‘A Vigilante do Amanhã – Ghost in the Shell’: ficção-científica dá lugar ao thriller
Há tempos, a indústria hollywoodiana tem apostado na produção de remakes, não apenas de obras americanas. Nesta quinta-feira, dia 30, chega às telas brasileiras a refilmagem em live-action da animação “Ghost in the Shell” (Kôkaku Kidôtai – 1995), por sua vez, baseada no mangá homônimo de Kôkaku Kidôtai: “A Vigilante do Amanhã – Ghost in […]
POR Ana Carolina Garcia30/03/2017|3 min de leitura
Há tempos, a indústria hollywoodiana tem apostado na produção de remakes, não apenas de obras americanas. Nesta quinta-feira, dia 30, chega às telas brasileiras a refilmagem em live-action da animação “Ghost in the Shell” (Kôkaku Kidôtai – 1995), por sua vez, baseada no mangá homônimo de Kôkaku Kidôtai: “A Vigilante do Amanhã – Ghost in the Shell” (Ghost in the Shell – 2017).
Com direção de Rupert Sanders, o longa estreia sob a polêmica do “whitewashing”, termo utilizado para denominar a opção hollywoodiana de escalar atores caucasianos para personagens que originalmente são de outras etnias. Aqui, a Major japonesa é interpretada por Scarlett Johansonn, um dos nomes mais respeitados e lucrativos da atualidade.
Ambientado em 2029, o filme conta a história da Major Mira Killian (Johansonn), uma oficial com poucas lembranças de sua vida pregressa e que é considerada o maior produto da Hanka Robotics, que implantou seu cérebro num corpo cibernético após um acidente. Trabalhando na chamada Seção 9, Batou (Pilou Asbaek), seguindo ordens diretas de Aramaki (Takeshi Kitano), a Major precisa enfrentar um vilão misterioso enquanto começa a desconfiar das verdadeiras intenções da empresa.
“A Vigilante do Amanhã – Ghost in the Shell” não oferece nenhum grande desafio à sua protagonista, fazendo com que Johansonn atue no modo automático, algo infinitamente distante de sua inegável competência. Desta forma, a atriz é ofuscada por um coadjuvante de peso, Takeshi Kitano, o melhor em cena.
Assinado por Jamie Moss e William Wheeler, o roteiro peca por se manter na superfície e focar na ação em detrimento do desenvolvimento de sua trama, pois não há aqui nenhuma discussão filosófica aprofundada sobre homem e máquina, nem mesmo quando sua protagonista diz “nada do que tenho é real”. Com isso, a ficção-científica dá lugar ao thriller policial que explora o universo cyberpunk apostando em cenas de ação coreografadas com esmero e de tirar o fôlego do espectador. Neste ponto, é necessário ressaltar que muitas delas se aproveitam dos efeitos visuais espetaculares que tornam este longa um dos mais belos neste quesito.
Funcionando como entretenimento descompromissado, “A Vigilante do Amanhã – Ghost in the Shell” é um blockbuster de embalagem grandiosa e belíssima, mas com pouco conteúdo, como tantos outros que são lançados anualmente pela indústria hollywoodiana.
Assista ao trailer oficial:
Há tempos, a indústria hollywoodiana tem apostado na produção de remakes, não apenas de obras americanas. Nesta quinta-feira, dia 30, chega às telas brasileiras a refilmagem em live-action da animação “Ghost in the Shell” (Kôkaku Kidôtai – 1995), por sua vez, baseada no mangá homônimo de Kôkaku Kidôtai: “A Vigilante do Amanhã – Ghost in the Shell” (Ghost in the Shell – 2017).
Com direção de Rupert Sanders, o longa estreia sob a polêmica do “whitewashing”, termo utilizado para denominar a opção hollywoodiana de escalar atores caucasianos para personagens que originalmente são de outras etnias. Aqui, a Major japonesa é interpretada por Scarlett Johansonn, um dos nomes mais respeitados e lucrativos da atualidade.
Ambientado em 2029, o filme conta a história da Major Mira Killian (Johansonn), uma oficial com poucas lembranças de sua vida pregressa e que é considerada o maior produto da Hanka Robotics, que implantou seu cérebro num corpo cibernético após um acidente. Trabalhando na chamada Seção 9, Batou (Pilou Asbaek), seguindo ordens diretas de Aramaki (Takeshi Kitano), a Major precisa enfrentar um vilão misterioso enquanto começa a desconfiar das verdadeiras intenções da empresa.
“A Vigilante do Amanhã – Ghost in the Shell” não oferece nenhum grande desafio à sua protagonista, fazendo com que Johansonn atue no modo automático, algo infinitamente distante de sua inegável competência. Desta forma, a atriz é ofuscada por um coadjuvante de peso, Takeshi Kitano, o melhor em cena.
Assinado por Jamie Moss e William Wheeler, o roteiro peca por se manter na superfície e focar na ação em detrimento do desenvolvimento de sua trama, pois não há aqui nenhuma discussão filosófica aprofundada sobre homem e máquina, nem mesmo quando sua protagonista diz “nada do que tenho é real”. Com isso, a ficção-científica dá lugar ao thriller policial que explora o universo cyberpunk apostando em cenas de ação coreografadas com esmero e de tirar o fôlego do espectador. Neste ponto, é necessário ressaltar que muitas delas se aproveitam dos efeitos visuais espetaculares que tornam este longa um dos mais belos neste quesito.
Funcionando como entretenimento descompromissado, “A Vigilante do Amanhã – Ghost in the Shell” é um blockbuster de embalagem grandiosa e belíssima, mas com pouco conteúdo, como tantos outros que são lançados anualmente pela indústria hollywoodiana.