‘O Destino de Uma Nação’ funciona como complemento de ‘Dunkirk
Lançado nas salas brasileiras em julho do ano passado, “Dunkirk” (Idem – 2017) mostra a Batalha de Dunquerque direto do front por meio de cenas fortes que em determinados momentos remetem à crueza da sequência inicial de “O Resgate do Soldado Ryan” (Saving Private Ryan – 1998), de Steven Spielberg. Mas o filme de Christopher […]
POR Ana Carolina Garcia10/01/2018|4 min de leitura
Lançado nas salas brasileiras em julho do ano passado, “Dunkirk” (Idem – 2017) mostra a Batalha de Dunquerque direto do front por meio de cenas fortes que em determinados momentos remetem à crueza da sequência inicial de “O Resgate do Soldado Ryan” (Saving Private Ryan – 1998), de Steven Spielberg. Mas o filme de Christopher Nolan não explora detalhes de bastidores de dias tão conturbados que quase colocaram a Inglaterra sob o domínio de Adolf Hitler após o fracasso das Tropas Aliadas na França, deixando-as encurraladas na praia que dá nome ao longa-metragem. E entre as tropas, parte considerável do Exército Britânico.
Impossibilitado de salvar os mais de 300 mil homens no litoral francês, o Reino Unido enfrentou uma das maiores crises de sua História, restando ao desacreditado e recém-empossado Primeiro Ministro, Winston Churchill, assumir os riscos do resgate cujo resultado era imprescindível para o futuro da ilha. Sem opção, Churchill ordenou a utilização de barcos civis para a retirada, chamada de Operação Dínamo, que aconteceu no final de maio de 1940. E os bastidores da arriscada operação são o foco de “O Destino de Uma Nação” (Darkest Hour – 2017), uma das estreias desta quinta-feira, dia 11.
Dirigido por Joe Wright, o longa começa com Churchill (Gary Oldman) assumindo o cargo que sempre sonhou, mas num momento de incertezas que colocou em suas mãos a decisão de negociar um acordo de paz com a Alemanha, intermediado por Benito Mussolini, ou lutar em nome da liberdade de seu povo. Em meio a isso, o Primeiro Ministro britânico tornava-se alvo de integrantes de seu próprio partido, que desejavam retirá-lo do poder poucos dias após o início de seu mandato, visto com desconfiança até pelo Rei George VI (Ben Mendelsohn).
Apesar da firme direção de Wright, “O Destino de Uma Nação” peca por utilizar a mesma estrutura melodramática de “A Teoria de Tudo” (The Theory of Everything – 2014), também roteirizado por Anthony McCarten, optando por uma abordagem convencional e um tanto romanceada. Isto fica ainda mais evidente devido à maneira com a qual a trilha sonora é inserida, buscando conceder uma atmosfera épica a determinadas sequências, sobretudo dos discursos de Churchill.
Mas enquanto o protagonista de “A Teoria de Tudo”, o vencedor do Oscar Eddie Redmayne (Stephen Hawking), oferece uma performance psicológica e emocionalmente rasa que nada mais é do que um verdadeiro jogo de imitação que aposta somente no esforço físico, “O Destino de Uma Nação” tem como principal alicerce a atuação de Gary Oldman. Popularmente conhecido como o Comissário Gordon da trilogia “Batman” de Nolan, Oldman defende o líder britânico com maestria, equilibrando obstinação e fragilidade com pitadas de humor que expõem faces distintas de uma figura controversa. É um impressionante trabalho de composição que conta com a ajuda de uma caracterização primorosa.
Mais uma produção convencional sobre a Segunda Guerra Mundial, este é um longa-metragem sobre resistência para defender o território e o futuro de seu povo a qualquer custo, evitando, assim, a expansão de um regime ditatorial e sanguinário. Porém, devido ao fato de chegar às salas meses após o filme de Nolan, “O Destino de Uma Nação” funciona mais como uma espécie de complemento de “Dunkirk”.
Lançado nas salas brasileiras em julho do ano passado, “Dunkirk” (Idem – 2017) mostra a Batalha de Dunquerque direto do front por meio de cenas fortes que em determinados momentos remetem à crueza da sequência inicial de “O Resgate do Soldado Ryan” (Saving Private Ryan – 1998), de Steven Spielberg. Mas o filme de Christopher Nolan não explora detalhes de bastidores de dias tão conturbados que quase colocaram a Inglaterra sob o domínio de Adolf Hitler após o fracasso das Tropas Aliadas na França, deixando-as encurraladas na praia que dá nome ao longa-metragem. E entre as tropas, parte considerável do Exército Britânico.
Impossibilitado de salvar os mais de 300 mil homens no litoral francês, o Reino Unido enfrentou uma das maiores crises de sua História, restando ao desacreditado e recém-empossado Primeiro Ministro, Winston Churchill, assumir os riscos do resgate cujo resultado era imprescindível para o futuro da ilha. Sem opção, Churchill ordenou a utilização de barcos civis para a retirada, chamada de Operação Dínamo, que aconteceu no final de maio de 1940. E os bastidores da arriscada operação são o foco de “O Destino de Uma Nação” (Darkest Hour – 2017), uma das estreias desta quinta-feira, dia 11.
Dirigido por Joe Wright, o longa começa com Churchill (Gary Oldman) assumindo o cargo que sempre sonhou, mas num momento de incertezas que colocou em suas mãos a decisão de negociar um acordo de paz com a Alemanha, intermediado por Benito Mussolini, ou lutar em nome da liberdade de seu povo. Em meio a isso, o Primeiro Ministro britânico tornava-se alvo de integrantes de seu próprio partido, que desejavam retirá-lo do poder poucos dias após o início de seu mandato, visto com desconfiança até pelo Rei George VI (Ben Mendelsohn).
Apesar da firme direção de Wright, “O Destino de Uma Nação” peca por utilizar a mesma estrutura melodramática de “A Teoria de Tudo” (The Theory of Everything – 2014), também roteirizado por Anthony McCarten, optando por uma abordagem convencional e um tanto romanceada. Isto fica ainda mais evidente devido à maneira com a qual a trilha sonora é inserida, buscando conceder uma atmosfera épica a determinadas sequências, sobretudo dos discursos de Churchill.
Mas enquanto o protagonista de “A Teoria de Tudo”, o vencedor do Oscar Eddie Redmayne (Stephen Hawking), oferece uma performance psicológica e emocionalmente rasa que nada mais é do que um verdadeiro jogo de imitação que aposta somente no esforço físico, “O Destino de Uma Nação” tem como principal alicerce a atuação de Gary Oldman. Popularmente conhecido como o Comissário Gordon da trilogia “Batman” de Nolan, Oldman defende o líder britânico com maestria, equilibrando obstinação e fragilidade com pitadas de humor que expõem faces distintas de uma figura controversa. É um impressionante trabalho de composição que conta com a ajuda de uma caracterização primorosa.
Mais uma produção convencional sobre a Segunda Guerra Mundial, este é um longa-metragem sobre resistência para defender o território e o futuro de seu povo a qualquer custo, evitando, assim, a expansão de um regime ditatorial e sanguinário. Porém, devido ao fato de chegar às salas meses após o filme de Nolan, “O Destino de Uma Nação” funciona mais como uma espécie de complemento de “Dunkirk”.