), explodiu, causando uma tragédia de enormes proporções cujas consequências são sentidas ainda hoje, mais de 34 anos depois do acidente que virou tema da minissérie “Chernobyl” (Idem – 2019), produzida pela HBO e aclamada em quase […]

POR Ana Carolina Garcia27/10/2020|3 min de leitura

Mostra de Cinema de São Paulo: ‘1986’

“1986” é um dos selecionados da seção Perspectiva Internacional da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (Foto: Divulgação).

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Em 26 de abril de 1986, o reator 4 da Usina Nuclear de Chernobyl, na cidade de Pripyat (Ucrânia), explodiu, causando uma tragédia de enormes proporções cujas consequências são sentidas ainda hoje, mais de 34 anos depois do acidente que virou tema da minissérie “Chernobyl” (Idem – 2019), produzida pela HBO e aclamada em quase todo o mundo. Paralelamente, Lothar Herzog se preparava para estrear como diretor e roteirista de longas-metragens numa produção que tem a chamada zona de exclusão como cenário e, também, personagem: “1986” (Idem – 2019, Alemanha).

 

“1986” marca a estreia de Lothar Herzog em longas-metragens (Foto: Divulgação).

A trama gira em torno da jovem Elena (Anna Anisenko), que contraria a lei e coloca sua própria vida em risco ao assumir os negócios ilegais do pai, preso, na área proibida devido ao risco de exposição à radiação próxima à Minsk, capital da Bielorrússia. Aos poucos, a beleza do local a fascina, ao mesmo tempo em que o peso do passado, tanto da família quanto do próprio acidente nuclear, a domina. Em meio a isso, Elena precisa lidar com a conturbada relação com o namorado.

 

Para mostrar o poder destrutivo representado por Chernobyl, a zona proibida é mostrada com nuvens carregadas pairando no céu, fortalecendo a atmosfera sombria do local e sua influência sobre os habitantes de cidades próximas, que convivem com o medo dos efeitos da radiação. A opção de Herzog, neste sentido, é um tanto clichê, mas funciona a contento principalmente à medida que a protagonista mergulha naquela realidade, tornando-se cada vez mais introspectiva, numa construção de personagem delicada de Anisenko, estreante em longas.

 

Abordando relacionamentos abusivos, paterno e amoroso, “1986” transmite ao espectador a sensação de sufocamento de uma jovem movida pela força das circunstâncias em nome do amor e da família, colocando-se em segundo plano. Apesar das fragilidades do roteiro, o longa também funciona como crítica às atividades ilegais dentro da zona de exclusão, denunciando os riscos representados a terceiros, inclusive àqueles que não vivem nos arredores do local, uma vez que todo o material retirado de lá está contaminado.

 

*A Mostra de Cinema de São Paulo acontece até o dia 04 de novembro, reunindo 198 títulos de 71 nacionalidades, disponibilizados na plataforma Mostra Play ao custo de R$ 6. Além disso, 30 produções serão oferecidas gratuitamente nas plataformas digitais Spcine Play e Sesc Digital, assim como sessões no Belas Artes Drive-in (Memorial da América Latina) e Cinesesc Drive-in (unidade Sesc Parque Dom Pedro II). Clique aqui para conferir a programação completa dos filmes da Mostra.

Em 26 de abril de 1986, o reator 4 da Usina Nuclear de Chernobyl, na cidade de Pripyat (Ucrânia), explodiu, causando uma tragédia de enormes proporções cujas consequências são sentidas ainda hoje, mais de 34 anos depois do acidente que virou tema da minissérie “Chernobyl” (Idem – 2019), produzida pela HBO e aclamada em quase todo o mundo. Paralelamente, Lothar Herzog se preparava para estrear como diretor e roteirista de longas-metragens numa produção que tem a chamada zona de exclusão como cenário e, também, personagem: “1986” (Idem – 2019, Alemanha).

 

“1986” marca a estreia de Lothar Herzog em longas-metragens (Foto: Divulgação).

A trama gira em torno da jovem Elena (Anna Anisenko), que contraria a lei e coloca sua própria vida em risco ao assumir os negócios ilegais do pai, preso, na área proibida devido ao risco de exposição à radiação próxima à Minsk, capital da Bielorrússia. Aos poucos, a beleza do local a fascina, ao mesmo tempo em que o peso do passado, tanto da família quanto do próprio acidente nuclear, a domina. Em meio a isso, Elena precisa lidar com a conturbada relação com o namorado.

 

Para mostrar o poder destrutivo representado por Chernobyl, a zona proibida é mostrada com nuvens carregadas pairando no céu, fortalecendo a atmosfera sombria do local e sua influência sobre os habitantes de cidades próximas, que convivem com o medo dos efeitos da radiação. A opção de Herzog, neste sentido, é um tanto clichê, mas funciona a contento principalmente à medida que a protagonista mergulha naquela realidade, tornando-se cada vez mais introspectiva, numa construção de personagem delicada de Anisenko, estreante em longas.

 

Abordando relacionamentos abusivos, paterno e amoroso, “1986” transmite ao espectador a sensação de sufocamento de uma jovem movida pela força das circunstâncias em nome do amor e da família, colocando-se em segundo plano. Apesar das fragilidades do roteiro, o longa também funciona como crítica às atividades ilegais dentro da zona de exclusão, denunciando os riscos representados a terceiros, inclusive àqueles que não vivem nos arredores do local, uma vez que todo o material retirado de lá está contaminado.

 

*A Mostra de Cinema de São Paulo acontece até o dia 04 de novembro, reunindo 198 títulos de 71 nacionalidades, disponibilizados na plataforma Mostra Play ao custo de R$ 6. Além disso, 30 produções serão oferecidas gratuitamente nas plataformas digitais Spcine Play e Sesc Digital, assim como sessões no Belas Artes Drive-in (Memorial da América Latina) e Cinesesc Drive-in (unidade Sesc Parque Dom Pedro II). Clique aqui para conferir a programação completa dos filmes da Mostra.

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