A série documental intitulada “Pacto Brutal”, lançada na última quinta-feira (21) na plataforma da HBO, conta em detalhes o assassinato da atriz Daniella Perez, em 1992.
Até o momento, foram disponibilizados dois dos cinco episódios da obra. Familiares e amigos da vítima relatam os acontecimentos que antecederam e sucederam o crime.
O ator Guilherme de Pádua, um dos assassinos da atriz, publicou um vídeo no último domingo em suas redes sociais para comentar o documentário. No registro, ele revela que assistiu a série no dia seguinte do lançamento e criticou a produção, a definindo como parcial.
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“Você vai assistir uma série totalmente parcial, o que significa isso? Um trabalho de investigação, um jornalismo investigativo, ele pretende trazer à luz todas as evidências, as provas e apresentar as hipóteses, que cabem, com a dinâmica do que foi descoberto, com as provas, com as perícias. E a HBO, parece que é uma grande produção, envolve até a Warner, eu vi a ficha técnica, parece que envolve uma produção bastante caro e eles tinham condições de fazer uma coisa bastante caro, como o ID costuma fazer e dar a nós, telespectadores da série, o direito de fazer a nossa própria análise“, começou.
“O HBO perdeu essa oportunidade, lendo uma reportagem, parece que foi imposto essa condição. Para fazer essa série, não poderia ter nenhuma participação dos réus, no caso eu e minha ex-mulher e a versão é absolutamente a versão da acusação. Sem ter acesso aos autos, só no que eu me lembro de cabeça, porque eu precisei refrescar muita coisa, assistindo o programa, eu consigo quebrar de forma devastadoras, algumas teses do que foi apresentado. É tão fácil, tão óbvio certas coisas que eles não vão dar acesso a vocês telespectadores. O HBO, um canal tão famoso, tão profissional dar uma bobeira dessas, deixar uma lacuna para que um concorrente possa apresentar as provas, as evidências que estão sendo ocultadas de você que está assistindo essa série“, comentou ele.
A autora Gloria Perez, mãe de Daniella, pediu à produção responsável pelo documentário que os assassinos, Guilherme e a ex-esposa, Paula Thomaz, não fossem ouvidos.
Pádua, que atualmente é pastor da Igreja Batista da Lagoinha de Belo Horizonte, em Minas Gerais, finalizou ameaçando expor a sua versão sobre o ocorrido: “E eu pretendo, talvez, pode aguardar que eu vou trazer algumas coisas. Não é pra dizer acredite na minha versão, mas pra você mesmo pensar, né? Coisa que eles não estão fazendo, como aquela imprensa marrom, aquela imprensa que é tendenciosa que quer puxar a sardinha para um lado, essa série está totalmente baseada somente na versão da acusação“, completou.
Relembre o caso
Na época, o ator Guilherme de Pádua contracenava com Daniella na novela “De Corpo e Alma”. Ele e a ex-esposa foram os autores do assassinato que chocou o país. No entanto, o casal só foi condenado cinco anos após o crime. Ele, a 19 anos, e ela, a 18 anos e 6 meses. Porém, com apenas sete anos de prisão, ambos foram colocados em liberdade condicional.
De acordo com o que foi apresentado à Justiça, o que motivou o crime foi que na semana do ocorrido, ao receber o roteiro da novela, ele percebeu que seu personagem não estaria presente em dois capítulos e acreditou que isso acontecera por influência dela. Isso porque o ator a assediava visando se beneficiar, já que ela era filha da autora.
O corpo de Daniella foi encontrado num matagal, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, perfurado com dezoito golpes fatais de punhal, no dia 28 de dezembro de 1992.