Baseado na obra homônima de Romain Gary, “Promessa ao Amanhecer” (La promesse de l’aube – 2017) entra em cartaz nesta quinta-feira, dia 26, em 10 capitais brasileiras: Porto Alegre, Florianópolis, Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza.

 

Com direção de Eric Barbier, o longa conta a história de Romain Gary (Pawel Puchalski, infância / Némo Schiffman, adolescência / Pierre Niney, fase adulta), mas focando na relação de dependência estabelecida entre ele e sua mãe, Nina Kacew (Charlotte Gainsbourg). Obcecada pelo filho, Nina abdicou de sua própria vida para tornar Gary um homem bem sucedido, famoso e rico, controlando-o em absolutamente todos os sentidos.

 

“Promessa ao Amanhecer” se desenvolve lentamente para apresentar à plateia a vida do Cônsul e Embaixador da França, cineasta e escritor duas vezes vencedor do Prêmio Goncourt, o maior da literatura francesa, que se suicidou em Paris em 1980. Para isso, utiliza o recurso do flashback, alicerçado na eficiência da montagem, um dos pontos positivos deste longa que também chama a atenção pela recriação de época, inclusive em termos de figurino, fotografia e roteiro.

 

No entanto, o filme surpreende de fato pela construção de personagem de Pawel Puchalski, Némo Schiffman e Pierre Niney, que trabalham em total comunhão e entrega, crescendo a cada cena ao lado de Charlotte Gainsbourg. Popularmente conhecida como a Joe da série “Ninfomaníaca” (Nymphomaniac – 2013), a atriz assimila com perspicácia as características de sua personagem, explorando suas emoções com destreza, algo que nem a maquiagem falha, no que tange ao processo de envelhecimento de Nina, é capaz de prejudicar.

 

Fugindo da fórmula convencional de cinebiografias por mostrar a visão do retratado sobre os acontecimentos de sua vida, “Promessa ao Amanhecer” é um filme que mostra amor incondicional e neurose caminhando lado a lado para criar uma relação obsessiva e de dependência emocional entre duas pessoas que viveram quase que exclusivamente uma para a outra. É uma produção interessante, sobretudo por explorar a importância e influência da figura materna na vida do indivíduo, mas que não deve agradar a todos por causa do ritmo narrativo lento, neste caso, necessário para a melhor compreensão da vida de Romain Gary.

 

Assista ao trailer oficial legendado: