Monarco…o mestre se foi!

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De repente, um silêncio na laboriosa Madureira de todos os toques De todas as caixas De todos os surdos De todos os tamborins De repente, um silêncio Um menino desce o morro, Vestido de azul e branco Corre pela rua e anuncia: “O mestre Monarco se foi…” Mentira! Era mentira! Não foi… Foi… Não foi! […]

POR Hélio Rainho12/12/2021|3 min de leitura

Monarco…o mestre se foi!
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De repente, um silêncio na laboriosa Madureira de todos os toques
De todas as caixas
De todos os surdos
De todos os tamborins

De repente, um silêncio

Um menino desce o morro,
Vestido de azul e branco
Corre pela rua e anuncia:

“O mestre Monarco se foi…”

Mentira! Era mentira!
Não foi…
Foi…
Não foi!

O poeta maior, o guardião dos segredos,
O cavalheiro alado de uma Majestade com asas se foi!

“Procuraste um novo ninho / Em desalinho ficou meu coração” [1]

Choram todos no Ninho de Oswaldo Cruz!
Os Filhos da Águia
Os Guerreiros da Águia
Os bambas da Águia
Os poetas, os baluartes, os passistas, as baianas, os harmonias, os ritmistas, os interpretes, as pastoras, os mestres-sala, as porta-bandeiras, as crianças…

“O pobre beija-flor / Que não vejo voar sobre o meu jardim não tem a quem beijar / Que tristeza sem fim, laraiá” [2]

Emprestaram-lhe ao nome a grandeza do oficio:
Monarco era um monarca, um rei do que defendia e melhor representava!
O sábio baobá que trazia consigo histórias,
lendas e mitos resguardados como memórias
O historiador intuitivo e inspirado
Que viveu as glórias, triunfos e amarguras do samba

Não havia, entre Oswaldo Cruz e Madureira,
Mente mais privilegiada e sacramentada para reter os segredos e desvelos do universo do samba
Monarco detinha tudo, reteve tudo
Monarco era livro aberto e vivo das relíquias do samba

“Teus livros têm tantas páginas belas / Se for falar da Portela, hoje não vou terminar” [3]

Viveu e vivenciou os legados
Morreu e se eterniza, agora, como um deles
Foi guardião de riquezas
E é, agora, tesouro guardado no baú alado da Maior das Campeãs!

“O bom artista / Juro por Deus não é tolo” [4]

Viveu e morreu em azul e branco
Viveu e morreu pra cantar, encantar e exaltar a Portela

Clara Paulo Natal Dodô Candeia Nogueira Agepê Amorim Claudionor Ketti Alvaiade Esther Picolino Manacéia Armando Chico Rufino Ventura Alvaiade Marçal Lonato Mijinha 59 Caetano Argemiro…

E, hoje…Monarco!

O céu da Portela se abre, exala azuis…te recebe!
Uma constelação do samba na roda que te acolhe!

Um menino desce o morro,
Vestido de azul e branco
Corre pela rua e anuncia:

“O mestre Monarco se foi…”

Os bambas se reúnem
A quadra se ilumina
A roda se forma
Os cantos se erguem e bailam no ar

“Vai ter pagode até o dia amanhecer /. E os versos de improviso / Serão em homenagem a você” [5}

Gurufim do baobá!

O mestre se foi
Bendito o dia em que ele nos veio!

[1] Versos de “Coração em Desalinnho”
[2] Versos de “Rancho da Primavera”
[3] Versos de “Passado de Glórias”
[4] Versos de “Proposta Amorosa”
[5] Versos de “O Quitandeiro”

De repente, um silêncio na laboriosa Madureira de todos os toques
De todas as caixas
De todos os surdos
De todos os tamborins

De repente, um silêncio

Um menino desce o morro,
Vestido de azul e branco
Corre pela rua e anuncia:

“O mestre Monarco se foi…”

Mentira! Era mentira!
Não foi…
Foi…
Não foi!

O poeta maior, o guardião dos segredos,
O cavalheiro alado de uma Majestade com asas se foi!

“Procuraste um novo ninho / Em desalinho ficou meu coração” [1]

Choram todos no Ninho de Oswaldo Cruz!
Os Filhos da Águia
Os Guerreiros da Águia
Os bambas da Águia
Os poetas, os baluartes, os passistas, as baianas, os harmonias, os ritmistas, os interpretes, as pastoras, os mestres-sala, as porta-bandeiras, as crianças…

“O pobre beija-flor / Que não vejo voar sobre o meu jardim não tem a quem beijar / Que tristeza sem fim, laraiá” [2]

Emprestaram-lhe ao nome a grandeza do oficio:
Monarco era um monarca, um rei do que defendia e melhor representava!
O sábio baobá que trazia consigo histórias,
lendas e mitos resguardados como memórias
O historiador intuitivo e inspirado
Que viveu as glórias, triunfos e amarguras do samba

Não havia, entre Oswaldo Cruz e Madureira,
Mente mais privilegiada e sacramentada para reter os segredos e desvelos do universo do samba
Monarco detinha tudo, reteve tudo
Monarco era livro aberto e vivo das relíquias do samba

“Teus livros têm tantas páginas belas / Se for falar da Portela, hoje não vou terminar” [3]

Viveu e vivenciou os legados
Morreu e se eterniza, agora, como um deles
Foi guardião de riquezas
E é, agora, tesouro guardado no baú alado da Maior das Campeãs!

“O bom artista / Juro por Deus não é tolo” [4]

Viveu e morreu em azul e branco
Viveu e morreu pra cantar, encantar e exaltar a Portela

Clara Paulo Natal Dodô Candeia Nogueira Agepê Amorim Claudionor Ketti Alvaiade Esther Picolino Manacéia Armando Chico Rufino Ventura Alvaiade Marçal Lonato Mijinha 59 Caetano Argemiro…

E, hoje…Monarco!

O céu da Portela se abre, exala azuis…te recebe!
Uma constelação do samba na roda que te acolhe!

Um menino desce o morro,
Vestido de azul e branco
Corre pela rua e anuncia:

“O mestre Monarco se foi…”

Os bambas se reúnem
A quadra se ilumina
A roda se forma
Os cantos se erguem e bailam no ar

“Vai ter pagode até o dia amanhecer /. E os versos de improviso / Serão em homenagem a você” [5}

Gurufim do baobá!

O mestre se foi
Bendito o dia em que ele nos veio!

[1] Versos de “Coração em Desalinnho”
[2] Versos de “Rancho da Primavera”
[3] Versos de “Passado de Glórias”
[4] Versos de “Proposta Amorosa”
[5] Versos de “O Quitandeiro”

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