‘Viúva Negra’ e a recuperação do circuito exibidor
Fortemente impactado pela Covid-19, o cinema começa a dar os passos iniciais rumo à sua recuperação graças à reabertura de parte das salas de exibição em países que, até bem pouco tempo, estavam fechadas em sua totalidade desde o início da pandemia, entre eles, os Estados Unidos – cerca de 19% dos cinemas americanos continuam […]
POR Ana Carolina Garcia13/07/2021|6 min de leitura
Fortemente impactado pela Covid-19, o cinema começa a dar os passos iniciais rumo à sua recuperação graças à reabertura de parte das salas de exibição em países que, até bem pouco tempo, estavam fechadas em sua totalidade desde o início da pandemia, entre eles, os Estados Unidos – cerca de 19% dos cinemas americanos continuam fechados, segundo a Comscore. Mesmo quando o medo e a incerteza acerca do futuro do modelo tradicional se abateram sobre a indústria e consumiram o circuito exibidor como jamais visto, impulsionados pelo crescimento dos serviços de streaming, considerados única opção segura de entretenimento em meio ao horror, os blockbusters significavam a esperança na qual todos se agarravam para a retomada das atividades e a volta gradual dos espectadores.
Com lançamento agendado para o próximo dia 25 no Brasil, “Um Lugar Silencioso: Parte II” (A Quiet Place Part II – 2021), primeiro título de peso a ser adiado no ano passado em decorrência do novo coronavírus, deu o pontapé inicial para o renascimento do circuito exibidor quando estreou no mercado americano em 28 de maio, chegando aos poucos a outros territórios. Nos Estados Unidos, o filme abriu com US$ 47,5 milhões, de acordo com o Box Office Mojo, totalizando, até o momento, US$ 279,1 milhões em bilheterias dos países nos quais já está em cartaz, número que aumentará nas próximas semanas apesar da cautela imposta pela variante Delta, originada na Índia, que se tornou dominante, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Dirigido por John Krasinski, “Um Lugar Silencioso: Parte II” ainda ocupa a primeira posição do ranking das maiores bilheterias dos Estados Unidos em 2021, mas sentiu a potência dos carros tunados de “Velozes & Furiosos 9” (F9: The Fast Saga – 2021) nas últimas semanas, pois o filme estrelado por Vin Diesel também é uma das apostas deste ano conturbado. Com direção de Justin Lin, o novo capítulo da franquia abriu com números acima do esperado pela Universal Pictures, US$ 70 milhões, no mercado americano, tornando-se um marco da retomada e assumindo a dianteira de uma corrida que logo seria dominada por uma mulher: Scarlett Johansson.
Com arrecadação global de US$ 542,7 milhões, até a presente data, “Velozes & Furiosos 9” encara o poder do Universo Cinematográfico da Marvel (MCC), que estreia sua Fase 4 na tela grande com o filme solo de uma das suas principais personagens, Natasha Romanoff / Viúva Negra (Johansson). Primeira produção hollywoodiana dirigida pela cineasta australiana Cate Shortland, “Viúva Negra” (Black Widow – 2021) abriu com US$ 80,3 milhões nos Estados Unidos, ocupando a posição de maior estreia durante a pandemia. Mundialmente, o filme, que ainda não chegou ao mercado chinês, já soma US$ 158,3 milhões, não contabilizando os US$ 60 milhões faturados com o Premier Access da Disney+ em todo o mundo – a Disney chocou a indústria ao divulgar o valor recebido pelo streaming, algo que muitas plataformas digitais não gostam ou se recusam a fazer, aumentando o burburinho acerca da transparência, algo que ganha força em toda temporada de premiação por causa do Oscar.
Não há dúvida de que o resultado das bilheterias seria maior no cenário sem pandemia porque parte do público ainda não se sente segura em retornar às salas de exibição, locais fechados e, portanto, propícios para a disseminação do novo coronavírus. Contudo, “Viúva Negra” chama a atenção por clarear um cenário até então nebuloso, calcado no embate entre a manutenção do modelo tradicional de cinema, ou seja, as salas de exibição, e as plataformas de streaming. Isto se deve à comparação dos números obtidos pelas vendas de ingressos e do Premier Access, considerando, ainda, que a Disney+ tem cerca de 103 milhões de assinantes mundo afora, que têm acesso ao filme com um clique e sentados em seus sofás, sem que se exponham ao vírus. Ou seja, apesar do caos pandêmico, a experiência cinematográfica proporcionada pela sala de exibição, neste caso, prevaleceu, pois uma parcela pequena do público aderiu ao Premier Access. E isto certamente se repetirá à medida que títulos aguardados cheguem ao circuito exibidor, mesmo que tenham lançamentos híbridos, quebrando a janela de exibição, algo que sempre preocupou os exibidores, sobretudo num momento de crise econômica oriunda da sanitária.
Muito afetado pelo efeito dominó que se abateu sobre Hollywood devido à pandemia, “Viúva Negra” chega como peça fundamental para a recuperação do circuito exibidor em todo o mundo, inclusive em países que não estão vacinando em ritmo acelerado, como o Brasil, onde se tornou responsável por 53% dos ingressos vendidos somente no site da Ingresso.com em seu final de semana de estreia. Marcando ou não a despedida de Scarlett Johansson da personagem mais popular de sua carreira, fato é que “Viúva Negra” é exemplo não apenas de empoderamento, superação e paixão pela Marvel, mas também de como atrair as massas de volta aos cinemas por meio de uma campanha poderosa para que o filme pudesse ser assistido da maneira idealizada por seus realizadores: na tela grande da sala de exibição, mesmo que, neste momento, protocolos de segurança sejam necessários em prol da saúde e bem-estar dos espectadores. É o show voltando gradativamente aos eixos que lhe permitirão continuar firme e forte como antes.
Fortemente impactado pela Covid-19, o cinema começa a dar os passos iniciais rumo à sua recuperação graças à reabertura de parte das salas de exibição em países que, até bem pouco tempo, estavam fechadas em sua totalidade desde o início da pandemia, entre eles, os Estados Unidos – cerca de 19% dos cinemas americanos continuam fechados, segundo a Comscore. Mesmo quando o medo e a incerteza acerca do futuro do modelo tradicional se abateram sobre a indústria e consumiram o circuito exibidor como jamais visto, impulsionados pelo crescimento dos serviços de streaming, considerados única opção segura de entretenimento em meio ao horror, os blockbusters significavam a esperança na qual todos se agarravam para a retomada das atividades e a volta gradual dos espectadores.
Com lançamento agendado para o próximo dia 25 no Brasil, “Um Lugar Silencioso: Parte II” (A Quiet Place Part II – 2021), primeiro título de peso a ser adiado no ano passado em decorrência do novo coronavírus, deu o pontapé inicial para o renascimento do circuito exibidor quando estreou no mercado americano em 28 de maio, chegando aos poucos a outros territórios. Nos Estados Unidos, o filme abriu com US$ 47,5 milhões, de acordo com o Box Office Mojo, totalizando, até o momento, US$ 279,1 milhões em bilheterias dos países nos quais já está em cartaz, número que aumentará nas próximas semanas apesar da cautela imposta pela variante Delta, originada na Índia, que se tornou dominante, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Dirigido por John Krasinski, “Um Lugar Silencioso: Parte II” ainda ocupa a primeira posição do ranking das maiores bilheterias dos Estados Unidos em 2021, mas sentiu a potência dos carros tunados de “Velozes & Furiosos 9” (F9: The Fast Saga – 2021) nas últimas semanas, pois o filme estrelado por Vin Diesel também é uma das apostas deste ano conturbado. Com direção de Justin Lin, o novo capítulo da franquia abriu com números acima do esperado pela Universal Pictures, US$ 70 milhões, no mercado americano, tornando-se um marco da retomada e assumindo a dianteira de uma corrida que logo seria dominada por uma mulher: Scarlett Johansson.
Com arrecadação global de US$ 542,7 milhões, até a presente data, “Velozes & Furiosos 9” encara o poder do Universo Cinematográfico da Marvel (MCC), que estreia sua Fase 4 na tela grande com o filme solo de uma das suas principais personagens, Natasha Romanoff / Viúva Negra (Johansson). Primeira produção hollywoodiana dirigida pela cineasta australiana Cate Shortland, “Viúva Negra” (Black Widow – 2021) abriu com US$ 80,3 milhões nos Estados Unidos, ocupando a posição de maior estreia durante a pandemia. Mundialmente, o filme, que ainda não chegou ao mercado chinês, já soma US$ 158,3 milhões, não contabilizando os US$ 60 milhões faturados com o Premier Access da Disney+ em todo o mundo – a Disney chocou a indústria ao divulgar o valor recebido pelo streaming, algo que muitas plataformas digitais não gostam ou se recusam a fazer, aumentando o burburinho acerca da transparência, algo que ganha força em toda temporada de premiação por causa do Oscar.
Não há dúvida de que o resultado das bilheterias seria maior no cenário sem pandemia porque parte do público ainda não se sente segura em retornar às salas de exibição, locais fechados e, portanto, propícios para a disseminação do novo coronavírus. Contudo, “Viúva Negra” chama a atenção por clarear um cenário até então nebuloso, calcado no embate entre a manutenção do modelo tradicional de cinema, ou seja, as salas de exibição, e as plataformas de streaming. Isto se deve à comparação dos números obtidos pelas vendas de ingressos e do Premier Access, considerando, ainda, que a Disney+ tem cerca de 103 milhões de assinantes mundo afora, que têm acesso ao filme com um clique e sentados em seus sofás, sem que se exponham ao vírus. Ou seja, apesar do caos pandêmico, a experiência cinematográfica proporcionada pela sala de exibição, neste caso, prevaleceu, pois uma parcela pequena do público aderiu ao Premier Access. E isto certamente se repetirá à medida que títulos aguardados cheguem ao circuito exibidor, mesmo que tenham lançamentos híbridos, quebrando a janela de exibição, algo que sempre preocupou os exibidores, sobretudo num momento de crise econômica oriunda da sanitária.
Muito afetado pelo efeito dominó que se abateu sobre Hollywood devido à pandemia, “Viúva Negra” chega como peça fundamental para a recuperação do circuito exibidor em todo o mundo, inclusive em países que não estão vacinando em ritmo acelerado, como o Brasil, onde se tornou responsável por 53% dos ingressos vendidos somente no site da Ingresso.com em seu final de semana de estreia. Marcando ou não a despedida de Scarlett Johansson da personagem mais popular de sua carreira, fato é que “Viúva Negra” é exemplo não apenas de empoderamento, superação e paixão pela Marvel, mas também de como atrair as massas de volta aos cinemas por meio de uma campanha poderosa para que o filme pudesse ser assistido da maneira idealizada por seus realizadores: na tela grande da sala de exibição, mesmo que, neste momento, protocolos de segurança sejam necessários em prol da saúde e bem-estar dos espectadores. É o show voltando gradativamente aos eixos que lhe permitirão continuar firme e forte como antes.