‘Vidro’ promete dividir opiniões

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Último capítulo da trilogia iniciada com “Corpo Fechado” (Unbreakable – 2000), “Vidro” (Glass – 2019) entra em cartaz nesta quinta-feira, dia 17, com a promessa de dividir opiniões.   Com direção e roteiro de M. Night Shyamalan, o filme é ambientado logo após os eventos de “Fragmentado” (Split – 2017) e mostra David Dunn (Bruce […]

POR Ana Carolina Garcia16/01/2019|4 min de leitura

‘Vidro’ promete dividir opiniões

Dirigido e roteirizado por M. Night Shyamalan, “Vidro” entra em cartaz nesta quinta-feira, dia 17 (Foto: Divulgação).

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Último capítulo da trilogia iniciada com “Corpo Fechado” (Unbreakable – 2000), “Vidro” (Glass – 2019) entra em cartaz nesta quinta-feira, dia 17, com a promessa de dividir opiniões.

 

Com direção e roteiro de M. Night Shyamalan, o filme é ambientado logo após os eventos de “Fragmentado” (Split – 2017) e mostra David Dunn (Bruce Willis) à procura de Kevin Wendell Crumb (James McAvoy), que sofre de Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) e está foragido da polícia. Em seu primeiro embate, a dupla é levada para o hospital psiquiátrico Raven Hill Memorial, onde o Sr. Vidro / Elijah (Samuel L. Jackson) está internado. A partir daí, a trama se desenvolve em cima das inúmeras personalidades de Kevin e da inteligência do Sr. Vidro, que quer mostrar os “poderes” do trio ao mundo, cada vez mais dominado por fake news disseminadas pela internet.

 

Ao contrário do que se possa imaginar num primeiro momento, “esta não é uma história sobre confronto final. Esta é uma história de origem”, como diz o Sr. Vidro. Desta forma, elementos dos dois longas anteriores são utilizados em “Vidro”, inclusive cenas que não foram aproveitadas nas edições finais de seus antecessores. Todos estes elementos são costurados com esmero pela montagem de Luke Ciarrocchi e Blu Murray, mostrando que o acidente de trem causado por Elijah, cujo único sobrevivente foi David, deu início a todo o terror imposto por Kevin, sobretudo sob a identidade da Fera.

 

Casey (Anya Taylor-Joy) se torna o porto seguro de Kevin, interpretado por um vigoroso James McAvoy (Foto: Divulgação).

 

Há genialidade na condução de Shyamalan, que evoca o cinema clássico assumindo ares hitchcockianos. No entanto, a direção primorosa é traída pela fragilidade do roteiro, que não dá ao personagem de Willis o mesmo peso concedido aos de Jackson e McAvoy. O roteiro não desenvolve os laços afetivos do trio com as pessoas que são suas referências de porto seguro, negligenciando os variados sentimentos que atormentam Casey (Anya Taylor-Joy), poupada pela Fera em “Fragmentado” por ser considerada pura e ter passado por grande sofrimento; a mãe de Vidro, interpretada por Charlayne Woodard, dividida entre o amor e a dor de ter um filho como o vilão; e Joseph (Spencer Treat Clark), filho de David que assume o papel de Alfred enquanto o pai atua como uma espécie de Batman, salvando indivíduos indefesos com certa discrição.

 

Além disso, o roteiro também peca por ser previsível, graças à repetição incessante de cenas que exploram as diferentes personalidades de Kevin de forma quase gratuita, principalmente a Fera e seus trejeitos de “Hulk do mal”, funcionando como muleta e tirando o clímax do terceiro ato, calcado na “apresentação” de Vidro, David e Kevin ao mundo. É uma sequência que não deve nada aos filmes de super-heróis no que tange à sua essência, mas fica devendo em termos de energia e ação.

 

Derrapando na maquiagem grosseira de Woodard, apenas cinco anos mais nova que Jackson, “Vidro” é um filme de super-heróis com protagonistas atormentados e em busca de aceitação para que possam viver em paz – se possível for. No fim das contas, M. Night Shyamalan entrega um produto tecnicamente refinado que seria uma obra-prima se apostasse numa trama densa e capaz de trabalhar com propriedade toda a complexidade de seus personagens.

 

Assista ao trailer oficial legendado:

Último capítulo da trilogia iniciada com “Corpo Fechado” (Unbreakable – 2000), “Vidro” (Glass – 2019) entra em cartaz nesta quinta-feira, dia 17, com a promessa de dividir opiniões.

 

Com direção e roteiro de M. Night Shyamalan, o filme é ambientado logo após os eventos de “Fragmentado” (Split – 2017) e mostra David Dunn (Bruce Willis) à procura de Kevin Wendell Crumb (James McAvoy), que sofre de Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) e está foragido da polícia. Em seu primeiro embate, a dupla é levada para o hospital psiquiátrico Raven Hill Memorial, onde o Sr. Vidro / Elijah (Samuel L. Jackson) está internado. A partir daí, a trama se desenvolve em cima das inúmeras personalidades de Kevin e da inteligência do Sr. Vidro, que quer mostrar os “poderes” do trio ao mundo, cada vez mais dominado por fake news disseminadas pela internet.

 

Ao contrário do que se possa imaginar num primeiro momento, “esta não é uma história sobre confronto final. Esta é uma história de origem”, como diz o Sr. Vidro. Desta forma, elementos dos dois longas anteriores são utilizados em “Vidro”, inclusive cenas que não foram aproveitadas nas edições finais de seus antecessores. Todos estes elementos são costurados com esmero pela montagem de Luke Ciarrocchi e Blu Murray, mostrando que o acidente de trem causado por Elijah, cujo único sobrevivente foi David, deu início a todo o terror imposto por Kevin, sobretudo sob a identidade da Fera.

 

Casey (Anya Taylor-Joy) se torna o porto seguro de Kevin, interpretado por um vigoroso James McAvoy (Foto: Divulgação).

 

Há genialidade na condução de Shyamalan, que evoca o cinema clássico assumindo ares hitchcockianos. No entanto, a direção primorosa é traída pela fragilidade do roteiro, que não dá ao personagem de Willis o mesmo peso concedido aos de Jackson e McAvoy. O roteiro não desenvolve os laços afetivos do trio com as pessoas que são suas referências de porto seguro, negligenciando os variados sentimentos que atormentam Casey (Anya Taylor-Joy), poupada pela Fera em “Fragmentado” por ser considerada pura e ter passado por grande sofrimento; a mãe de Vidro, interpretada por Charlayne Woodard, dividida entre o amor e a dor de ter um filho como o vilão; e Joseph (Spencer Treat Clark), filho de David que assume o papel de Alfred enquanto o pai atua como uma espécie de Batman, salvando indivíduos indefesos com certa discrição.

 

Além disso, o roteiro também peca por ser previsível, graças à repetição incessante de cenas que exploram as diferentes personalidades de Kevin de forma quase gratuita, principalmente a Fera e seus trejeitos de “Hulk do mal”, funcionando como muleta e tirando o clímax do terceiro ato, calcado na “apresentação” de Vidro, David e Kevin ao mundo. É uma sequência que não deve nada aos filmes de super-heróis no que tange à sua essência, mas fica devendo em termos de energia e ação.

 

Derrapando na maquiagem grosseira de Woodard, apenas cinco anos mais nova que Jackson, “Vidro” é um filme de super-heróis com protagonistas atormentados e em busca de aceitação para que possam viver em paz – se possível for. No fim das contas, M. Night Shyamalan entrega um produto tecnicamente refinado que seria uma obra-prima se apostasse numa trama densa e capaz de trabalhar com propriedade toda a complexidade de seus personagens.

 

Assista ao trailer oficial legendado:

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