Chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, dia 26, um dos filmes mais aguardados do ano: “Thor: Ragnarok” (Idem – 2017). Dirigido por Taika Waititi, o longa se diferencia de seus antecessores, “Thor” (Idem – 2011) e “Thor: O Mundo Sombrio” (Thor: The Dark World – 2013), por deixar o tom mais sério de lado e […]
POR Ana Carolina Garcia24/10/2017|5 min de leitura
Chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, dia 26, um dos filmes mais aguardados do ano: “Thor: Ragnarok” (Idem – 2017). Dirigido por Taika Waititi, o longa se diferencia de seus antecessores, “Thor” (Idem – 2011) e “Thor: O Mundo Sombrio” (Thor: The Dark World – 2013), por deixar o tom mais sério de lado e dar espaço ao humor, bebendo diretamente da fonte de “Guardiões da Galáxia” (Guardians of the Galaxy – 2014), grande sucesso de público e crítica.
Ambientada após os eventos de “Vingadores: Era de Ultron” (Avengers: Age of Ultron – 2015), a trama começa com Thor (Chris Hemsworth) preso numa gaiola em Muspelheim, o reino de Surtur (voz de Clancy Brown), antigo inimigo que deseja destruir Asgard, evento que é chamado de Ragnarok. Preocupado com o futuro de seu reino, agora governado por Loki (Tom Hiddleston), o Deus do Trovão inicia uma jornada que o apresenta à outra poderosa ameaça: Hela (Cate Blanchett), que o obriga a tomar atitudes inesperadas com a ajuda de novos e antigos parceiros, entre eles, Bruce Banner / Hulk (Mark Ruffalo).
Referenciando por meio de elementos visuais franquias de grande apelo comercial como “Star Wars” (Idem – iniciada em 1977), com direito a uma pitadinha que nos remete imediatamente aos lobos de “A Saga Crepúsculo” (The Twilight Saga – iniciada em 2008), “Thor: Ragnarok” apresenta roteiro conciso e desenvolvido com bastante cuidado para encontrar o ponto de equilíbrio entre comédia, aventura e ação. Apresentando uma sagacidade ímpar, o longa aposta no humor escrachado e um tanto politicamente incorreto em alguns momentos, tornando-se um dos títulos mais divertidos do Universo Cinematográfico da Marvel (UCM). No entanto, o excesso de piadas pode incomodar parte dos espectadores, principalmente porque algumas funcionam mais para o público infantil – fatia importantíssima para o estúdio Disney, sobretudo em termos de parques temáticos e vendas de brinquedos.
Tendo como principal alicerce a escalação de seu elenco, “Thor: Ragnarok” permite que velhos e novos rostos do UCM brilhem em cena, mas com uma particularidade bastante interessante: o coadjuvante esmaga o protagonista. Hulk pode não ter estrelado seu almejado filme solo nessa nova (e bem sucedida) fase da Marvel, mas rouba a cena de Thor e é o grande destaque deste blockbuster. Isso se deve ao fato de Mark Ruffalo utilizar o tom exato de comicidade para apresentar ao público não apenas a já conhecida inteligência de Banner, como também a limitação intelectual de Hulk, que se esqueceu dos tempos de Vingador e se transformou num gladiador aprisionado por Grão-Mestre (Jeff Goldblum) em Sakaar. Apesar disso, é necessário ressaltar que Ruffalo e Hemsworth continuam esbanjando química em cena, mostrando uma cumplicidade que reflete a trajetória de sucesso dentro do UCM e também a amizade construída fora das telas.
Além de Mark Ruffalo, outro que se destaca em cena é Tom Hiddleston. Em “Thor: Ragnarok”, Loki é tomado por um senso de responsabilidade para com sua família e Asgard, mas sem perder o egoísmo de outrora. Há mais complexidade no personagem e também mais entrega do ator ao humor, sobretudo na sequência da arena durante a luta entre Thor e Hulk – o ponto alto desse longa-metragem.
No entanto, uma das apostas dessa produção deixa um leve sabor de decepção: Cate Blanchett, vencedora do Oscar de atriz coadjuvante por “O Aviador” (The Aviator – 2004) e de atriz por “Blue Jasmine” (Idem – 2013). Com a responsabilidade de dar vida à primeira vilã do UCM, Blanchett constrói Hela / Deusa da Morte de maneira obstinada, porém um tanto superficial e previsível. Faltou à atriz um pouco de inspiração, principalmente quando contracena com Chris Hemsworth e Tom Hiddleston, que a engolem com facilidade.
Com participações especiais hilariantes de Stan Lee e de um grande astro de Hollywood (cujo nome é melhor não revelar para evitar spoiler), o longa ainda chama a atenção por sua qualidade técnica, desde o design de produção até a maquiagem e os efeitos visuais e sonoros. É um trabalho impecável da Disney / Marvel, agregando bastante valor à obra que é embalada por uma trilha sonora tão eficiente quanto às encontradas em “Guardiões da Galáxia” e “Guardiões da Galáxia Vol. 2” (Guardians of the Galaxy Vol. 2 – 2017).
Mais do que um blockbuster divertido e bem conduzido, “Thor: Ragnarok” é um filme sobre sacrifícios e união em prol da segurança e sobrevivência de um povo diante da iminente destruição advinda da sede de violência de seu líder e, consequentemente, da guerra – algo que pode ser condensado numa única frase de Heimdall (Idris Elba): “Asgard não é um lugar, é um povo”. Tal mensagem politicamente correta, inerente às produções de Walt Disney, invade as telas num momento em que a Midgard da vida real, a Terra, vive uma fase sombria em que milhares de pessoas fogem da barbárie que assola seus países de origem, procurando refúgio em lugares nem sempre acolhedores.
Assista ao trailer oficial legendado:
Chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, dia 26, um dos filmes mais aguardados do ano: “Thor: Ragnarok” (Idem – 2017). Dirigido por Taika Waititi, o longa se diferencia de seus antecessores, “Thor” (Idem – 2011) e “Thor: O Mundo Sombrio” (Thor: The Dark World – 2013), por deixar o tom mais sério de lado e dar espaço ao humor, bebendo diretamente da fonte de “Guardiões da Galáxia” (Guardians of the Galaxy – 2014), grande sucesso de público e crítica.
Ambientada após os eventos de “Vingadores: Era de Ultron” (Avengers: Age of Ultron – 2015), a trama começa com Thor (Chris Hemsworth) preso numa gaiola em Muspelheim, o reino de Surtur (voz de Clancy Brown), antigo inimigo que deseja destruir Asgard, evento que é chamado de Ragnarok. Preocupado com o futuro de seu reino, agora governado por Loki (Tom Hiddleston), o Deus do Trovão inicia uma jornada que o apresenta à outra poderosa ameaça: Hela (Cate Blanchett), que o obriga a tomar atitudes inesperadas com a ajuda de novos e antigos parceiros, entre eles, Bruce Banner / Hulk (Mark Ruffalo).
Referenciando por meio de elementos visuais franquias de grande apelo comercial como “Star Wars” (Idem – iniciada em 1977), com direito a uma pitadinha que nos remete imediatamente aos lobos de “A Saga Crepúsculo” (The Twilight Saga – iniciada em 2008), “Thor: Ragnarok” apresenta roteiro conciso e desenvolvido com bastante cuidado para encontrar o ponto de equilíbrio entre comédia, aventura e ação. Apresentando uma sagacidade ímpar, o longa aposta no humor escrachado e um tanto politicamente incorreto em alguns momentos, tornando-se um dos títulos mais divertidos do Universo Cinematográfico da Marvel (UCM). No entanto, o excesso de piadas pode incomodar parte dos espectadores, principalmente porque algumas funcionam mais para o público infantil – fatia importantíssima para o estúdio Disney, sobretudo em termos de parques temáticos e vendas de brinquedos.
Tendo como principal alicerce a escalação de seu elenco, “Thor: Ragnarok” permite que velhos e novos rostos do UCM brilhem em cena, mas com uma particularidade bastante interessante: o coadjuvante esmaga o protagonista. Hulk pode não ter estrelado seu almejado filme solo nessa nova (e bem sucedida) fase da Marvel, mas rouba a cena de Thor e é o grande destaque deste blockbuster. Isso se deve ao fato de Mark Ruffalo utilizar o tom exato de comicidade para apresentar ao público não apenas a já conhecida inteligência de Banner, como também a limitação intelectual de Hulk, que se esqueceu dos tempos de Vingador e se transformou num gladiador aprisionado por Grão-Mestre (Jeff Goldblum) em Sakaar. Apesar disso, é necessário ressaltar que Ruffalo e Hemsworth continuam esbanjando química em cena, mostrando uma cumplicidade que reflete a trajetória de sucesso dentro do UCM e também a amizade construída fora das telas.
Além de Mark Ruffalo, outro que se destaca em cena é Tom Hiddleston. Em “Thor: Ragnarok”, Loki é tomado por um senso de responsabilidade para com sua família e Asgard, mas sem perder o egoísmo de outrora. Há mais complexidade no personagem e também mais entrega do ator ao humor, sobretudo na sequência da arena durante a luta entre Thor e Hulk – o ponto alto desse longa-metragem.
No entanto, uma das apostas dessa produção deixa um leve sabor de decepção: Cate Blanchett, vencedora do Oscar de atriz coadjuvante por “O Aviador” (The Aviator – 2004) e de atriz por “Blue Jasmine” (Idem – 2013). Com a responsabilidade de dar vida à primeira vilã do UCM, Blanchett constrói Hela / Deusa da Morte de maneira obstinada, porém um tanto superficial e previsível. Faltou à atriz um pouco de inspiração, principalmente quando contracena com Chris Hemsworth e Tom Hiddleston, que a engolem com facilidade.
Com participações especiais hilariantes de Stan Lee e de um grande astro de Hollywood (cujo nome é melhor não revelar para evitar spoiler), o longa ainda chama a atenção por sua qualidade técnica, desde o design de produção até a maquiagem e os efeitos visuais e sonoros. É um trabalho impecável da Disney / Marvel, agregando bastante valor à obra que é embalada por uma trilha sonora tão eficiente quanto às encontradas em “Guardiões da Galáxia” e “Guardiões da Galáxia Vol. 2” (Guardians of the Galaxy Vol. 2 – 2017).
Mais do que um blockbuster divertido e bem conduzido, “Thor: Ragnarok” é um filme sobre sacrifícios e união em prol da segurança e sobrevivência de um povo diante da iminente destruição advinda da sede de violência de seu líder e, consequentemente, da guerra – algo que pode ser condensado numa única frase de Heimdall (Idris Elba): “Asgard não é um lugar, é um povo”. Tal mensagem politicamente correta, inerente às produções de Walt Disney, invade as telas num momento em que a Midgard da vida real, a Terra, vive uma fase sombria em que milhares de pessoas fogem da barbárie que assola seus países de origem, procurando refúgio em lugares nem sempre acolhedores.