‘Queen + Adam Lambert: O Show Deve Continuar’: do ‘American Idol’ às turnês
Para boa parte dos brasileiros, pensar na primeira edição do Rock in Rio, realizada em janeiro de 1985, é pensar no show histórico do Queen, que saiu da Cidade do Rock impressionado com a devoção do público carioca que cantou, em uníssono, “Love of my Life”. O episódio, abordado em “Bohemian Rhapsody” (Idem – 2018), […]
POR Ana Carolina Garcia20/08/2020|4 min de leitura
Para boa parte dos brasileiros, pensar na primeira edição do Rock in Rio, realizada em janeiro de 1985, é pensar no show histórico do Queen, que saiu da Cidade do Rock impressionado com a devoção do público carioca que cantou, em uníssono, “Love of my Life”. O episódio, abordado em “Bohemian Rhapsody” (Idem – 2018), aparece na abertura de “Queen + Adam Lambert: O Show Deve Continuar” (The Show Must Go On: The Queen + Adam Lambert Story – 2019). Disponível no catálogo da Netflix, o documentário conta como Adam Lambert passou de finalista do “American Idol” (Idem – desde 2002) à vocalista de uma das maiores bandas de rock do planeta, honrando o legado de seu próprio ídolo.
Com direção de Christopher Bird e Simon Lupton, “Queen + Adam Lambert: O Show Deve Continuar” deixa claro ao espectador o ceticismo em torno de um “substituto” e, principalmente, do futuro do grupo que teve de lidar com a perda muito cedo e no auge do sucesso – “Não é fácil me substituir, é?”, disse Freddie Mercury em entrevista mostrada no longa. De fato, encontrar a potência vocal, o carisma, a teatralidade e o talento de Mercury era algo praticamente impossível. Tanto que Brian May e Roger Taylor optaram por não seguir com a banda nos anos que sucederam a morte do cantor em decorrência do HIV em 1991, algo que mudou com o sucesso do musical “We Will Rock You”, que invadiu os palcos londrinos no início dos anos 2000. Com sede de palco, e de Queen, May e Taylor convidaram Paul Rodgers para uma turnê. A parceria funcionou por um tempo, mas o estilo do músico não condizia com a essência da banda, que, anos mais tarde, conheceu Lambert no palco da final do “American Idol”. Primeiro participante do reality show a conseguir autorização do Led Zeppelin para tocar um de seus clássicos (“Whole Lotta Love”), o jovem cantor conquistou os veteranos e, posteriormente, assumiu o desafio de encarar os fãs do Queen, conquistando seu respeito.
“Queen + Adam Lambert: O Show Deve Continuar” chama a atenção pela montagem de Bird, que costura com eficiência imagens de diferentes fases do grupo com depoimentos de diversas pessoas, mantendo o ritmo narrativo e permitindo ao espectador se deixar levar pela emoção proporcionada por canções que sobreviveram ao teste do tempo. No entanto, o maior mérito deste documentário é reconhecer a importância de Lambert para a banda que o recebeu de braços abertos, tendo plena consciência de que o jovem, apesar de ter características semelhantes às de Mercury, não era imitador nem pretenso substituto. Apenas um homem, e fã, honrado em preservar o legado deixado pelo ídolo, respeitando a essência do grupo, mas conferindo sua própria personalidade às canções com uma potência vocal rara – “A voz é estupenda. Não há outra voz assim neste planeta”, afirma May, corroborado por Taylor: “Não conheço ninguém que supere a voz de Adam Lambert. Não mesmo”.
Contando com a participação de grandes nomes da indústria fonográfica, entre eles, Joe Elliott (Def Leppard) e Taylor Hawkins (Foo Fighters), “Queen + Adam Lambert: O Show Deve Continuar” ainda aborda a violência contra homossexuais e o significado de Freddie Mercury e Adam Lambert para esta parcela da população ainda vitimada pelo preconceito. É um documentário rico em conteúdo sobre um jovem cantor que, assumidamente, teve como maior experiência de vida a coragem de brilhar à frente de uma banda outrora considerada acabada / aposentada. “Quem preenchesse aquele vazio (de Mercury) estaria ocupando o vazio mais difícil do mundo de preencher”, afirma o jurado do “American Idol”, Simon Cowell, no início do documentário. Freddie Mercury é insubstituível, mas Adam Lambert conseguiu fazer jus à realeza do rock de forma irretocável, algo que o público carioca pôde conferir de perto no Rock in Rio 2015.
Para boa parte dos brasileiros, pensar na primeira edição do Rock in Rio, realizada em janeiro de 1985, é pensar no show histórico do Queen, que saiu da Cidade do Rock impressionado com a devoção do público carioca que cantou, em uníssono, “Love of my Life”. O episódio, abordado em “Bohemian Rhapsody” (Idem – 2018), aparece na abertura de “Queen + Adam Lambert: O Show Deve Continuar” (The Show Must Go On: The Queen + Adam Lambert Story – 2019). Disponível no catálogo da Netflix, o documentário conta como Adam Lambert passou de finalista do “American Idol” (Idem – desde 2002) à vocalista de uma das maiores bandas de rock do planeta, honrando o legado de seu próprio ídolo.
Com direção de Christopher Bird e Simon Lupton, “Queen + Adam Lambert: O Show Deve Continuar” deixa claro ao espectador o ceticismo em torno de um “substituto” e, principalmente, do futuro do grupo que teve de lidar com a perda muito cedo e no auge do sucesso – “Não é fácil me substituir, é?”, disse Freddie Mercury em entrevista mostrada no longa. De fato, encontrar a potência vocal, o carisma, a teatralidade e o talento de Mercury era algo praticamente impossível. Tanto que Brian May e Roger Taylor optaram por não seguir com a banda nos anos que sucederam a morte do cantor em decorrência do HIV em 1991, algo que mudou com o sucesso do musical “We Will Rock You”, que invadiu os palcos londrinos no início dos anos 2000. Com sede de palco, e de Queen, May e Taylor convidaram Paul Rodgers para uma turnê. A parceria funcionou por um tempo, mas o estilo do músico não condizia com a essência da banda, que, anos mais tarde, conheceu Lambert no palco da final do “American Idol”. Primeiro participante do reality show a conseguir autorização do Led Zeppelin para tocar um de seus clássicos (“Whole Lotta Love”), o jovem cantor conquistou os veteranos e, posteriormente, assumiu o desafio de encarar os fãs do Queen, conquistando seu respeito.
“Queen + Adam Lambert: O Show Deve Continuar” chama a atenção pela montagem de Bird, que costura com eficiência imagens de diferentes fases do grupo com depoimentos de diversas pessoas, mantendo o ritmo narrativo e permitindo ao espectador se deixar levar pela emoção proporcionada por canções que sobreviveram ao teste do tempo. No entanto, o maior mérito deste documentário é reconhecer a importância de Lambert para a banda que o recebeu de braços abertos, tendo plena consciência de que o jovem, apesar de ter características semelhantes às de Mercury, não era imitador nem pretenso substituto. Apenas um homem, e fã, honrado em preservar o legado deixado pelo ídolo, respeitando a essência do grupo, mas conferindo sua própria personalidade às canções com uma potência vocal rara – “A voz é estupenda. Não há outra voz assim neste planeta”, afirma May, corroborado por Taylor: “Não conheço ninguém que supere a voz de Adam Lambert. Não mesmo”.
Contando com a participação de grandes nomes da indústria fonográfica, entre eles, Joe Elliott (Def Leppard) e Taylor Hawkins (Foo Fighters), “Queen + Adam Lambert: O Show Deve Continuar” ainda aborda a violência contra homossexuais e o significado de Freddie Mercury e Adam Lambert para esta parcela da população ainda vitimada pelo preconceito. É um documentário rico em conteúdo sobre um jovem cantor que, assumidamente, teve como maior experiência de vida a coragem de brilhar à frente de uma banda outrora considerada acabada / aposentada. “Quem preenchesse aquele vazio (de Mercury) estaria ocupando o vazio mais difícil do mundo de preencher”, afirma o jurado do “American Idol”, Simon Cowell, no início do documentário. Freddie Mercury é insubstituível, mas Adam Lambert conseguiu fazer jus à realeza do rock de forma irretocável, algo que o público carioca pôde conferir de perto no Rock in Rio 2015.