Lançado comercialmente no circuito italiano em 2019, o terror “O Ninho” (Il Nido – 2019, Itália) chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, dia 11, prometendo uma experiência surpreendente à plateia.
Com direção de Roberto De Feo, “O Ninho” conta a história de Samuel (Justin Korovkin), garoto paraplégico que vive isolado numa mansão no meio da floresta com sua mãe e os empregados da família. Mas a inesperada chegada de Denise (Ginevra Francesconi) muda radicalmente a vida de Samuel, que começa a questionar as atitudes da mãe e a sonhar com o mundo exterior.
Construindo sua narrativa com cuidado para acentuar o mistério que ronda o local, “O Ninho” aborda variadas questões no decorrer de quase duas horas de duração, permitindo ao espectador a montagem de um quebra-cabeça aparentemente composto por peças macabras. Contudo, a engenhosidade do roteiro de Roberto De Feo, Lucio Besana e Margherita Ferri é o principal trunfo deste longa, que conta com elenco em perfeita sintonia.
Dentre os atores, o trio formado por Korovkin, Francesconi e Francesca Cavallin (Elena) é o grande destaque. Enquanto Korovkin compõe seu personagem de maneira a expor as descobertas da adolescência, Francesconi aposta num misto de rebeldia e liberdade que contrastam com o ambiente rígido e, por que não dizer, hostil. Contudo, Cavallin ofusca aos colegas por trabalhar as nuances da mãe controladora numa espécie de universo paralelo e constantemente apavorada com a possibilidade de ver seu ninho vazio, impedindo o filho de viver normalmente. É um trabalho interessante que passeia com naturalidade pela loucura, maldade e, também, pelo instinto materno.
Eficiente ao criar a atmosfera de suspense com pitadas de terror, “O Ninho” prepara o público para a eclosão do conflito familiar, impulsionado pela presença de Denise. No entanto, o clímax não acontece da maneira esperada, mostrando que há uma justificativa por trás do cenário que beira o bestial.