A mulher presa em fevereiro acusada de perseguir a atriz Débora Falabella, de 45 anos, por mais de uma década, foi absolvida pela Justiça. De acordo com informações do portal G1, a Justiça entendeu, depois de exames de sanidade mental, que a stalker (perseguidora) não oferece perigo à artista e é inimputável, ou seja, não tem capacidade de compreender que suas ações são ilegais. A decisão foi proferida pela juíza Juliana Trajano de Freitas Barão, da 1ª Vara Criminal da Barra Funda, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).
Como tudo começou
A história, que parece um filme ou série de ficção, começou em 2013 depois que a mulher entrou no mesmo elevador que a atriz e pediu uma foto, sendo prontamente atendida. Dias depois, a mulher, de 41 anos, cuja identidade não foi revelada, enviou vários presentes para a atriz, entre eles, uma carta com conteúdo íntimo.
Em 2015, a mulher tentou invadir o camarim da atriz, que apresentava uma peça no Teatro Sesc Copacabana, na Zona Sul do Rio. A fã foi retirada do local pelos seguranças. A atriz registrou boletim de ocorrência, mas não deu prosseguimento ao processo.
Relações sexuais
Em 2022, a situação piorou. A mulher criou uma conta no Instagram, onde afirmava ter relações sexuais com a atriz e uma “loucura telepática”. A irmã de Débora, a também atriz Cynthia Falabella, foi citada nas mensagens. Em dezembro do mesmo ano, a perseguidora tentou entrar em contato quando a atriz estava hospedada em uma pousada na Bahia. Quando voltou para São Paulo, Débora ganhou o livro “Romeu e Julieta”, clássico de William Shakespeare onde os protagonistas se suicidam no final da história por não conseguirem concretizar seu amor. O presente continha a dedicatória: “Para o meu Romeu, com muito amor”.
Medida Protetiva
A Justiça de São Paulo chegou a conceder uma medida protetiva, sob pena de prisão, que proibia a perseguidora de entrar em contato com Débora Falabella por qualquer meio de comunicação, além de impedir de frequentar os mesmos lugares, mantendo uma distância mínima de 500 metros. Apesar da decisão da Justiça, a mulher enviou uma mensagem pelo Instagram e pelo Whatsapp: “Minha vida não tem mais sentido quando penso que nunca mais vou poder assistir a uma peça sua”.
Após o envio da mensagem, os advogados de Débora entraram com um pedido de prisão preventiva na Justiça. Depois da emissão do mandado, foi descoberto que a mulher estava internada em uma clínica psiquiátrica. Em fevereiro deste ano, a mulher foi detida preventivamente em Recife, capital de Pernambuco.
Em março, a perseguidora foi diagnosticada com esquizofrenia. A prisão preventiva foi cancelada com base no laudo psiquiátrico em que a perseguidora foi considerada inimputável, ou seja, incapaz de entender seus atos. Ainda assim, ela precisou obedecer as medidas de distanciamento. Caso não cumprisse, seria internada compulsoriamente.
Débora Falabella desabafou sobre a perseguição
Em entrevista ao jornal “O Globo”, a atriz comentou o caso: “É algo de que evito falar porque tem a minha história e a história dela que, com certeza, tem problemas. Estão cuidando para que seja da forma melhor possível, tanto pra mim quanto pra ela. É ruim. Tem uma perseguição atrás por um trabalho que faço e pelo qual essa pessoa chega até a mim. E tem a vida dela. Ela tem uma família que pode cuidar, tem condições de ser tratada. Espero que seja”.
A atriz confessou ter medo da perseguidora, após a revogação de sua prisão: “Fico com medo, porque nunca se conhece o outro, nunca se sabe o que vai vir. Atinge muita gente, meu núcleo familiar. É chato. Chato por tudo, porque também quero que ela fique bem”.