‘Se a Rua Beale Falasse’: Stephan James e KiKi Layne esbanjam química em cena
Baseado no livro homônimo de James Baldwin, “Se a Rua Beale Falasse” (If Beale Street Could Talk – 2018) entra em cartaz nas salas brasileiras nesta quinta-feira, dia 07, mostrando os efeitos colaterais do preconceito racial, dentre eles, o abuso policial e a condenação de inocentes. Com direção e roteiro de Barry Jenkins, de […]
POR Ana Carolina Garcia04/02/2019|3 min de leitura
Baseado no livro homônimo de James Baldwin, “Se a Rua Beale Falasse” (If Beale Street Could Talk – 2018) entra em cartaz nas salas brasileiras nesta quinta-feira, dia 07, mostrando os efeitos colaterais do preconceito racial, dentre eles, o abuso policial e a condenação de inocentes.
Com direção e roteiro de Barry Jenkins, de “Moonlight – Sob a Luz do Luar” (Moonlight – 2016), o longa conta a história de Tish Rivers (KiKi Layne) e Fonny Hunt (Stephan James), casal apaixonado que vê sua vida virar de cabeça para baixo após o jovem ser preso sob a acusação de estupro. Inocente, Fonny precisa lidar com o abuso de poder num cenário racista que deseja condená-lo por ser negro ao invés de procurar o verdadeiro culpado. Em meio a isso, Tish descobre que está grávida.
Ambientado em Nova York, “Se a Rua Beale Falasse” faz um interessante retrato de época, não apenas pelo figurino e direção de arte caprichados, mas também pelo roteiro que mostra sem pudores a condenação de inocentes pela cor da pele. Neste contexto, poucos são os brancos apresentados com dignidade e senso humano, como o advogado em início de carreira contratado para defender Fonny. Interpretado por Finn Wittrock, o personagem é mal aproveitado, assim como os que compõem o núcleo familiar do protagonista, sobretudo a mãe fanática religiosa e o pai, cansado da esposa que renega o próprio neto por considerá-lo um bastardo, fruto de uma relação chamada por ela de “imoral”, uma vez que Tish e Fonny não são legalmente casados.
Apesar do comprometimento de todo o elenco, os destaques são Stephan James e KiKi Layne, que estreia em longas-metragens. Enquanto James aposta na serenidade para construir Fonny, mesmo nos momentos mais doloridos, Layne equilibra força e delicadeza para mostrar ao espectador as consequências do abuso de poder oriundo do preconceito racial. Um dos nomes mais badalados da atual temporada de premiações, Regina King (Sharon Rivers) tem desempenho regular, dentro de uma zona de conforto pré-estabelecida pela trama, não explodindo em cena nem para atender às exigências da narrativa.
Superior à “Moonlight – Sob a Luz do Luar”, “Se a Rua Beale Falasse” é sobre a dor causada pela injustiça capaz de mudar os rumos de jovens que só desejam uma vida digna e pacífica. É uma produção dura que conta com a montagem de Joi McMillon e Nat Sanders, que costura flashbacks com precisão cirúrgica.
* Indicado a três estatuetas do Oscar: atriz coadjuvante para Regina King; roteiro adaptado para Barry Jenkins; e trilha sonora para Nicholas Britell.
Baseado no livro homônimo de James Baldwin, “Se a Rua Beale Falasse” (If Beale Street Could Talk – 2018) entra em cartaz nas salas brasileiras nesta quinta-feira, dia 07, mostrando os efeitos colaterais do preconceito racial, dentre eles, o abuso policial e a condenação de inocentes.
Com direção e roteiro de Barry Jenkins, de “Moonlight – Sob a Luz do Luar” (Moonlight – 2016), o longa conta a história de Tish Rivers (KiKi Layne) e Fonny Hunt (Stephan James), casal apaixonado que vê sua vida virar de cabeça para baixo após o jovem ser preso sob a acusação de estupro. Inocente, Fonny precisa lidar com o abuso de poder num cenário racista que deseja condená-lo por ser negro ao invés de procurar o verdadeiro culpado. Em meio a isso, Tish descobre que está grávida.
Ambientado em Nova York, “Se a Rua Beale Falasse” faz um interessante retrato de época, não apenas pelo figurino e direção de arte caprichados, mas também pelo roteiro que mostra sem pudores a condenação de inocentes pela cor da pele. Neste contexto, poucos são os brancos apresentados com dignidade e senso humano, como o advogado em início de carreira contratado para defender Fonny. Interpretado por Finn Wittrock, o personagem é mal aproveitado, assim como os que compõem o núcleo familiar do protagonista, sobretudo a mãe fanática religiosa e o pai, cansado da esposa que renega o próprio neto por considerá-lo um bastardo, fruto de uma relação chamada por ela de “imoral”, uma vez que Tish e Fonny não são legalmente casados.
Apesar do comprometimento de todo o elenco, os destaques são Stephan James e KiKi Layne, que estreia em longas-metragens. Enquanto James aposta na serenidade para construir Fonny, mesmo nos momentos mais doloridos, Layne equilibra força e delicadeza para mostrar ao espectador as consequências do abuso de poder oriundo do preconceito racial. Um dos nomes mais badalados da atual temporada de premiações, Regina King (Sharon Rivers) tem desempenho regular, dentro de uma zona de conforto pré-estabelecida pela trama, não explodindo em cena nem para atender às exigências da narrativa.
Superior à “Moonlight – Sob a Luz do Luar”, “Se a Rua Beale Falasse” é sobre a dor causada pela injustiça capaz de mudar os rumos de jovens que só desejam uma vida digna e pacífica. É uma produção dura que conta com a montagem de Joi McMillon e Nat Sanders, que costura flashbacks com precisão cirúrgica.
* Indicado a três estatuetas do Oscar: atriz coadjuvante para Regina King; roteiro adaptado para Barry Jenkins; e trilha sonora para Nicholas Britell.