Rock in Rio: primeiro fim de semana é encerrado com o estilo musical que dá nome ao Festival
Rio. Finalmente rock. Embora já tivesse dado as caras timidamente no sábado, o tão desejado rock’n’roll apareceu pra tingir de preto o Parque Olímpico. O sol deu uma trégua e facilitou um pouco a vida de quem vestiu a cor característica do gênero. Camisas de diversas bandas foram tiradas do armário, deste as que se […]
POR Redação SRzd17/09/2024|8 min de leitura
Rio. Finalmente rock. Embora já tivesse dado as caras timidamente no sábado, o tão desejado rock’n’roll apareceu pra tingir de preto o Parque Olímpico. O sol deu uma trégua e facilitou um pouco a vida de quem vestiu a cor característica do gênero. Camisas de diversas bandas foram tiradas do armário, deste as que se apresentaram no domingo até as clássicas Iron Maiden, AC/DC e Rush.
Os principais palcos foram abertos por duas das maiores representantes da explosão do rock nacional nos anos 80. Barão e Paralamas – que tiveram participações marcantes na primeira edição, em 85 – fizeram os primeiros shows no Sunset e no Mundo, respectivamente. O Barão aproveitou o Festival para estrear a nova turnê “Do Tamanho da Vida”, nome de uma canção inédita com letra de Cazuza incluída no setlist. De resto, grandes sucessos e uma incrível conexão com o público, marca constante da banda nestes 41 anos de vida. Suricato, tão intenso quanto à vontade na função de frontman, definiu toda a sua gratidão em uma frase: “se não fosse o Barão Vermelho eu nem seria músico”.
No Palco Mundo não foi muito diferente. Os Paralamas abriram o show com um vídeo contendo imagens da banda na época da primeira edição. O show foi aberto com dois clássicos do primeiro álbum, “Vital e Sua Moto” e “Cinema Mudo”, mas mudo mesmo estava o microfone de Herbert quando soltou a frase “Vital andava a pé e achava que assim estava mal”. Problema logo resolvido e desfile de sucessos em vista, exatamente a proposta da turnê “Paralamas Clássicos”, que está rodando pelo país.
Depois do trio carioca, o povo voltou ao Sunset pra acompanhar o grande show do Planet Hemp. Uma hora de pura pegada rock and roll e hip hop, enfileirando sucessos um atrás do outro. Na reta final, a participação de Pitty manteve a energia muito alta. A baiana cantou “Admirável Chip Novo”, “Máscara” e “Teto de Vidro”, além de ajudar D2 e BNegão em “Mantenha o Respeito”. BNegão ainda deu uma chamada em “quem mandou tacar fogo no Brasil inteiro”.
No Palco Mundo, foi a vez do que restou do Journey fazer um show muito esperado por alguns fãs de carteirinha. Mas talvez só eles tenham curtido de verdade. Pra começar, o cantor Arnel Pineda brigou com o seu in ear durante a primeira metade da apresentação, o que gerou algumas escorregadas na afinação. O grosso do repertório era pouco conhecido da maior parte do público presente. Na reta final, “Separate Ways” e o hino “Don’t Stop Believin'” deram uma aliviada na rapaziada. De positivo, a guitarra potente de Neal Schon, único integrante da formação original da banda.
O Sunset, que ainda viu o Incubus fazendo um show que foi apreciado somente para os fãs mais fervorosos da banda, se despediu do primeiro fim de semana em altíssimo nível. Os veteraníssimos do Deep Purple causaram uma comoção geral, não só na rapaziada 50+ como também em uma garotada mais nova, porém antenada na história da banda. Donos de um legado gigantesco para a música mundial, os velhinhos sustentaram uma potência inacreditável na execução de clássicos como “Lazy”, “Space Truckin'” e “Highway Star”, que abriu o setlist com problemas no microfone de Ian Gillan. O cantor de 79 anos obviamente não alcança notas mais altas, mas quem liga? Um timbre lindo e forte executando canções que construíram o caminho do hard rock. De quebra, a rapaziada aprovou imediatamente a pegada do guitarrista Simon McBride, que entrou no lugar de Steve Morse em 2022. Na reta final, a galera em peso “cantou” os riffs de “Smoke on the Water” e “Black Night”. Momento antológico do Festival.
O Evanescence foi outra atração que sofreu com problemas técnicos. Uma falha técnica detectada ainda no vídeo de apresentação antes do show causou um atraso de 15 minutos. O som também estava baixo, mas Amy Lee deu muita conta do recado. Segura na afinação e com muita potência vocal, interagiu pouco, mas comandou um show para uma legião de aficcionados que acompanha a banda nas últimas duas décadas. Estes cantaram a plenos pulmões durante todo o tempo, mas os grandes sucessos “My Immortal” e “Bring me to Life”, deixados pro final, conquistaram até aqueles que estavam lá por outros motivos.
Falando em fãs fervorosos, o Avenged Sevenfold encerrou a noite em altíssimo estilo para eles. Muita gente que esteve na Cidade do Rock por causa de outras bandas não quis arriscar o sacrifício na segunda-feira de trabalho. Ficaram os de carteirinha, que não eram poucos. Em uma hora e meia, o A7X lavou a alma da galera com 14 músicas tiradas de seus sete álbuns de estúdio. Imensas labaredas no alto do palco emolduravam uma apresentação de gala do quinteto comandado por M. Shadows. “Afterlife”, “Hail to the King” e o encerramento com “A Little Piece of Heaven” foram os pontos altos da noite. O cantor dedicou “So Far Away” a The Rev, ex-baterista da banda, falecido em 2009. A canção, registrada no álbum Nightmare, foi composta em sua homenagem: “parecia que éramos tão invencíveis…uma última música, um último pedido/um capítulo perfeito para descansar eternamente”.
O Rock in Rio descansa três dias e retorna na quinta-feira (19) com Ed Sheeran como headliner.
+ confira as fotos do terceiro dia:
Rio. Finalmente rock. Embora já tivesse dado as caras timidamente no sábado, o tão desejado rock’n’roll apareceu pra tingir de preto o Parque Olímpico. O sol deu uma trégua e facilitou um pouco a vida de quem vestiu a cor característica do gênero. Camisas de diversas bandas foram tiradas do armário, deste as que se apresentaram no domingo até as clássicas Iron Maiden, AC/DC e Rush.
Os principais palcos foram abertos por duas das maiores representantes da explosão do rock nacional nos anos 80. Barão e Paralamas – que tiveram participações marcantes na primeira edição, em 85 – fizeram os primeiros shows no Sunset e no Mundo, respectivamente. O Barão aproveitou o Festival para estrear a nova turnê “Do Tamanho da Vida”, nome de uma canção inédita com letra de Cazuza incluída no setlist. De resto, grandes sucessos e uma incrível conexão com o público, marca constante da banda nestes 41 anos de vida. Suricato, tão intenso quanto à vontade na função de frontman, definiu toda a sua gratidão em uma frase: “se não fosse o Barão Vermelho eu nem seria músico”.
No Palco Mundo não foi muito diferente. Os Paralamas abriram o show com um vídeo contendo imagens da banda na época da primeira edição. O show foi aberto com dois clássicos do primeiro álbum, “Vital e Sua Moto” e “Cinema Mudo”, mas mudo mesmo estava o microfone de Herbert quando soltou a frase “Vital andava a pé e achava que assim estava mal”. Problema logo resolvido e desfile de sucessos em vista, exatamente a proposta da turnê “Paralamas Clássicos”, que está rodando pelo país.
Depois do trio carioca, o povo voltou ao Sunset pra acompanhar o grande show do Planet Hemp. Uma hora de pura pegada rock and roll e hip hop, enfileirando sucessos um atrás do outro. Na reta final, a participação de Pitty manteve a energia muito alta. A baiana cantou “Admirável Chip Novo”, “Máscara” e “Teto de Vidro”, além de ajudar D2 e BNegão em “Mantenha o Respeito”. BNegão ainda deu uma chamada em “quem mandou tacar fogo no Brasil inteiro”.
No Palco Mundo, foi a vez do que restou do Journey fazer um show muito esperado por alguns fãs de carteirinha. Mas talvez só eles tenham curtido de verdade. Pra começar, o cantor Arnel Pineda brigou com o seu in ear durante a primeira metade da apresentação, o que gerou algumas escorregadas na afinação. O grosso do repertório era pouco conhecido da maior parte do público presente. Na reta final, “Separate Ways” e o hino “Don’t Stop Believin'” deram uma aliviada na rapaziada. De positivo, a guitarra potente de Neal Schon, único integrante da formação original da banda.
O Sunset, que ainda viu o Incubus fazendo um show que foi apreciado somente para os fãs mais fervorosos da banda, se despediu do primeiro fim de semana em altíssimo nível. Os veteraníssimos do Deep Purple causaram uma comoção geral, não só na rapaziada 50+ como também em uma garotada mais nova, porém antenada na história da banda. Donos de um legado gigantesco para a música mundial, os velhinhos sustentaram uma potência inacreditável na execução de clássicos como “Lazy”, “Space Truckin'” e “Highway Star”, que abriu o setlist com problemas no microfone de Ian Gillan. O cantor de 79 anos obviamente não alcança notas mais altas, mas quem liga? Um timbre lindo e forte executando canções que construíram o caminho do hard rock. De quebra, a rapaziada aprovou imediatamente a pegada do guitarrista Simon McBride, que entrou no lugar de Steve Morse em 2022. Na reta final, a galera em peso “cantou” os riffs de “Smoke on the Water” e “Black Night”. Momento antológico do Festival.
O Evanescence foi outra atração que sofreu com problemas técnicos. Uma falha técnica detectada ainda no vídeo de apresentação antes do show causou um atraso de 15 minutos. O som também estava baixo, mas Amy Lee deu muita conta do recado. Segura na afinação e com muita potência vocal, interagiu pouco, mas comandou um show para uma legião de aficcionados que acompanha a banda nas últimas duas décadas. Estes cantaram a plenos pulmões durante todo o tempo, mas os grandes sucessos “My Immortal” e “Bring me to Life”, deixados pro final, conquistaram até aqueles que estavam lá por outros motivos.
Falando em fãs fervorosos, o Avenged Sevenfold encerrou a noite em altíssimo estilo para eles. Muita gente que esteve na Cidade do Rock por causa de outras bandas não quis arriscar o sacrifício na segunda-feira de trabalho. Ficaram os de carteirinha, que não eram poucos. Em uma hora e meia, o A7X lavou a alma da galera com 14 músicas tiradas de seus sete álbuns de estúdio. Imensas labaredas no alto do palco emolduravam uma apresentação de gala do quinteto comandado por M. Shadows. “Afterlife”, “Hail to the King” e o encerramento com “A Little Piece of Heaven” foram os pontos altos da noite. O cantor dedicou “So Far Away” a The Rev, ex-baterista da banda, falecido em 2009. A canção, registrada no álbum Nightmare, foi composta em sua homenagem: “parecia que éramos tão invencíveis…uma última música, um último pedido/um capítulo perfeito para descansar eternamente”.
O Rock in Rio descansa três dias e retorna na quinta-feira (19) com Ed Sheeran como headliner.