‘Ninguém Sai Vivo Daqui’: adaptação da série ‘Colônia’ chega aos cinemas

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Por Ana Carolina Garcia, crítica de cinema do SRzd Há 25 anos, a minissérie “O Auto da Compadecida” (O Auto da Compadecida – 1999, Brasil), exibida pela Rede Globo, se tornou sucesso de público e crítica, permitindo que, no ano seguinte, seus episódios fossem adaptados para a tela grande como um longa-metragem homônimo que repetiu […]

POR Ana Carolina Garcia08/07/2024|4 min de leitura

‘Ninguém Sai Vivo Daqui’: adaptação da série ‘Colônia’ chega aos cinemas

Foto: “Ninguém Sai Vivo Daqui”

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Por Ana Carolina Garcia, crítica de cinema do SRzd

Há 25 anos, a minissérie “O Auto da Compadecida” (O Auto da Compadecida – 1999, Brasil), exibida pela Rede Globo, se tornou sucesso de público e crítica, permitindo que, no ano seguinte, seus episódios fossem adaptados para a tela grande como um longa-metragem homônimo que repetiu o mesmo fenômeno observado na telinha, ganhando prêmios no Brasil e no exterior. Esse caminho foi trilhado por outras produções televisivas, dentre elas, a série “Colônia” (Colônia – 2019, Brasil), que chegou à grade do Canal Brasil mostrando a barbárie ocorrida durante décadas no Hospital Psiquiátrico Colônia, em Barbacena, Minas Gerais.

Baseada no livro “Holocausto Brasileiro”, de Daniela Arbex, publicado em 2013, a série chamou a atenção dos assinantes do Canal Brasil e, no ano passado, foi adaptada no formato de longa-metragem, recebendo novo título, “Ninguém Sai Vivo Daqui” (Ninguém Sai Vivo Daqui – 2023, Brasil). Sob a direção de André Ristum, o filme, exibido no Festival de Brasília 2023, chega ao circuito exibidor do país na próxima quinta-feira (11), prometendo ao espectador uma experiência cinematográfica completamente diferente daquela oferecida pelas populares comédias, muitas delas, também derivadas de séries de televisão.

Com quase uma hora e meia de duração, “Ninguém Sai Vivo Daqui” conta a história da jovem Elisa (Fernanda Marques), grávida de quatro meses do namorado e enviada ao Hospital Psiquiátrico Colônia pelo pai no início dos anos 1970. No local, Elisa, que não tem nenhum diagnóstico de doença mental, conhece o inferno imposto pela instituição aos seus pacientes, parte considerável deles sem nenhum problema mental que justifique sua internação. Tratados como lixo, abusados de todas as formas, só resta aos internos, inclusive Elisa, lutar para sobreviver.

Com uma trilha sonora incessante que objetivam potencializar o terror e o suspense, “Ninguém Sai Vivo Daqui” perdeu muito da consistência da série original ao ser adaptado para a tela grande da sala de exibição, pois determinadas situações poderiam ter sido trabalhadas com mais cuidado pela edição para o novo formato. Esse é um problema que afeta o resultado final do filme, que poderia ter explorado com mais impacto o mal imposto pelo local à protagonista e seu pequeno grupo de amigos, que precisa do apoio uns dos outros para não se entregar de vez ao horror.

Importante para contar a história da Colônia, que se repetiu em tantas outras cidades do país durante décadas, “Ninguém Sai Vivo Daqui” não funciona no cinema como “Colônia” funcionou na televisão. E, assim como sua protagonista e os demais personagens coadjuvantes, precisa encarar a luta pela sobrevivência, mas num circuito exibidor impiedoso e repleto de títulos de grande apelo popular, tanto brasileiros quanto estrangeiros.

+ assista ao trailer oficial legendado:

Sobre Ana Carolina Garcia: Formada em Comunicação Social e pós-graduada em Jornalismo Cultural, Ana Carolina Garcia é autora dos livros “A Fantástica Fábrica de Filmes – Como Hollywood se tornou a capital mundial do cinema” (2011), “Cinema no século XXI – Modelo tradicional na Era do Streaming” (2021) e “100 anos do Império Disney: Da Avenida Kingswell à conquista do universo” (2023). É vice-presidente da Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro (ACCRJ) desde 2021.

Por Ana Carolina Garcia, crítica de cinema do SRzd

Há 25 anos, a minissérie “O Auto da Compadecida” (O Auto da Compadecida – 1999, Brasil), exibida pela Rede Globo, se tornou sucesso de público e crítica, permitindo que, no ano seguinte, seus episódios fossem adaptados para a tela grande como um longa-metragem homônimo que repetiu o mesmo fenômeno observado na telinha, ganhando prêmios no Brasil e no exterior. Esse caminho foi trilhado por outras produções televisivas, dentre elas, a série “Colônia” (Colônia – 2019, Brasil), que chegou à grade do Canal Brasil mostrando a barbárie ocorrida durante décadas no Hospital Psiquiátrico Colônia, em Barbacena, Minas Gerais.

Baseada no livro “Holocausto Brasileiro”, de Daniela Arbex, publicado em 2013, a série chamou a atenção dos assinantes do Canal Brasil e, no ano passado, foi adaptada no formato de longa-metragem, recebendo novo título, “Ninguém Sai Vivo Daqui” (Ninguém Sai Vivo Daqui – 2023, Brasil). Sob a direção de André Ristum, o filme, exibido no Festival de Brasília 2023, chega ao circuito exibidor do país na próxima quinta-feira (11), prometendo ao espectador uma experiência cinematográfica completamente diferente daquela oferecida pelas populares comédias, muitas delas, também derivadas de séries de televisão.

Com quase uma hora e meia de duração, “Ninguém Sai Vivo Daqui” conta a história da jovem Elisa (Fernanda Marques), grávida de quatro meses do namorado e enviada ao Hospital Psiquiátrico Colônia pelo pai no início dos anos 1970. No local, Elisa, que não tem nenhum diagnóstico de doença mental, conhece o inferno imposto pela instituição aos seus pacientes, parte considerável deles sem nenhum problema mental que justifique sua internação. Tratados como lixo, abusados de todas as formas, só resta aos internos, inclusive Elisa, lutar para sobreviver.

Com uma trilha sonora incessante que objetivam potencializar o terror e o suspense, “Ninguém Sai Vivo Daqui” perdeu muito da consistência da série original ao ser adaptado para a tela grande da sala de exibição, pois determinadas situações poderiam ter sido trabalhadas com mais cuidado pela edição para o novo formato. Esse é um problema que afeta o resultado final do filme, que poderia ter explorado com mais impacto o mal imposto pelo local à protagonista e seu pequeno grupo de amigos, que precisa do apoio uns dos outros para não se entregar de vez ao horror.

Importante para contar a história da Colônia, que se repetiu em tantas outras cidades do país durante décadas, “Ninguém Sai Vivo Daqui” não funciona no cinema como “Colônia” funcionou na televisão. E, assim como sua protagonista e os demais personagens coadjuvantes, precisa encarar a luta pela sobrevivência, mas num circuito exibidor impiedoso e repleto de títulos de grande apelo popular, tanto brasileiros quanto estrangeiros.

+ assista ao trailer oficial legendado:

Sobre Ana Carolina Garcia: Formada em Comunicação Social e pós-graduada em Jornalismo Cultural, Ana Carolina Garcia é autora dos livros “A Fantástica Fábrica de Filmes – Como Hollywood se tornou a capital mundial do cinema” (2011), “Cinema no século XXI – Modelo tradicional na Era do Streaming” (2021) e “100 anos do Império Disney: Da Avenida Kingswell à conquista do universo” (2023). É vice-presidente da Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro (ACCRJ) desde 2021.

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